Introito
Frases. Frases, no sentido de citação, dizem muito sobre quem as invoca. Ou não. 🤣😂 Esse ʻou nãoʼ parece ser tão profundo quanto popular em alguns instâncias. Estes dias tropecei em duas frases:
Tem uma lógica no assalto: eu não tenho uma coisa que eu preciso, eu fui contaminado pelo capitalismo (…). Se você vai olhar a lógica interna do processo, sabe que isso seria justo, dentro de um contexto tão injusto. (aqui)Marcia Tiburi 'filósofa' de esquerdaEstudo formal: PhD
Ninguém rouba para comer, e vou mais longe: ninguém é ladrão por interesse. O roubo, de todas as atividades humanas, é a mais desinteressada, a mais esportiva, a menos utilitária. Só os bobos, os parvos, atribuem a gatunos motivos econômicos.Nelson Rodrigues, contista e dramaturgoEstudo formal: Ginasial (sic) incompleto
Bom, quer parecer-me assim: alguém está profundamente errado em sua visão de mundo e sobre o ser humano, pois os pensamentos são completamente antagônicos. E, para não dizerem que as palavras da Marcia estão fora de contexto, há uma defesa da lógica do assalto, em texto completo, está aqui. Também há uma entrevista dela sobre o tema, aqui. Não é necessário reproduzir o vídeo neste espaço, embora tenha feito uma cópia para registro. Ainda sobre ela: sua obra mais importante parece ser Como Conversar Com Um Fascista. Vejamos como ela conversa com um (fonte aqui):
Palavras. Palavras... palavras servem para definirmos significados. Esquerda e direita, além de lados com relação ao observador, significam espectros políticos. Tem a direita, e tem os direitóides. Ainda, existe a esquerda, da qual faço parte, e tem os ysquerdistas/yesquerdopatas, composta por - mas não apenas - quadrilhas organizadas cujos principais representantes estão presos. Ou estiveram, pois tem gente do CV, ou do PCC ou P alguma coisa já presa e agora andando solta pelo país. Mas o óbvio ululante advém de pessoas boas serem eclipsadas por tranqueiras, em ambos os lados. Não me arrogo bom, mas sinto-me francamente obscurecido por uma malta sem a menor condição de discutir problemas nacionais - o que dizer de problemas humanos ou da humanidade - e disposta em cargos de comando ou influência, com título real ou honorífico de Doutor ou simplesmente com a maior cara de pau. Apesar de tudo, continuo em minha posição com força e fé, e nenhum bando de salafrários e interesseiros me fará recuar. Ainda na esteira de palavras são palavras, às vezes elas são parecidas umas com as outras. Tiburi lembra tílburi, aquela carroça puxada por um único animal. Apenas um. Um basta, quando o intento é espalhar o bodum. O que tem a ver? Nada, apenas sou obrigado por contrato a escrever um número mínimo de palavras para o blog, e aqui estão elas. 😅
A Paduca, a Paduca
A Paduca, Paulo Duílio e Carlos, turbinada com o prefeiturável Fernando, vem cumprindo o ritual quinzenal com fúria e disposição. O Dú, sem vinho, compareceu com a pizza. Fernando chegou com De Martino Reserva Ruta G-450 2020, um Sauvignon Blanc com toques bem cítricos à maracujá, boa acidez, corpo médio e alguma persistência. É acertadinho dentro de sua faixa de preço - algo como R$ 80,00 - embora não consiga competir com outras opções bem compradas. Como exemplo cito o Falcoria branco, por cerca de R$ 95,00; ele está alguns degraus acima. Claro, Falcoaria é um extremo de boa compra nessa faixa, mas vem de muito longe, não faz parte do Mercosul... como sempre, a constatação vale: os vinhos chilenos estão caros no Brasil - e em muitos casos no Chile. O Paulão compareceu com a nova versão do Carmim Reguengos, agora um 2021. Para comparação, a safra 2018 está aqui. Esta safra, também comprada em supermercado, ficou muito abaixo: doce demais, já no nariz... doce a pegar como sarna!, alguma fruta devidamente eclipsada, acidez baixa, rápido em boca. Recebeu meu comentário ponderando se o produtor não rendeu-se ao gosto brasileiro, representado por uma grande maioria de bocas-tortas. Seu vinho anterior era mais bem acabado, pelos mesmos R$ 50,00, e este não faz jus àquele. Apresentei meu já degustado Bota Velha Vinhas Antigas 2018, e sem qualquer dificuldade ele passou por cima de Reguengos. Servido por último, teve mais tempo para aerar e apresentou-se melhor quando comparado à primeira experiência dele e ao primeiro tinto da noite... ou Reguengos de fato entortou a toca de todo mundo, e minha impressão dele estar mais redondo desta vez foi um ledo engano... mas a sensação geral foi dele ser melhor, de qualquer maneira... O álcool estava mais integrado, a fruta agradável e os taninos mais redondos. Realmente atingiu sua boa expressão; o problema é seu preço: por cerca de R$ 102,00 (na promo!), em primeiro tem obrigação de superar Reguengos, pois custa o dobro. Mas não conseguiria competir com Chocapalha, Cedro (Noval) e Herdade dos Grous bem comprados - acham-se por cerca de R$ 120,00, o Cedro inclusive em S. Carlos. O preço desses três por aí é R$ 180,00 conforme sítio de tubaronas. Depois arrivistas tentam explicar custos, impostos e toda aquela conversa modorrenta... serão rebatidos, sempre.