Introito
Bolsonésio tem alta quilometragem quando a questão é emporcalhar os arredores. Agora, para o mal de todos e infelicidade geral da nação, sua sujidade apareceu para o mundo, uma vez que a efeméride da Independência claramente chamou a atenção dos quatro cantos do planeta. Duvida? Veja a rainha da Inglaterra - dentre muitos outros! - enviando-nos felicitações pela data, e a capa da The Economist desta semana. E o sujeito fez tudo o que pôde - e mais - para nos envergonhar: passamos a dever 200 anos de desculpas a Portugal, e isso talvez seja o mínimo. Transformar uma festividade cívica em comício, esquecendo-se completamente do principal motivo do evento, dá mostras claras de seu desapego às responsabilidades do cargo. Fora sua extensa ficha corrida. O brasio e o brasileiro são melhores do que isso, e merecemos um pouco mais. Nem que só um pouco. Mas um tanto mais que a atual caterva no poder está muito distante de nos prover. Ao fim e ao cabo, porco chega a ser um adjetivo de qualidade excessivamente brando para qualificar o energúmeno. Seu adversário mais próximo não está em melhor posição. Depois de preso, conseguiu alterar a lei do país para conseguir a liberdade, mas não atingiu comprovar sua inocência. E vem dizendo que foi inocentado pela... pela... pela ONU! Gostaria de vê-lo julgado em uma corte norte-americana. Ou inglesa. Ou de qualquer país decente multiverso afora - está na moda falar desse negócio. Urge uma briga de foice no escuro, para deixarmos o próximo presidente manco logo de saída. No mínimo manco. Se pudermos recebê-lo já sem cabeça, melhor. Observe: nenhum dos dois a tem; falo em sentido figurado...
Quinta do Noval Reserva 2016
Efetivamente pularei uma postagem e comentarei a visita do Romeu na véspera do dia 7. Há algum tempo tentávamos marcar um encontro, sempre dificultado pelas agendas. Vamos lá. O leitor já encontrou por aqui postagens do Cedro do Noval (vinho de entrada da linha) e alguns exemplares do Quinta do Noval. Uma confusão. Se entendi bem, é assim: no início... bem, no início era o Verbo e concomitantemente existiam o Cedro e o Quinta do Noval. Então o antigo Quinta do Noval transformou-se no atual Quinta do Noval Reserva. O Cedro continua existindo, e entre ambos apareceu uma gama de outros chamados (novamente) Quinta do Noval em versões supostamente mono-varietais: Syrah, Petit Verdot e Touriga Nacional. Adendo: suas fichas, todas praticamente iguais, dizem que This wine is entirely made with [Casta], from the Quinta do Noval vineyard in the heart of the Douro valley. Daí minha suposição. Logo de saída pegamos alguma fruta e encontrei o primeiro gole algo amargo. O Romeu achou que tinha um amargor leve, apenas. Toca torta deste cronista? Com algum tempo o nariz e a boca convergiram: a fruta apareceu, aliás melhorou bem; o amargor quase sumiu. Não percebi aquele travo um pouquinho doce dos portugueses mais típicos. Equilibrado, taninos já redondos, acidez devendo um pouco - para o padrão de bons Reservas - mas ainda assim um bom conjunto. Surpreendeu o final, com boa permanência, a despeito de faltar um pouquinho de acidez. Possivelmente a boa estrutura tenha-lhe favorecido. Bebendo a última taça agora, continua bom. Mostra fruta, chocolate/café e o mesmo equilíbrio de quando aberto. Comprei na Casa Deliza há alguns anos, quase pelo preço do vinho lá fora (USD 50,00); não acreditei quando conferi no Wine Searcher, ferramenta indispensável para quem não quer/não gosta de ser estuprado pelas importadoras tubaronas que nos cercam. Encontrei o corte no sítio português Dona Taça: 60% Touriga Nacional, 25% Touriga Franca, 3% Tinto Cão e uma mistura de castas das vinhas da Quinta do Noval. A ficha técnica do sítio é da safra 2019... Ah, na foto o Lemão nos dá o ar da graça em rara aparição...
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