Sunday, July 4, 2021

Jumilla... again de novo (sic)

Introito

   Bebi um Jumilla há bom tempo. Na verdade foram vários, mas apenas um acabou postado. Foi em um contexto de compra de safra mais antiga em queima, onde algumas garrafas estavam boas, e outras não. Não é que ficou alguma mágoa (rs); de repente faltaram outras oportunidades, ou até bebi e não percebi. Vai saber. Mas no vínculo acima tem um breve comentário sobre essa região localizada no sudeste espanhol, na DO de Múrcia. Não conhece? Nem eu... 😔 Então, se leu a postagem indicada, considere que sempre vale a pena conhecer ou revisitar. Só não caia na queima de safra antiga daquele vinho simples que a importadora tubarona trouxe, não conseguiu vender e de repente - não mais que de repente - aparece em 'promo' de 50%. É difícil uma região europeia que não produza vinhos com alguma qualidade. Alguma, pelo menos. E é apenas difícil, mas não impossível 😂. Curiosidade e cautela, andem juntas!

Juan Gil

   Juan Gil Giménez começou a produzir vinhos no começo dos anos 1900 na própria região de Jumilla, uma Denominación de Origen Protegida, e atualmente cultiva vinhas em diversas outras regiões como Montsant, Rueda, Castilla y León, Rioja, Priorat e outras mais. Seus vinhos volta e meia figuram em listas dos 100+ de avaliadores. Por mais que tais listas possam ser contestadas - e devemos sim recebê-las com algum senso crítico - diga-me aí: você já bebeu algum vinho ruim oriundo de alguma dessas listas? Qualquer que seja, mesmo do famigerado James Sucks... (rs!). Lembremos ainda que falamos de 'vinho ruim', e não de vinho que o ilustre leitor 'não gostou'. São coisas diferentes.

Juan Gil Etiqueta Plata 2018

Juan Gil Etiqueta Plata 2018 é um vinho 100% Monastrell, também conhecida como Mataro na própria Espanha, na Califórnia e na Austrália, e ainda como... Mourvèdre(!) na França. É uma cepa conhecida por produzir vinhos de bom corpo e altos níveis de álcool. Passadas duas horas desde a abertura, mostra aroma frutado com fundo adocicado e algum álcool sobrando - o vinho na taça está a uma temperatura um pouco mais alta, e com o frio que anda fazendo não é ruim, apenas pode encobrir um pouco outras características. O doce continua na boca, mas não é enjoativo. Nem é como o doce do travo português, tem sua característica própria. Toque terroso, corpo médio, alguma acidez - o álcool (15%!) sobrando um pouco atrapalha na apreciação - e é um tanto ligeiro no final, sem muita permanência. Tem seus defeitos? Tem. Mas vejamos: é uma boa opção na faixa de preço, vendido no sítio do produtor a 12 Euros, algo como 15 Dóla. A um dóla de R$ 6,00, dá 90tinha. Recalculando a R$ 5,00, dá 75quinho. Paguei R$ 117,00 - comprando uma boa quantidade de vinhos, negociei um pequeno desconto - o que deixa o produto como uma pechincha. Para meu desgosto, esgotou no sítio do importador, a Enoeventos... mas... a R$ 199,00 (😞). 
   (batendo palmas): - Alô alô, Oscar, o preço anda escapando! 
   Certo, com o dóla a R$ 6,00 ainda dá 2x, mas comprei aos R$ 117,00 em janeiro/21, o dóla de R$ 6,00 já tinha passado. Mantenho Enoeventos como uma das importadoras que mais respeita o consumidor. Mas, como sempre comentado no blog, não dê mole. Compare. Lembre-se: volta e meia vemos notícias onde os articulistas noticiam - escandalizados! - o preço dos produtores da Apple no Brasil, comparando-os com os preços no resto do mundo. E mal dá 100% de diferença! Veja aqui, e aqui. Esses matutos deviam escrever um pouco sobre vinho! Ou, de outra maneira, os energúmenos que tentam justificar margens de 3.5x,4x, 5x, deveriam olhar um pouco mais para o resto do mundo. Tolos! Queimem no inferno! 😅

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