Sunday, August 11, 2024

Meu Caro vinho me perdoe por favor...

Introito

Bem aventurados os que creem sem ver.
Jó 20, 29 ditador N. Maduro


Parte desta postagem estava escrita quando a plataforma Blogger enfrentou alguns problemas, impedindo a edição de várias colunas, dicas e alertas. Nesse meio tempo,o sinistro Taxad, pau mandado de Ali Lulá, mandou ver sua política de tributações desmedidas, obedecendo cega e disciplinadamente seu mentor. O governo tem objetivo claro: continuar a gastança e bancar seu carro chefe, a transferência de renda da classe média para a pobre. Parece desprezar o final iminente desse ciclo: os beneficiários do Bolsa Família já superam o número de trabalhadores com carteira assinada em 13 estados - 13. Um número sugestivo por vários ângulos, todos igualmente agourentos. O estudo é do Poder360 de onde retirei esse mapa, e números são números, não há o que contestar - menos se estiverem errados. Nada indica. As perguntas no ar são: até quando a população produtiva conseguirá suportar essa carga? Estará ela disposta a continuar esse esforço sem vislumbrar uma luz no fim do túnel? Por último, e não menos importante: Onde está a tal porta de saída para os beneficiados? Por quais ações governamentais esse número poderá diminuir em qualquer futuro, próximo ou distante? Ao contrário do que pensam os inocentes, o governo não começou há um ano e tanto. Ele começou há 15 anos e oito meses, nada menos. Seu fracasso só não está evidente não para os cegos, mas para os estúpidos. Enquanto isso o tonto do Nicolás - não o Catena, o Maduro - pinta de amarelo-cremoso a já desgastada estima pela esquerda mundo afora. Fraudou - claramente - as eleições em seu país, e conta  a indulgência de nossos diplomatas, presidente, políticos, influenciadores e artistas para agarrar-se a uma derradeira virada de mesa. Lembro-me de um período negro de nossa História quando os artistas estavam a serviço de causas populares e ao lado da classe média. Nossos heróis de então punham-se inegociável e terminantemente contra a ditadura e a censura em meio a métricas e rimas onde imperava a metáfora para discorrer sobre um país sob o mais torpe autoritarismo. Hoje em dia apoiam a censura, pouco metrificam e menos rimam; e o que dizer de lutar contra a censura... PL 2630 logo ali...

A Paduca quase falha

Deveria ser uma reunião regular da Paduca. Pela manhã, ânimo no grupo de uátizápi... à tarde, mal abrira um vinho para seu respiro, chega uma desistência. Às 19:35, como quatro minutos de atraso, envio o alerta (ao lado). Duílio chega às 20:00, com a pizza nas mãos. Paulão não atende ao telefone... olhamos um para o outro e fomos às taças... Caro Malbec Cabernet Sauvignon 2014, produzido pelas Bodegas Caro, é um empreendimento conjunto da argentina Catena Zapata e do francês Château Lafite-Rothschild, cujo primeiro exemplar veio à luz em 2000. Este 2014 mostrava um pouco da idade pela borda da taça ligeiramente atijolada, como o Duílio notou logo de início. Mas o buquê era rico, com fruta viva, madeira e mais notas. Um toque de couro/chocolate dava o ar da graça. Tinha um tantinho do quê tridimensional ao qual me refiro às vezes, mas numa escala não tão marcada. Mesmo assim, tal característica em um sul-americano surpreendeu. Os taninos estavam muito macios, sedosos... álcool bem integrado, baixo dulçor, e pecou pela acidez. Estava lá, mas sem tanta força a ponto de obrigar-nos a colocá-lo como um vinho de primeiro time... faltava... O final estava próximo ao conjunto da obra, bom. 

Um pouco mais de acidez para promovê-lo e ele seria o melhor vinho que já provei nestas paragens. OK, não bebi muitos ícones recentemente, a menos do Gran Enemigo. Sobre esse, que é apenas um bom vinho, Caro tem ampla vantagem. Pode ser considerado excelente para o padrão sul-americano, mas não levaria uma disputa preço a preço com similares europeus. Acreditava ser uma exclusividade da Mistral, cuja safra 2018 está pela bagatela de R$ 745,67 - se disser que foi indicado pelo Enochato, R$ 745,60 -, mas também é vendido pela Vivavinho, na mesma safra '18, a R$ 599,90. Enquanto isso seu preço lá na Argentina surpreende: o Carrefour, sem dó, dá uma mistralada (sic) no consumidor tirando-lhe o couro e aliviando-o em mórbidos 182 mil pesos argentinos (R$ 1.080,00!). Outras lojas oferecem-no com desconto, por 120 mil a 130 mil pesos (R$ 711,00 a R$ 770,00). Seu valor mais baixo está pelos 100 dólas. Fico pensando quantas mãos consigo encher pensando em vinhos melhores a preço similar - ou inferior. Muitas, e isso basta para encerrar a conversa assim: meu Caro vinho me perdoe por favor... mas seu preço anda arisco... Tinha aberto um Sordo Nebbiolo D'Alba 2017 para acompanhar a postagem do Caro quando experimentei os problemas com o blog pela primeira vez. Ele estava um pouco desacertado, insosso. Seu Barbaresco é bem melhor... acho que a garrafa estava miada, e não vale a pena comentar.

Esta postagem foi tocada a meia garrafa do alentejano Mouchão 2012, um corte acima de 70% Alicante Bouschet e Trindadeira, segundo o produtor. Nariz com fruta generosa, um toque herbáceo e mais complexidade pela frente, rico. Boca com taninos pegados - não arredondaram ainda - fruta, pimenta, um pouco de álcool e madeira discreta, boa acidez, final persistente. Eu acreditava que seu preço aqui tinha despirocado (rs), mas fiquei em dúvida se não foi por 'lá' também. Até algum tempo encontrava em 'promos' por R$ 400,00"menos" - paguei R$ 200,00 há algum tempo, e bebi a primeira garrafa com o Renê e o Akira, há alguns anos. Atualmente chega a R$ 800,00 aqui(!), embora encontre-se a R$ 570,00. A mesma safra 2012 em Portugal custa entre 40,00€ e 60,00€. Não sei se sempre foi um vinho caro e não tinha essa noção... fiquei pensando se Mouchão vale quanto pesa. Recentemente provei um Quinta do Noval Reserva 2018. Fechadão sim, mas com ótima estrutura escondida pela tenra idade. Custa seus 50,00€, igual a um Mouchão em safra igualmente nova. Embora seja um bom vinho, não parece-me que Mouchão leva o Noval Reserva. E o Noval ainda pode ser encontrado por aqui a cerca de R$ 250,00, um preção para a qualidade e na comparação do preço 'lá'. Aqui temos uma desproporção que não consigo explicar...

Aberta a temporada de caça aos otários

Com a proximidade das eleições entre agosto e setembro, as ratazanas saem de seus bueiros à caça de votos e abre-se automaticamente a temporada de caça aos otários. As importadoras, que de otárias pouco têm, embarcam na onda: descontos de 60%(!). Sessenta por cento! Não é para um pequeno número de garrafas por conta de queima de estoque, mas por alguma desculpa esfarrapada qualquer: vinho do mês, aniversário da importadora, cepa da moda, desconto prá vocêêêê... Nossa sociedade, composta por desinformados de carteirinha, inocentes de nascença e tontos em geral aceita tudo resignada. QI médio de 85, polarização entre o ruim e o pior, justificativas pelo político de estimação em detrimento da mais óbvia lógica... tudo se emparelha. Mais do que nunca, resistir é preciso. Pesquise e compare. Vinhos, candidatos...


   


O Mouchã, 'lá'.


 
O Mouchão por aqui...
 

4 comments:

  1. Faaala, Big Charles!
    Vixe, mas este Mouchão a 200 moluscos vc deve ter comprado antes, ou bem antes, da pandemia… rsrs. Os preços subiram muito, inclusive fora.
    Quanto à comparação entre Mouchão e Quinta do Noval Reserva, eu acho que se equivalem, cada um, em seu estilo. Mas é opinião própria. Felizmente, pagamos o mesmo preço do exterior no Noval. Que fique assim.! Não alardeia! 🤣🤣🤣

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    1. Olá, Don Flavitxo.
      Lembro que comprei na internet o que tinha do Mouchão e depois de uns dias liguei na loja. O rapá que atendeu pediu para ver e dar retorno depois. Retornou de fato, dizendo que haviam reposto o estoque, mas que 'naquele preço que o senhor pagou não tem mais...'
      Fiquei sem entender...
      Sim, os estilos Mouchão x Noval são diferentes, e acho que sejam equivalentes. Mas para tirar a dúvida, só na taça mesmo.

      Quando ao Quinta... melhor correr na loja... esse dá pra comprar...

      Obrigado pela leitura!

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    2. Então, Big Charles, mas deve fazer um bom tempo, né? Hoje, pelo preço em Portugal e conversão, dá para achar por 2X o Mouchão aqui, o que acho razoável. Algumas lojas, extrapolam… 😩

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    3. Sim, faz... mas estou tentando dizer que aparentemente a loja tinha posto o preço errado mesmo... 😂🤣 Eu lembrava de ter ouvido você falar sobre ele, e mandei ver...
      Apenas acho que o Mouchão subiu demais e - aqui, pelo menos - a concorrência está forte. Não me incomodo em repetir alguns garrafas de Noval Reserva...
      Walew!

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