Sunday, May 26, 2024

O Torrione, da Petrolo

Introito: vergonha alheia

Eu quero também registrar que
apesar dos pitacos de economia, 
eu estudei dois meses de economia,
como (sic) foi para passar no exame da Anpec.
...eu colava um pouco...
Andrada, o sábio
   A declaração autoincriminatória é verdadeira. Não pode haver dúvida,


   Hoje ele é ministro da... economia! Isso não acontece em país de primeiro de primeiro mundo. Nem de segundo, nem de terceira. Alguém disse que é comum em pocilgas, mas o autor da frase saiu correndo antes de poder registrá-lo. Esses dias Andrada voltou para a Câmera Federal à guisa de prestação de contas. Sua eterna pedra no sapato, o deputado Kim Kataguiri fez-lhe três perguntas. Andrada teve a desfaçatez e a cara de pau de discursar por quase sete minutos deturpando, enrolando, mentindo e confundindo, e ao final não respondeu nenhuma - absolutamente nenhuma! - das perguntas. Indo direto ao ponto para depois comentais mais: é esse sujeito o responsável pelo destino de 230 milhões de pessoas? Foi ele quem veio de cara lavada na penúltima eleição pedindo seu voto! Não foi o único motivo pelo qual oPTei em bolsonésio, apesar de ser de esquerda. Um sujeito desses deveria estar ejetado da política há muito tempo - suas derrotas nos últimos 3 pleitos que disputou refletem a óbvia verdade desta análise. Voltando ao evento na Câmara: ao minuto 10 deste vídeo, Andrada diz e repete que Kim apoiaria jogos online, inclusive com isenção de impostos (mentira dupla! Nem é Kim o apoiador da ideia, nem ele apoia qualquer isenção. Inclusive ele mesmo sugere o corte de benesses de grandes empresas via renúncia fiscal desde seu primeiro mandato!). Andrada chega a sugerir que o deputado esteja louco(!). Após a interrupção de Kim - há permissão regimental de uma citação imprópria ser motivo de interromper o discursante - ele retrata-se em uma única frase e malandramente muda de assunto. Tem mais: disse Andrada O varejo é feito de empresários honrados (minuto 12:30). Um pouco mais para frente sugere a Kim recebê-los e 'fechar a porta' para conversar com eles. Kim jamais faria isso (fechar a porta para converar): nunca houve negociação decente feita a portas fechadas! Deslize menor de um grande omem (sic), sem dúvida, não é mesmo? Não acredita? Concordo, é difícil mesmo. Mas ora, está tudo no vínculo acima, basta ouvir!
   A sequência de declarações desastrosas foi acachapante, mas o pior estava por vir. E não do próprio Andrada, mas da claque espalhada pela internet. Pareceu ação coordenada, de tão bem orquestrada!

Haddad dá pito em Kataguiri na Câmara: "Para de lacrar na rede" (vídeo)

Haddad ironiza Kim por crítica ao ICMS (vídeo)

Nota: ele não ironiza. Ele distorce e desinforma, atribuindo a Kim ideia de outro. Avaliar a qualidade desse tipo de jornalismo fica por conta do leitor.

Haddad humilha Kim Kataguiri e deputado fica desconcertado (reportagem com vídeo)


   O problema é que para comprovar tudo isso é necessário assistir ao vídeo inicial (reproduzo o endereço aqui) que tem 16 minutos e comparar com os outros. Os vídeos editados - com apenas entre 4 e 6 minutos, bem fáceis de digerir - focam nas declarações do traquina sem mostrar o contexto. E note, esse é o comportamento dos esquerdopatas, justamente quem acusa Kim de querer lacrar para conseguir views na internet! Mais: De onde é o vídeo inicial, completo, sem corte nem edição? Do canal do sr. Kataguiri. Outros veículos abordaram o assunto, de maneira igualmente vexatória. O Framboesa de Ouro para o canal G1, mas não encontrei registro das barbaridades cometidas pelas jornalistas de lá. A cada dia penso como fiz bem em cancelar minha assinatura, há vários anos.

   Como último comentário, é preciso destacar que, regimentalmente, Kim não tinha mais tempo para defender-se melhor ou contrapor o depoente. Mas ele explica tudo isso neste corte (10 min), feita em entrevista prestada a um canal de internet logo depois do evento. A questão então resume-se a: onde está a fidedignidade da informação? Em minha opinião, a quem a mostra por inteiro, sem cortes nem edição. Você pode não ficar sabendo de toda ela, eventualmente, mas não será feito de otário a cada clique. Passar por idiota parece ser o esporte predileto - na frente do futebol! - de boa parte da população. Mormente, bolsonésios e PTlhos.

O Torrione

😥 pow, foi-se meu último Torrione, da safra 2012, produzido pela Cantina Petrolo. É um IGT corte 80% Sangiovese, 15% Merlot e 5% Cabernet Sauvignon. Já foi mais barato, seu preço lá fora subiu bem. Faz por merecer, é um vinho que entrega: abri ontem, bebo hoje e analiso depois de jantar, nas últimas taças. Está no ápice, pronto. Curiosamente, mesmo com a Sangiovese majoritária, não peguei a cereja característica em Chiantis até mais simples. Mas tem muita fruta madura, chocolate, couro/estrebaria e mais notas. Na boca repete-se o chocolate de maneira quase acintosa (rs), com uma pontinha de doce, madeira discreta, taninos arredondados aportando ainda ótima acidez e fazendo um conjunto bem pegado e extremamente prazeroso. Seu final é longo - como costumo dizer, aquele longo de verdade, não os microssegundos proporcionados por ícones chilenos ou tranqueiras nacionais de 300 moedas. Depois de engolir, dá para mastigar a boca vazia e sentir como ele continua presente. Ao engolir a saliva da primeira mastigação vamos para a segunda, e ele ainda deixa traços. Vinhão, com "V". Atualmente custa USD 30,00-35,00 em safras novas - já custou USD 23,00, conforme atesta postagem antiga. Dói um pouco no coração falar de vinho tão bom mas esgotado; não há chance do consumidor comum encontrá-lo. Contudo, posso chamar atenção de quem viaja. O irmão maior do Torrione é o Galatrona, um 100% Merlot untuoso, denso, verdadeiramente opulento, como diria Don Flavitxo. Curiosamente temos disponível no brasio. Custa, em safras novas, USD 90,00-100,00, 'lá'. Aqui uma safra 2017 está pela bagatela de... R$ 3.660,00! 😲 Certo, a safra '17 custa USD 150,00 lá (uns R$ 900,00, arredondando para cima), mas isso dá a tubaronice explícita de... 4x!. Galatrona é um vinho que cabe na sua mala. Não sisqueça dele!

Aqui, o Torrione em taça: sem bordas atijoladas, ótimo. Diria, no ápice.




Como se fosse preciso...

Galatrona EUA, safra recente (2021): na faixa de USD 100,00.


Galatrona, safra 2017. Acrescente os impostos americanos (10%): USD 150,00.

Galatrona cá: R$ 3.660,00. Pelos R$ 60,00 a mais (dos 4x, ao preço lá fora de R$ 900,00), poderia vir com aquele lubrificante, K alguma coisa... e olha que está em 'promo' nas Farmácias Pacheco a R$ 21,59!)

Saturday, May 25, 2024

Bacalhau pós-Páscoa

Introito

Corra Scadufax, mostre-nos o significado de pressa.
Gandalf, em O Retorno do Rei

O texto da última postagem saiu defeituoso (sic). Havia escrito um pequeno roteiro - como sempre - ligando o título, Sobre homens e éguas, ao vinho, mote principal do blog. Sem querer apaguei a nota, e na hora de formalizar os pensamentos acabei deixando passar a conexão. Esse deslize sempre empobrece a escrita; a coesão é um dos pontos básicos da boa composição. O comentário focaria na invocação de algumas postagem recentes comentando os preços da Chez France e da Enoeventos: eles andam soltos como éguas na planície, cavalgando à frente de uma manada de cavalos. Os garanhões, querem fazer-nos crer as tubaronas, são os clientes abrindo suas carteiras com toda a virilidade e desembolsando suas notas em troco de vinhos de qualidade inversamente proporcional ao seu valor de face. Durante um café na padaria, leitor aventou se eu referia-me às políticas citadas como éguas. Em função do comentário acima, posso dizer: - Meu caro, errou...


   Sim, a  Marina Silvia não escapou de críticas. Mas seu passado a condena. Dentre muitas, ela votou contra a liberação de pesquisas em células-tronco embrionárias, lembra? Não lembra? Ah...

   Da Janja, eu falei muito bem!, basta voltar lá e ler direitinho. E vou falar mais bem agora, veja:


Notou seu desapego e desinteresse a quem estivesse em volta, chorando aos prantos quando recebeu em seus braços animalzinho tão simpático, adotando-o como mais um ser de estimação para seu harém sua casa? Alguns a acusarão de estar protagonizando ato político. Se é assim, apoio! Janja 2026! Depois vou cobrar...


Aos vinhos.

Reunião da #émuitovinho

Estava marcada há muito tempo, e finalmente aconteceu. Elvira ofereceu-nos um bacalhau pós-Páscoa, e tentamos harmonizar esse difícil pescado. Em sua humilde choupana, ela recebeu a Liu comandando a foto, este Enochato, Luidgi,  D. Neusa, ela própria, Márcia e Salete. A primeira e a última foram convidadas da confraria. No início dos trabalhos, para agradar os presentes enquanto não chegavam todos, começamos com um espumante brut rosé da Casa Perini. Esse produtor teve seu moscatel eleito como o quinto melhor do mundo, em 2017, por um painel de jornalistas. Ah, jornalistas... chicoteie-os do nada. Você pode não saber porque bate, mas eles sabem porque apanham. Experimentei na época; achei que poderia ser o quinto pior espumante do mundo pelo doce nauseativo. Este não fugiu à regra, não sendo tão doce: mais ligeiro que o Andrada para aumentar imposto, passa pela garganta sem deixar lembrança nem saudades. Tem lá um buquezinho do tipo para dizer que tinha, e pronto. Não é má fé. Faça assim: compre, junto de uma Cava, e experimente ambos. Até imagino os detratores do espaço misturando dos dois em cada taça para dizer terem-nos achado bem similares... Voltando... pelo tanto de pessoas, avaliei ser prudente duas garrafas iguais de entrada, para que pudessem ser bem apreciadas em uma quantidade razoável. Tapada do Chaves Branco 2018 foi o escolhido. Lavra de ótimo produtor, comprei algumas garrafas e fui degustando uma aqui, outra ali. Corte Arinto, Antão Vaz, Assario, Tamarez e Roupeiro, fez a alegria da galera e o Ghidelli elogiou seus toques cítricos vindos de... lima de casca amarela(!) a lembrar um Late Harvest, e mel. Ainda viu lichia... Está com medo de ser excluído da confraria, e vem mostrando serviço... 🤣 Não consegui fazer essa conexão de lima a partir dos óbvios toques cítricos, fiquei bastante satisfeito com a acidez sempre presente e com a ótima persistência em boca. Comprava a uns R$ 190,00 em 'promos', agora está R$ 210,00. Para um vinho nos seus USD 20,00 em Portugal, está com bom preço. As confrades, desnecessário dizer, adoraram.

Servi então o Arínzano Gran Vino 2016, do qual já havíamos provado em março do ano passado. Ele fizera boa figura então, mas desta vez notei o Ghidelli segurando a taça com cuidado e olhando para dentro dela, como se o universo estivesse sendo criado ali, naquele instante. Tem algo de Jerez amontillado aqui, disse. Cafunguei e disse notar algum óleo. Não o Singer, característico de muitos Rieslings da Alsácia, mas ainda assim óleo. Fluido de isqueiro..., disse ele. Alguém sugeriu mel. Claro, o cítrico bem presente e notas mais complexas. Não sei se essa garrafa simplesmente estava muito melhor do que a anterior ou se esse ano a mais fez-lhe bem, ou ainda se ela respirar - sem resfriar! - enquanto nos divertíamos com o espumante e os Tapada não fizeram a diferença. Nunca sisqueço (sic) de um Condrieu que bebi com o Akira, postagem com o sugestivo título Brancos também evoluem depois de abertos..., de abril de '21, relatando nossa sublime experiência com o  La Chambée comprado pouco antes da Cellar trocar de mãos. Voltando ao Arínzano, sua acidez também estava ótima, assim como sua persistência e final. É mesmo um ótimo vinho, apesar de caro lá fora. Observe naquela postagem o comentário do leitor Dionísio; talvez ele tenha incorrido em erro similar nosso, não deixando sua garrafa respirar. Vida de enófilo não é fácil... 😓 O Falcoaria Vinha Velhas 2016 é um Fernão Pires (casta!) do Tejo algo simples mas bom para acompanhar um bacalhau, aquiaqui. Seu ponto alto é a mineralidade; ela dá um salgadinho à boca, e sua acidez também agrada. Ele não chamou tanta atenção porque estava entre Vinhões, com "V". Junto dele veio um Tapada do Chaves branco Vinhas Velhas 2008, um corte similar ao irmão menor mas com um grau a mais de álcool (14%) e muita, mas muita complexidade. É realmente outro padrão de vinho, e também ofuscou o Falcoaria. Excelente boca, verdadeiramente longo ao final, foi comemorado pelas confrades. Comprei em uma 'promo', alertado por Don Flavitxo. A safra em oferta era a 2018, mas, para grande surpresa, ao abrir a caixa, veio o 2008. Até escrevi para o Fábio da VinhoBR e ele disse que eu fora sorteado; com o excesso de pedidos naquela promo as garrafas da safra 2018 se esgotaram e o meu pedido - um dos últimos - foi agraciado com a safra mais antiga. Olha... até as notas algo oxidadas estavam lá. A galera não reclamou...

Por sobremesa tivemos um Vale de Lobos Colheita Tardia 2014 feito de Riesling e tocado a 11% de álcool. Já havia bebido um bom tanto, e não anotei nem lembro-me de seus detalhes. Defendeu-se bem (rs) da voracidade geral. O bacalhau estava ótimo, combinou bem com os vinhos. Claro, ficou melhor com o Tapada, mas seu preço é muito superior ao Falcoaria. Esta infelizmente parece esgotado no Verdemar, grupo supermercadista de Minas. Lembro de ter visto a R$ 115,00, quando havia comprado em Araraquara por uns R$ 90,00, um preção para esse vinho. Se acabou, não há o que chorar. Vamos para o próximo.

Turbinado

Esta postagem foi tocada a um Torrione 2012, minha última garrafa desse toscano produzido pela Petrolo, já apreciado em várias oportunidades mas do qual falei apenas uma vez. Teve bão (sic), mas comentarei dele amanhã - deixei meia garrafa...

Monday, May 20, 2024

Sobre homens e éguas

Introito

A tragédia do Sul já foi propalada aos 14 ventos - quatro conhecidos e 10 podendo ser imaginários, secundários ou ainda não catalogados. Portanto não é novidade. Novidade talvez - e apenas talvez - seja esta abordagem. Compare-a com o que venderam-lhe até agora. O cidadão continua desinformado, por comodidade ou preguiça, tanto faz. Estamos na Era da Informação - ou achamos que estamos. É tolo quem não se adaptou a ela; 99% das pessoas, a bem da verdade. Eu mesmo não muito, mas tento correr atrás e tapar buracos, cobrir brechas, ser crítico... e o leitor? Continua acompanhando os dois ou três veículos nos quais acredita serem onestos (sic) a ponto de se posicionarem contra ou a favor deste regime ou do último da maneira mais descarada possível? Ah, tá... Preste atenção, então: o jornalismo é isento, ou não é jornalismo. Os mais apressados dirão Se for assim não existe jornalismo! Bingo. Se o quati-leitor só percebeu isso agora ele quem sabe tenha salvação. Voltando à inundação:


   A ministra do ministério mais desimportante da história deste país quer priorizar 1% - isso mesmo, 1%! - da população atingida em vez de apenas organizar auxílio para a região como um todo. Isso não é o mais baixo que o ser humano pode chegar, acredite. Duvidando, olhe o currículo da sujeita. Ministro de Estado que se submete ao crime organizado não tem moral, fibra ou caráter para estar em tão excelso posto. Quanto ao 1%, não pode haver questão sobre o número, a fonte é oficial. Basta saber fazer contas...


   A égua Caramelo (sic) foi resgatada em operação que comoveu o país. É isso mesmo: o enfrentamento às tragédias se faz em todas as frentes. A prioridade são as pessoas, claro. Mas porco, galinha, cachorro, papagaio, gato, égua, etc., toda essa gente (sic), é muito melhor que nossos governantes desde sempre e também merece nossa atenção. É quando cada voluntário dá o seu melhor, exerce sua função com desapego e nos enche de orgulho em estarmos alinhados com eles. Sempre idônea, intelectualmente honesta, desinteressada, sexy, linda e leve, nossa Presidente de Fato Primeira Dama emocionou a todos com seu próprio desempenho:


   Você não deu atenção no caboclo em primeiro plano falando mentiras, deu? A PF - prato feito - deveria apurar a verdade dos fatos e prendê-lo na sequência. Sem recurso nem direito a advogados - o lugar destes é ajudando lá no Sul, não preocupados se uns poucos desordeiros promovem boataria internet afora. Deveria haver uma lei proibindo isso. E um rapá bonitinho e ordinário para conferir tudo isso. Se não for ignorante, estúpido e idiota, melhor; se for, estará igualmente bom.

   Marina Silvia, ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, aquela que julgou-se apta a concorrer à presidência quando tínhamos recursos bem superiores - Dilma, Andrada, o próprio NAP - pretende-se vítima, acusando o último boçal no trono cargo de presidente de inoperância quanto às questões climáticas. Concordo, ele entregou a pátria combalida, sem recursos - mas para gastar 94 bilhões pagando precatórios em operação no mínimo suspeita, teve cascalho, né? - então os ministérios estão à míngua. Ela seguramente encaminhou ao Congresso projetos para recuperar os estragos, e sua execução aguarda a disponibilidade de recursos. Legal, né? Mostrem-me, então, canalhas!

   Assim estamos: animais em perigo, pessoas desabrigadas, vítimas fatais e alguns se portando como autênticas éguas. Vejam por exemplo - mas não só! - o número crescente de roubos à mão armada não de comida - o que já seria insustentável - mas dos poucos bens que sobraram às vítimas. O governo, seguramente, vai dar um jeito nisso. Está no Diário Oficial. Será na próxima gestão do Senhor. Você doou, tenho certeza. Tive o imenso prazer de ver - em relatório eletrônico apresentado pela entidade que ajudei - gente sendo assistida em restaurantes improvisados cuja projeção é prover 4.000 refeições por dia. Um relatório está aqui. Começa no minuto 2:35. Risível e triste no meio de tudo isso é o apelo de oportunistas para comprarmos vinhos do Sul. Ao preço que praticam? Sou extremamente solidário aos sofredores de tamanho infortúnio, mas se depender dessa ação, lamento: os gaúchos ficarão boiando no Guaíba.

Vinhos e mais vinhos

   Estou muito atrasado com as postagens. Nariz não tem funcionado como esperado, e a memória menos ainda. Em alguns momentos reproduzirei a impressão dos confrades - todos eles melhores do que eu, na verdade - ou a postagem fica pela mera divulgação dos vinhos. Claro, usar o Wine Searcher e não dar mole para importadoras tubaronas é uma questão de cidadania. Ainda quando, imersos na tragédia, podemos economizar algum reais e enviá-los para quem está precisando. Não compre nenhum vinho acima de 2x em comparação com o custo lá. Tem muita oferta de bons vinhos por aí e dá pra economizar.


Em um encontro com a confraria - agora batizada #é.muito.vinho (adivinhe por quem...) - assolei os colegas com uma daquelas comparações programadas e às cegas antes de provarmos um Brunellinho. O primeiro foi um Tarapacá Gran Reserva Etiqueta Azul 2021, conseguido no Chile em 'promo' por uns R$ 100,00 (aqui, R$ 250,00-350,00). Foi como carne de vaca, todo mundo reconheceu sua chilenidade (sic! rs!). A Elvira disse estar um pouco novo, o Ghidelli disse ser Cabernet Sauvignon. É um corte, 78% CS, 13% Petit Verdot, 4% Malbec e 1% Cabernet Franc. Estava sim rico em frutas e tinha mais notas. O problema é sempre a boca: acidez baixa não esconde a falta de estrutura e torna o vinho algo decepcionante. Comparado ao Quinta do Noval Syrah 2016, definido por todos como mais pronto para beber, também com muita fruta e melhor acidez, destacou-se sem esforço. Não há dúvida, sua permanência em boca é muito mais larga e ao final é mais completo e complexo. Quem já leu sobre ele ele sabe: anda em ofertas em vários lugares, na faixa de R$ 160,00-180,00, e comparado com o preço mínimo do concorrente, ganha de lavada. O Brunello di Montalcino Pianrosso 2010 - ótima safra - foi comprada em 'promo' quando o Shot Café ainda pertencia à franquia Vinho e Ponto, grande tubarona do Mercado. Com desconto de 50%, entrou na faixa 2x(!) e aí levamos. Tal valor deixou alguma margem para o Jairo, e mais recentemente perguntei-lhe: prefere ganhar 10% em uma semana ou 50% em cinco anos? Ele está revendo seus conceitos... Pianrosso, mesmo aberto uma hora antes da chegada dos convivas e servido depois dos primeiros exemplares secarem, ainda estava fechado(!), um erro de serviço deste Enochato, mas condizente com alguns comentário no Cellartracker. Encheu a boca, com ótima estrutura, grande acidez, mas o nariz permaneceu fechado para começar a revelar-se na última rodada, conforme observou D. Neusa: ficou realmente rico, esbanjando fruta e aqueles toques na direção de couro/estábulo, chocolate/café e mais. Uma pena não tê-lo aberto uma horinha mais cedo, que fosse...

Uns dias depois abri para beber no final de semana um La Cave des Hautes Côtes Beaune 2014. É um borgoinha Villages que não faz feio, do qual já degustei algumas garrafas. A Enoeventos importou bem antes da sua fase tubaronesca atual, e os vendia a R$ 220,00, talvez um pouco menos em alguma queima. Eram ótimas compras, mas esgotaram-se há tempos, sem reposição. Apesar de simples - para a Borgonha - manteve acidez acima da média, ótima, agradável, com nariz acompanhando e ambos se complementando bem. Tá vendo a diferença quando o vinho tem a 'boca' mais fraca, como o Tarapacá? Ainda tenho uma garrafa do Nuits-Saint-Georges 2016... será que alguém vai me acompanhar nessa? Deixei metade para o dia seguinte, quando de estalo perguntei se D. Neusa viria para apreciar algo de surpresa. Ela não se fez de rogada, e repetimos o bifim ao molho gorgo do dia anterior. Se não harmonizou tão bem - Borgonha pede outro pato prato - não estava ruim. Aconteceu de D. Neusa trazer uma farta variedade de entradinhas, e quase acabamos com o vinho ali mesmo. Por precaução abri um Iselis Monica di Sardegna Superiore 2019, da Argiolas, comprado junto à Enoeventos. O produtor já diz tudo - nunca bebi um vinho ruim da Argiolas - mas da cepa principal - Monica - jamais ouvira falar. A bem da verdade é um corte com pequenas quantidades de Carignano e Bovale Sardo, segundo o importador. A informação ajudou? (risos!) Nariz bastante complexo, muita fruta e outras notas - D. Neusa comentou, não guardei. A boca é ótima, rica, taninos maduros, boa acidez e álcool contido, fazendo excelente conjunto. Gostei muito dele, e o melhor foi notar o quanto está pronto. Pode ser guardado por uns três anos, sem susto, e vai continuar com a persistência larga e com o ótimo final. Um excelente vinho para seus 16,00 €, mas nos seus atuais R$ 265,00 (40,00 €) crava exatos 2.5x, e está fora da minha meta. Posso estar enganado, mas peguei em 'promo' a uns R$ 170,00. Aí estaria bom. Acima disso, lamento.

Ótimos preços, hoje!

Comentei sobre a oportunidade do consumidor comprar melhor e direcionar alguma diferença da sua economia para ajudar nossos compatriotas no Sul. Veja aqui duas dicas para comprar bem e ainda fazer sobrar algum.

A Família Scopel oferece o ótimo Chocapalha a modestíssimos R$ 78,00.
https://loja.familiascopel.com.br/vinho-tinto-seco-quinta-de-chocapalha-750ml
   Já resenhei o vinho diversas vezes, e regozijava-me se o comprava a R$ 100-, que fossem 90 e tantos reais. Por R$ 78,00, ficou matador. É um vinho de 11 €. Dessa loja, comprei há algum tempo algumas garrafas do também ótimo Herdade dos Grous. Cuidado com outras ofertas. Wine Searcher sempre!

A Los Vinos oferece o igualmente lusitano Mob Lote 3 a R$ 119,00, e escrevi sobre ele diversas vezes. Fiz compras melhores dele - próximo a R$ 100,00 - mas continua sendo boa ocasião para adquirir um vinho de 10,00-11,00 € por menos de 2x. 
https://losvinos.com.br/produto/m-o-b-lote-3-tinto/
Nunca comprei dessa loja, então o consumidor deve fazer o dever de casa e procurar a avaliação dela em sítios como Reclame Aqui ou similares.

   Ambos são vendidos a preços próximos a R$ 170,00(!), o que dá o sempre tubaronesco 3x. Obviamente a oferta do Chocapalha está bem melhor, mas para quem gosta da força do Dão proveniente de maceração mais prolongada de seus vinhos, tem em MOB Lote 3 uma ótima oportunidade para reencontrar - ou conhecer - essa expressão.  Poupou um pouco? Já sabe...

Sunday, May 5, 2024

Sobre Hobbits e Homens

Introito: reservas infinitas de estupidez

   Sim, o brasio é isso: um dos poucos países do mundo com reservas infinitas de estupidez. Sendo nossa população finita (sic), e existindo cá alguns escassos iluminados - este a escrever é muito modestamente apenas mero ponto fora da curva - dá para calcular o quanto somos um povo sem noção. Dentro da plataforma do blog, clicando desavisadamente caí numa seção raramente visitada: aquela onde - não sei como nem porquê - mantém certos comentários descartados ou não encaminhados para meu e-mail. Por esse motivo vários apontamentos ficam sem reposta, embora outros foram sim descartados ao entrarem em minha caixa postal. Hoje apaguei mais de 200, e publiquei uns poucos - principalmente do sempre participativo e generoso Don Flavitxo. Preciso pedir desculpas pelo meu tosco domínio de Blog; o silêncio não foi desleixo nem soberba. Se o leitor recebe esta introdução como uma forçação (sic) de barra, invencionice do articulista para superestimar o espaço, veja só:


   Na postagem Escolha Sua Tragédia II, ato final foram no mínimo três comentários dispensáveis. Um reclama de ter suas bobagens democraticamente censuradas. Não tem noção; o sujeito quer ser publicado de qualquer maneira. Desconhece a célebre frase de Edward Coke, jurista inglês do Renascimento, para quem A casa de um homem é seu castelo. Certo, a frase tem muito mais profundidade do que atribuída aqui, não entrarei nesse mérito. Resumindo, a lei da 'vida real' vale para a 'vida virtual', e o blog é extremamente democrático dentro das leis estabelecidas por seu proprietário - eu. Minha opinião política não está sob julgamento ou discussão. Pule-a, se não quiser saber sobre política. O segundo idiota ignora o uso da ironia! A terceira opinião, inteiramente apagada, apenas registra para o leitor o fato de tontos em geral pretenderem poluir estas excelsas páginas com o excremento em estado puro exalado de seus cérebros. Não passarão. E tem mais:


   O primeiro comentário é até razoável, mas é isso mesmo: não publico réplicas sobre política, ainda que apoiem a premissa do blog! Pouco adianta reforçar meu ponto de vista; a proposta editorial é de não abrir oportunidade a tais comentários. Ponto! 


   Esta terceira, é um primor. Reforçando: o blog é democrático. E eu leio tudo sim - o que chega ao meu e-mail, pelo menos - não por curiosidade como pobremente supõe o detrator, mas para em primeiro moderar de fato (comprova meu apego à democracia), depois (e não menos importante) para procurar algum resquício de inteligência no debate, tornando-o digno de discussão. Claro, em 99% dos casos é perda de tempo. Mas o caboclo crê-me apenas curioso. É a estória conhecida, das reservas infinitas de estupidez.

A Dayane e a Renata

Um monte de postagens atrasadas, mas hoje a Dayane e a Renata passaram para almoçar. Saíram, estava escurecendo... horas e mais horas de conversa, reflexões, risadas, causos, planos e muito mais. Pelo começo: a Dayane já pensava em lançar mão de uma Xampa Taittinger - Brut básica, reba - que compramos em 'promo' de 300tinha. Ficou em cima da hora para cozinhar algo a contento, e sugeri uma mudança de planos: meu indefectível filé ao molho gorgo com um tintinho nojento, precedido um um espumantezinho honesto e sincero (risos!). A Cava Cordon Negro já apareceu demais aqui, principalmente nos últimos tempos, e é hors concours; como tintinho cacei um Castel del Monte Il Falcone Riserva 2013, da Azienda Vinicola Rivera, localizado na Puglia. Embora alguns lojistas nacionais digam tratar-se de um corte 70% Nero di Troia e 30% Montepulciano, o sítio do produtor diz 70% Nero di Troia e 30% de outras variedades locais. Também chamada de Uva di Troia, remete à cidade de Tróia na Puglia. A lenda de sua fundação faz conexão com a Tróia antiga, da atual Turquia, conquistada por Aquiles e sua turma, conforme Homero contou em sua Ilíada. Il Falcone aerou por uma hora antes de ganhar o balde e depois pular para as taças. Na primeira cafundaga a Dayane invocou Biotônico Fontoura...(!) Acho que a Renata falou um pouco da madeira, bem presente. Resfriado um pouco mais - além de maior aeração? - seus toques de fruta apareceram, junto de couro ou chocolate, e mais notas. Taninos já macios revelam o vinho em seu apogeu, com boa acidez e final médio, tudo bem equilibrado, casando razoavelmente com o bifim, em harmonização que não brilhou mas sem decepcionar. É bom enfatizar: nada tem a ver com essas porcarias de Primitivos de Puglia infestando prateleiras e tentando competir (sic) com igualmente ruins Primitivos de Manduria, todos invariavelmente doces e desbalanceados. Dizem existir Primitivos de Manduria sem o dulçor enjoativo. Talvez, conheço pouco. Só espero não me aparecerem pela frente, antes de morrer, a Mula sem Cabeça, o Boto Cor de Rosa e o ET de Varginha, tudo juntos e misturados, antes de eu conhecer um Primitivo (qualquer um!) sem esse dulçor dos quintos dos infernos (risos!)

A conclusão deu-se com um gorgo nojentinho escoltado por três vinhos de sobremesa, também provados todos em encontro não postado. Teve um Colheita Tardia da Aurora 2021, corte de Malvasia e Moscato. Para minha completa surpresa - já acontecera antes - ele praticamente equiparou-se ao Tarapacá Late Harvest com seu corte Sauvignon Blanc, Viognier, Gewurztraminer e Chardonnay. Ambos com agradável toque cítrico - para mim sempre soa à folha de laranjeira, embora as meninas identificassem um cítrico de outra origem - mas no Tarapacá a nota de mel também estava evidente, deixando-lhe um pouco mais de sofisticação. Ou talvez este Enochato simplesmente tenha notado esse ponto favorável do Tarapacá sem ter conseguido decifrar algum detalhe mais sutil do Aurora. Ambos, claro, com baixa acidez, deixando o doce prevalecer em boca e proporcionando algum desequilíbrio. O Doisy-Védrines, já muito comentado, levou todo mundo no peito, sem o mínimo esforço. Portanto, um vinho nacional competindo de igual para igual com um vinho Chileno aparece nas páginas do blog, e é retratado como tal, sem o menor preconceito do articulista. Um pelo outro, diria uma grata surpresa! É quando o nosso vinho, minúsculo, discreto, desimportante, um Hobbit por assim dizer (rs) pareia ombro a ombro com 'vinho de homem'. Afinal, bem ou mal, o Chile é o sétimo ou oitavo mais importante produtor de vinhos do mundo. Por favor, caterva, sem ilusões de achar que podemos competir com espumantes ou tintos de Xampanhe ou Médoc, como se entre nós e 'eles' (no caso de Xampas) não existissem Cavas, Brutos (um dos tipos de espumantes portugueses), Crémants (da Borgonha, da Alsácia, do Loire, de Bordeaux, de Limux, etc.), Prossecos, Sekts e uma miríade de outros. Apenas tolos sustentam que podemos competir com tintos e espumantes. 

Parece que podemos competir, regionalmente, com vinhos de sobremesa. Um Aurora Colheita Tardia custa R$ 30,00, o que dá USD 6,00. Um Taracapá custa no Chile USD 8,00. A bem da verdade essa safra da Aurora foi produzida com trabalho escravo, mas dou-me o direito de imaginar que o valor tenha sido reajustado desde aquele escândalo e hoje o sítio do produtor mostre um montante devidamente estabilizado. Então posso dizer: tem que custar a metade, e se necessário ser vendido em caixinha longa vida - o Taracapá vem de longe e usa rolha! - e assim poderemos reduzir o custo para o consumidor. Aguardo um vinho com qualidade mínima e preço adequado para dizer aos quatro ventos que produzimos vinho razoável. Vinho a custo alto não é admissível em um país agrícola

Thursday, May 2, 2024

O níver do Paulão, 2

Introito

Esta degustação aconteceu antes do níver do Paulão, mas a festa oficial teve preferência na publicação por motivos óbvios. E vamos logo, pois já estamos atrasados... Parafraseando e contrariando o Ghidelli, pode ter sido muita festa, mas nunca que foi muito vinho!

A Paduca aquecendo os tamborins

Paulão mandou um zápi tocando o terror e anunciando um embate até a morte entre o vinho dele e o meu, ao que eu dei de ombros. Sei como tratar fanfarrões assim; meu 1/4 de sangue calabrês não nega as origens. Paulão chegou com seu justiceiro embrulhado, e encontrou o meu da mesma maneira. Experimentei o dele notando bastante fruta no nariz, mas sem arriscar um palpite de onde seria. Tentei encontrar alguma nota diferente, mas parece que meu nariz - para variar - ultimamente anda muito arredio. Acidez um pouco baixa, algo ligeiro em boca, final rápido, também. Quando revelado, descobri tratar-se de um Ramón Bilbao Reserva 2016, Riojano das Bodegas Ramón Bilbao que completam 100 anos em 2024, com 14% de álcool só um pouco detectáveis, e comprado em ótima 'promo'. Meu escolhido pareceu ter sido reconhecido pelo Duílio, mas depois ele mudou de opinião. Já comentei em todas as confrarias: não tente chutar a procedência o vinho apenas por chutar. Procure as características que você reconhece, ative sua memória olfativa e faça o seu melhor. Errar não é um problema, faz parte da diversão. Os confrades notam o quanto erro em nossos encontros, e é muito mais do que acerto. Bem, o Gattavecchi Riserva dei Padri Serviti 2013 é um Vino Nobile di Montepulciano produzido ao redor da cidade de mesmo nome, localizada no sul da Toscana. Um vinho 100%, Sangiovese, produzido pela Societá Vinicola Toppetta, não deve ser confundido com a cepa Montepulciano plantada ao redor da cidade de Abruzzo, na região central da Itália. Gattavecchi podia não ter a fruta tão abundante quanto Bilbao, mas estava bem mais complexo: além da fruta tinha terra, ou algo herbáceo; sobravam mais notas. Fumo? Chocolate? Algo assim. Talvez meu nariz não estivesse tão ruim assim... Acidez melhor, contribuindo para boca mais marcada, com final longo. Os Paduquentos ainda não estão acostumados com essas sutilezas, o que é compreensível. Há menos de um ano estávamos bebendo vinhos portugueses - ou sul-americanos - na faixa de R$ 50,00-R$ 70,00, às vezes bem comprados, às vezes não... Para eles, Bilbao Reserva esteve melhor. Para mim, não. O leitor decide (risos). Acabaram-se os vinhos, o entusiasmo não. Perguntaram-me o que eu teria se fosse abrir algo para o cachorro. Disse-lhes que abriria algo que sequer serviria para o cachorro - uma canalhice se paga com outra, certo? O Torre Oria Shiraz (😣 a safra estava no contrarrótulo) foi comprado há algum tempo, antes da pandemia, creio, e é produzido pela Bodegas Torre Oria, estabelecida em Utiel-Requena. Para quem não sabe de onde já ouviu falar desse nome, é a mesma procedência do famigerado Toro Loco. Lembram-se das reportagens de 2012 dizendo-o um dos melhores vinhos do mundo por R$ 11,50? Aqui e aqui. Claro, depois a blogosfera repetiu ad nauseam... bem, conforme este Enochato, ele era apenas um vinho honesto para o valor. Torre Oria repete a fórmula: fruta na frente, sem muito mais, baixa acidez, algo ligeiro, com com um dulçor agradável para iniciantes ou para beber apenas uma taça bem comedida. Depois disso, fica enjoativo. Boas bocas pegam esse enjoativo de saída. Os vinhos da Torre Oria chegaram a ser campões de vendas quanto o Shot mantinha a franquia com a Vinho Alguma Coisa, mas parece que em algum tempo o público simplesmente desistiu deles. Uma palavra sobre a foto: ela não tenta imitar a Crucificação. Não! O Salvador não está ladeado pelos salafrários! É o contrário!