Monday, April 5, 2021

Eu estava certo! 😃 Mas errei... 🙄

Introito

   A pandemia freou um melhor desenvolvimento da recém-formada confraria 'Noivas de Baco', o que foi uma pena. Eu esperava ansioso por algum encontro onde os participantes comparecessem vestidos a rigor. Seria engraçado ver o Gustavo, o Ricardo, o Edu e o Evaldo com modelitos de noivas... Quem poderia aparecer com os ombros de fora? Quem se apresentaria com vestuário mais recatado? 😂
   Na condição de prelado de grupo, sou responsável pela condução do rebanho pelo bom caminho do Senhor. Daí que tenho algumas propostas guardadas na manga para eventuais e futuros encontros. Uma dessas propostas era tentar apresentar um vinho que pudesse abrir fechado (sic! rs!) e, desagradando em primeiro momento, fosse deixado de lado e surpreendesse a todos no final. A ideia seria então ilustrar o grupo acerca da importância de um bom serviço do vinho e alertasse para alguns estilos de produção que de fato requerem tal atenção. E na minha opinião os italianos são ótimos para esse propósito... Achava que tinha esse vinho - e estava certo!, tinha mesmo! Só que sisqueci e, de repente, quando notei, estava com a rolha dele na mão!... 😟
   A inspiração veio da degustação de um Nemorino na famosa (sic! rs!) Noite dos Barolos sanguinolentos, que aconteceu em 2012: após uma abertura muito tímida como 'entrada' para uma noite de Barolos, voltamos a ele quando todas as principais garrafas haviam se acabado e a surpresa foi geral. 

I Giusti & Zanza Nemorino 2014

Já falei desse produtor, a  I Giusti & Zanza, há algum tempo, quando bebi seu Perbruno. Também havia comentado n'A Noite dos Barolos Sanguinolentos: Nemorino, Belcore e Dulcamara têm nomes retirados da ópera burlesca O Elixir do Amor (L'elisir d'amore). Nemorino é um campesino que se enamora por Adina. Nessa perspectiva, representando um humilde aldeão, é o vinho mais simples da I Giusti & Zanza. Corte de Syrah, Sangiovese e Merlot, novamente abriu fechado (sic!) às 19:30, quando vi-me com sua rolha na mão e lembrei-me que a ideia era abri-lo em outro momento. Mas já estava feito... Experimentei um pouco. Estando na fruta, aberto, bastaria recolocar a rolha e depositá-lo na geladeira. Não estava. Decantador, para aerar, não para separar resíduos. Até posterguei um pouco o jantar, e sentei-me com tudo pronto depois das 21:30. Escrevo às 22:30. Em algum bosque, Nemorino encontrou-se com Pã. Este tocou sua flauta enquanto o sol brilhava sobre as videiras; a terra fez seu trabalho e como resultado o vinho abençoou a todos com seu esplendor, enquanto Pã e Nemorino dançavam seus passos repletos de felicidade. Nemorino expressa fruta abundante, um toque terroso e couro. Tem corpo médio, boa acidez, taninos bem marcados e redondos, 14% de álcool um pouquinho perceptíveis. Tem ainda alguma especiaria na boca, com um final que surpreende para um vinho de entrada a um custo de 15,00 dóla la fora. I Giusti & Zanza é um produtor mal compreendido por aqui principalmente em função de seu péssimo serviço nas degustações promovidas pelo importador. Para um serviço tão... tão... tão porco, não vem ao ocaso (sic! rs!) quem seja. Curiosamente, continuam a importar. Tem no Pão de Açúcar a R$ 102,00, e em outros lugares a até R$ 180,00. É um absurdo o quanto pode variar. Mas o preço no PdA está bom. Só que - outro serviço de porco - não revelam a safra. Compre e beba (direito) ou guarde.

Resenha de filme: Godzilla vs. Kong

Gosto muito de ficção científica (e seu sub-gênero, a fantasia. Por que nessa ordem? Ora, porque foi a ciência quem triunfou, e não o contrário. Por mais que alguns obscurantistas tentem desconstruir essa verdade). Filmes e livros - claro, também poesia, pintura, artes plásticas... é um tema sempre apaixonante. Mas principalmente livros. Como a maior parte das pessoas conhece o gênero mais pelos filmes, tenho por premissa acompanhar a vertente um pouco mais de perto - mas não acompanho tudo. Godzilla começou como boa ficção científica. Veja a obra original dos Estúdios Toho, de 1954. Lembre-se que o Japão apresentava-nos essa obra 9 anos depois de ter sido destroçado, inclusive sob duas bombas atômicas. Jogassem uma única em S. Paulo, a pátria jamais se levantaria novamente - em verdade nunca estivemos em pé. Mas certifique-se de ser a versão japonesa original, e não aquela mostrada nos cinemas norte-americanos. São diferentes! Já King Kong apresenta um mundo (uma ilha) desconhecida, algo que fazia sentido, em 1933. O Everest só foi conquistado em 1953(!), então em '33 brincar com o imaginário popular de ilhas ainda não descobertas fazia algum sentido. Não tínhamos satélites! Pow, vamos falar do filme?
   Godzilla e Kong simplesmente traem toda sua estória e origem. Deixaram de ser ficção científica para flertar com ideias obscurantistas como terra oca - só faltava ser a plana! - e soluções ridículas para situações absurdas. Nem aqueles filmecos dos robôs que se transformam em carros ganha na ruindade! (sic) A um dado momento, Kong está lá em algum lugar da terra oca. Um lugarzinho chinfrim onde nem a gravidade funciona direito. Sei lá quantos quilômetros abaixo da superfície. Seu arqui-inimigo, Godzilla, solta um raio pela boa - tá, ele faz isso - e abre um buraco desde a superfície até 'lá embaixo'. Detalhe: a garganta de Godzilla tem um certo diâmetro. Quanto? Uns 25 metros? Claro que não! Uns 43 centímetros, no máximo! (gargalhadas!) Bem, ele solta o catso do raio pela boca e 'cava um buraco' (sic! rs!) da superfície até o lugar onde está o outro catso da terra oca de um diâmetro tal que o Kong pula nele (e a gravidade!?) e volta para a superfície da terra de novo! PERAÍ! (Esquecendo o problema da gravidade), quanta potência é necessária para isso? Para onde foi esse volume colossal de terra derretida? Tá, cai uns 10 metros cúbicos em cima de algum bandido que precisava morrer bem naquele momento. Falta explicar para onde foram os outros 999.990 metros cúbicos de 'lava'. Aí Kong e Zilla se pegam pra capá (sic! rs!), este dá-lhe um Roundhouse kick que quase mata Kong e vai brigar com outro monstro que nada tinha a ver com a estória. Nesse meio tempo, um tonto de um 'cientista', que vira exímio piloto de uma aeronave fora de linha (sim, um protótipo) tem a brilhante ideia de reanimar Kong dando-lhe um choque com a potência de... 'iluminar Las Vegas'. PERAÍ! É um protótipo que parece operar algum campo gravitacional descomunal e o tonto do cientista aprendeu a pilotar só porque o piloto foi comido por um passarinhão lá na terra oca?(!) E estamos falando de amperagem, e não de voltagem. Algo suficiente para transformar 300 King Kongs, 150 Godzillas e mais uns 150 Jesus Cristinhos em farelo de mandioca de uma vez só... Mas o único Kong presente em cena levanta-se rodando a baiana e ajuda seu novo amigo Zilla a destroçar a criatura que apareceu do nada 😂. No final, eles se fazem um sinal de positivo e cada qual segue seu caminho. Se o leitor é estúpido o suficiente para reclamar do tanto de spoilers daqui, deve, deve, deve... bem, já sabem o que ele 'deve' (fazer). Ora, depois de todo esse disparate você considera assistir? Então vá... 😟 Os spoilers não farão qualquer diferença. É gado o suficiente para aceitar qualquer m... m... mandracaria chinfrim e sem vergonha que vier pela frente. Nota: 5 vinhos de garrafão. Da pior qualidade.

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