O início
A Bodegas y Viñedos Santa Emiliana S/A "nasceu" em 21 de Novembro de 1986, tornando-se Viñedos Emiliana S.A. em 20 de abril de 2004, quando foi incorporada como uma divisão da potência chilena Concha y Toro. Desde cedo, seus proprietários notaram que os consumidores estavam tornando-se mais e mais alertas aos produtos que compravam, não apenas sob o aspecto de saúde, mas também quando aos impactos sociais e ambientais causados pela produção desses produtos. Eles comeraçam a trabalhar, então, os conceitos de produção orgânica e biodinâmica. Enquanto boa parte desse esforço pareça séria para este comentarista, como a utilização de compostagem (técnica para controlar a decomposição de materiais orgânicos), entorno de vegetação nativa, eliminação de pesticidas e fertilizantes, de repente esbarramos em conceitos como "calendário biodinâmico" e outros que, a princípio (e a menos de deslavada ignorância) não encontram amparo na ciência tradicional. E, no final, fica a impressão de um discurso bonitinho para se cobrar mais pelo produto. Essa introdução dá pano pra manga, mas eu prefiro mesmo é que dê taça o vinho.A linha de produtos
Com seus vinhedos espalhados pelos principais vales produtores de uvas do Chile, a linha Emiliana começa com varietais das principais cepas plantadas no Chile: Cabernet Sauvignon, Carmenère, Syrah e Merlot. São vinhos fáceis de beber, simples, que agradam aos iniciantes e consumidores menos exigentes. Em seguida, a linha reserva conta com varietais Cabernet Sauvignon, Carmenère e Pinot Noir, embora no passado tivesse alguns cortes onde o de Cabernet-Syrah era disparado o melhor. Conheci esses vinhos entre final de 2007 e início de 2008, quando os comprava a R$ 17,00 e R$ 23,00, respectivamente. Pelo preço, eram bons produtos. A linha de orgânicos começava com os Adobe, passando pela Novas e chegando ao mais recente, Signos de Origen. Cabe dizer que, em um primeiro momento, o Novas não era apresentado como um Gran Reserva, como o é hoje. Completavam o catálogo a linha biodinâmica: Coyam e Gê (gê... raldo?).Histórico de um descalabro
Na crise de 2008 os vinhos básicos passaram a cerca de R$ 25,00 e R$ 32,00, respectivamente. Todos devem lembrar-se que naquele momento o dólar disparou de aproximadamente R$ 1,80 para R$ 2,50. Tenho cer-te-za absoluta: com o dólar nas alturas, nossos importadores compraram tudo o que podiam de vinhos, ignorando a crise e deixando de lado o fato de, justamente por causa dela, a tendência dos preços é cair, pela falta de consumidores. Mas qual, nossos importadores garantiram a estabilização dos preços dos vinhos mundo afora, comprando com afoiteza tudo o que viesse pela frente, além de fechar antecipadamente a compra das próximas safras... não há outra explicação para o fato dos vinhos terem subido naquele momento, e nunca mais terem caído. Bem, alguns caíram. Claro, nada perto do que haviam subido anteriormente. E essa estória maluca é a única explicação plausível (sic!) para esse aumento de preços.Nesse contexto, foi lá por 2008 que conheci a linha Novas. Naquele momento um dos Novas Winemaker's Selection apresentava um peculiar e diferente corte, o Syrah/Mourvedre, mais comum no Rhône, e que hoje parece não existir mais na linha da vinícola. Um bom vinho, mas não pelos R$ 80,00 em média que se pedia por ele à época. Acabei comprando uma garrafa do 2005, em uma degustação promovida pelo importador e pela Mercearia 3M pelo único motivo de minha esposa ter gostado muito do produto. Pelo mesmo preço, veio com autógrafo do enólogo da Emiliana, o simpático César Morales. O Coyam, cujo valor no Chile ombreava com o Etiqueta Negra, da Tarapacá, e com o Max Reserva, da Errazuriz, algo como 10 mil pesos (R$ 40,00), chegava aqui a R$ 160,00, enquanto os primeiros não passavam de R$ 120,00. O Geraldo (rs) atingia as raias do pornográfico. Leviandade nos preços, leviandade nos textos, digo que Nelson Rodrigues ficaria ruborizado.
Novas Winemaker's Selection 2005 e 2006: muita mudança de uma safra para outra ou o 2006 merece envelher mais?
Oi Carlão,
ReplyDeleteO novo importador da Emiliana é a La Pastina (World Wine), e está praticando preços mais justos.
Abração,
Flavio
Passei outro dia no sítio deles, não tinha nenhum Emiliana. Deve estar em falta, então.
ReplyDeleteNão aparece no site, assim como o Maycas del Limari, mas eles já comercializam faz tempo. Veja o site da La Pastina.
DeleteAbração,
Flavio
Verdade verdadeira, está lá. Sem preço, o que é uma pena - ou melhor assim, não passamos nervoso (rs).
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