Monday, August 3, 2020

Chianti Barone Ricasoli 2016

File failed to load: https://cdnjs.cloudflare.com/ajax/libs/mathjax/2.7.2/extensions/MathMenu.js

Introito

   Já comentei um pouco sobre a Toscana e a região de Chianti. Vamos avançar um pouco mais. Ela foi estabelecida inicialmente (Século XIII) em torno das cidades  Gaiole, Radda e Castellina. É aquela estória do galo preto, que virou símbolo das garrafas da área que hoje temos como 'Clássico', lembra? Em 1716 o Duque Cosimo III decretou o reconhecimento desse limite, criando efetivamente o distrito de Chianti. Diz-se que esse é o primeiro documento do mundo a definir uma área vitivinícola. 

   Um pouco mais para frente, e após 30 anos de estudos, o Barão Bettino Ricasoli 'codifica' o Chianti como um corte de  Sangiovese, Canaiolo e Malvasia (70%/15%/15%). Já tinha ouvido que o corte seria Sangiovese, Canaiolo e Mammolo. Talvez a Mammolo fosse usada antes... se alguém souber, por favor, participe! O fato é que recentemente (final dos anos 90) o corte passou por uma revisão, excluindo a cepa branca e acrescentando inclusive as internacionais Merlot e Cabernet Sauvignon, permitindo, ainda, a produção de Chiantis 100% Sangiovese.

Ricasoli

  O Castello di Brolio está localizado na cidade de Gaiole, e pertence à família Ricasoli por cerca de 800 anos. Produz o ícone Castello di Brolio e outros bons vinhos a partir de denominações específicas. Em sua linha mais básica encontramos dentre outros o Chianti Barone Ricasoli (é um Chianti não-'Clássico'). Dizem que a safra '16 foi muito boa por lá. Um tanto melhor que a '13, para futura referência. Bebi a garrafa em dois tempos (dois dias seguidos), e escrevo as impressões mais baseadas no segundo tempo, embora não tenha mudado muito, guardado com um simples vácuo manual. Fruta vermelha bem marcada, herbácio, bons taninos. Um vinho de corpo médio potencializado por boa acidez, o que faz parecer ser mais encorpado. Precisa estar atento para distinguir... ponto para a acidez. Persistência 'boa' para o tipo de vinho - de entrada. Queria o quê? (risos). É impressionante para um Chianti comum na faixa de preço. Muito, muito melhor do que o Malaspina Riserva '13. Repete-se a história que já ouvi de Don Flavitxo: Rossos de bons produtores podem ser melhores do que Brunellos feitos com menor capricho. Custava cerca de R$ 130,00. OK, perto de um Malaspina em 'promo' por R$ 80,00, fica um pouco mais caro - ainda assim, diferença que vale a pena. Face a uma Malaspina em preço normal, não há dúvida: Ricasoli é muito mais vinho. Pesando que as safras '13 x '16 são um pouco díspares ('16 é melhor), mas ambas boas, a diferença fica mais marcante. Não consegui confirmar, então fica por extra-oficial: é um corte Sangiovese 60%, Merlot 30%, Cabernet Sauvignon 10%. Felicidade engarrafada.

11 comments:

  1. Dois comentários:

    1. Em relação à essa parte do texto: "O fato é que recentemente (final dos anos 90) o corte passou por uma revisão, excluindo a cepa branca e acrescentando inclusive as internacionais Merlot e Cabernet Sauvignon, permitindo, ainda, a produção de Chiantis 100% Sangiovese", eu tiraria a palavra "acrescentando inclusive" para "permitindo inclusive", pois não é obrigatório uso de CS ou Merlot.

    2. Hoje é muito difícil encontrar Chianti verdadeiro, tradicional, que use Sangiovese e Canaiolo, infelizmente. Mas sempre dou preferência a eles.

    3. É um disparate que a denominação permita um vinho com apenas 60% de Sangiovese seja chamado de Chianti. Não importa se é bom ou não. O problema é a zona que é Chianti. Depois vem eles com Gran Selezione etc, querendo moralizar o negócio, valorizar a marca. Por isso tem um monte de Chianti merda no mercado, com galinho desenhado no rótulo e tudo mais. O Barone Ricasoli deve estar rolando no túmulo depois dessa. O pior é que eu adoro o Castello di Brolio, mesmo com as pitadas de castas francesas.

    4. "Felicidade engarrafada"? Menos, menos...rsrs

    Eu mesm...

    ReplyDelete
    Replies
    1. Olá, Eu mesm..., obrigado pelas considerações 🤣😂.
      1. Pensei, ao escrever a frase, no sentido de "acrescentando <>ao rol de uvas permitidas<> inclusive Merlot e CS". De fato, não é obrigatório. Fica a nota.

      2. Não sei o quanto seja difícil encontrar o corte tradicional. É o problema dos vinhos não trazerem as uvas no rótulo. Deveria haver uma lei contra isso... 😣. E os infratores, enforcados na praça do mercado...

      3. Citando sua consideração, <>Não importa se é bom ou não<> (misturar outras variedades), concordo 100%. Quando se explora o 'terroir', a própria história, acho importante manter a tradição. Cito que o livro "Vinhos do mundo todo", da Zahar, traz na edição brasileira de 2006, p. 256, no verbete de Chianti Clássico, que "...os puristas se queixam da perda da nuança toscana no Chianti Clássico atual... mas a qualidade é inegável". Lembro que a edição é tradução do livro compilado em 2004, e portanto essa percepção é ainda anterior. Assim não somos os únicos a reclamar. Infelizmente boa parte dos produtores rendeu-se ao mercado. Em 50 anos ninguém se lembrará disso...

      4. É uma questão de ponto de vista. Não existem certezas absolutas ou incontestes no mundo do vinho. Para a faixa de preço por aqui, levando-se em conta a concorrência, acho que se encaixe no contexto. Vai comparar com um Fontodi, um Fonterutoli, um Volpaia... aí não é... mas se comparar esses com um Brunello, um Barolo, talvez esses também não sejam... mas se comprar os últimos com Bordeaux ou Borgonhas, eles também não serão... Vai da experiência, da oportunidade e do bolso...

      Delete
    2. Você acha que não dá para comparar um Fontodi, Fonterutoli e Volpaia com um Brunello ou Barolo? Depende de qual deles fala, tanto os primeiros, quanto os segundos. Não é por ser Brunello ou Barolo que quer dizer que é bom. E discordo que comprar Brunello e Barolo com Bordeaux e Borgonhas eles perderão. Também depende de qual Bordeaux e qual Borgonha está falando. Só digo que é exagero considerar esse Chianti de entrada uma felicidade engarrafada. O Castello di Brolio seria o que então? Ultrafelicidade engarrafada?
      Eu mesm

      Delete
    3. Voltando ao que escrevi...
      <>Não existem certezas absolutas ou incontestes no mundo do vinho<>
      O leitor se perdeu, está óbvio. Quer porque quer (sic) mostrar que existe pelo menos um Barolo/Brunello inferior aos Chiantes citados. É claro que ele pode achar Brunellos muito abaixo de Chiantis, e Borgonhas muito abaixo de Barolos. Mas se escolher 'bem', se não for um boca torta sem eira nem beira, o que podemos esperar, na média?
      Novamente: não podemos fugir ao contexto, sob risco de errar bisonhamente o alvo. Para quem bebe vinhos de R$ 130,00, chilenos principalmente, e encontra um Chianti desses pelo mesmo preço, ele é felicidade engarrafada, de tão melhor. Para controle, um Montes Alpha custa atualmente na Mistral R$ 227,80. Na baixa probabilidade da qualidade ser equivalente, este custa quase o dobro. Então façamos assim: você bebe um Montes Alpha (R$ 227,80), um Carmen Gran Reserva Carménère Frida Kahlo (coitada!) (R$ 216,82), um Tarapacá Etiqueta Negra de R$ 230,00 por R$ 190,00, ou mesmo um Perez Cruz Carmènere Limetd Edition pelos mesmos R$ 130,00. Este último, 91 pontos Descorchados! E 91 pontos James 'Sucks' 😲! Aí me diz se o Chiantinho não é felicidade engarrafada... 😂🤣
      Você bebe... e não me chame! 😂🤣

      Delete
    4. Não fique nervoso. não me perdi. Apenas disse que esse Chianti básico não pode ser considerado "felicidade engarrafada". Nesse caso eu não considero que a comparação seja um argumento. Ou o vinho é, ou não é uma "felicidade engarrafada". Então vamos comparar um Montes Alpha com um Chapinha, e o primeiro passará a ser uma ultrafelicidade engarrafada. Sugiro beber Chiantis melhores.

      Delete
    5. Perdeu-se sim... 🤣
      Como uma paca no brejo... 😂🤣
      Veja lá (rs), no título: <>Resmungos de um deficiente nasal que sabe pouco para iniciantes que sabem menos<>. A mensagem está clara, e o destinatário, indicado. Para esses, é felicidade engarrafada. Para quem bebe (ou pode beber...) vinhos melhores, claro que a comparação não faz sentido...
      Como este pobre escriba na média bebe vinhos mais modestos, a proposta também faz todo sentido...

      Delete
    6. A lista de vinhos no seu blog não é nada modesta. Modestos são os que eu bebo.

      Delete
    7. Vejamos alguns...
      Clos Torribas 2007
      Rio Sol 2004
      Señorío del Tallar 2009
      Toro Loco 2011
      León de Tarapacá 2004
      Leon de Tarapacá Merlot 2004
      Leon de Tarapacá Merlot 2008
      Leon de Tarapacá Merlot 2010
      😓
      Não pode haver engano... está tudo listado aí ao lado. E ainda sobram muitos vinhos modestos.

      Mande a vossa, vamos comprar... 😞

      Delete
    8. Você é deveras tendencioso. Por que não colocou na sua lista o Corton-charlemagne, o Torre Muga, Vall Llach, Vega Sicilia, Stags Leap, Sassicaia, Xisto, Numanthia, Crasto, Don Maximiano, Don Melchor, vários Barolos e Brunellos e muitos outros vinhos caros? Só citou os mais baratos. Devo garantir que na minha lista não tem muitos desses que estão na sua. A sua lista não tem nada de modesta.

      Delete
    9. Desculpe mas não, não estou sendo tendencioso. Ante o comentário de que <>A lista de vinhos no seu blog não é nada modesta<>, estou mostrando que ela tem sim vários e vários vinhos modestos. Não defendi que minha lista seja completamente 'simples', mas que ela não merece a qualificação de 'nada modesta'. Por último e não menos importante: em casos de vinhos acima de USD 200,00 (Vega e Biondi-Santi - ambos degustados no mesmo evento!), tais vinhos não eram os meus...

      Minha lista mistura bons vinhos e vinhos simples. Aceito que seja 'boa'. 'Nada modesta' não lhe cabe... Ficou alguma dúvida? 😛

      Delete
    10. Mas eu nem penso em vinho de USD200. Aliás custo a beber um de R$200,00. Por isso digo que sua lista não é modesta.

      Delete