Introito - Arroz Tio Lulá?
Comentei sobre as abundantes trapaças esquerdopáticas e apenas citei o fato de direitóides não ficarem atrás. Há tempos venho dizendo, uns são outros de sinal trocado, com a imbecilidade na mesma amplitude. Veja a imagem ao lado. Não parece um recorte grosseiro do rosto do NAP - Nosso Amado Presidente - colado em um corpo engravatado? Nota como a cabeça está desproporcional ao pescoço e aos ombros? Já não se fazem detratores como antigamente.... Ademais, NAP é um homem do povo, não se vestiria dessa maneira nem com tanto mal gosto. Que camisa, afi... 🤣 Não assisto noticiários tendenciosos - ou seja, assisto quase nenhum - mas pergunto ao leitor se este assiste: sabe da estória do arroz, justificativa para colocar NAP como garoto propaganda de marca tão vil, Tio Ladrão? Foi mais ou menos assim: a ideia - uma péssima ideia! - do governo era comprar arroz lá fora (a preço superior ao praticado no país e com nossa safra já colhida e a salvo das enchentes), com um subsídio estatal baixando seu preço comparado ao de mercado. Viria com uma marca da atual administração ('Brasil União e Reconstrução'?) e assim poderia baixar o valor do produto nas prateleiras. A subvenção fluiria solta do caixa da União, dinheiro dos impostos que já pagamos! O que ninguém parece ter notado é que tal financiamento aumentaria o déficit público, pelo qual já pagamos um dos maiores juros do planeta. Ou seja: no final a operação sairia muito mais cara do que se o cidadão simplesmente pagasse por um eventual aumento do produto! Não para por aí não... A maior vencedora de um pregão do Governo Federal - 147 mil toneladas de arroz - foi uma empresa de nome fantasia Queijo Minas, estabelecida em Macapá. Como sabemos, o Amapá é um importantíssimo estado produtor desse cereal. Em 2022 (dados do IBGE) ele participou com 890 toneladas, das 10.776.268 de toneladas produzidas país afora - dá 0,0083% - o que torna compreensível um imponente grupo empresarial (foto acima) desse estado vencer tal licitação. Ainda, a Queijo Minas aumentou seu capital social, para poder participar de tal pregão, de R$ 80.000,00 para algo como R$ 5 milhões apenas algumas semanas antes da licitação! E faturou um contrato de 650 milhões... O segundo maior vencedor confessou em outro processo já ter pago propina. A reportagem é da Folha:
Será que é a causa de terem colocado a imagem de NAP em uma marca de arroz tão... tão... tão... tão pouco lisonjeira? Fecho com uma pergunta: seu telejornal predileto esmiuçou esse caso? Porque tem muito mais, a começar pela ligação dessas duas empresas com gente graúda da administração federal. Depois os inocentes dizem apenas eu ouvi falar uma estória..., enquanto a pátria continua sendo subtraída em tenebrosas transações. Onde já ouvi isso?
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Uma boa briga...
Estes dias a reunião foi aqui em casa. Confirmaram presença - ameaçando hostilidades - Mário e Débora. Perdida no meio do tiroteio nossa fotografa oficial, a Liu, e protagonizando ausência sentida, a Luciana. Recebi a intimidação com um esgar de canto de boca e uma olhada mirando o céu, começando a escurecer no final de tarde bem fresco. Sei como tratar certas bravatas... 🤨 podia não saber o que vinha, mas sabia como me defender (rs). Perder ou ganhar - se é possível perder nessas ocasiões - é apenas parte do jogo, e para mim tanto faz se meu vinho é melhor ou não; como já sacramentado nestas páginas, experimento de tudo, sem o menor problema. Não compro certos vinhos, por qualquer de vários motivos - caros na origem, tecnicamente fracos, má relação custo-benefício, etc. Se alguém compra, ou ganha, e põe na mesa, estou bebendo com muita satisfação. E fechando o assunto, como sempre me assumo um mentiroso de primeira e a questão de ganhar ou perder nada tem a ver desde que eu ganhe. Um exemplo de como levo isso a sério está aqui! 😅😆
Recebi a turma com um branquinho nojento (rs), O Luar do Sil Godello sobre Lías 2017, da cepa autóctone espanhola Godello. Produzido pela Pago de los Capellanes, de nojento ele nada tem, além da mania deste Enochato de assim nomear brancos abaixo de Grand Cru da Borgonha 🤣. Estava bem melhor do que quando o provei da primeira vez, há não muito tempo: bastante frutado e cítrico, teve diversas opiniões distintas de notas. Lembro-me de maçã, mas não anotei outras. A boca lembrou manteiga; mineralidade e acidez compuseram bom volume e final, com 13,5% de álcool bem integrados. Comprei em alguma 'promo' da Enoeventos, por ficar atraente. Hoje vi a 15,20€ = R$ 88,50 em uma loja, embora exista ampla oscilação de preço, indo a até 22,00€. Tem bastante gente ganhando, pois o produtor vende em seu sítio pelos 22,00€... quanto o lojista pagou, para estar vendendo a 15,20€? Atualmente está R$ 240,00 a preço cheio, o que dá 2.71x. Mas ele está sendo trazido pela Grand Cru também! Nada como concorrência, não é mesmo?! 😟 Bem... não... lá está R$ 409,00 no preço cheio, 4.62x.
A Liu chegou com seu Chateau des Espoureys 2020, um Bordeaux Superior muito frutado e tocado a 15% de álcool. Nunca havia notado um Bordeaux Superior tão alcoólico - muitos deles ficam ali pelos 13% ou 13,5%... A fruta explodia no nariz, muito marcada, sua cor escura - pouco comum para esse tipo vinho - chegava na boca com taninos médios e pecou um pouco pela acidez algo baixa. Desde a brincadeira com o Valduga Terroir Exclusivo venho pensando comigo quão extensamente os aromas artificiais estão sendo utilizados na viticultura. Acidez baixa para vinho francês não casa com nariz tão cheio e taninos mais pegados... Seu conjunto estava razoável, mas uma luzinha acendeu. Mário e Débora vieram com um Ricossa Barbaresco 2019, imediatamente aberto e posto no aerador. Meu Viña Cubillo 2016 já repousava havia meia hora. Ricossa exibiu nariz mais complexo e rico do que o predecessor, embora não tão intenso - reforça um pouco minha suposição do Bordeaux estar turbinado. Buquê com fruta vermelha, couro/café e alguma madeira aportavam sabor também frutado, taninos bem leves, 14% de álcool devidamente harmonizados, travinho doce discreto e acidez indo a média. Um pouco abaixo do Fontanafredda 2015 degustado recentemente, e ambos degraus aquém do Castello di Neive 2006, apreciado em 2012... Não achei Ricossa novo, ele é apenas um Barbaresco que honra a procedência cumprindo o papel de um vinho bom: com conjunto onde o nariz se destaca embora a boca não fique tão atrás. Harmonioso. Vinã Cubillo Crianza é aquele vinho com total aderência à regra do Enochato, segundo a qual é melhor comprar o vinho reba do produtor top ao vinho top do produtor reba. Vinho de entrada do produtor - até onde sei - veio com nariz rico em fruta claramente vermelha, um toque de madeira e café/couro (qual?), acidez média transmitindo ótimo frescor, taninos talvez um pouco pegados e 13,5% de álcool bem comportados (rs). Deu um bom embate com o Ricossa. Na minha opinião, ganhou, embora não possa deixar de declarar aquela outra regra do Enochato: os melhores vinhos sempre encontram as taças primeiro. Ricossa secou antes de Cubillo. Por uma cabeça (rs), e até razoável, posto termos começado por ele. Mas secou antes. Parece ter havido um empate na preferência dos bebedores - mesmo forçando a amizade nessa declaração, pendendo-a a meu favor.
Ricossa tem custo 'lá' em torno de 21,10€ = R$ 123,00. Aqui está R$ 330,00 (2.7x), embora tenha entrado em 'promo' por cerca de R$ 180,00. Por esse preço, e para um Barbaresco - que nada nada passaria por um bom Nebbiolo - foi matador. Mas na mesma 'promo' a Grand Cru apresentou boas ofertas dos toscanos Mazzei, e entramos em algumas garrafas de Chiantis. Cubillo é um vinho de 14,84€ = R$ 87,00. Minhas duas garrafas vieram na mala de um amigo que visitou o Paraguai e as comprou por R$ 120,00. Aqui custa (safra 2013) R$ 373,00, e na safra '16 a bagatela de R$ 483,00. As proporções são 4.3x e 5.55x. Onde está a detratoria que tenta justificar 3x, 3.5x, para explicar 5.55x? Por fim, servi um Porto Prime's Colheita 1994, do qual venho serrando (rs) algumas taças desde o começo do ano. Falarei dele qualquer hora.
Maldições de Don Flavitxo
Com os vaticínios de D. Flavixto, sinto-me pouco à vontade de colocar alguns vinhos mais envelhecidos para confrades conhecedores, na maior meda (sic! rs!) de que não estejam bons. Esta postagem foi tocada a um Giusto Di Notri 2006 que escapou à língua ferina do meu detrator mais companheiro. Mais detalhes na próxima postagem.
Ah, claro...
O valor dos vinhos, como se fosse necessário...
Godello.
Ricossa
Cubillo
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