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Saturday, March 8, 2025

Beberagem de Carnaval - atrasada!

Introito: é assim que o Brasil vai pra frente!

Compre vinhos caros, se puder, porque eles valem a pena.
Mas não pague caro por vinhos, pois isso 
é bem diferente de comprar vinhos caros...
Oenochato

 
Existe uma defensora dos direitos LGBTQIA+ cuja trajetória é marcada pela assistência às pessoas trans e negras, e especialmente ao combate à transfobia e ao racismo estrutural. Ela também enfatiza a importância da aceitação da própria imagem, desafiando padrões normativos e promovendo o orgulho trans. Eleita deputada federal, tornou-se um símbolo da resistência e da representatividade de toda uma classe social na política. Desfilou por alguma escola de samba neste Carnaval de 2025, e comenta-se que ar-ra-sou(!) na Avenida (não sei qual). As fontes das fotos acima estão aqui e aqui. Noto como ela estima a valorização da própria imagem e de sua cor, e lembro-me do Michael Jackson, perguntando-me: a deputada teria vitiligo? É uma questão acadêmica, claro; como bem sabemos a cor de uma pessoa não é importante. Seu caráter o é - sempre. Importante mesmo é registrar a transformação pela qual vem passando a festa mais popular do país, deixando de lado - e definitivamente, espero - marchinhas toscas e idiotas tipo Olha a cabeleira do Zezé... e tantas outras, para assumir sua posição de vanguarda na luta pelos direitos sociais das minorias. A sociedade brasileira em peso seguramente apoia essa mudança de rumo; eu mesmo, sem prestar atenção ao evento nos últimos 20 anos, pelo menos, posso dizer de peito estufado: Agora sim! No próximo ano prestigiarei o acontecimento ao vivo, na Avenida (não sei qual). Ao contrário do bordão dos anos 1970, originado em programas humorísticos de televisão e repercutido desde então por toda a sociedade, podemos afirmar que é assim que o Brasil vai pra frente!

As Malucas durante o Carnaval

Durante o Carnaval as Malucas reuniram-se na humilde choupana deste Enochato para a celebração dessa festa pagã. Sem a Débora adoentada, 😥, ficamos todos extremamente infelizes ao ter de verter para dentro de nossas gargantas sua parte nos vinhos. O Chablis Vielles Vignes 2022 do Domaine de la Motte tem sido consumido a torto e a esquerda (sic!) pelas confrarias. Comprado a bom preço (R$ 179,00, se não me engano), talvez estejamos queimando as garrafas ainda um pouco jovens. Pode sim ser degustado, mas segurarei duas minhas um pouco mais. Essa foi trazida pela Liu, e mostrou um nariz cítrico bastante evidente e alguns toques de frutas brancas também (percepção da Liu?). A mineralidade, igualmente, apresentou-se conforme esperada: bem característica, como já encontrada nas outras garrafas, junto de boa acidez, perfazendo uma boca potente e persistente, com frescor e agradável. Esgotou-se a R$ 399,00 (um assalto!), enquanto lá fora é avaliado em 20,40€/USD 24,00. A menos de R$ 200,00, teve boa (sic)... O anfitrião aportou o Château Chantemerle 2016, Cru Bourgeois cujo significado foi comentado rapidamente aqui. A Luciana tocou o terror - não o terroir! 🤣 - registrando um bodum a bota, chulé, pé mal lavado 😣... suspeito estivesse enfatizando couro, presente, e um pouco de Brettanomyces - Brett - um fungo que de fato contribui com a percepção de algum mal cheiro às vezes até mais desagradável - estábulo mesmo. Não notei, mas deve ser atribuído à minha deficiência antes de qualquer outra coisa. Acidez presente sem marcar tanto, taninos suavizados, final médio, alguma persistência perfazem um vinho razoável, decente, pronto para beber sem muito compromisso. Por sobremesa, um morango com chocolate trazidos pela Liu, e acompanhados com algumas sobras do meu níver (outubro!) ainda remanescente: Tokaj (Oremus), Moscatel de Setúbal (Bacalhoa 2011) e Sauternes (Guiraud). Ninguém reclamou... 
 
   Voltando ao Chantemerle, pelo que custam os vinhos por aqui, adequado e acima da qualidade média, ao preço de R$ 200,00, à época. Está esgotado na importadora (Enoeventos), mas eles possuem outros Cru Bourgeois em estoque - apenas fique esperto e confira no Wine Searcher se não está pagando caro demais, pois ela não tem mantido a política de preços de antigamente. Com a crise dos últimos anos as tubaronas começaram a abrir o bico, algumas mais cedo, outras apenas recentemente. Desde então acumulei estoque significativo de Quinta do Noval, desde Cedros degustados com alguma frequência, Quinta do Noval em diversas cepas (Touriga Nacional, Syrah, Petit Verdot) e mesmo o Reserva (safras '16 e '18), comprados - pasme - às vezes até a R$ 200,00, constituindo-se em compra sem igual naquele momento. E se procurar de repente ainda encontra a R$ 260,00. Não deixa de ser uma boa aquisição, pois é um vinho de seus 45,00€ em Portugal. Em suma: procure, pesquise. Compre vinhos caros quando puder, pois eles são bons e valem a pena. Só não pague caro por vinhos, porque isso é bem diferente de comprar vinhos caros...
 
   Como recordação e registro, as Malucas: Liu na foto, Luciana, Mário e este Enochato.
 
 
   Também para registro, o valor de 'mercado' do Chablis (esgotado) a R$ 400,00, e seu preço segundo o Vivino e o Wine Searcher, em Euros e Dólas, respectivamente.
 

2 comments:

  1. Tivemos um Carnavinho delicioso, entradinha com embutidos deliciosos da Lu, leitura do Atlas do vinho pelo Mario , muitas sugestões de novas garrafas de vinhos ótimos pelo CA ! Mais uma Noite de amizade e vinhos bons🥂

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    1. Teve bão mesmo... obrigado pela leitura!

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