Introito
O posto de maior herói nacional desde Caxias está vago.
Oenochato
O posto de maior herói nacional desde Caxias está vago. E tem gente querendo ocupá-lo. Não é Ali Lulá com seus sequazes cujos primeiros 14 anos dominando os destinos do país passaram liberalmente em branco, sem resolver uma e apenas uma das grandes mazelas nacionais: o MST deveria ter sido extinto, tendo todos os trabalhadores atuantes e vindouros terra à disposição para produzir, em vez de envolver-se em confusão pelo país afora; na educação, o desempenho dos jovens no PISA já foi vastamente discutido, quando o valor investido no ensino quadruplicou e ainda assim andamos para trás(!); finalmente, o término do (des)governo de Ali Dilmá evidencia como a economia foi entregue ao sucessor. Aliás, (des)governo abreviado pelo bem da nação e da próxima geração, de maneira democrática e usando-se das entrelinhas da lei, diga-se. Vemos claramente como a tal da Nova Matriz Econômica colocou-nos na rota de um (de)crescimento seguro e irremediável. A fonte é oficial (IBGE), portanto não pode haver dúvida. Ademais, a média do crescimento destacada no gráfico (2.5%) é pífia se comparada às 500 nações que mais cresceram no período (sic!).
A despeito desses grupelhos há um grupo sério com propostas intelectualmente honestas e politicamente factíveis para o país. Se você não assiste às lives do MBL, pode não saber do que eles estão falando. Mas está tudo (sendo) escrito, aqui: é a proposta de mudança acontecendo na sua frente. Cidadão honesto, acompanhe ou deixe passar para se envergonhar depois, por mim tanto faz. Só não defenda-se na própria ignorância quando for o último da fila! Leitor interessado que gostar, propague essa ideia - não a minha, nem desta página - até porque não estou interessado em gado e pulhas vindo aqui falar besteiras; não publico comentários sobre política neste espaço. Propague sim a ideia desse pessoal que, independente da orientação política - e mesmo sendo diferente da minha - é quem tem apresentado o projeto de nação mais consistente que já vi em minha vida. Lamento que não seja a esquerda a fazê-lo. Ele teve sua vez, e deixou a oportunidade escorrer por entre os dedos; prostrada, entregou o país a meia dúzia de... você sabe!
Korem na Paduca
Rolou encontro da Paduca no começo do mês. Para abrir as festividades do meu aniversário - e ainda falta muito... - resolvi preparar-lhes uma surpresa. Inicialmente servi às cegas o Chablis Vielles Vignes 2022 do Domaine de la Motte, degustado algumas vezes com outras turmas. Infelizmente o Fernando não estava, mas os confrades remanescentes não fizeram feio. Um foi direto na acidez, disse-a impressionante. Outro atentou para estilo da boca; não soube se expressar adequadamente perante a nova experiência, mas claramente pretendia chamar a atenção para a mineralidade. Quando sugiri um salgadinho na boca, disse entusiasmado: - Exatamente isso!
Assim está indo a Paduca, pingaiados (rs) de cerveja e uísque descobrindo as lides do vinho e maravilhando-se com ela; podem carecer de experiência, mas já está se emendando na vida (rs). Era para ser uma reunião descompromissada, e o Duílio trouxe às cegas um Valpolicella Classico Bolla 2021, declarando depois nunca termos bebido juntos um vinho icônico nas prateleiras brasileiras desde há muito. É verdade, não bebia um Bolla há uns 25 anos... o nariz estava alegremente frutado, e a fruta repetia-se em boca, com uma pontinha de acidez - baixa... Corpo médio, macio, pronto para beber. Não acompanhou tão bem o bifim a molho gorgo, mas o prato foi não escolhido para acompanhá-lo. E tão logo ergui a garrafa para servir a primeira taça, o próprio Duílio olhou a cor e cantou sua derrota: - Olha a cor desse ordinário...
Bem, somente a cor de um vinho não entrega suas qualidades - embora em muitos casos possa conter informações interessantes. O problema é que Korem 2015 está pronto para ser bebido, continuará assim pelos próximos anos, tem a coloração de novo, o nariz elegante e a boca complexa e passou como um rolo compressor por cima do pobre Bolla. Grande parte de sua composição é Bovale, mostrando o quanto devemos desapegar quando o assunto são cepas diferentes. Uma mistura ampla de frutas e notas ao estilo couro ou chocolate, e mais. Boca com taninos amaciados, boa acidez, madeira presente, álcool contido (mesmo nos 14,5%), extraído, com boa persistência - o pessoal elogiou como ficava na boca. O bebedor mais calejado sabe como existem experiências melhores, mas para vem na espiral ascendente e encontra um Korem pela proa, a sensação é uma quebra de paradigma. Comprei Korem da Enoeventos a vários preços no começo da pandemia, e fui comprando ao longo do ano conforme entrava em 'promo'. Cheguei a pagar por três garrafas o valor de R$ 245,00 a unidade - atualmente é um vinho de uns USD 40,00 nos EUA, mas recordo-me de na época custar menos. Nas mãos da importadora anterior - excelsa tubarona cujos calhordas de plantão insistem em defender - custava a bagatela de USD 118,50 (sim, o preço de catálogo deles vem em dólas). Não direi que é a Mistral por uma questão de édica (sic! rs!). O Korem 2019 está custando R$ 480,00 na Enoeventos. Convenhamos, dá 2x, mas existem atualmente diversas ofertas de vinhos com relação lá x cá bem melhor. Estes dias comprei a xampa Taittinger Brut Réserve a R$ 360,00 e não quis pegar o Sassoaloro a R$ 270,00. A primeira custa uns USD 50,00, e o segundo, USD 35,00- USD 40,00. O mercado parece estar encolhendo...
O Road Xou da Qualimpor
Andava meio durango da vida - conforme comentei com o Sommelier Conectado Eustáquio Fragalle, o Lemão aliviou-me em quase um Barca Velha. Depois fui conferir, e o susto diminuiu: custou-me apenas um Ferreirinha Reserva Especial, a parte da cirurgia. É meu amigo por 11 anos, não vou poupar umas meras garrafas se precisar tratá-lo, não é mesmo? Mas estava indi$po$to para comparecer ao Road Xou da Qualimpor em S. Carlos quando um imprevisto da Liu fez-me ser contemplado com seu convite... claro, fui salvá-la de perder o investimento! Ela não aceitou ser ressarcida, para meu desapontamento. O portfólio da Qualimpor cresceu bastante nos últimos anos: de uma empresa cujos produtos limitavam-se às linhas de Crasto e Esporão surgiram a Quinta dos Murças, a Quinta do Ameal, a importante produtora de vinho do Porto Taylor's, a Colinas de São Lourenço e outros mais. São todos vinhos muito bons, embora estejam um pouco caros. Chamaram atenção: Principal Tète de Cuvée Pinot Noir Rosé, e olha que torço o nariz para rosés, como todos sabem. Mas esse tinha presença, espírito - não corpo, se tem corpo não serve pra ser rosé (risos!) - nariz rico à frutas vermelhas, ótima acidez, frescor, muito chique. O preço assustou, algo como R$ 600,00. Custa caro lá fora, quase USD 70,00, mas não vejo-me comprando um rosé nesse valor. Por mais USD 30,00 dá pra pegar um Xatenêfi &#🙉@😲-de-roda pronto pra beber... é um vinho para bebedores muito mais endinheirados e refinados do que este Enochato, não há dúvida.
Os Porto Crasto 10 e 20 anos da foto anterior também surpreenderam muito positivamente. Os preços, cerca de R$ 550,00 e R$ 900,00 é que não... mas são ricos, untuosos, o 20 anos até lembra Xerez, elegante mesmo. Mas USD 100,00 é um investimento alto para a maioria dos bebedores; no meu caso guardaria para comprar algo lá fora. O Quinta da Ameal Solo Único, indicado por Don Flavitxo a exemplo do rosé - só ele para fuçar tanto (rs) - também estava deliciosamente complexo, mas àquelas alturas não consegui guardar as notas. Lembro que impressionou. A foto do Principal Reserva (Grande Reserva?) mostra o estado deste Enochato em algum momento: saiu de foco, a despeito de toda a tecnologia disponível nos celulares... no sítio da Qualimpor está disponível o Grande Reserva da safra 2011. Já bebi outros mais antigos, tanto o Reserva quanto o Grande Reserva. São vinhos de bom corpo, acidez presente, fruta generosa e mais detalhes. Àquela hora, impactou sim: tanto pela extração em boca como pelo preço: R$ 1.400,00, algo assim... Tá, priscas eras, com dóla a uns R$ 2,50... paguei menos de R$ 250,00! O dóla pouco mais que dobrou, e o preço sextuplicou! Don Flavitxo comentou que tiveram êxito com ele, lá fora - não lembro os detalhes para tanto êxito - e Princpal Grande Reserva não está saindo por menos de USD 150,00. Lamento... é um bom vinho, mas não sei se vale. Fico lembrando-me, por exemplo, de um Remirez de Ganuza - pode ser o Reserva ou o Trasnocho -, ou de um Domaine du Pegau Cuvee Reservee, ou de um Pape Clement, ou um Comte Armand Clos des Epeneaux, borgoinha de Pommard... São vinhos mais baratos (menos o Clos des Epeneaux, um tantinho mais caro) e francamente superlativos se comparados ao Principal. Sinceramente não entendo onde os portugueses querem chegar com alguns de seus vinhos. Parecem estar incorrendo no mesmo erro de vários sul-americanos... ou não... ambos apostam em impressionar o consumidor desavisado com preços altos. Já escrevi neste espaço: que bom! Se os bebedores soubessem o valor de Xatenêfis - até de alguns Côtes-du-Rhône Villages - eles provavelmente não sobrariam na mão deste Enochato.
Um comentário que se repete: importadores que propõem um preço ao lojista, mas no mercado acabam praticando outro valor. Não sei se a Mercearia 3M está sendo vítima disso ou se apenas está usando a tabela cheia do preço proposto pela importadora - cujo desconto é gordo - sem repassar qualquer tantinho de benefício para o consumidor. Mas por aí encontram-se ofertas melhores. O sr. Idinir deveria estar atento a isso. Ora, convenhamos(!), este Enochato não é o único que tem ou que sabe usar internet. Qualquer cidadão sabe! Vejamos o que ele encontra:
Esporão Private Selection: não, ele não está por aí a R$ 1.100,00, ou algo assim... está mais um tanto mais barato...
Enfim, não vou procurar os demais, o leitor - que usa a internet tão bem quanto eu! - pode fazê-lo. Sempre digo, devemos prestigiar o lojista local, pois é ele quem nos provê as degustações sempre tão importantes para conhecermos os vinhos, conversarmos com os produtores e aprendermos sobre processo e outros detalhes, mas ele também deve fazer sua parte e suprir seu consumidor com bons vinhos a preços condizentes. No presente caso, infelizmente, os vinhos são bons mas estão muito caros - lá fora e aqui também. No mercado mundial eles não se traduzem em compras são boas, basta conferir os valores do vinhos citados e procurá-los nas postagens. Quem bebe, sabe...
Finalmente, demonstro (como se precisasse...) o valor pago pelo Korem na 'promo' e o valor pelo qual era vendido pela tubarona antes de ser descartado por ela e ir para a Enoeventos.
É !!outubro promete, o esquenta de
ReplyDeleteNiver foi dado CA, fico feliz que apreciou o excelente evento da 3M, para bons amigos o preço de algo é somente referência o que vale são as intenções dos diversos momentos que pude estar presente!! Até a próxima obrigada.
Oi, obrigado pela leitura... O evento teve bão (sic! rs!), pena que não os preços...
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