Sunday, August 18, 2019

Polenta com Pulenta

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Introito

   Por ocasião da vinda do casal brasiliense Raquel e Alexandre, sentamos no Solar dos Portuga (é assim mesmo, "dos Portuga") para uma conversa com vinho e jantar. O casal participa de uma confraria em Brasília; a página deles está aqui, O Alexandre, recém-convertido a adorador de Baco depois de vários anos idolatrando chás de diversas procedências e sob diferentes preparos, vem trilhando o caminho natural dos bebedores sul-americanos: ainda acredita (risos) que os chinelos chilenos e argentinos podem competir com os europeus... Se ao menos fossem os uruguaios, ou mesmo os peruanos...
   Para tornar o papo mais divertido e promover uma comparação mais competitiva, dessa vez resolvi levar um sul-americano. É um vinho do qual já provei em outras versões e gostei muito, então nutria boa expectativa para esse exemplar também.

Os atores


Ar Guentota Malbec 2015: 100% Malbec, segundo a ficha técnica da safra 2013. Tem 14,4% de álcool e é produzido pela Belasco De Baquedano. Estagia 12 meses em carvalho. Pelo que vi no sítio de Internet, fica à beira dos Andes, com vistas a uma paisagem maravilhosa.

Pulenta Gran Corte 2007: 37% Malbec, 24% Cabert Sauvignon, 27% Merlot, 5% Cabernet Franc, 7% Petit Verdot. Tem 14,5% de álcool e é produzido pela Bodega Pulenta. Estagia em carvalho por 18 meses. O patrono da bodega era um italiano de Ancona, que plantou as primeiras vinhas nas terras recém adquiridas em 1912. Também fica à beira dos Andes, com bela vista para as montanhas. Veja aqui

Não é à toa que ambas as bodegas possuam vista similares para os Andes: elas ficam na mesma região, em Luján de Cuyo...

    Para desespero completo e infelicidade geral da nação, Ar Gentota consegue combinar à perfeição tudo o que um vinho deve ter para não ser dito bom. Peca pela baixa acidez e pelo excesso de açúcar (no nariz e na boca!). Isso tudo mascara o tanino e o que temos é uma bebida com o rótulo escrito "Vinho", pelo qual as pessoas aceitam pagar um absurdo de dinheiro (é um produto na faixa dos R$ 100,00 na Superadega, de Brasília). Tenho a impressão que essa loja já teve preços melhores. Faz tempo que não...

    O Pulenta apresentou bom corpo, fruta vermelha, alguma pimenta (seria da barrica?), melhor combinação de acidez, açúcar e tanino, sem álcool aparente. A cor não denunciava tanto, mas tenho certo receio em dizer que estivesse no auge. Talvez tenha passado um pouco, e o imaginário leitor que tiver um exemplar dessa safra não deve guardá-lo mais. Seu preço no Brasil é proibitivo: na faixa de R$ 400,00. Aliás, olhando por aí, achei estranho preços tão próximos para importadores diferentes e estados distintos, ainda mais considerando a estória da substituição tributária. Coçando a cabeça, tento lembrar se tem um nome para isso (preços tão próximos, com diferença inferior a 0.3%, em lojas diferentes). Se lembrar do termo, depois eu coloco aqui...



O comparativo de preços:


Resenha de filme

Godzilla: King of the Monsters, 2019.
Já fui fã de filmes de ficção científica. Quer dizer, última forma, continuo sendo! O problema é que o gênero (há muito) foi tomado de assalto por "obras" que o descaracterizaram completamente. Godzilla tem tudo o que precisa para podermos dizer que um filme é ruim: falta de erredo, de sentido, de atores. Conseguiram a proeza não de colocar um menino pentelho. Colocaram uma menina que consegue ser mais pentelha do que qualquer menino já foi até hoje. E ainda citam o nome do Brasil em algum momento!
A grana atualmente está curta, e às vezes ficamos pensando se gastamos em um vinho ou em um cineminha de final de semana. No presente caso, infelizmente, não resta dúvida: se tiver de escolher entre o vinho e o filme... fique com o vinho!