Wednesday, March 11, 2020

O Numanthia

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Introito

   - Carlão, a gente põe umas garrafas na mala do menino - assim, com seu jeito bonachão, o Paulo rifou algum espaço na mala do Vinícius, seu filho que viajaria para em curtas férias para... . , no caso, é a Terra Prometida dos amantes do vinho, um lugar onde os bons preços caem do céu como um maná eterno, e o bebedor não precisa estocar vinhos como um louco ao menor sinal de queima de algum importador que na verdade apenas reduz sua margem para índices civilizados, tentando economizar assim algumas moedas. Sim, é a América. Bem, depois de conseguir uma mala de vinhos (sic), nada mais justo do que convidar meu benfeitor para experimentar um pouco do que ele me conseguira franquear um frete. Escolhi algo não dessa leva; escolhi algo que há tempos estava em minha adega e eu já achava estar bom para experimentar...

Numanthia

   A Bodega Numanthia tem um sítio bem organizado, embora um pouco chato de entrar. Localizada na DO de Toro, próximo à municipalidade de Valdefinjas, na DO Castilla y León, sendo uma das cinco regiões com denominação própria (as demais são Bierzo, Cigales, Ribera del Duero). Toro é uma região que, no século XIX, sobreviveu à infestação de Phylloxera. Conta-se que o bichinho deu de cara com as uvas e fugiu de medo, sem infestar as raízes dos parreirais. Não sei... sei que a uva autóctone é a Tinta de Toro, uma variedade da Tempranillo com a característica de possuir casca mais grossa, resultando em maior acúmulo de taninos e, portanto, vinhos verdadeiramente pegados.
   A Bodega faz parte da Grandes Pagos de España, entidade que reúne a elite dos produtores espanhóis. Em 2008 foi adquirida pelo grupo de artigos de luxo LVMH, que reúne umas marquinhas como Moët & Chandon, Hennessy, Louis Vuitton, Bvlgari e muitas outras. Produz três vinhos, Termes (de entrada), Numanthia e Termanthia (o ícone).
   Numanthia 2003
    14,5% de álcool, 100% Tinta de Toro (Tempranillo).
 Uma característica muito importante é a atenção que se deve ter no serviço. Abri Numanthia com 24 horas de antecedência, e fui acompanhando a evolução. Já havia experimentado um Namanthia anteriormente, com 10 anos, e pouca decantação. A avaliação está aqui, no Vinhobão. Aberto às 20:00, no dia seguinte, às 8:00, ainda estava fechado. E já estava com 15 anos nas costas... Ao meio dia, começou a abrir e mostrar mais fruta. às 20:00, como gosto de dizer, "era vinho"... Boa fruta vermelha, café/chocolate, algo de especiaria, muito corpo (graças ao tanino e à boa acidez), equilibrado. Ótima persistência, e final longo - longo mesmo.
   Para o Paulo e para o Vinícius, foi uma experiência única o quanto Numanthia "lavava" a boca após cada bocada do cordeiro preparado no Solar dos Portuga. Para este que voces escreve, foi uma prazer voltar a provar de Numanthia desta vez acertando melhor o serviço desse vinho que, sem dúvida, vale  pena ser experimentado. No Brasil, custa um tanto caro - e as safras disponíveis são novas... Se puder, tenha paciência, dê-lhe pelo menos 10 anos e decante 24 horas sem dó nem piedade.






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