Saturday, January 9, 2021

Torre Oria Gran Reserva 2011

Introito

Beócios existem aos montes. Não tínhamos a noção de sua quantidade e da rasa profundidade de suas ideias porque antes eles ficavam circunscritos a seus círculos de mediocridade. O preço dos computadores, e depois dos celulares, caiu. A velocidade da internet aumentou, e as plataformas de comunicação apareceram. Foi quando os analfabetos deixaram suas tocas em hordas e começaram a exprimir suas opiniões abalizadas - abalizadíssimas! - sobre tudo e todos. Uma coisa são a democracia e a liberdade de expressão. Bem outra, são as confusões que chegam na esteira: direitos sem deveres, falta de ética, covardes em geral escondidos no anonimato mas querendo palpitar, e, o que é pior, a disposição em fazê-lo a qualquer custo, ainda que sem cuidado ao ler e nenhuma responsabilidade ao escrever. Não há problema. Scientia vinces.

Torre Oria Gran Reserva 2011

Com o medo de quem vê postagens se acumulando, vamos em ritmo de Brasil grande. Valência D.O.P. (Denominação de Origem Protegida) fica voltada para o Mediterrâneo, e um grande número de cepas são permitidas na produção de seus vinhos. Dentre os produtores, Torre Oria foi fundada em 1897. Produz uma gama de varietais, cava, crianza, gran reserva - não vi o reserva, deve deve existir... - Abri um Gran Reserva com o Akira no último final de semana. Enquanto corria a conversa, deu para notar, de cara, fruta vermelha viva e madeira sobrando um pouco. Algo que lembrava-me de ser marcado nos chilenos de antigamente. Não que em Torre Oria esteja em excesso... mas está evidente. Fazia tempo que não notava madeira tão pronunciada, ainda mais em europeus... e não que eles não tenham... é que costuma estar bem integrada; nota-se mas não aparece. Não penso que seja um defeito, é uma característica. Que não me agrada mais como no passado. Afinal... o leitor lembra-se de eu ter apontado essa característica recentemente? Pois é... aqui a madeira fica competindo um pouco com os taninos, e quebra a harmonia do conjunto.
   - Tem um toque herbáceo interessante - comentou o Akira. Cafungou mais um pouco  e continuou - Pimenta... - cafungou mais, ajeitou-se na cadeira: - Mas não é um Espanhol? Parece que tem Cabernet...
   Bem... Torre Oria Gran Reserva 2011 é um corte Tempranillo-Cabernet Sauvignon... Sua boca guarda um ligeiro adocicado, a madeira competindo com o tanino, como comentado. Paguei cerca de R$ 80,00, em 'promo', o que revela-se ótima compra para a faixa de preço. Lá fora custa algo como USD 10,00, o que denota bom preço por aqui. Mesmo a cerca de R$ 100,00, seu preço normal, seria uma boa opção para os sul-americanos.

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