Friday, May 7, 2021

Quem tem medo de Oliver North?

Introito

   Quem Tem Medo de Virginia Woolf? é um filme que conheci como peça de teatro. A versão cinematográfica de 1966 foi estrelada por Richard Burton e Elizabeth Taylor no auge da beleza (ela fizera o papel-título de Cleópatra em 1963...); não sei de outra versão; espero que não: você conhece uma refilmagem melhor que o original? Pois é. A estória logo virou peça teatral. Por aqui, foi encenada já em '65 tendo como personagens principais ninguém menos que Cacilda Becker e Walmor Chagas. A versão da qual ouvi falar é a de '78, porque... anunciava na tevê! Que peça você vê sendo anunciado em horário nobre nos dias de hoje? Algo vai mal. No elenco, Tônia Carrero e Raul Cortez! Gente boa, embora quase solitária no mar das mediocridades ditas 'atores' que infesta o cenário tupiniquim. A versão de 2000 contou com o Marco Nanini, que junto do Tarcísio Meira e do José Wilker praticamente fecha o grupo de grandes atores que tivemos desde.. sempre. Note o praticamente. O que podemos dizer de 'nova geração' (depois desses) conta com igual (e reduzido) conjunto de nomes.
   Já Oliver North é uma referência mais sutil. Foi um milico americano pego no pulo fazendo podriqueiras durante o governo do Reagan, lá por '86. Imediatamente demitido pelo mandatário, foi a julgamento. Ao contrário do que se imaginava à época, assumiu toda a culpa pelos malfeitos, inocentando completamente Seu Presidente de qualquer aprovação, participação ou conhecimento dos fatos, ao estilo do um manda e o outro obedece. Você sente ter visto algo parecido, recentemente? Pois é, acompanhemos os próximos capítulos da novela CPI de uma Covid, transmitida ao vivo nos melhores canais. Apenas não acredito que o sargento Pincel será homem o suficiente para assumir toda a culpa e livrar a cara do capo. A ver...

Um deslize controlado em meio à pandemia

Tentando manter um encontro mensal com a confraria - ou o que restou dela - reuni-me com a Neusa nesta quinta-feira. Akira não viria, e ela convidou uma amiga, a Elvira. Risco minimizado: por médicas, estão vacinadas (e re-vacinadas). O perigo, portanto, correu por minha conta, em um grupo onde todos estão relativamente distanciados ou praticando suas atividades com máxima atenção aos protocolos. Degustamos, por ordem, o Astoria Prosecco Corderie Valdobbiadene Superiore Docg Extra Dry, o Chateau Teyssier Grand Cru 2011, o Lopes de Heredia Viña Bosconia 2005 e o Tokaj Leonis Selection 3 putônios 2006. Astoria é um Prosecco do Vêneto, tem bom equilíbrio, notas florais, mineralidade e surpreendentemente mantinha as bolinhas no dia seguinte - apesar de mal arrolhado. É um produto de 10 moedas (lá), e desnuda os produtos nacionais de 150 moedas sem a menor dificuldade. Com um dóla a R$ 4,00, seu custo 'lá' é 40 moedas, enquanto exemplares nacionais já custavam as tais 150 moedas, evidenciando o excesso descarado do preço dos produtos nacionais. O Chateau Teyssier 2011 repetiu a performance já comentada anteriormente, e foi o vinho preferido - secou antes do final do encontro. O Lopes de Heredia Viña Bosconia 2005 foi bem recebido mas mal servido. Culpa máxima deste que escreve. Já tive o imenso prazer de beber vários Lopes de Heredia. Inclusive um deles, Tondonia Gran Reserva, ofertado pela própria Neusa. Este Bosconia logo que aberto mostrou boa fruta - mais vermelha, pareceu-me - boa boca, equilíbrio entre tanino e acidez. Elegante, mas menos pronunciado que o Teyssier. A tragédia (sic!) é que sobrou para o dia seguinte, quando o escrevo. Novamente, o milagre da transformação: cara, jeito e trejeito do típico Borgonha: a acidez marcou mais; apareceram notas de café e especiarias, o arredondamento foi geral. A persistência subiu - será pela acidez que melhorou? Não sei dizer. Talvez precisasse de umas 4 horas de aeração para mostrar a que veio, mas... no dia seguinte estava inteirão. Lopes de Heredia, de preferência em alguma versão reserva ou gran reserva tinto, é um vinho que eu preciso comprar novamente antes de morrer (😆). Tenho um Tondonia branco reserva para degustar em algum momento... antecipo que será bom... A sobremesa foi torta de chocolate acompanhada do Tokaj Leonis Selection 2006. Seguramente à base de Furmint, cepa típica desse vinho, abriu com ótimo toque cítrico - casca de laranja, pareceu-me - dulçor muito equilibrado, ótima acidez, boa persistência, e combinou muito bem com a torta. Como fechamento, foi excelente. Ambos ofertados pela Elvira, que mostrou-se ótima convidada para o encontro da confraria 😆! Aprovadíssima para novas participações...

4 comments:

  1. Olá Carlos,
    Eu também aprecio por demasiado os vinhos desta vinícola. Coincidentemente, no início do ano eu comprei uma caixa deste Viña Bosconia 2005, de um importador de quem sempre compro. Cada garrafa me custou 200 reais. Achei razoável. Já bebi duas delas no aniversário de meu pai e achei muito bom o vinho.
    Abraços, Paulo Mendes

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    1. Paulo, duzentos pelo Bosconia? 😲
      No se puede... 🤣😂
      Aqui o Gravonia parou de ser vendido já no ano passado a uns trezentos... Qual é mesmo o importador? 🙄 Eu 'bookmarquei' (rs) o endereço em um dos três computadores e não estou encontrando... Nesse preço eu compraria umas 3 garrafas, ainda mais nessa safra...
      Os vinhos são realmente muito bons. Chegam mesmo a um estilo borgonhês.. para quem gosta, uma delícia...

      obrigado!
      Carlos

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    2. Olá Carlos,
      Não tenho motivos para mentir. Caso queira, passo os dados do importador em mensagem para seu endereço eletrônico. É o que consta em seu perfil no canto superior esquerdo da página?
      Saudações, Paulo

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    3. WOW! Jamais sugeri isso! Lamento se passei a impressão... foi mesmo um comentário de quem acha o preço inacreditável!
      O Gravonia branco por aqui não custava 200 nem com o dóla a R$ 3,50-R$ 4,00...

      Sim, o contato dotscarlos@gmail.com

      obrigado!

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