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Sunday, February 9, 2025

Vinhos de sobremesa e NAP como leitor do blog!

Introito: NAP está certo!

Às vezes as memórias são sofrimento.
Outras, apenas redenção.
Oenochato

   Nosso Amado Presidente (NAP) é leitor do blog! Só pode ser! Veja:


   Transcrevo suas sábias palavras:

Se você vai no supermercado e desconfia que tal produto está caro, você não compra. Ora, se todo mundo tiver essa consciência e não comprar aquilo que ele acha que está caro, quem está vendendo vai ter que baixar para vender, porque senão vai estragar.

   O vídeo está disponível no canal de Youtube do Poder 360, produtor do corte. Sendo um canal livre, e o assunto importante demais para perder-se, reproduzo aqui guardando a fonte original. Mas diga aí, caro leitor: NAP lê ou não lê o blog? Lê! E aprende - ele não é um idiota completo como julgam alguns!, eu mesmo até ontem. Este Enochato reclama do preço alto dos vinhos no Brasil, e finalmente minhas palavras encontram eco em ninguém menos do que NAP! Por enquanto volto ao iluminado ensinamento para fazer a lista do que eu desconfio que estão caros: sal, pimenta, limão, banana, maçã, mamão, café (e como!), açúcar, arroz, feijão, óleo (azeite é uma prisca lembrança), leite, guardanapo, fio dental, tomate, brócolis, beterraba, batata, alface, gás e água mineral - todos os itens da minha compra semanal, além dos insumo básico para cozer o que for necessário. Notou carne no rol? Ah. Água, posso beber da torneira; substituí o guardanapo pela extremidade da camiseta (não uso mais toalhas na mesa, para economizar água); cortei a pimenta e uso fios soltos da camiseta para limpeza dental. Ademais, já já o ar será taxado pelo Andrada, e desconfio que a economia de agora irá pelo ralo quando a cobrança começar. Faço todos os sacrifícios pela pátria, pois esse é o dever do verdadeiro Cidadão, e não duvidem! Só não admito tentarem fazer-me de completo idiota. Se todos tiverem uma consciência mínima que seja, os biltres não passarão. É onde o chão afunda, mas não deixe de ver o vídeo abaixo. Ele se repete um pouco no início, para ficar mais engraçado no final.


Vinhos de sobremesa

   Essa postagem foi prometida em... Dezembro!, e diz respeito... ao meu níver (Outubro!). Sinal irremediável da falência do blog, para regozijo de muitos e tristeza de absolutamente ninguém. Ao assunto: quem acompanha esse missivista sabe de comparações frequentes entre exemplares rebas de Sauternes e colheitas tardias (CT) sul-americanas, notadamente o Tarapacá CT e o DV by Chateau Doisy-Védrines. Não conheço muito dos CTs chilenos e nada dos argentinos. Sei que no Brasil fizemos certa vez um Ice Wine congelando as uvas, e somos absolutos nessa área também. Veja o vínculo, até houve ameaça da segunda safra - ao que tudo indica, não se concretizou. Mas voltemos: até promovi, certa vez, uma brincadeira com 3 ou 4 vinhos de sobremesa, creio ter sido o Taracapá, o DV, algum Oremus e um Ice Wine. Não tenho certeza se foi publicada. Dessa vez, pretendi proporcionar aos confrades das diversas confrarias uma experiência de espectro mais amplo...


   A foto não representa a ordem de serviço: Undurraga Late Harvest 2021, DV 2016, Bacalhôa Moscatel de Setúbal 2011, Peller States Ice Wine 2023, Oremus Tokaj Aszú 5 Putônios 2016 e Château Guiraudo 2005. De saída, observamos vinhos de safras bem distintas. Isso poderia comprometer um pouco a experiência? A princípio sim, mas o salto de qualidade entre cada vinho pareceu dizer que não: em vinhos de sobremesa, a acidez faz toda a diferença para equilibrar o açúcar, e tal componente o vinho tem ou não tem; o tempo não a fará melhorar. Outro ponto é a qualidade do vinho dentro das ofertas do produtor. Os chilenos produzem seu CT, e pronto. Já os portugueses produzem seus Moscatéis que podem ser algo como 'colheita', mas pode haver também - no mesmo produtor - o Moscatel, o Moscatel Roxo, os Moscatéis Roxos 5 anos e 10 anos, e não sei até onde vai isso. Da mesma maneira, no caso do Château Doisy-Védrines, o DV é seu terceiro Sauternes, enquanto o Guiraud, além de seu um Sauternes Premier Grand Cru Classé na classificação de 1885, é o melhor vinho do produtor. Claro, os Tokaj começam com 3 Putônios, 4 Putônios, 5 Putônios, e o Eszencia, muito especial, é tão raro quanto caro. Então a brincadeira jamais versou sobre quem é o melhor, e sim sobre quais são as variações entre vinhos de sobremesa. Até porque o valor de cada produto denunciou sua posição, até onde foi possível: para minha surpresa, aconteceram algumas inversões. Ainda, preciso confessar ter submetido meus convivas ao terrorismo mais explícito, oferecendo-lhes dedais para a degustação antes de mostrar-lhes as taças... 😅

   Todos os grupos concordaram com a qualidade crescente dos três primeiros vinhos conforme a ordem de serviço, o Late Haverst seguido pelo DV e depois o Moscatel. Mas foi curioso acompanhar como, individualmente e em todos os grupos, a apreciação dos três últimos vinhos foi distinta para cada provador. Houve quem gostasse mais do Ice Wine ou do Tokaj, e o Guiraud ficou em terceiro na opinião de vários convivas em diferentes grupos. Não foram degustações técnicas; prevaleceu o gosto individual de cada um. Na média, a ordem proposta mostrou-se a preferida dos mais experientes, mas mesmo entre eles houve discrepâncias. Para mim, acompanhando as impressões de todos os grupos, foi um aprendizado notar algumas abordagens valorizando mais a intensidade do dulçor em detrimento da graciosidade dulçor + acidez - a segunda equilibra a primeira - mas convenhamos: em nível lúdico não existem verdades nos vinhos, apenas impressões.

   Houve um vinho que fiz questão de deixar de lado: o Jerez. Além do número atores já estar alto, não consegui um bom a ponto de obrigar (sic) os convivas a um esforço extra. A minha impressão é que um Jerez no preço do Guiraud levaria a tudo e todos (rs) no peito sem muita dificuldade. E não me aparece logo depois, por obra e graça do Ghidelli, um Lustau, o Vors 30 anos Pedro Ximenez?! Pois, saí com essa impressão praticamente confirmada (rs). Não sei se o Ghidelli ainda tem dele, mas tenho dos outros, para um embate de alto nível (rs) qualquer hora. Seria mui bienvenido... 

   Para quem não entendeu a epígrafe, ela vem na forma de recuperação da memória do amigo Akira, falecido há dois anos, por estes dias.. Ensinado na infância, carrego comigo a memória de quem me é querido sempre; não calhou ter uma postagem para o dia exato de seu aniversário (ou falecimento, tragicamente tão próximos), mas o registro fica para quando é possível, sem necessidade da formalidade da data. Alguns amigos também comentaram comigo a efeméride, e não é que alguém que não comentou também não tenha lembrado dela.

Não acabou!

   Grande importadora promove 'queima' com descontos de até 50%.  Até 50%...


   Mas está bem, tem lá vinhos com descontos de 50%... 40%, 30%... Algumas compras boas, outras nem tanto. É preciso ficar atento, use o Wine Searcher sempre para conferir que uma oferta é uma oferta de fato, e não promoção do dobro de 3x (6x!) pela metade (3x...). Alguns vinhos são de guarda, outros - inclusive safras mais antigas - não são apontados como tais.

   Vinho apontado como de guarda... safra 2019...


   Vinhos de safras mais antigas (2017, 2018) não apontados como vinhos de guarda...

   Mas... Se você for bacana, o desconto de quase 50% incide sobre vinhos mais 'nobres' - de bons produtores e mais novos, em vez de vinhos não necessariamente de guarda e/ou algo envelhecidos. Veja só a oferta encontrada por aí... (Drouhin Mâcon-Villages)


e no preço regular da importadora (esse não entrou em 'promo')


   Vai duvidar de que da procedência? Ah, tá... então chupa! (vai precisar aumentar bem, mas a importadora é legível e é a representante 'oficial' do produtor).


   Então, recobro as felizes palavras de NAP, e evoco o vídeo abaixo, de apenas 8 segundos, muito elucidativo quanto a lembrar da ação esperada da parte do verdadeiro Cidadão, segundo o 'conselho' de NAP.


4 comments:

  1. O objetivo do NAP é impedir a compra de várias coisas, inclusive bons vinhos cotados em dólar... Aliás, um amigo militante do NAP quando o dólar ficou abaixo de R$5, ele na mesma hora me mandou um "Faiz o L". Não sei se mando de volta.. Quanto ao Vors 30 anos PX, infelizmente acabou. Estou esperando outro sinal do meu amigo petista. Por enquanto, tá caro e não pego, conforme instruções dada..
    Luigi

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    1. 🙄 sugira ao amigo-militante enfiar o L no meio da ideia dele... Uma pena o Vors ter acabado... de repente, em outra oportunidade...
      E, se seguirmos as recomendações de NAP, o preço do vinho cai. Porque tem margem...

      Obrigado pela leitura!
      Eono

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  2. CA tive a oportunidade de degustar no ato da sobremesa, cheesecake de respeito ao seu “ Enta”, os valiosos ml de cada vinho servido, só posso concordar que a sequência escolhida foi repleta de sabores maravilhosos! Viva os vinhos “rebas” de ótimos produtores e os vinhos ótimos servidos em quantidades “rebas” foi uma honra fazer parte, “deu bom”!

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    1. Olá, moça, grato pela leitura e pelo comentário. A experiência foi interessante mesmo, e frisa a questão do dulçor e acidez; mesmo aumentando-se a primeira, com boa presença da segunda o vinho nunca fica enjoativo. Teve bão mesmo.

      Obrigado

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