Sunday, February 21, 2021

Agora um Sauvignon Blanc

Introito


Don Flavitxo estava navegando na Internet e chegou no Vivino. Quase a exemplo de Júlio César, viu, riu e compartilhou. Olha o comentário do(a?) avaliador(a): "Excelente!... acidez quase zero".  Vivino é assim: a pessoa pode ser honesta, sob todos os aspectos. Não sabe, não sabe que não sabe (sic), e acha-se no direito de opinar. Gostamos de confundir as coisas. Porque vivemos um uma democracia, achamos que podemos opinar sobre tudo. Na verdade, podemos sim!, mas não podemos nos esquecer - e aí o chão afunda - que, ao opinar sobre tudo corremos o risco de ser re-classificados como 'energúmenos' - ou coisa pior. Ora, são direitos e deveres. Se é seu direito opinar, também é seu dever escutar a opinião contrária. É um dos pressupostos mais básicos da democracia. Claro, a opinião contrária deve ser abalizada, e ainda assim há o direito da recíproca. É a situação onde - aprendi na escola primária, e era escola estadual - todos crescem em espiral, dialogando e colocando nosso órgão mais precioso - o cérebro - a funcionar para o 'bem'. Não é o que acontece, infelizmente. O leitor atento já notou alguns idiotas que não conseguem dar um único argumento ou contra-argumentar minhas ripostagens (sic! rs!), limitando-se a repetir mantras já desmantelados como se estes fossem argumentos. O Dia do Juízo há de chegar, e esses irão para o Céu. Sim, isso mesmo. O céu é para imbecis. Mas como estamos na Terra, aqui travarei o bom combate até o último dos meus dias. E chupem! 😂
   Ainda preciso falar de 'avaliadores'. Qualquer hora...

Brancos

   Existem brancos e brancos. Assim como tintos e tintos, e antes disso tudo, vinhos e vinhos. Quero dizer, existe 'vinho' e garrafas com 'vinho' escrito no rótulo. Quem não sabe diferenciar, compra qualquer um. O problema é quem não sabe diferenciar e ainda assim fica comprando vinho de verdade! Acontece nas melhores sociedades, nas melhores famílias, nos melhores restaurantes. Parece que só 'jornalista' não sabe disso. É, aquele cara que se acha Jornalista, mas não é e não sabe que não é, mas achando-se um, acaba por dever de profissão opinando sobre tudo. Voltando... mesmo falando de 'vinho', há os que costumo chamar de branquinho nojento, para desespero de Don Flavitxo. Desespero porque é como acabo classificando a maior parte de seus brancos. Quem sabe apreciar vinho e já teve oportunidade de provar, por exemplo, um Montrachet de qualidade, sabe do que falo. Não apenas Montrachet, claro, que há muitos outros brancos de qualidade (da Califórnia, de Boudeaux, do Rhône, do Mosel, etc., para falar em regiões, e Lopes de Heredia, Gravner e Dönnhoff, para citar apenas alguns produtores).  O que vem depois - e nem por isso deixa de ser bom vinho - costumo chamar de branquinho nojento. O branquinho nojento parece bom-bril, pois tem 1001 utilidades: bebemos no almoço do dia-a-dia (ou no do final de semana, para quem bebe pouco como eu), na degustação descompromissada com a caterva, colocamos como boi de piranha quando as pessoas em volta não conhecem muito de vinho (o que não é pecado, é apenas uma circunstância!), ou até mesmo servimos para os amigos quando pensamos que eles nada conhecem de brancos(!). Enfim, o limite parece ser nossa própria criatividade...

Um Sauvignon Blanc honesto

Peguei Terra Occitana Sauvignon (Blanc) 2016 na promoção da Vinho e Ponto. Já falei um pouco do Jacques Charlet, produtor-négociant espalhado por várias regiões da França. Este exemplar vem de Pays d'Oc, IGP de Languedoc-Roussillon. O Languedoc, para quem não sabe, é a casa de Vin de Merde (risos!), desabafo de um bom produtor local que, cansado da má fama da região no cenário francês nos anos 1980, lançou o Vinho de Merda. O desabafo revelou-se uma boa jogada de marketing. Por outros motivos, a região deu a volta por cima e hoje produz 'vinho'. De volta a Terra Occitana, tem nariz a limão (lima?), será que damasco?, e boca com boa acidez. Ainda mantém um frescor, mas é bom não abusar na guarda. Tem alguma persistência, mas é o de se esperar para um branco com acidez (a acidez está mais presente até brancos sul-americanos, melhor do que a tintos, o que dizer de um branquinho nojento europeu?). Não encontrei seu preço 'lá' para poder avaliar melhor. Aqui, está de R$ 123,00 por R$ 61,50. Ficou subitamente bom. A preço cheio, não registe à comparação com outras opções - dá para comprar o bom Terres Secrèts, que é um Borgonha, por esse preço... Mas por R$ 61,50, apresenta-se como uma ótima oferta. Para um branquinho nojento que você pode comprar algumas garrafas e beber ao longo deste 2021, e que acompanha bem uma xarxixa (sic) de vitela ou um cheddar, taí uma boa escolha. Não perca a promo. Senão depois fica perguntando de onde é que eu arrumo boas opções para certas faixas de preço...

Post scriptum

 
Em sua mal-fadada tentativa de detração 😂, Don Flavitxo me abriga a uma re-edição da postagem. Tenta me espicaçar acerca de meus conhecimentos de Montrachet. Bebi um, devidamente postado, https://oenochato.blogspot.com/search/label/Domaine%20Bernard%20Moreau%20%26%20Fils%20Chassagne-Montrachet%202007, e outros dois. Não posto tudo o que bebo, mais por falta de tempo do que de vontade... Claro, tirando um período em que o blog andou em baixa e estava desanimado em postar - mas não em beber! Fui procurar as fotos, só achei o de uma ocasião, ao lado, que partilhei um 'Montra' com a Sra. N, a Dona Neusa, o Wilson e o Akira. É até um bom produtor, mas não me lembrava mais do nome, Chateau de la Maltroye... Ah, sim: esse é um raro Montrachet tinto, não branco. O que não encontrei a foto era branco...




8 comments:

  1. Gostei da postagem, Big Charles... Mas como te disse, vou te lançar uns desafios, principalmente, após ler a sua frase "Desespero ['do Don Flavitxo'] porque é como acabo classificando a maior parte de seus brancos.

    Vamos lá, primeiro desafio: Incluindo aquele López [com Z] de Heredia que levei há anos na sua casa, e propositalmente levei um de entrada deles, o Gravonia, para que você, que dizia não gostar de brancos, se iniciasse nesse mundo maravilhoso, gostaria que você elencasse aqui, para os leitores, quais foram os brancos que levei para a gente beber, e quais deles são 'nojentos'...

    Findo este primeiro desafio, queria que, baseado na sua afirmação 'Quem sabe apreciar vinho e já teve oportunidade de provar, por exemplo, um Montrachet de qualidade, sabe do que falo', você me citasse o nome de um Montrachet que apreciou.

    E em relação a outra parte de sua postagem 'Não apenas Montrachet, claro, que há muitos outros brancos de qualidade (da Califórnia, de Boudeaux, do Rhône, do Mosel, etc., para falar em regiões, e Lopes de Heredia, Gravner e Dönnhoff, para citar apenas alguns produtores)', só tem um comentário: Bem limitada a sua listinha, hein? Mas como sempre, você, espertamente, coloca uma frase no final 'para citar apenas alguns produtores', para escapar... rsrsrs.

    A propósito, este se Vin de Pays da postagem não pode nem chegar perto daquele branquinho 'nojento'(segundo te) do Guy Saget. Aliás, se quiser beber Sauvignon Blanc de verdade, beba os do Loire. Pode me dar exemplos de uns 2-3 'nojentinhos' de lá que bebeu?

    Desafios lançados! Não fuja! rsrs

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    1. Don Flavitxo vem se esmerando nas tentativas de detração do blog. Desta vez tenta pelas vias mais tortas possíveis. Com calma. A ideia da postagem é dizer, de brincadeira, que, tirando os 'grandes' brancos, o que sobra é 'branquinho nojento'. Ela pareceu não entender. Azar (risos!). Isso posto,

      * Quais dos seus vinhos não são nojentos: todos, menos o lopeZ... (obrigado pela correção) de Heredia, que ainda assim era o mais reba. Nada contra, é o reba mas é muito bom! Sou-lhe grato pela experiência. Ah (risos!), aquele Tapada do Chaves estava espetacular. Mas, como vemos, a incidência de branquinhos nojentos é grande...

      * Um Montra (sic) que apreciei? Tá aqui no blog, https://oenochato.blogspot.com/search/label/Domaine%20Bernard%20Moreau%20%26%20Fils%20Chassagne-Montrachet%202007, vc poderia ter procurado. Lembrando que nem tudo o que experimentei, postei. Ora, basta ver a lacuna do blog, de agosto de 2015 a agosto de 2019. Pouquíssimas postagens, mas nem por isso deixei de beber nesse período. Inclusive dois Montrachets... veja na re-edição da publicação...

      * 'Para citar apenas alguns produtores'... ora... é assim, para não ficar chato. Não tenho problema em admitir que conheço pouco mais do que isso. Problema nenhum. Mas o recurso é estilístico mesmo. Caso contrário, assista a https://www.youtube.com/watch?v=Al0c8HPPNOY&ab_channel=AninhaLeitte

      * O Terra Occitana não, não chega nem pertodo Saget. Saget custa quanto, mesmo... 240,00? Certo, ambos em preço cheio estão muito caros. Só que este entrou em 'promo'. O Saget, parece que não... Bebi pouca coisa do Loire. Mas acho que até já citei aqui mesmo e há pouco tempo: é uma de minhas lacunas... vc não pode pegar o que eu mesmo digo é uma lacuna e querer perguntar sobre ela, certo?

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    2. No, no, no... Como você diz....rs. Eu não faço detração. Detrator é quem diz que o vinho que o outro leva é "nojentinho", só por que não custa 1.000 Reais (pois é, o vinho agradou a todos e estava indo bem, até vc perguntar o preço dele. Daí prá frente, virou nojentinho...rsrs).

      Desafio 1. Não me respondeu! Por que não lembra, ou porque não tem? Pois é, falar que todos os brancos que levei são nojentos, tirando o Gravonia, só reafirma o seu lado detrator (viu, como dá para inverter? rsrs). Falar que um Gravner Ribolla Gialla 2005 é nojento? Ou que um Nicolas Joly Clos de la Coulee de Serrant 2005, ambos levados por mim, lá no Bart para bebermos, é nojento? Aliás, Nicolas Joly é do Vale do Loire, e é Chenin blanc... E não é doce, viu? rsrssr. Talvez então vc se refira ao Quinta do Vallado Reserva que levei meia garrafa recentemente... Seria nojento também? Estou aqui tentando lembrar a lista de nojentinhos...rsrs.

      Desafio 2. Perguntei sobre um Montrachet ("Montra"? meu Deus, que heresia...rs) que você apreciou... E vc me responde mostrando um link de um CHASSAGNE-MONTRACHET... E ainda diz que eu poderia ter procurado... hahahaha. E diz que na lacuna do blog bebeu inclusive dois Montrachet. Bebeu mesmo um Montrachet? Tente descobrir por que pergunto isso...

      Bem, foi mal no desafio, hein? Seu detrator de vinhos do Guy Saget! rsrsrs

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    3. No, no, no... (e já está me copiando).
      Sabe, esqueci que o Gravner foi obra sua - achei que fosse do Akira. mas o Gravner, justo o Gravner... pow... vai lá ver, está citado como 'vinhão'.

      E não, não é branquinho nojento (e não 'nojentinho') porque não custa 1000lão. Nada a ver. De onde tirou isso?

      Registre-se que o Vallado branco - muito bom também! - foi trazido aberto, sobra da noite anterior. E -canalha! - em outra postagem quiz tirar uma da minha porque levei um bom tinto que já bebera na noite anterior para uma recepção... 1000 vezes canalha...

      Agora... porque citei um 'Montra' de maneira genérica vc quer referir-se a um Le Montrachet? Pirô na batatinha? Sabe melhor do que eu: são vinhos imbebíveis (rs! sic!) para nossa $catxiguria$... Ara, vá vá...

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  2. Meu Deus! E ainda faz um P.S. reafirmando o desconhecimento! Agora sim, assinou o atestado...rsrs

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    1. No. Absolutamente no. Citei um Montra de maneira genérica e lá bem o bebê querendo levar a conversa para o Le Montra, como comentado... fim de discussão... 🤣😂

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    2. perdeu os argumentos, decretou "fim de discussão"...rsrs. Mas pense no lado bom: Nesse tempo, deu para vc ir ao seu professor google e/ou wikipedia e verificar a diferença entre Montrachet, Puligny-Montrachet e Chassagne-Montrachet. Viu como foi produtivo? rsrsrs

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    3. Longe de ter perdido argumentos...
      Estamos assim: você quer distorcer meus argumentos para ajustar os fatos para o que você gostaria que acontecesse, ou para o que gostaria que eu tivesse dito.

      Não precisei ver qual a subdivisão de Montrachet. Eu já sei qual é. Cito Montrachet de maneira genérica, e você 'quer porque quer' que essa citação seja especificamente o Le Montrachet, e decreta que eu me referia a ela especificamente, quando os vinhos do Le Montrachet custam 'a partir de' um montante que nenhum de nós pode pagar?! Cai (sic) na real... A discussão acabou mesmo...

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