Introito
O cidadão de bem torna-se bandido quando associa-se a bandidos.
Máxima do Enochato
Uma das áreas caras a essa turma é a tal da Análise do Discurso, aquilo que víamos no colégio como interpretação de texto (notou a variação das maiúsculas/minúsculas? Começa por ai... 🙄). Agora que o assunto esfriou, aproveito para perguntar: cadê os analistas esquerdalhas para fazer a tal Análise sobre os áudios do Arthur do Val? Transcrevo dois trechos
(o Renan chama a viagem de) ...Tour de blonde, ele viaja os países e vai só para pegar loiras, mas ele tem técnicas, está avançado, para começar que ele fala sueco... o cara é viciado nisso (sic) ele me deu umas dicas, por exemplo, ... você vai para as cidades normais, você não pega a mina na balada você pega assim, não pega na balada, não pega na praia, você pega no mercado, na padaria... e essas cidades mais pobres são as melhores...
E detalhe... detalhe... elas olham. Elas olham e vou te dizer, são fáceis porque são pobres.. essas minas aqui em São Paulo, você dá bom dia ela ia cuspir na sua cara, e elas são supersimpáticas, super gente boa.
Em primeiro, algumas premissas: turismo sexual é condenável sempre! Mas você sair para caçar mulher (ou mulheres caçando homens, ou tudo junto e misturado), não tem nada de mais. É o mesmo que solteiros (e mesmo casados!) fazem às claras (ou à socapa) em todas as sociedades ocidentais. Vai acusar o Arthur do que não, canalha?! Enquanto liberdade sexual, cada um faz o que deseja em suas férias. Bom moço que sou, visito museus. Igrejas também, apenas pelo aspecto histórico. Sabemos que Renan morou ali pelos lados da Suécia - fala Sueco - e não pelos lados da Ucrânia. Está claro que suas eventuais aventuras dão-se por aqueles lados. Portanto o segundo trecho - por si podre e de péssimo gosto - diz respeito apenas à Ucrânia! Os lugares que Renan frequenta são outros! Obvio que na Suécia existem prostitutas, mas o áudio não dá a menor deixa de que ele paga; ele pega. Não é turismo sexual! Ele até deu técnicas de azaração, para o Arthur, coisa que encontramos até no Youtube!
Fica exposto, portanto - e sem usar qualquer técnica de Análise do Discurso - que jamais tratou-se de turismo sexual. A petralhada e os bolsonésios querem seu gado acreditando em mentiras as mais mirabolantes. Essa nem soa tão grande assim. Assombra, de qualquer maneira, a percepção tão falha das pessoas que não conseguem interpretar um simples texto e fazerem de uma zoação entre amigos - com toques de grande tolice - a proposta do fim do mandato de um deputado estadual que, a meu ver, vem honrando sobremaneira sua atuação parlamentar. Não? Pode dar-me algum exemplo onde ele a desonrou? Porque posso dar-lhe muitos exemplos de discussões significativamente importantes que ele trouxe à mesa (meia entrada, plano diretor da cidade de São Paulo, Pacto Federativo), fora as leis que conseguiu aprovar ou rejeitar. Vamos lá, sou todo ouvidos... Encerro com a reflexão de que o cidadão de bem não pode entregar-se gratuitamente a tais pulhas sob pena de tornar-se o bandido da máxima de abertura.
Degustação de há muito
Ando Putin da vida 😂. No último encontro da turma Vinho e Turismo fui rolar a picareta e de repente vi-me pego com a mão na botija. Confesso, faltou presença de espírito para retrucar: Jesus transformou água em vinho também durante o Sermão da Montanha. Não está devidamente registrado na Santa Bíblia (o texto já estava grande, e algumas partes foram cortadas), mas consta de textos apócrifos tão antigos que ninguém tem noção de sua existência. A menos deste Enochato, claro... Bem, passou. Estou duplamente Putin da vida porque, com uma gripe forte (não é Covício!), nariz trancado, passo esta sexta-feira sem vinho. Então vou resgatar a degustação de um branquinho nojento (😂) que aconteceu há muito e cujos comentários vão elucidar um suposto desencontro do último evento. Dei notas bem baixas para os vinhos degustados nos quesitos acidez, permanência, retrogosto etc. Ou algo assim. Minha justificativa para os presentes - alguns marinheiros de primeira viagem no evento - foi que já tivera a oportunidade de experimentar alguns vinhos fora da curva, então meu espectro de comparação tinha alcance maior. Recobro um vinho que degustei há tempos, vejam: quase nem tinha cabelos grisalhos. Deve ter rolado ali por '17 ou '18 (🤣, como se não estivesse grisalho já nos 30). Châteauneuf du Pape Château de Beaucastel Roussanne Vieilles Vignes Blanc 2007 é, segundo o Akira, considerado O xatenêfi branco. A safra 2007 foi muito boa, e com cerca de 10 anos ele estava vivíssimo. Não lembro-me das notas exatas, e não vou rolar a picareta agora. Mas recordo bem que nada sobrava ou abundava; seu nome do meio (sic) era Equilíbrio. Poderia ser Elegância, também: preenchia o nariz e a boca, perfeita expressão do vinho tridimensional, como costumo dizer. Completava a boca e após engolir seu gosto não ia embora: salivava, salivava e ele estava lá. É nessas horas que faz sentido quando ouvimos alguém dizer ficar de joelhos (e agradecer a Baco, claro) ao provar certos vinhos. Espero que a Senhora N consiga trazer uma garrafa desse branco em sua versão 'reba' (não Vinhas Vilhas) na viajem que faz ao Canadá. Para a confraria Vinho e Turismo, uma proposta a se pensar é pagarmos um pouco a mais em um ou outro encontro - não precisa ser sempre! - e dar-nos o prazer de degustar vinhos um pouco melhores, para escalarmos um pouco dessa montanha que é o universo vitivinícola. Aposto que após uma ou duas experiências as pessoas não se contentarão em permanecer no térreo. Com produção anual de 6.000 garrafas, Beaucastel Vinhas Velhas branco é muito difícil de encontrar. Paguei à época USD 125,00, o que talvez desse uns R$ 250,00. Subiu bem. Safra nova (2019), custa lá USD 170,00, e aqui está R$ 2.800,00. Empobreci... 😭
Essa postagem foi tocada a uns goles de Chivas 12 anos. Os bichinhos estavam-me incomodando na garganta. Matei todos eles com requintes de crueldade, ao degustar vagarosamente cada gole. Dava para sentir a baixa velocidade com que a bebida descia pela garganta... 😈