Tuesday, September 27, 2022

O Diabo em férias

Introito

Acreditava que o Diabo não tinha descanso e atuava 24/7 sem reclamar as horas-extras. Enganei-me; ele parece ter pego uns dias de folga. Só isso explica bolsonésio não ter perpetrado das suas nas últimas 48 horas - embora seus sequazes não tenham parado. Os de lulalelé também não, e a falta de desatinos deste último só confirma a premissa: Satanás cochilou. Mas o assunto é bolsonésio. Ter-se apropriado dos símbolos nacionais, jogado no lixo o bicentenário de nossa independência e ter realizado comício em pleno enterro real na Inglaterra com o consequente envergonhamento de todos os brasileiros de bem apenas acrescentaram umas poucas linhas (pasme-se!) à sua extensa capivara. Impossível classificar seus atos por qualquer escala de bons princípios, exceto, talvez, sua atuação na pandemia: verdadeira obra do inferno. De resto, arrasou o país além e acima do que governos anteriores, além de exterminar completamente o combate à corrupção, principal motivo de sua vitória no último pleito. Um nanico intelectual e atrofiado moral, conseguiu o impensável: tornou-se, muito de longe, o pior presidente da história deste país. Sua permanência no posto só se justifica pela já apontada falta de inteligência. Não tardará a pisar na banana (pela enésima-milésima vez), e então poderemos defenestrá-lo do poder por vias democráticas e republicanas. No mais, uma porção de vagabundos acossa-nos pedindo uma boquinha para governador ou senador, aqui em São Paulo. Banana neles!

O segundo dia do Domaine de Bernier

Esta parte da postagem foi escrita ontem e deixada para hoje, na tentativa de conferir alguma bolsonésia (sic) nova. A impressão foi que Domaine de Bernier não mudou muito. Perdeu um pouco do nariz - já não tinha muito - e um pouco da boca também. A acidez apresentou-se boa, mas não registrei aquele impacto anterior. Está lá sim, mas esmaecido. Perfeitamente bebível, pode até ser deixado para o segundo dia embora seja melhor se consumido logo. Um casal poderia aproveitá-lo bem bebendo juntos meia garrafa no almoço e terminando-a ao jantar.

Destaque para um comentário do Jairo sobre a última postagem, recebido por uátizappi. A reflexão girou em torno de gatilhos emocionais, estratégia corrente para atrair o incauto consumidor usando as 'promos' com 50% de desconto. Outro gatilho eficiente seria a informação de última(s) garrafa(s), ou, menos eficiente, a 'promo' com descontos menores. Grande verdade, concordo, ainda mais quando a argumentação vem calcada em outra constatação: o brasileiro está desprovido de senso crítico, e pouco afeito ao uso da... da... inteligência, para abreviarmos o contexto. Isso é verdade, mas talvez aplique-se principalmente às tubaronas. Averiguando postagens antigas, nesses casos as 'promos' de 50% muitas vezes apenas traziam os preços para a média de 2x-2.5x, então praticadas pelas melhores importadoras. O caso da Chez France, conforme alguns comentários antigos, é um pouco diferente. Já escrevi que se tivesse pago o preço cheio de vários vinhos deles, mesmo com margem de 2x-2.5x, teria ficado chateado, porque não condiz com a qualidade esperada para outros vinhos do mesmo valor, também lá fora. Essa conta é complexa, admito, e só faz sentido se o bebedor pratica essa reflexão sempre, tendo claros para si os diversos preços dos produtos lá fora e aqui. Tarefa que este obsessivo Enochato leva a cabo com fé e coragem. Ainda assim, é estarrecedor que uma importadora antes praticante de boas margens e bons 'modos' esteja resvalando para essas práticas já um pouco manjadas. Peguemos o caso do Epicurus, atualmente em 'promo'. Lá fora custa no mínimo USD 12,00; arredondando, R$ 60,00 (OK, um pouco mais, mas é arredondado, como dito). A preço regular, R$ 170,00, quase 3x, mas a 'promo' fica em R$ 101,40, o que dá 1.68x, bem próximo à média histórica da casa. Bem, só analisei esse, e a média de vários vinhos pode ficar um pouco maior do que esse 1,68x. Mas concordo que a prática por outras importadoras esconda trampas em franco desfavor ao consumidor.

Os valores, como se fossem necessários...




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