Wednesday, May 31, 2023

Vinho e sopa

Introito: nosso Grande Guia recebe o estadista Maduro

Depois de viajar pelos quatro cantos do mundo sendo foi ovacionado e recebido com honras, arrebanhando apoios e traçando metas ambiciosas para futuros investimentos que em breve aportarão no país, nosso Amado Presidente recebeu alguém à sua altura, a despeito do desfavorecimento angular da foto oficial ao lado. O mandatário venezuelano Maduro visita nosso país por ocasião do encontro de cúpula dos líderes sul-americanos, relata-nos o primor de texto daqui; sugiro leitura atenta. Nosso Guia criticou a guerra de narrativas mundial contra o país vizinho e defendeu a democracia, a livre expressão do pensamento e o direito dos povos à autodeterminação, pilares básicos de qualquer sociedade e sobejamente reconhecidos por países como o próprio Brasil, Cuba, Venezuela, Coréia do Norte e Rússia. 

   Mesmo sem estar presente, o imperialismo norte-americano fez-se sentir pela convocação de seus lugares-tenentes Luis Laccaio Pow e Gabriel Embromic, representantes de potências estrangeiras subordinadas aos expansionistas do norte. Eles não deixaram por menos e perpetraram suas mentiras grosseiras (o conteúdo é da AFP Português e reproduzido aqui para evitar perda do vínculo original) e habituais:


   Esse Gabriel elegeu-se presidente no Chile com pautas de esquerda para então detratar todas elas, voltando-se quase imediatamente para dialogar com os princípios escolásticos da direita. Não surpreende sua posição submissa, inclusive quando mente sobre a situação econômica da República Bolivariana. Vejamos o crescimento dessa economia acompanhando o gráfico abaixo.


   Sim, houve uma ligeira queda no PIB per capta do gigante precisamente nos anos da crise mundial de 2008. Mas essa crise foi global! E sua recuperação, podemos ver, foi em "V", "V" de viado. E, para acabar de vez com falácia de a Venezuela estar no fundo do abismo, desmascaramos aqui e agora a mentira final, segundo a qual 7 milhões de cidadãos teriam deixado o país nos últimos anos: não vi nenhum venezuelano por aí pedindo esmolas em farol. Você viu?! Pois é... Assim encerramos a reflexão, sem nunca faltar ao respeito e apoiado na verdade dos fatos.

Vinho e caldo

O Bistrô Graxaim comandou uma harmonização de caldos e vinhos ao som de Jazz - Gastrojazz!  Resumidamente: 
∙ Caldo de pinhão com Puxuri (especiaria amazônica). Harmoniza vinho Censurado branco 2019. Vinho Regional Alentejano (Portugal) com 13% de álcool.
∙ Caldo de mandioquinha com queijo brie. Harmoniza vinho Durigutti viognier 2020. Vinho branco de Mendoza (Argentina) com 13,5% de álcool.
∙ Caldo da casa. A base de mandioca e abóbora, com carne bovina, linguiça e bacon. Harmoniza vinho Faustino VII Garnacha 2021. Vinho tinto espanhol com 14,5% de álcool.

   Como já comentado, harmonização é um assunto complexo. Sequer entendo de vinho, quem serei para falar da complementação do vinho com a comida... mas sei avaliar quando harmoniza! E, decididamente, as últimas 'harmonizações' das quais participei funcionaram muito pouco... ou nada. Fui predisposto a experimentar somente o caldo da casa e curtir o desconhecido Faustino VII Garnacha, do qual reservara uma garrafa para degustar durante o evento. Gosto muito dos vinhos das Bodegas Faustino, e estava curioso por esse novo representante do produtor; no final acabei consumindo todos os caldos sem acompanhar as harmonizações dos brancos.
   O primeiro prato foi servido mas o vinho chegou apenas muitos minutos depois. Nesse meio tempo, solitário em meus esforços, tentei de todas as maneiras provar uma tacinha de vinho com a boca já acomodando o caldo. Na verdade não tentei todas... apenas não consegui um canudinho por última alternativa. Fico devendo comentário sobre essa possibilidade... Perguntei para o pessoal da mesa (Salete, Débora, Miriam e Eustáquio) sobre a harmonização, e ninguém propôs-se a defender as cores do Bistrô. Nem tu, Salete? No segundo prato a demora para o serviço de vinho foi menor, mas o entusiasmo não cresceu. Do terceiro, posso falar pessoalmente: mesmo engolindo a parte líquida do caldo e segurando um pouco de carne ou linguiça na boca, a combinação não divergiu mas ficou longe da tal da estória onde a combinação do todo fica acima da soma das partes. Faustino exibiu notas de frutas bem alegres - alegres demais para a austeridade do Reserva (embora este seja Tempranillo/Graciano, não Garnacha) - paladar um pouco adocicado, como se concebido para agradar bocas mais tortas, acidez discreta (mesmo propósito... ora, a casa pode mais do que isso...) e final um pouco ligeiro. Faustino Gran Reserva, eu gosto. Esse Garnacha não é meu vinho.

   Um pouco despontado com o resultado, vim procurar alguma matéria sobre caldos e vinhos. Olha, para surpresa deste escriba, existem sim (risos), e temos um exemplo aqui. O mais interessante nesse artigo é a página da própria Wine Folly acerca de harmonização. Quem pretende se enveredar por essa seara de rimar vinho e comida deveria ler, pensar, decorar e aprender. Talvez aí tenhamos alternativas mais atraentes e comentários menos desabonadores. Estou disponível, e querendo! Mas a oposição precisa ajudar um pouco...

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