Friday, November 5, 2021

Bons vinhos, boas companhias...

Introito

   O atual estúpido-mor da nação, cargo já ocupado por Luis Inácio Lula da Silva, Fernando Henrique Cardoso e Dilma Rousseff por ordem de idiotice crescente, para desespero geral e infelicidade completa dos cidadãos críticos, se já estava mal na condução do país e superou todos os seus pares com muita folga. Literalmente isolado na mais importante reunião dos líderes mundiais, foi conversar com... os garçons! Não que eles não sejam gente (sic!), mas acho que tem gente mais importante para conversar num momento como esse! Acompanhado do senador italiano Matteo Salvini, visitou o monumento em homenagem aos soldados brasileiros mortos na Segunda Guerra Mundial, em Pistoia. Dois fascistas invadindo o lugar de repouso sagrado dos nossos heróis que foram morrer longe de casa lutando contra... o próprio fascismo de Mussolini! Não bastasse, foi para outra cidade ver uma Torre e comer uma Pizza(!). É isso mesmo?! Confundiu a Torre de Pisa com Torre de Pizza? Quer piorar tudo? Não, não precisa acrescentar um quilo de merda ao que já está muito ruim; faz pior: concede a si próprio o título de Grão-Mestre do Mérito Científico. Ele, um capado mental apenas comparável à Dilma e seguido de perto por Lula, que poderia ser alcunhado Comandante Cloroquina (parece que os postos de Capitã/ão já estão reservados), recebendo a maior comenda da ciência brasileira?! Estão abrasileirando demais o brasil! Estão não, ele é quem está! A culpa sobre a permanência desse estrume no cargo de presidente recai principalmente - mas não apenas - sobre os ex-presidentes Lula e Fernando Henrique. Ora, supõem-se eles mesmos lideres, querem opinar (opinam!) sobre o destino da nação, então teriam a obrigação de chamarem suas legendas e impetxarem (sic) o pulha. Essas legendas mais os atuais descontentes seriam suficientes para removê-lo do posto. A História precisa julgar esses idiotas, além do estúpido-mor do turno. E deixemos claro: a culpa de sua permanência recai nas mãos do Congresso. Não do canalha de seu presidente, que compete de perto ao posto de pulha-mor. Ele não seguraria o Congresso, ponto - a explicação não vem ao caso.

A reunião da sexta-feira

   Decidido a fazer reuniões com pequenos grupos, programei um encontro a quatro: o Akira - participante hors concours desde há muito tempo - D. Neusa e Romeu. Já tinha um tintinho na mira, e precisa de outro... queria algo que tivesse algum significado para com o encontro. Lembre-me do recente embate com um energúmeno que questionou se eu respeitava os limites legais ao trazer vinhos para o país, quando listei várias pessoas que haviam trazido dúzias de garrafas para mim, em muitas e muitas viagens - aliás a irmã da Orlinda está vindo aí, com mais 3 na mala! Lembrei-me de um que foi trazido pelo próprio convidado. Tava (sic) armada a algazarra.

   Tauba (sic) de queijos e frios preparada, bifões cortados, recebi os convidados com as garrafas já abertas. A menos da xampa, claro; ela ficou por conta do Akira, que executou a tarefa com sua habitual habilidade zero noiseO Champagne Piper-Heidsieck é um não-vintage engarrafado em 2015 (desta vez li no contra-rótulo). Degustada anteriormente em junho, mostrou o mesmo abacaxi característico da oxidação desse tipo de vinho. A perlage atraiu a atenção geral - não a minha, que não reparo nessas coisas 😒 -, por delicada. Tinha pão, ou fermento, o que acho não ter notado da outra vez. É uma expressão básica de champagnes - champagnes! -, basta ficar atento para notar. Acidez muito agradável, boa permanência, foi bem com uns queijinhos, principalmente o Manchego trazido pela D. Neusa. Depois servi os tintinhos nojentos às cegas. Para o primeiro, o Romeu disse 'ibérico', se não me engano. O Akira cheirou, cheirou que cheirou, olhou e disparou... 
   - Algo como Rioja... - depois falou que poderia ser algo mais, mas ao fim e ao cabo estava fixo em espanhol, talvez Rioja. D. Neusa olhou-me de olhos arregalados 😜. Comentei que era vinho de produtor que ele já havia bebido. Confirmei sua pergunta, era sim um Rioja. Ele brecou tudo com um gesto e voltou a cafungar. Por fim, decretou: 
  - Peraí! É um Remírez de Ganuza. 
   O segundo vinho também causou impacto e igualmente trouxe alegria à mesa, e todos ficaram surpresos. O Akira chutou entre americano e australiano, deixando-se levar pela última nacionalidade. Foi a deixa para que eu encaixasse os dedões próximos aos ouvidos, mãos abertas, e as abanasse para cima e para baixo: 
   - Urrú! Errou! - não era sem tempo... ele tinha acertado tudo desde a primeira reunião com o Renê!


Trasnocho 2008 é produzido pelo tal do Remírez de Ganuza, bodega de produtor homônimo, estabelecida em 1989 em Rioja Alavesa. Trasnocho, corte de Tempranillo, Graciano, Viura e Malvasia (Tempranilho lá pelos 90%) é assim: pensa num vinho potente. Guarde seu conceito do que seja potente, vá estudar e volte. O vinho foi aerado por umas três horas até o serviço. Logo de saída percebemos que está bom para beber, mas pode ficar guardado muito muitos anos. Muitos... não é difícil notar que no nariz é o que costumo chamar de tridimensional. Tem de tudo, muita fruta vermelha e negra, madeira (sem excesso!), algo na direção de chocolate/café/couro, arrisco que algo herbáceo. Álcool de 14,5%, só é perceptível se prestar atenção. Apesar da intensidade, está perfeitamente bebível, e com muito prazer para as papilas: enche e boca, tem ótimo corpo sem ofender, se me entendem, a persistência é larga, o final volta completo após engolirmos as últimas gotas. Uma verdadeira felicidade engarrafada, no seu mais profundo significado. Safras recentes (2012+) custam por volta de 100 dóla. Aqui, nas mãos de tubarões, R$ 1.700,00. Paguei uns R$ 350,00. Outros tempos, outros dóla (sic). Foi trazido pelo Romeu, há muito tempo, e no final lá estava ele para degustá-lo. Disse ter gostado bastante... 
   Agharta Black Label 2004 também surpreendeu. Aerado por mais de cinco horas até o serviço, chegou explosivo. Ótima estrutura - álcool, tanino, acidez e açúcar - competiu bem com Trasnocho. É mais concentrado, mas acho que menos complexo. Só um pouco menos... falamos de vinhos opulentos. Ótima persistência, a fruta e o tanino duram na boca. Apesar de 2004, mostrou-se novo; pode ser guardado por muito tempo. É produto da AVA (Área Vitivinícola Americana - para nossa sorte a tradução do inglês apenas inverte os 'A's) de Sonoma, um corte 92% Syrah, 5% Grenache, 1% Viognier, 1% Marsanne e 1% Roussanne, estas três últimas, cepas brancas. Os Rhône Rangers são viticultores que pregam ser o clima quente da Califórnia mais adequado às cepas mediterrâneas do sul do Rhône, e centram-se em seu cultivo em detrimento das cepas bordalesas ou borgonhesas. Aliados à sua vasta tecnologia em leveduras, os produtores americanos realmente conseguem produzir vinhos à altura dos franceses. Trasnocho e Agharta: taí dois vinhos que eu repetiria. No final tivemos o já batido (rs) Sauternes do Château Doisy-Védrines 2016 com bombom de morango, sobremesa um tanto doce mas muito requisitada no Cantos e Contos. Se usassem Lindit amargo, a qualidade seria outra. O preço também, claro... Teve bão. Mais vinhos nas festas de aniversário que seguiram-se...

6 comments:

  1. 350 reais em uma garrafa de vinho? Tem ouro dentro? É 1/6 do meu salário

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    1. Sem entrar no mérito de vosso comentário,
      Não, não tem ouro dentro. Tem um vinho mais exclusivo, que não é produzido aos milhares de galões, e portanto custa mais.
      Eu entendo e me solidarizo com sua situação. E lamento muito. Se você acha ela ruim, "agradeça", por ordem:
      * À falta de políticas educacionais dos últimos 20 anos, que não puderam garantir-lhe melhor formação. O efeito foi fechar sua participação em melhores postos de trabalho.
      * Agradeça ainda à falta de políticas econômicas condizentes dos últimos 21 anos, que fizeram nosso salário flutuar como flutuou, principalmente nos últimos tempos. Como tenho escrito aqui, "empobrecemos", e muito.

      Agora entrando no mérito:
      Note que muitos vinhos nacionais custam até mais do que isso, e não valem o que está dentro da garrafa. Os que citei acima, valem. Já fiz várias experiências com vinhos de preços similares, envolvendo nacionais e estrangeiros, ou sul-americanos e europeus. O resultado está nas páginas do blog. Basta ler.
      Espero dessa maneira contribuir para que você possa fazer as melhores escolhas possíveis com o dinheiro que destina à compra de vinhos.
      boa leitura, e obrigado.

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  2. A minha escolha é não comprar pois sou pobre.

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    1. Há uma incongruência que precisa ser comentada por mim, e quiçá respondida pelo leitor:
      - O que uma pessoa estaria procurando sobre vinho na internet, se não os consome? Afinal, se vossa escolha é 'não comprar', qual seria o interesse em vinho? E, no meio de tantas páginas disponíveis, como chegou a este obscuro blog? A 'moçada' está em outras mídias; para chegar aqui você precisa cavar tão fundo que passaria por um paleontologista... Claro, são perguntas acadêmicas.

      Supondo que você goste de vinhos mais simples, veja o subtítulo do blog: "resmungos de um deficiente nasal que sabe pouco, para iniciantes que sabem menos". Você é meu público. Lendo as postagens é possível descobrir porque uma caterva de importadores desavergonhados enfiam a mão no seu bolso sem dó nem piedade, e porque você não pode comprar vinhos. Comece a desconfiar de quem fala bem das mesmas importadoras sempre, e mal de outras, também. Portanto, desconfie deste blog! Mas nas postagens você descobre a maneira de conferir quem fala a verdade e quem quer enganar o consumidor. Nada vem de graça, é preciso ler. E, duvidando, é preciso pesquisa - dou as dicas.
      Veja a postagem sobre 'a estória das moedas', https://oenochato.blogspot.com/2021/08/a-pesquisa-nacional-e-poda-de-inverno_6.html, e note que no resto to mundo, com um salário equivalente ao seu, pessoas bebem vinho. Não de 350 moedas, mas bebem-nos.

      Entenda que além de explorado por maus comerciantes, você é um excluído por sucessivos maus governos e governantes, e passe a exercer a cidadania.

      Obrigado!

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    2. Eu tenho um blog educacional no blogspot, que passo informações para meus alunos. Por isso achei o seu. Quanto a procurar por vinhos na internet e não os consumir, não é bem assim. Eu também gosto de carros, leio sobre eles na internet, mas não posso comprar uma BMW. Quando dá, eu compro um vinho em oferta no supermercado.

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    3. Entendi seu ponto, e obrigado pela realimentação.

      Se observar, verá que tenho comentado sobre grupos supermercadistas que estão importando vinhos (Grupo Verdemar, Minas, Beal Supermercados, Paraná, se não em engano, e outros), e os vendem a preços muito razoáveis. Aqui na região (S. Carlos), o grupo Savegnago tem comprado do Verdemar e começa a importar seus primeiros rótulos. Dá para encontrar vinhos de boa qualidade a preço razoável. Diferente de importadoras que nos ofertam vinhos de qualidade inferior a preços muitas vezes mais altos. Entenda 'mais altos' para qualquer patamar de preço: 30 a 50, 51 a 70, 71 e 90, e assim por diante. É preciso ficar esperto, quando o assunto é vinho.

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