Introito
Um governo do polvo, pelo polvo e para o polvo. Só isso explica um mandato ilegítimo do ponto de vista ético, exercido por um descondenado e cuja última propositura serviu apenas para tolos autoenganarem-se crendo-o merecedor de seus votos. É verdade, do outro lado não havia algo melhor nem menos fétido. Mas não justifica o voto em tamanho incompetente. A sequência de erros levou o dóla passar dos R$ 6,00 (recuou, é verdade, mas... até quando?) e ao insuportável aumento no preço dos gêneros alimentícios de dois anos para cá. Com IQ similar ao de polvo, esses eleitores seguem espalhando suas própria besteiras ao longo de seus caminhos e do tempo.Mais um exemplo acabado de casuísmo foi uma portaria sugerindo que ovos vendidos a granel precisariam de um carimbo individual na casca de cada unidade. O equipamento para produzir tal marca está muito além do poder aquisitivo de pequenos e mesmo médio produtores. A 'jogada' foi óbvia: feita sob encomenda para concentrar a venda nas mãos dos poucos grandes players do mercado, beneficiando a gigante JBS recém entrada no setor e cujos proprietários se enroscaram feio com a justiça há não muito tempo. Isso, e apenas isso, seria suficiente para marcar de maneira indelével a honestidade de um governo posicionado supostamente ao lado do povo. Some-se o restante da obra - aumentos salariais maiores para as classes mais abastadas em detrimento dos pobres, e paremos por aqui - fica claro como essa administração falhou vergonhosamente desde seus primeiros dias. PS: se o raro leitor não percebeu, polvo também é um molusco...
Maremma: amantes e detratores
Era fim de semana. Havia combinado com a Débora uma troca de reféns - um tinha garrafas do outro, compradas aqui e ali -, quando a Liu apareceu do nada enviando um bom dia, via uátiz. Levou uma Konvokation no meio da fuça que sequer se atreveu a recusar 😂. Hora marcada, apareceu ela com o sorriso largo de sempre e pronta para um Calcu branco Gran Reserva. É um vinho já conhecido e degustado aqui diversas vezes; tem ótimo frescor, cítrico, mineral, boa acidez, acertadinho... mas está ficando caro (R$ 100,00+), e se bobear começará a sofrer concorrência de exemplares de Chablis... Da minha parte, ainda estava algo insatisfeito... sentia não ter aberto bem o ano, provado um tintão daqueles. OK, houve uma tentativa, mas a garrafa faiô (sic) e terei de tentar outro Montevetrano qualquer hora. Mas o Saffredi 2004, da Fattoria Le Pupille, correspondeu a meu desejo em alto estilo: basta dizer que a Débora levou-o ao nariz e simplesmente riu... não aquele sorrizinho hi hi hi, tímido, acanhado... riu à larga, solta, feliz, e a Liu não ficou atrás. Saffredi flerta - fácil - com a opulência: aerando por algo como uma hora, apresentou nariz rico, explosivo, fruta viva, junta e misturada (rs), vermelha e negra, mas não consegui distinguir alguma em especial. Ainda tinha chocolate - as meninas parecem ter pego na taça seguinte. Tenho alguma sensibilidade em pegar chocolate nesses vinhos-bãos (rs), e algumas vezes notei esse toque até na frente do Akira, momentos em que ficava especialmente empertigado. Na boca, taninos maravilhosamente redondos, gosto à fruta, denunciando o exemplar ainda novo e com tempo de envelhecimento à frente. Ótima persistência, longa, agradável, marcante. Tudo muito integrado, os 14% de álcool nem se notam. Essa safra 2004 está madura e o no ponto, mande ver.
À guisa de explicação
Saffredi é produzido como IGT na Toscana, na região de Maremma, ao lado de Chianti e próximo à costa italiana. Seus detratores dizem tratar-se, antigamente, de uma região pantanosa. Mas ora, pântanos drenam-se... Depois, acusam os produtores de modismos, por lá cultivar cepas bordalesas - principalmente, mas não só. Aí fica fácil: basta julgar o vinho! Na ficha técnica da safra 2022 - a única disponível na página do produtor - é uma combinação Cabernet Sauvignon (60%), Merlot (30%) e Petit Verdot (10%); tipicamente medocano. Como já atestado, é um vinhão. Assim os produtores claramente acertaram ao plantar aquelas cepas na região, e o resto é reclamação vazia. Na dúvida, prove-se do vinho! Sim, está algo caro (USD 100,00 qualquer safra, antiga ou nova; mas paguei menos dólas (sic) há uns 15 anos). Ele briga com Xatenêfis como o Cuvée Réservée do Domaine du Pégau ou o Cuvée Mon Aïeul do Usseglio, embora perca por boas duas cabeças, em minha opinião. Então sim, está um pouco caro atualmente. Há 15 anos esses CdP's não estavam nos preços atuais, e a briga seria igualmente dura. Paguei um vinho 20 ou 30 dólas mais caro? Sim. Valeu a experiência? Sim, pois ele é bom e um travesti de avaliador simplesmente paga por suas curiosidades. Por ter uma percepção 105% cartesiana dos fatos, não seria a minha grande compra. Paguei algumas moedas a mais pelo conhecimento, e poderei facilmente tornar-se um amante desses vinhos caso seus preços sejam algo menores. Alternativamente, volto a um Xatenefinho ou até a um Bordeaux, pois tem muito Graves excepcional - dentre outros - nesse mesmo valor.
Registros finais de um encontro que teve bão...
Realmente de um bom dia na fusa kkk, meu amigo CA ganhei um vinhão na boca e um buquê espetacular ! Um momento de conhecimentos e sorrisos soltos entre amigos, com direito de “pocha” um delicioso Antuccini italiano… humm preciso dar mais bom dia! Abç
ReplyDeleteMoça, obrigado pela leitura e pelo comentário...
Delete🤣 sim, mais 'bom dias'...