Introito
Houve - dia primeiro? - um debate entre o deputado federal Kim Katakokinho, ou algo assim, e um esquerdopata parece que conhecido como Janjo, ou igualmente algo assim. Topei inicialmente com um resumo do encontro editado pelo deputado Katakokinho, e fiquei espantado 😨. Não era possível tamanha má-fé; as falas de seu oponente (Janjo) só podiam ter sido editadas e coladas em ordem inversa, pois não faziam sentido nem mantinham coerência. Ademais, a insistência de Janjo em colar em Kim a pecha de tolo, ignorante, besta até - é preciso mantermos a lucidez e a honestidade intelectual, e tratar nossos adversários da direita com o respeito que merecem - se repetia ad nauseam como um mantra cujo propósito, a depender da qualidade de sua argumentação, jamais poderia ser atingido.
Em nome dessa mesma honestidade intelectual procurei a versão completa do intercurso (sic! rs!), fornecida pela página do produtor do embate (é longo, três horas), aqui, e fui conferir. Estava tudo lá, na exata ordem como foi apresentado no resumo...(😱) Logo de início, Janjo perpetra um conjunto de ataques (sic), todos rebatido com enorme precisão pelo antagonista. A cada resposta de Kim, restava-lhe um aparte calcado em duas de três estratégias risíveis, 1. Dizendo que o outro fugia do assunto (não fugia!), 2. Alertando que naquele momento sua página em rede social subia tal documento que nada ou pouco tinha a ver com pauta, pois ele esquivava-se das perguntas obrigando Katakokinho repetir a mesma questão várias vezes, e 3. Fugindo ele próprio das querelas. Não acredita? Está lá, basta olhar. O desconhecimento de Janjo sobre os assuntos levantados por ele mesmo soava flagrante: sequer conhecia bem os projetos de lei que pretendia discutir. Um ponto vergonhoso (😣) da estória acontece já aos 10min45s quando Janjo sai-se com "Está muito claro que o capitalismo não tem soluções para esses problemas, são mais de 120 anos de capitalismo e todos os problemas da classe trabalhadora estão aí...". Ei, sua anta de quatro costados, o capitalismo não data de meros 120 anos, mas tem 1.000.000 de anos! Sabe aquela cena do 2001, quando quando dois grupos distintos de macacos lutam por um laguinho barrento, a única fonte de água na região?
O que significa esse combate, senão a luta pela terra? O que representa tal desejo de posse que não o princípio mais básico do capitalismo? O capitalismo está entranhado em nossos genes à custa de um milhão de anos de competição!, e só um sentimento maior, mais nobre e mais elevado há de vencê-lo. Esse sentimento só poderá ser bem compreendido quando as pessoas tiverem a ideia correta do que significa o Estado atuando em benefício da população, por exemplo coibindo excessos de quaisquer montas. Entendeu?
Em 1h50min15s, Janjo sai-se com "Quem concorda com o programa econômico do PT é o Kim, que defende teto de gastos, que defende austeridade, que defende PPP,... nós do PCBR somos oposição ao governo de Ali Lulá porque..."(!). Bom, esses esquerdopatas - contrários a Ali Lulá aqui não é mérito, percebem? - são contra as premissas básicas para se tocar um Estado com a devida responsabilidade e sensatez. Acham que basta imprimir dinheiro e tudo se resolverá? Jura, Janjo? Em 2h05min40s, "refuto falácias que o Kim vai falar:" (sobre o comunismo) "totalitarismo, matou mais que o nazismo, não sei o quê, por aí vai..."... "...se você já ouviu essa estória, o comunismo já matou 100 milhões, o comunismo é autoritário... pegue meu livro... dê uma lida e você vai ver que isso é totalmente refutável...". Ô mané das trevas! O comunismo é respeitado - e temido pelos molambentos dos infernos! - justamente por ter cojones de fazer o que é necessário quando é preciso, le duela a quien le duela! E me vem um moleque travestido de ixtoriador (sic) negando essas máximas sobejamente conhecidas?! É isso mesmo?! Vemos então como Janjo, um tigre de papel, fez um papelão baseado em argumentos toscos e acovardados. Uma nova vergonha para a esquerda, só superada pelo meteorito (ou algo assim... sic!) cujas travessuras foram comentadas aqui anteriormente - tenho vergonha de resgatar a postagem, lamento. Enfim, quando meus amigos de direita - não os direitopatas - abordam-me perguntando o motivo pelo qual eu, de esquerda, voto em alguns sujeitos da direita, está explicado: é pela completa falta de opção por ideias boas e honestas por parte da esquerda. O debate acima apenas confirma essa percepção.
Em tempo: este final de semana é dia de escolha. Já fiz minha opção, há tempos: sem candidatos decentes em minha cidade, estou na oposição. A todos.
Aberta a temporada de caça a vinhos razoáveis
Essa já faz um tempo, mas vale (rs). A Débora, esbaforida, avisa de uma 'promo' na Grand Cru. Fui olhar e encontro um Mazzei, produtor dentre outros do Castello Fonterutoli Gran Selezione 2018. A classificação grifada foi adotada em 2014, e tenta refletir o melhor produzido pela região. Um Chianti Classico Gran Selezione tecnicamente está acima de um Riserva; as uvas devem ser cultivadas pelo produtor - sem a estória de comprá-las de outros - e o envelhecimento em barrica é de 30 meses, contra os 24 obrigatórios do Riserva. A família Mazzei trabalha na região desde... 1435!... estabelecida lá há... 24 gerações! A brincadeira aconteceu há algum tempo, e não guardei as notas de degustação. É um vinho de encher a boca e manter-se nela depois de engolirmos. Rico, complexo, foi prazeroso degustá-lo. O problema é que seu preço regular aqui é R$ 900,00 e atualmente em 'promo' a R$ 575,00 para assinantes. Pagamos um tanto a menos, não lembro quanto. Lá fora custa - sítio do produtor - 45,00€. Bem, temos portugueses de valor similar em Portugal por R$ 250,00 (como o Quinta do Noval Reserva), então representam compras melhores. Sendo honesto, Fonterutoli Gran Selezione parece-me mais vinho do que Noval Reserva. Mas a diferen$$a (sic) entre eles é gritante. Se pegar uma promo, experimente Fonterutoli Gran Selezione. Mas não pague 900tão por ele. O Domaine la Bonnelière Saumur Champigny Tradition 2019 foi levado por este Enochato a título de boi de piranha, para início dos trabalhos. É um Cabernet Franc do Loire com muita fruta e fácil de beber, comprado antes da fase tubaronesca da Chez France. Não lembro quanto paguei, então é necessário ter o WineSearcher à mão e comparar o preço lá versus o preço cá. Para o veredito de compra, é fácil: se estiver mais de 2x, recuse e aguarde a oferta. Uma hora ele entra em 'promo'. Philipponnat é um produtor top de Champagne, e seu Brut Reserve (NV, non vintage) é o produto mais reba de sua linha. É o que dá pra comprar... numa 'promo' a R$ 490,00, ele passa o vareio em tudo que é Veuve Clicquot igualmente simples vendido regularmente a valor próximo ou até maior. Tem muito frescor e acidez ótima, e talvez seja ofuscado pelos nossos espumantes mais tops assim como Katakokinho foi ofuscado por Janjo (risos!), então vá lá e compre Janjo pelo valor de um Cave Geisse, ou de um Miolo Iride. Olha, quase não dá pra notar a diferença...
Teve um dia no apê da Débora com quórum mínimo - dois - da confra Malucadeliu. Por entrada, ela apresentou um Casa Perini Rosé de Noir 2022. Já faz um tempo, também, e lembro de ter anotado as notas... só não as encontro agora... Mas não tem por onde, o espumante estava rápido e rasteiro, serelepe (no sentido de agitado, ligeiro) que só ele. Baixa acidez, característica dos vinhos de nossas terras, fez o gosto da Débora quandl ela visitou a propriedade há algum tempo. É um espumante de 100 moedas, e se comparamos com similares italianos simples (lá!), de 5 moedas, notamos como os estrangeiros dão-lhe um vareio. Aí fazemos a conversão e resulta R$ 30,00. Nosso espumante de R$ 100,00 perde para um de 5,00€ que vem de longe e custa um terço na origem... Não tem conversa: os impostos são os mesmos e ainda tem o frete transmarítimo. Vergonhoso. Levei um borgoinha, La Cave des Hautes Nuits Saint Georges 2016. Tinha alguma acidez, um pouco de fruta, mas estava meio derrubado. Não estragado nem passado, mas não convenceu tanto quanto esperava. Isso até precipitou a abertura do Cave des Hautes-Côtes Morey-Saint-Denis 2015 na Paduca, dias depois, para ver seu estado. Um ano mais velho, aquele estava bem melhor, veja aqui. Bem, cada garrafa é uma garrafa... Foram-se assim todos os meus La Cave des Hautes. A bom preço compraria mais; pena ter-se esgotado.
Há não muito tempo teve um barolinho, mas fica para outra postagem. Afinal a temporada de caça a vinhos razoáveis está apenas aberta...
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