Sem introito
Esta vai curta mesmo, para relatar o segundo dia do La Sangre de Jonata 2007. Mas antes uma reflexão. Os vinhos mais simples realmente decaem após abertos, de um dia para o outro. Grandes vinhos podem beneficiar-se da aeração de 12 ou 24 horas, e subir. Outros grandes vinhos podem simplesmente manter-se, dentro da abordagem de um Enochato deficiente nasal como este. Exemplo típico de vinho cujo serviço requer 24 horas de aeração é o Numanthia, espanhol de Toro, para safras com 10 ou 20 anos - veja aqui para uma safra com 20 anos. Don Flavitxo já confirmava essa estória bem antes da minha experiência, veja aqui, abrindo um mesmo Numanthia com 11 anos. E como ele mesmo enfatiza nessa postagem, grandes Barolos e Brunellos também precisam de muita aeração para se revelarem. Até brincamos, abrir Barolo (principalmente novo) e beber chama-se... Barolicídio! E não, não existem taças super poderosas (risos!) que possam aerar o vinho em segundos (sic). Grandes Barolos abertos com 15 anos apresentam taninos muito duros, e a aeração não vai ajeitar esse meio de campo. Digo com alguma (uma única) experiência: não foi postada, mas pegamos certa vez um Domenico Clerico Ciabot Mentin Ginestra 2001, para abrir em algo como 2018. Aerou por umas seis horas, e o Akira levou-o ao nariz. Olhou para todos, com a taça ainda encostada aos lábios e mandou, impassível: - Está verde...
Aquele tom de melaço em La Sangre preservou-se. É uma característica que o Akira associava a muitos Rhônes de corte GSM, típicos do sul da denominação. Certa vez abri um, às cegas, com o próprio Akira e o Romeu. O primeiro identificou a característica e falou brevemente sobre ela, sob o olhar atento do segundo - e meu próprio - e matou a procedência só no nariz. Coisa que o Akira fazia regularmente, tirando certas procedências como que do bolso - do nariz, na verdade... O Romeu só fez olhar para mim, surpreso, e jurou: tentaria aprender... Voltando da digressão: o melaço preservou-se, e a baunilha também. Discretos. Eram mesmo frutas escuras, couro e tabaco, não tinha chocolate. Brincar com La Sangre em boca, sorvendo um pouquinho de ar e movimentando-o a gosto pelo palato e abaixo da língua continuou igualmente prazeroso. O final sempre vinha largo, não aquela estória de largo dos chilenos ou mesmo europeus de baixa acidez conforme lemos em resenhas mãos e bocas tortas por aí. Engula, movimente a boca como se mastigando o nada e sinta como fica algo lá, quase que energia se criando do vácuo (risos), que é um fenômeno bem conhecido da ciência. Há muito tempo um amigo perguntava se um vinho de R$ 100,00 valeria mesmo a pena. Era início dos 2000, bebíamos vinhos de R$ 25,00. Até ele comprar um - o Tarapacá Etiqueta Negra, a R$ 120,00/USD 50,00, 'preço cá' à época - e conferirmos que sim, valia a pena investir mais em vinhos melhores. Bebíamos mal, heim? Mas evoluímos, tejem certos (sic! rs!). Voltando novamente (rs): se alguém ainda tem dúvida da longevidade dos Napa, basta olhar a foto e procurar algum atijolado nesse vinho de 16 anos. Vemos apenas um negro profundo, bem característico da Syrah, aliás. Muito pouca borra no final...
Aquele tom de melaço em La Sangre preservou-se. É uma característica que o Akira associava a muitos Rhônes de corte GSM, típicos do sul da denominação. Certa vez abri um, às cegas, com o próprio Akira e o Romeu. O primeiro identificou a característica e falou brevemente sobre ela, sob o olhar atento do segundo - e meu próprio - e matou a procedência só no nariz. Coisa que o Akira fazia regularmente, tirando certas procedências como que do bolso - do nariz, na verdade... O Romeu só fez olhar para mim, surpreso, e jurou: tentaria aprender... Voltando da digressão: o melaço preservou-se, e a baunilha também. Discretos. Eram mesmo frutas escuras, couro e tabaco, não tinha chocolate. Brincar com La Sangre em boca, sorvendo um pouquinho de ar e movimentando-o a gosto pelo palato e abaixo da língua continuou igualmente prazeroso. O final sempre vinha largo, não aquela estória de largo dos chilenos ou mesmo europeus de baixa acidez conforme lemos em resenhas mãos e bocas tortas por aí. Engula, movimente a boca como se mastigando o nada e sinta como fica algo lá, quase que energia se criando do vácuo (risos), que é um fenômeno bem conhecido da ciência. Há muito tempo um amigo perguntava se um vinho de R$ 100,00 valeria mesmo a pena. Era início dos 2000, bebíamos vinhos de R$ 25,00. Até ele comprar um - o Tarapacá Etiqueta Negra, a R$ 120,00/USD 50,00, 'preço cá' à época - e conferirmos que sim, valia a pena investir mais em vinhos melhores. Bebíamos mal, heim? Mas evoluímos, tejem certos (sic! rs!). Voltando novamente (rs): se alguém ainda tem dúvida da longevidade dos Napa, basta olhar a foto e procurar algum atijolado nesse vinho de 16 anos. Vemos apenas um negro profundo, bem característico da Syrah, aliás. Muito pouca borra no final...
Faaala, Big Charles!
ReplyDeletePois é, tem vinho que só o tempo mesmo. Sem taça mágica… 🤣🤣🤣
Enfim este Jonata entrou no saca-rolhas? rsrs
Abraço,
Flavitz
Olá, Don Flavitxo, obrigado pela leitura.
DeletePois é, entrou e a rolha estava esplêndida. Ainda tenho outro, para algum momento neste ano.
[]s
Oeno
Não sei porque isso ficou na moderação... Mas pois é, entrou. E tem outro na fila!
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