Sunday, August 9, 2020

Perbruno 2013

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 Introito

   Há muito, muito tempo atrás, num blog distante - não! neste aqui mesmo! - comentavei sobre o Nemorino, da I Giusti e Zanza, ao mesmo tempo em que apresentava a casa. Produzindo supertoscanos baseados em cepas francesas desde as consagradas Cabernets (Sauvignon, Franco), Merlot e Syrah, dialoga ainda com a Petit Verdot além, claro, da nativa Sangiovese.

  Seus vinhos são bons, principalmente pela faixa de preço. Lembro-me de ter voltado de uma Expovinis com grata surpresa deles, para descobrir depois que o Dulcamara fora eleito o melhor vinho do evento. Menos, menos - não é possível que só tivesse 'isso' por lá, e o serviço às vezes conta muito... Essa estória da faixa de preço também precisa ser relativizada. Acho que por conta do sucesso na Expovinis (foi há muito tempo), o preço inflou. O problema é que são vinhos que precisam de bom serviço. Lembro que o produtor é quem estava servindo a linha toda, cuidando da temperatura, tirando do gelo uma garrafa que ele achava já na temperatura adequada, devolvendo outra que talvez precisasse esfriar mais... Esse vinho foi servido em uma degustação em S. Carlos algum tempo depois. O péssimo serviço vez que passasse desapercebido. Foi num evento em que o pessoal pagou um pau desgraçado para o Pangea, enquanto o Akira matava quase sozinho um Vallado Field Blend para quem os bocas-tortas de plantão não estavam dando a mínima. Os mais expértus (sic) chegavam apenas para passar uma cantada barata na gentil representante de além-mar que estava promovendo o vinho, para a completa vergonha do Akira, um dos poucos a reconhecer a qualidade daquele vinho numa noite tão  fatídica. Bocas tortas que infestam esse universo... Voltando... sendo um vinho um pouco mais 'difícil' - precisa de bom serviço mesmo para o simples Nemorino, conforme relatado n'A Noite dos Barolos Sanguinolentos - o produtor, antes do vinho, não 'pegou' por estas plagas. Tivesse a Cantu gente melhor preparada para mostrar o produto ao grande público, a estória seria outra. Cheiro à 'faz a fama de deita na cama', acho que pensaram ser suficiente a boa acolhida do produto na Expovinis. Bem, não foi... e, para sorte de alguns, algum tempo depois estavam rifando garrafas na Internet e junto a revendas por fração do preço então praticado. Aí sim, o preço ficou 'justo'. 😊 Justo para o consumidor, porque acho que o importador sentiu o baixo volume de vendas, e estava desovando-o por um preço algo baixo, possivelmente para 'fazer caixa'. Assim andam muitas e muitas importadoras - e porque não dizer - muitas lojas também...

Perbruno 2013

   Feito com 100% Syrah, é uma homenagem - Per Bruno - ao falecido proprietário da vinícola. Abriu com boa fruta - talvez pela idade - mas acabei não experimentando ao abrir: era hora de sair c'os dogs, então preferi deixá-lo apenas aerando, sem tentar um dedal que fosse. Comecei a degustá-lo duas hora e meia depois. Ainda na fruta - cereja evidente, e eu sou ruim de pegar cereja...- especiaria, madeira discreta com boa acidez, final um pouco curto para o padrão a que ando acostumado, mas ainda assim fazendo 'boa presença'. Gosto de taninos mais presentes. Sinal de que está decaindo? Não sei... Álcool (14%) escapa um tantinho. A cor não evidencia a uva, se nos lembrarmos de exemplares franceses ou mesmo sul-americanos, bem escuros. Ainda bem que que isso não é pecado. Perbruno e pizza de pepperoni, se não é uma combinação perfeita, agrada. Lembro de ter pago menos de R$ 100,00 nessa estória de queima. Atualmente vi a R$ 196,00, e nesse preço ele 'sobra' frente a chinelos chilenos do mesmo preço - ou mesmo mais caros. Digo e repito: vinho chileno tá caro. Você gosta? Vai lá, bebe... enquanto os vinhos bons não são consumidos, em detrimento a outros, o preço deles permanece dentro do 'razoável'. Imagine se tudo quanto é boca torta que tem por aí deixasse de beber as porcarias do mercado... o que seria do preço dos vinhos bons e honestos?

7 comments:

  1. Big Charles!
    Boa postagem. Eu só teria um comentário, para encher o saco, como sempre...rsrs. Se você abriu o vinho e não bebeu nem um pouco na hora, deixou duas horas no decanter, e depois sentiu talvez uma sensação de que poderia estar "decaindo", pode ser que foi o efeito da decantação em um vinho que já não estava com tanta força. Por isso eu sempre bebo um pouco na hora, para depois ver se vou ou não decantar por "x" ou "y" tempo. Mas é só uma observação.
    Abs,
    Fraveo

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    1. Olá, Frávil... Frá-vil... (rs!)
      É verdade. Mas não deixei de cafungar o danado. Estava na fruta, "aberto". Esqueci de mencionar isso na postagem, parece. Pelo que recordo, não é 'normal' em um I Giusti e Zanza mais novo. Na minha (pouca) experiência em italianos, do padrão que bebo (e nem é muito alto), arrisco que duas horas de aeração não deveria provocar um efeito deletério no vinho. Tá, se ele estiver um tanto passado, sim. Mas não parece ser o caso...
      Fez sentido? 🤣😂

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    2. Não fez sentido... rsrs. O nariz apenas não indica se o vinho está bom ou não. Ainda mais o seu nariz...kkkkkk... Deixou o vinho morrer. Bem feito! Isso pode acontecer com qualquer vinho que já esteja na idade avançada. Já sei: Vai me dizer que não acontece com Brunello, Barolo etc... Mas pega um bem velhinho, que já esteja no topo, e faça o mesmo para ver. A diferença é que esses são mais longevos, só isso. Mas deixar qualquer vinho decantando 2 horas sem provar antes, é risco. Como disse o amigo Luigi em seu comentário: Foi fatal!
      Abraços,
      Fraveo

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    3. Entendi seu ponto. Mas no dia seguinte, o último terço (ou menos) da garrafa não havia se deteriorado. O ponto é que - não tenho tanta experiência - no meu 'chute' a falta de taninos tão presentes talvez pudesse indicar que o vinho já não esteja no seu auge. Até fruta tinha, no dia seguinte. Se a aeração tivesse acabado com ele em duas horas, não restaria algo para o dia seguinte... restaria? 😮

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    4. Bem, são coisas independentes: Aromas e taninos. Por isso digo que não basta cheirar para saber se o vinho está OK ou não. Mas a falta de taninos pode ser característica desse vinho em particular (o que eu duvido) ou então, efeito do tempo (o mais provável).
      Acho que dizer que o vinho foi destruído em duas horas é relativo. O que aconteceu foi que mudaram suas características. Como você não deu uma bicota nele logo ao abrir, nunca saberá disso... Por esta razão eu sempre bebo um pouco ao abrir, dou uma analisada, para depois decidir se vou decantar ou não, e por quanto tempo. Fico com medo de matar o vinho, ou pelo menos, muda-lo para pior em vez de melhorá-lo.
      Abs

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  2. Eno,
    interessante análise descrita de um expert, na área da linguistica...rsrsrs. Concordo com Fravinho sobre a questã (como falava um Engenheiro Civil amigo meu), a aeração pode ser fatal. Lembro de um vinho chileno de "ponta" Don Melchor 2006 - e aerado em 2010, retirou quase tudo do chileno, quando comparado com a outra meia garrafa que tive a sensatez de preservar.. É o chamado efeito Bernoulli que serve mais para vinhos mais simples, a meu ver..
    Abraços.
    Luigi

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    1. Um raro leitor! (risos)
      Obrigado pela leitura e pelo comentário.
      Olha a coincidência: o Don Mel '06 😂 foi o melhor Don Mel que já bebi... mas não aerei muito tempo. Chilenos, uma, duas horas de areação 'e pode servir'. Aerar por meio dia (por exemplo) pode ter acabado com o vinho mesmo... mas nunca experimentei arear chilenos por tanto tempo (rs). No caso em questão, quanto durou a aeração? Uma das garrafas do Don Mel '06, bebi com próprio Flavits, conforme ele mesmo reportou: http://vinhobao.blogspot.com/search/label/Don%20Melchor%202006

      []s,
      Eono(chato)
      Sem galochas, e não 'em' galochas...
      😂🤣

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