Introito. De idiotas e espertalhões.
Bolsonésio promoveu um encontro de idiotas e espertalhões na Paulista, estes dias. O roteiro era simples: idiotas aplaudiriam espertalhões, igualzinho ao que aconteceu pelo Nordeste inteiro nas últimas eleições presidenciais. Entre acompanhar os discursos ao vivo, via internet, e dedicar-me a alguma atividade produtiva, escolhi reassistir a alguns episódios de Vila Sésamo (anos '70!) disponíveis no Youtube - como era bela, a Sonia Braga. Mulheres tão belas normalmente envelhecem bem - como bons vinhos... Não sei como ela está agora, mas não de demovem: deve continuar bela. Voltando: as fotos abaixo mostram a movimentação em algum momento, não sei qual - a fonte está aqui, logo no minuto um, e a divulgação do vídeo é do Capitão Derrite, Secretário de Segurança Pública de São Paulo, bolsonésio assumido. Assumo que imagens não mintam. A polícia, sob controle do governador, presente ao evento, estimou os apoiadores em 750.000. Especialistas da USP - universidade onde estudei - valendo-se de um software para contar cabeças, em 185.000. Quem sabe fazer conta de vezes, e estimou a largura e comprimento da avenida, e a concentração das pessoas, riu de todas as estimativas. Em defesa da minha instituição - toca passar pano! - digo que o software contou apenas as cabeças, e devia mesmo ter muita mula sem cabeça presente, não sendo, portanto, contabilizadas. Quinhentos mil descabeçados concentrados em tão pouco espaço? Às vezes acontece... veja os jogos de futebol... nada, nada, dá uns 50 mil... Vemos abaixo um dos lados da Avenida bem congestionada por vários quarteirões, enquanto outro lado não estava tão movimentado, e tire suas conclusões. A minha é simples e direta: as mulas sem cabeça não se limitaram àquelas presentes na reunião.
Segundona da alegria e o Xisto Cru
A Liu - e outros compadres - estavam de malas prontas para ir conhecer algumas vinícolas da Serra Gaúcha e cercanias - saíram nesta noite de terça-feira. Ela comentou quais seriam visitadas, só não transcrevo para evitar ferir susceptibilidades mais aguçadas... Foi que ontem nos encontramos para um jantar de despedida. Recebi-a com um branquinho nojento, o Petit Chablis Pas Si Petit 2020, que, se encanta quem não está acostumado com a elegância de Chablis melhores, causa boa impressão a quem desconhece melhor a região. Não é ruim, em absoluto, principalmente se comprado a bom preço. Tem nariz com frutas brancas, tem a mineralidade tão característica da região, é equilibrado, a acidez está presente mas é um tanto ligeiro. Novamente: não pode ser comparado aos irmãos maiores, Premiers Crus, mas defende-se bem, na faixa de preço (uns R$ 130,00, mas já faz algum tempo). Meu indefectível filé ao molho gorgo foi acompanhado por um Xisto Cru 2014, o último dos moicanos.
Numa 'promo' espetacular comprei meia dúzia de Xisto Crus, e postei alguns. Não o tenho encontrado em 'promo' desde então, mas... tem Quinta do Noval rolando por aí. Tente os Syrah e Touriga Nacional, sem sisquecer do Petit Verdot. Não experimentei desse, mas Don Flavitxo falou muito bem - e é impossível desprezar uma sugestão dessa qualidade. Voltemos... a Liu cafungou e maravilhou-se: encontrou compota de ameixa, cereja, madeira e mais notas logo de cara. Safadinha... comentei algo como chocolate e/ou café, ela fez que não... 😣 Indócil (risos), procurou no Vivino e achou mesmo tais notas - o que significa pouco para este Enochato, posto Vivino estar cheio de bocas tortas. Acidez muito marcante, combinou com o bifim; tem boa permanência e final, e - não me lembrava - suportado por modestos 12% de álcool. Escrevo estas linhas junto da última taça de Xisto Cru: continua perfumado, ótima boca, bom final. Vai deixar saudades.
A Liu levou a garrafa do Chablis. Ela de saída, não resisti à provocação. Disse-lhe: Leve a garrafa amanhã, para comemorar a saída do passeio. Nem precisa de copo, chegue lá bebendo no bico. Ofereça aos confrades, e conte-lhes minha advertência: será o último gole de vinho bom durante toda se semana... Espero que depois me contem... 😂🤣