Saturday, July 31, 2021

Cedro do Noval 2015

Introito

   Jorge Lucki, um dos maiores especialistas sobre vinhos nesta terra de nós-cegos, tem coluna constante em Valor, importante jornal de economia. Faz sentido; o público desse veículo tem alguma sofisticação (nem que seja para segurar a taça da maneira mais afetada possível) e o jornal supre sua audiência com um assunto que, graças ao colunista, fica leve e informativo. Avisado pelo Ricardo, uma Noiva de Baco (rs! sic!), fui correndo olhar uma live armazenada no Youtube, está aqui, onde, em 51 minutos, Lucki discorre sobre muitos e muitos assuntos como evolução e métodos de produção, vinho nacional, importação e preço, considerações sobre consumidores, produtores e muito mais. Vale a pena conferir.
   Preciso dizer que concordo com muitos e muitos pontos abordados pelo Lucki, mas ainda discordo de uns tantos. Antes, também preciso dizer (desculpe a repetição) que ele é um profissional do mercado, oferece seus serviços de avaliação de vinhos a diversas importadoras e portanto não pode passar uma descompostura com bucha e sabão em quem, eventualmente, pagará pela sua consultoria. Ele faz certa crítica, mas dá o que vem-se chamando de uma boa passada de pano nas questões mais sensíveis. Nesse ponto este Enochato tem muito a ensinar ao Lucki. Os detratores dirão que será o único (ponto), e nem discordo. Mas e eles? Conseguem ensinar algo ao Lucki? Pois é...

Cedro do Noval 2015

Para minha surpresa - achei que fosse há mais tempo - recentemente experimentei um Cedro 2010. Já estava, portanto, com seus mais de 10 anos. Este, está com quase seis. Sua maioridade (no contexto da expectativa de vida) vem bem expressa em fruta vermelha viva e imediata, parecendo cereja. Especiarias? Chocolate? Na boca, a... cereja(?) acompanha, com o travo algo doce do vinho português. É um vinho médio: corpo, acidez, taninos não tão pegados... médios... álcool equilibrado (13,5%), boa permanência e retrogosto. Como a outra garrafa degustada, e como neste espaço faz todo sentido, dependendo do preço é felicidade engarrafada. Note que esse conceito é tão abrangente quanto etéreo. Um vinho bom mas muito caro jamais o será, enquanto um vinho mais simples a um preço honesto o será sem dúvida. Quem atribui esse conceito? Seu criador, este Enochato, é claro. Quer sistemas de notas até 20 pontos, até 100 pontos, estrelas, tacinhas, etc., veja todos os outros avaliadores. Aqui o leitor encontra um sistema único. E, claro, muito mais preciso, confiável e plenamente reprodutível... 😂😆  Claro, o sistema pode ser tudo, menos reprodutível. Ora, você não esperaria que eu entregasse algo de graça, esperaria? Não, não é assim. Custa escrever uma coluna. Cobro atenção e perspicácia do leitor. Não gostou? Youtube.com; vá no trends que tem (sic) um monte de coisa fácil e engraçada.

Preço

   Cedro é um vinho de preço médio em USD 18,00, atualmente. Dá R$ 90tinha. Aqui, encontra-se de R$ 169,90 por R$ 129,90. Também de R$ 192,00 por R$ 129,00. Se bobear, encontra a R$ 119,90, sem 'promo'. Para um vinho de mais de R$ 90,00 'lá', está um preção. Mesmo a R$ 180,00, ainda é 2x.  Continuo achando que destroça sul-americanos de R$ 200,00. A importadora é uma só. E, no final, quase todos os revendedores caem na mesma faixa de preço (notou?). Curioso, né? 
   Cedro sofre (sic) da mesma maldição de Terrunyo - já comentei em alguma postagem. Ficam naquela, tensionando o preço a R$ 320,00+ e fazendo 'promo' a todo momento, por R$ 240,00. Antes, era preço de R$ 240,00 com 'promo' a R$ 170,00. Por que não vendem logo ao preço menor, em vez de tentar praticar golpinhos em cima do consumidor desavisado? Quer dizer... estamos na Era da Informação. O consumidor já não pode ser chamado de desavisado. Otário cabe-lhe melhor. Invoco a máxima de Marx e Engels devidamente atualizada para nosso tempo e espaço: Consumidores do Brasil, emendem-se!





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