Sunday, February 6, 2022

Juan Gil Blau 2019 e uma transferência inusual

Introito

Procure o Criador apenas pela fé, e só o encontrará se ele apresentar-se a você.
Procure-o desafiando a Ciência e quase certamente haverá de encontrá-lo mais rápido do que imagina.
Provérbio do Enochato

   Uma tola da República Tcheca chamada Hana Horka tinha para si mesma que "sua filosofia era de que ela preferia a ideia de pegar Covid do que ser vacinada", segundo o próprio filho. "Agora vai ter teatro, sauna, show", escreveu ela em alguma rede social durante a convalescência, dois dias antes de piorar e ir a óbito. Assim caminhamos: bandos de tolos acreditando em óbvias notícias falsas e simplesmente desprezando o que passou a infância fazendo: vacinando-se. Ou na Europa não vacinam, pelo menos, contra pólio, sarampo, caxumba, rubéola e algumas outras? Ainda que não, desta vez estamos em uma pandemia. Impossível acreditar que os alertas não foram emitidos. Desconsiderá-los apenas nos adverte do quão longe vai a ignorância, que tenta nublar não apenas a ciência, mas a própria cidadania. Vejam em nosso caso os milhares de bolsonésios e lulalelés enrustidos ou declarados, a despeito do "nem lulalelé nem bolsonésio". Vejam ainda nos comentários passados deste blog o obscurantismo de tolos que tentam porque tentam defender as margens absurdas praticadas pelas importadoras tubaronas do mercado. Tudo isso é mer... mer... mercadoria da mesma pocilga que apenas tolos e desavisados aceitam. No caso da saúde pública, a despeito das falhas do governo - e canalhas que agradecem à natureza pelo surgimento do Coronavírus - a sociedade civil está mais informada e um tanto organizada para combater o mal. No caso de vinhos, enfrentamos primeiro uma falta de informações que este espaço tenta cobrir, em uma voz solitária contra farsantes e aproveitadores que vendem-se em troca de umas poucas garrafas e propagandeiam ofertas carérrimas (sic) como boas compras. Está tudo dominado? Continuo fazendo a minha parte, sem esmorecer.

O fio desencapado

   Há algum tempo estava com meu fio desencapado procurando algum fundilho. Acho que de algum importador tubarão ou assecla energúmeno, não lembro bem. O fato é que comentei sobre a região vitivinícola de Jumilla e as Bodegas Juan Gil, ao experimentar dois exemplares desse produtor de uma só vez. Agora, um terceiro. Sugiro fortemente o tema vinculado aqui para acompanhar a leitura da postagem... 😂🤣. Depois o amável leitor me conta se tem a ver.

Juan Gil Blau 2019

Blau é a lavra de entrada da série Cellers Can Blau (uma das bodegas do grupo, pelo que entendi), produtora de três vinhos. Baseado em Montsant, na região da Catalunha, é um corte 50% Cariñena, 25% Syrah e 25% Garnacha, com fruta (negra?) muito viva no nariz, boca onde os 14% de álcool fazem malabarismo para se equilibrar com bons taninos e acidez viva. Mas o malabarismo dá resultado, e os 4 meses de barrica aportam alguma especiaria - mas não peguei a madeira em si - que dão graça ao conjunto. Tem corpo médio, é um pouco ligeiro e o retrogosto não é tão marcante. Lembre-se da brincadeira com o Renê e seu Numina, e novamente aposto que derruba sul-americanos do dobro do preço, pelo menos. E queria o quê, por um vinho de 8 euros? Foi comprado na bléqui fraid por R$ 94,00 (convertendo hoje, 8 euros dá 50tão) e por tal fica matador; ótimo vinho pelo preço, menor que 2x o preço 'lá'. Atualmente custa R$ 139,00, o que o coloca no perigoso patamar de quase 3x! Pondo-me em pé e batendo palmas três vezes: - Alô, alô, Oscar, o preço está escapando! O que acontece? Note-se que o preço 'Enoclube' está R$ 118,15, o que dá 20% acima de 2x - para o 'Enoclube'!. Diria que é uma compra limite. Os três vinhos dessa série estão variando um pouco, para cima ou para baixo, com relação ao 'preço lá' em 2x, considerando o preço Enoclube. A melhor compra é o Mas de Can Blau, vide imagens comparativas mais abaixo. Se você não é um Enocluber (sic), aproveite este conselho de um comprador dessa importadora: ligue em vez de comprar direto do sítio. Comece dizendo que você viu o ... (vinho mais caro de sua lista) e peça um desconto para comprar uma caixa sortida. Eles fecham, que vendedor precisa ser muito ruim para ignorar a venda de 12 garrafas. Compre com amigos, se for o caso - sempre faço assim com a turma de uma confraria mais antiga. São todos clientes da importadora, e quando um liga o Oscar já desconfia😁. Por outro lado, quase sempre compramos duas caixas, o que torna o negócio bom para ambos os lados.




Resenha

O leitor já percebeu minha queda por filmes (mas também livros) de Ficção Científica. O gênero atravessou diversas fases. Inicialmente, e durante muito tempo, os efeitos especiais deixaram (muito) a desejar. Vai que os melhores filmes pautavam-me mais por uma estória atraente - embora quase sempre inocente - do que pelos efeitos em si. Claro que muito esforço foi empregado em produções que marcaram época. Gostei muito de Forbidden Planet ('56), assistido pela primeira vez em Sessão da Tarde nos anos '70. Tem o Leslie Nielsen novinho de tudo e o Richard Anderson, que ficaria famoso por aqui como o Oscar Goldman do seriado O Homem de Seis Milhões de Dólares igualmente novinho que mal dá pra reconhecer. Estes dias mesmo estava relembrando a luta contra o monstro do Id (sim, o Id da psicanálise). Veja aqui. Apenas para registro, a visita às instalações dos Krell também é impressionante - para a época. Nada disso adianta o verdadeiro mote do filme; pode olhar com fé (rs). Em se tratando de efeitos especiais, vários saltos foram sendo dados e vários paradigmas foram quebrados: 2001, Guerra nas Estrelas, O Exterminador do Futuro 2 e outros na sequência. Há mais de 20 anos, os efeitos especiais assombram e deixaram de ser mérito para ser obrigação em qualquer filme que pretenda ser digno do gênero. Curiosamente, entretanto, parece que os melhores filmes foram aqueles realizados com nenhum ou um mínimo de efeitos especiais: Alphaville ('65), Fahrenheit 451 ('66), Os 12 Macacos ('95), Gattaca ('97), Transfer ('10), Coherence ('13) e Predestination ('14) , por exemplo. Comentarei Transfer. Um casal de terceira idade conversa sobre fazer ou não fazer - ela mostra-se incomodada com a ideia. Fazer o quê? Assunto deles, não sabemos. Até que ela é diagnosticada com uma doença terminal, e o instinto de sobrevivência fala mais alto. Um processo de transferência de suas consciências para os corpos de jovens voluntários permite que o casal volte a desfrutar os primeiros anos da paixão, usando esses corpos algo como 20 ou 22 horas por dia e então eles "adormecem", quando o controle retorna aos proprietários originais. Inicialmente os voluntários enfrentam problemas: - Você me possuiu! Nós nem nos conhecemos! (Mas o casal de idosos tinha 50 anos de convivência...). Soluções verdadeiramente elegantes, nos detalhes, nos maravilham, como o diálogo que se estabelece entre as duas mulheres, que vão se conhecendo e se tornando amigas. Claro, nem tudo é um mar de rosas e a trama caminha para descobrir o lado negro da força (sic). As análises aqui não são de fato muito profundas. Entenda-as como uma provocação para assistir (ou não...) filmes que considerei acima da média para o gênero. No presente caso, os acontecimentos narrados praticamente limitam-se aos primeiros 20 minutos do filme, então o leitor pode estar certo de que encontrará muita diversão e dramas humanos em Transfer.

11 comments:

  1. Como posso contatar o pessoal da Enoeventos? Eles dão um bom desconto para que compra de caixa? Tenho um grupo de amigos e estamos pensando em comprar deles.
    Obrigado pela dica.

    Samuel

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    1. Olá, Samuel, espero que tenha gostado da leitura.

      Contate pelo site, https://www.lojaenoeventos.com.br/
      Lá tem o uátizápi (sic! rs!). Das primeiras vezes eu abordei o sr. Oscar pedindo o preço de Enoclube, que dá 15% de desconto (não faço parte do Enoclube...). Depois, como sempre comprei de caixa, meio que virou padrão. Não estamos comprando uma garrafa apenas, mas uma caixa. Vale a pena pechinchar.

      []s, e bons goles. Depois realimente o blog, se provar de algum vinho degustado aqui. Concorde ou discorde, à vontade.

      obrigado!
      Carlos

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    2. Obrigado Carlos.
      Já escrevi para eles. Tomei a liberdade de dizer que peguei as informações com você. Espero conseguir um bom desconto. Vinho tá muito caro.

      Samuel

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    3. Falei para uns amigos escreverem também. Como você disse, será bom para todos.

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    4. Olá, Samuel.
      Não sei qual a sua 'pegada', mas se dar uma lida aqui, https://oenochato.blogspot.com/2021/05/o-brunilde-e-o-branco.html, e souber cozinhar, tente o Montemajor Passerì acompanhando camarão ao Mascarpone. A combinação é deliciosa. Observe que harmonização se faz misturando a comida e o vinho na boca, mastigando ambos!

      []s,
      Carlos

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    5. Eu até gostaria Carlos, mas sou alérgico a frutos do mar. Também não posso comer queijos com lactose. Mas obrigado pela dica, de qualquer forma. Vamos ver se eu consigo uns 25% de desconto na enoeventos.

      abraços,
      Samuel

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    6. já já estou batendo na porta de Enoeventos dizendo que sou amigo do Samuel... 🤣

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    7. hahahahaha. Melhor nem citar que é meu amigo depois que eu e todos meus amigos insistirmos nos 25% de desconto.

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    8. É assim: se sua conversa colar, seu seu amigo desde sempre... 😂
      Se não colar... vou até ficar um mês sem aparecer... 😣

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  2. Então considere-se meu amigo desde sempre.

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