Sunday, April 17, 2022

Barbaresco et al.

Introito

A ignorância tem  a idiotia por mão direita e a estupidez por mão esquerda.
Máxima  do Enochato

Passando por sintomas de covid longa, praticamente sem boca e nariz ativos, ficarei na impressão dos confrades nesta postagem, quando volto a beber após um período de afastamento. A semana foi agitada, e aqui mesmo no blog recebo mensagens de ode (não publicadas, claro) a lulalelé e bolsonésio. Ambos com argumentos idiotas e sem conexão com a realidade. Os argumentos dos PTralhas são os mais inacreditáveis. Para mim é duplamente vergonhoso, que sou de esquerda. Apenas não me misturo com idiotas. Como já disse, o cidadão de bem torna-se bandido quando associa-se a bandidos. É uma verdade óbvia e inescapável. PTralhas acreditam que lulalelé fez uma boa gestão do país. Bem, em seu primeiro ano de governo ele pagou R$ 145 bilhões de juros. O dado (do Senado) é oficial e está aqui. E o Fome Zero, quanto levou?
Este ministério teria como base inicial a estrutura física, de pessoal e orçamentária da Secretaria Executiva da Comunidade Solidária, que também era vinculada à Presidência da República e teve uma alocação de recursos mediante readequação do orçamento de R$ 1,8 bilhão para as ações em 2003, por ocasião da análise da relatoria do Projeto de Lei Orçamentária de 2003, na Câmara Federal.
   Também é dado oficial, e está na p. 58 do documento. Ou seja: foram pagos de juros 80 vezes mais recursos do que alocado ao Fome Zero. E idiota diz que lulalelé 'tirou o povo da miséria'. No total, lulalelé recebeu a herança maldita - dívida de 900 bilhões - e entregou a Dilma uma dívida de 1,73 trilhão. Como ele conseguiu isso? Dentre outras, convertendo nossa dívida externa - em dólas, com juros de 2% ao ano - para dívida interna, com juros de 26,5% em 2003 e caindo muito lentamente ao longo dos anos. Dilma só piorou tudo. Portanto, não! lulalelé não tirou o povo da miséria. Ele hipotecou o futuro desse povo e ainda jogou pela janela- direto no bolso dos banqueiros - o dinheiro captado na hipoteca.

   Vejamos mais um exemplo. A Petrobrás valia 310 bi de dólas em 2008. Ao final do governo Dilma, valia 19 bi, ou 1/15 avos do valor no pico. Entenda a Petrobrás como uma empresa de energia, não apenas uma petroleira. Ter bom valor de mercado é a condição para que ela possa capitalizar-se (por meio de ações e empréstimos) e encarar a concorrência a médio e longo prazos, garantindo nossa independência não apenas de energia mas principalmente com relação às outras empresas - estrangeiras - do mercado. Aí vem PTlho dizendo que a empresa precisa ser 'enquadrada' e posta a servir o povo brasileiro. Ora, o governo - qualquer um - que dê condições ao brasileiro de pagar o valor internacional do combustível por meio de seu salário, adotando políticas favorecedoras de emprego e renda em vez de propor a dilapidação de uma empresa que é nosso escudo contra o domínio internacional. Pulhas...



   Os comentários dos bolsonésios são de igual quilate em tolice e insensatez, mas eles têm a desculpa perfeita: são idiotas há menos tempo. Os PSDBelhos, claro, devem calar-se: são idiotas há mais de 20 anos.

Barbaresco et al.

Comentei que não estava bom de paladar e olfato. E não estava mesmo! No encontro da última quarta-feira começamos com o australiano Tempus Two 2015, corte Semillon e Sauvignon Blanc onde mal peguei algo cítrico na nariz, e nenhuma acidez em boca. Os confrades mostraram-se felizes com um nariz cheio de notas como pera, abacaxi e principalmente damasco (D. Neusa), boca com ótima acidez e boa persistência. Passei reto em tudo temendo mais ainda com o que viria... Levei um Barbaresco Fontanafredda 2015 aerado por duas horas e meia que agradou os bebedores. D. Neusa apontou toques animais - couro? - e o Ghidelli, comentou sobre tabaco/chocolate e boa madeira. Todos gostaram da persistência; a Elvira comentou que o conjunto agradava bastante. 

D. Neusa compareceu com um Margaux, La Dame de Malescot 2008, o segundo vinho do Château Malescot St. Exupéry, este um Terceiro Vinhedo da classificação de 1855. É um corte majoritariamente Cabernet Sauvignon e Merlot, com toques de Cabernet Franc e Petit Verdot. Chamou muito a atenção dos bebedores, que notaram um vinho com muita estrutura, frutas vermelhas e negras, especiaria, bons taninos, madeira presente mas integrada, ótima persistência. Também passei reto, não peguei quase nada. Colaborou para que me embriagasse um tanto mais, e só. Uma pena. A Elvira brindou-nos com um belo vinho de sobremesa: outra garrafa do produtor Pieropan, o Recioto La Colombare 2015. Esse vinho já foi comentado aqui. Também não consegui cafungar nenhuma nota mais precisa, mas seu dulçor finalmente deixou alguma marca mais característica na boca. Casou muito bem com a sobremesa - qual era, mesmo? 😱 -, uma torta excelente que o Ghidelli sabe muito bem onde compra, e eu nunca lembro-me o nome da loja. Finalmente consegui ficar feliz com algum vinho; Pieropan salvou a noite. A minha, pelo menos... Se não consegui transmitir minhas impressões dos vinhos ao estimado leitor, as manifestações dos confrades claramente os recomendam. O Barbaresco anda 'comprável' por aqui: cerca de R$ 200,00. O Tempus, não encontrei para conferir o preço. Os outros dois não são exatamente 'compráveis'. 

2 comments:

  1. Carlão, o Tempus Two foi na Black Friday do Vinho e Ponto por R$ 100 (50% na segunda garrafa); "lá" é US$ 20.

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    1. Olá, Luidgi...
      Então foi uma boa compra, não há dúvida. Teve bão, mais para os bacantes, mas espero estar melhor recuperado em breve...

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