Monday, October 31, 2022

Escolha sua tragédia II, ato final

Introito

Para confundir é preciso saber.
O que, convenhamos, é uma raridade hoje em dia.
Dito d'Oenochato


Passamos pela redemocratização sempre escolhendo entre duas tranqueiras e elegendo a menos pior delas. Apenas não percebíamos. O acaso não permitiu-nos julgar Tancredo. Talvez tivesse sido um ponto de virada em nossa história; quem sabe? Se a genética 'funciona', e observando seu neto, diria que não, e não temos muito mais onde nos fiar; acredito que a ciência deva estar correta. Analisando em retrospectiva nossos últimos anos, notando o nível da discussão tanto entre as principais correntes políticas (uhm...) como nas chamadas ruas, não posso dizer que melhoramos. Aliás, pioramos seguramente; basta ver a união em torno das Diretas e o completo desrespeito pelo outro nos dias hoje. Escolhemos o lado entre dois tolos, e portamo-nos como asseclas. A prova disso jaz aqui mesmo neste microuniverso que é blog: reclamações vazias, nenhum argumento, um deserto de propostas originadas em quimeras com corpos de ciclopes e cérebros de ostras bradando por democracia. Nas últimas semanas recebi - por vários meios - mensagens sugerindo voto aqui ou ali. Questionados, PTlhos disseram-me que não impixamos (sic) bolsonésio porque o congresso o protegeu. Acreditam que a esquerda movimentou-se, mas confrontados com a postagem acima, de moça que pode ser rotulada de muita coisa menos por ser de direita, calaram-se. bolsonésios arrumaram algum argumento para configurar seu mito melhor do que lulalelé; alegraram-se com minha concordância para então enfurecerem-se ao ouvir que sim, ele seria um diâmetro atômico melhor pelo simples fato de (ainda) não ter sido condenado. Continuo a reputar que bolsonésio é expulsável (sic?), enquanto lulalelé não o é. Economizando por simplicidade, os simples fatos narrados nos últimos parágrafos reforçam minha absoluta certeza de que não mereço nenhum deles. E eles, por equivalência, nada merecem de mim. Quanto mais meu voto. No final, a bem dizer, a democracia vencerá. Discuti à exaustão com meus amigos - bolsonésios, PTlhos, PSDBelhos/Simones-Palíndromos - e todos permanecemos amigos. Àqueles que clamam por democracia sem respeitá-la, podem ladrar.

O encontro do Gustavo

O Gustavo, do Bistrô Graxaim, voltou a aprontar das mandracarias, desta vez com um jantar a quatro tempos, rolha free (sic) - aí gostei! Aconteceu na última quinta e teve por cardápio:
* Entrada com linguiça de carneiro, com sua intensidade de sabor, introduzirá o jantar na forma de petisco que remete à culinária argentina, com um toque próprio...
* Primeiro prato com Prime Rib de Black Angus é o corte escolhido para o tempo que trará a carne bovina. Grelhado e com acompanhamentos inspirados na culinária francesa, com algo brasileiro.
* Segundo tempo com leitão Red Duroc à pururuca trará o momento da carne suína e o sabor reconfortante da culinária interiorana, com acompanhamentos e temperos que elevam os sabores com ingredientes selecionados.
* Sobremesa, com bacon caramelizado, saindo do convencional, traremos uma combinação que destaca o potencial do sabor defumando e do corte selecionado de duroc em receitas doces.
Combinei a ida com o Ghidelli, pois tínhamos um vinhozinho comprado de ameia (sic! não a do castelo), e estava na hora dele; por não beber - e exclusivamente por causa disso - o Akira foi extremamente bem vindo. 😂🤣

Chateau Magence 2010, já comentado aqui e então imerso em bom confronto entre pares, voltou para dar o ar da graça. É um Graves dos seus 20 dólas (rs), vendido aqui na safra 2014 pela de la Croix a R$ 248,00 (2x, portanto), corte bem bordalês movido (sic) a 13% de álcool, 50% Cabernet Sauvignon, 40% Merlot e 10% Cabernet-Franc, com boca delicada e menos potência, similar a outros da região, mas com muito mais classe. Mantém a fruta - achei que vermelha - especiaria e café/chocolate (qual?), boa acidez, permanência 'adequada' picância esperada (digo, da especiaria) e bom final, foi o vinho que mais combinou com os pratos em geral. O problema é que havia uma pedra no meio de seu caminho... como o encontro fazia parte das comemorações do meu níver, levei um Peter Lehmann Stonewell Shiraz 2009, Xirrazão (sic) australiano de 60 dólas movido a 14,5% de arco mais um tanto de frexa (sic! rs!), que levou no peito tudo o que havia pela frente. Lembra a cena no caminhão com a moto logo no começo daquela porcaria do World War Z, com o bonitinho da bala Chita? Aqui, é a primeira das 'melhores cenas', logo aos 33 segundos. 


Então, com Stonewell foi bem assim. Vinho de muita extração - quando o mosto é deixado em contato com a casca das uvas por mais tempo, gerando muito tanino e cor bastante escura, principalmente nos exemplares australianos - tem o atributo dos bons vinhos ao marcar suas características de maneira indelével, tornando fácil até para os deficientes nasais o reconhecimento de suas notas e peculiaridades. A fruta é claramente negra, o toque é de chocolate, a especiaria está bem distinta. Acho que o Ghidelli comentou 'compota'. Boa madeira, até um pouco aparente, mas os outros aspectos também são superlativos, então o conjunto se harmoniza em alto nível. Ótima acidez e permanência, seu grande defeito é um adocicado forte e acima de tudo isso. Para mim, impediu qualquer perspectiva de harmonização com os pratos - e o bifim (sic) foi Angus... não, não é um vinho para comida, é um vinho para ser degustado a seco (sic), sozinho ou com um par igualmente potente. Senão o risco é amassar - Hulk smash - o concorrente, como fez com o pobre Magence. Em defesa deste, ficou claro seu potencial de harmonização superior. 

O Eduardo, guia e proprietário da Caminhos do Turismo, estava lá com uma turma. Sentei-me com eles por alguns instantes, e minha taça com o Stonewell passeou ligeiramente entre algumas bocas. Completamente surpreendente foi uma das opiniões, não lembro se da Tatiane ou de sua amiga (não guardei o nome 😔): 'entra doce e termina salgado'. Eu não pego tantos detalhes no primeiro gole; sou um tanto limitado e preciso de um momento distinto para analisar cada característica (rs amarelos): entrada, meio de boca, final (permanência e retrogosto). As mulheres são muito melhores para tais percepções. Daí que muitos reclamam do mercado andar repleto de sommerdiers (sic). Todos homens... Voltando... entre as diversas garrafas disponíveis na mesa deles, escolhi provar um pouco do pomposo Casa Valduga Arte Forza Blend Tinto 01 safra 2020 - nominho, heim!?, um blend Cabernet Sauvignon e Merlot. O gentil Eduardo foi até nossa mesa e serviu-nos generosamente dele, de modo que pudemos prová-lo em duas taças. Não há o que surpreender. Já declarei, não compro - não compro porque não compro - vinho nacional. Tenho-os de partida como uma porcaria e preço ridículo. Vejamos esse: estava, em um sítio m... m... melequetrefe, de 70 por 42 moedas. Também segundo o sítio - não encontrei no do próprio produtor! - tem por descrição Elegante, Taninos macios, Intenso, Persistente (escrito exatamente assim!). 
   Vamos lá. Nariz: bastante fruta vermelha, que desapareceu completamente depois de uns 15 minutos em taça. Boca rápida e rasteira, acidez quase zero - já vi comentário similar em algum lugar como elogio(!); cada bebedor sabe o que... bebe! - não deixa traço ou lembrança em boca. O Ghidelli notou que foi para o azedo, o Akira observou um toque de meia cura, beirando à podridão. Surgiu o comentário - um pouquinho maldoso - que o vinho morreu ao cair na taça. Até faz sentido, já que em 15 minutos ele transformou-se de algo próximo a vinho para algo pouco tragável. Não tenho motivo para desfazer de maneira tão gratuita do vinho nacional. Ele apenas é o que ele é; como crítico somente promovo minha apreciação técnica do produto. Já escrevi e repito: gostaria muitíssimo de levar um produto nacional para o Chile, onde tenho amigos, puxar um Leon da Tarapacá da prateleira deles e compará-lo com meu exemplar nacional. Mas para tanto precisaria gastar uns R$ 250,00 num Lote 43, enquanto o Leonzinho custa USD 3,00 nos melhores supermercados chilenos. Preciso, para registro, dizer que a crítica vai para vinho, e não dirige-se nem a quem o levou e nem a quem o bebeu ainda que com gosto. Mas se está jogando dinheiro fora pagando R$ 70,00 por 'isso', pegue uma boa compra do português Chocapalha por cerca de R$ 90,00, coloque de cada um deles em uma taça e compare!

Post-scriptum

A primeira parte desta postagem foi escrita antes da eleição. Lulalelé está eleito, com margem de 1% sobre bolsonésio. Foi quase um voto (sic), o meu, conforme comentei anteriormente, que faltou para o outro, bem feito (rs). Não há o que falar sobre o ganhador. Mas talvez fale sobre o perdedor, somente pelo gosto de tripudiar sobre seu cadáver - às vezes tenho certos prazeres mórbidos, reconheço. O tranqueira que perdeu, merece. Poderia ser lulalelé, tanto faz. Só não estou certo de valer a pena gastar meu tempo com isso. Direi depois de usar meus sais de banho.

   Sobre o... o... o... qual o nome, mesmo? Ah, sobre o vinho nacional,



Sunday, October 23, 2022

Escolha sua tragédia

Introito

   Os ânimos acirram-se. Bob Jeff socou bala na polícia e cantou de galo. Os próximos capítulos serão eletrizantes. Ou não, como diriam os sábios de óculos. O sujeito que um dia mandou Zé Dirceu 'sair daí' para não comprometer um cidadão inocente que era nosso amado presidente Lulalelé agora abraça bolsonésio e seu lema 'Deus, Pátria, e-mais-alguma-tolice-qualquer'. No andar intermediário, um monte de gente estúpida, sem noção e desconhecedores da própria importância além dos restritos círculos a que pertencem - desportistas, 'artistas' e 'influenciadores' (risos!) - pregam votos em um ou em outro. Alguém acredita nessa turma? O suprassumo do extrato de pó de titica de galinha chegou na forma da declaração de um cantor obscuro, tido por muitos como intelectual porque, em sua fase relativamente produtiva tropeçou em duas ou três boas rimas: Os bilhões (roubados) da Petrobrás são nada comparado com esse projeto. O baguá assume que a Petro foi aliviada em bilhões e relativiza, aferindo que um escândalo desse tamanho é 'nada'?! E que, supostamente, bolsonésio é um perigo maior? Não pode ser. 'Bilhões' já é a ordem de grandeza do valor da empresa. E ela quase faliu nas mãos dos PTralhas. Alguém está muito, mas muito errado nessa estória. E claramente não sou eu...

A fonte do vídeo está aqui.

   Aqui, no térreo, gente que jamais na vida moveu os fundilhos para qualquer manifestação política agora é ativo cabo eleitoral de um tranqueira-genocida ou de um ladrão-corrupto. Recebo manifestações de ambos os lados, justificando por qual motivo deveria votar em 'a' ou em 'b'. Só queria que me respondessem o seguinte: para que votar em um ou outro se no dia seguinte à eleição estarei na oposição?! Deixo registrado meu pedido antecipado para Papai-Noel: que bolsonésio ganhe por um voto. Vou virar para os lulaslelés apontando o dedo e dizendo ser bem-feito, pois se eu jogasse meu voto nulo em lulalelé o empate garantiria a cadeira a ele, visto que o critério de desempate é o candidato de maior idade. Ou conceda-me o bom velhinho que lulalelé empate - e leve justamente pela maior idade. E vou virar para os bolsonésios e dizer que faltou justamente o meu voto para sua vitória. Está registrado aqui! 🤣 Em caso de resultado tão apertado, meu voto nulo terá sido o fiel da balança! 

Encontro Nix e as Moiras

O grupo Camarão com Pão, sucedido pelo Camarão com Vinho, assumiu sua forma final, Nix e as Moiras, nome retirados da mitologia Grega. A (boa) sugestão foi da Luciana, inicialmente repelida pelo articulista um tanto insatisfeito com a possível conexão entre Moiras e o... o... o 'Juiz', como dizem os PTralhas. E, claro, coisa alguma, tipo Petrolão, jamais aconteceu, a despeito da caetaneada que esta semana transformou nossos ouvidos em penico. Mas voltando... havíamos falado em desfrutar de um vinho com camarão em meu níver do ano passado(!) 😣, e por falta de agenda para testes o evento foi passando... até que rolou sem teste mesmo! A Dayane na foto, este Enochato, a Luciana, a Renata com a Sofia; atrás, o Akira.


Abrimos os trabalhos com o Mirabeau Pure 2020, um rosé delicado produzido na Provence, corte Grenache e Syrah, com buquê discreto até melhor nariz contestar (rs), fruta leve e algum detalhe que passou. Acidez quase média (sic), boca não muito complexa e ligeira, leve demais principalmente se perdemos um pouco a temperatura. Deve-se ter cuidado e servir em pequenas porções para mantê-lo agradável. Tivemos um Petit Chablis Pas Si Petit 2020, produzido pela La Chablisienne. Um 100% Chardonnay de Chablis (como todo Chablis!), deve ser o vinho mais simples do produtor e não me encantou, confesso. Tem sim sua graça, mas falta um pouco da força característica dos irmãos maiores. O toque cítrico está presente no nariz, acidez média, boca sem tanta mineralidade - mas está lá, precisa de atenção - também um algo rápido. Basta notar a garrafa, sobrou um bom tanto... Na esteira veio o Premier Cru Beauroy 2018, do mesmo produtor. Está mais no estilo que gosto, nariz mais pronunciado e complexo, embora não consiga separar bem as notas. Sempre penso identificar abacaxi na primeira cafundaga, mas quase nunca é (risos!). Acho que alguém comentou maçã. A boca é bem viva, a mineralidade se expressa numa pontinha de sal facilmente perceptível. Boa acidez e permanência, equilibrado. O Akira achou um pouco novo, mas não atinjo essa percepção. Para mim estava bastante bom 😋. Seguiu-se um Chablis Grand Cru Valmur produzido pelo Jean-Paul & Benoît Droin, cuja história remonta a 1600 e pouco. Com parreirais distribuídos pelas melhores zonas de Chablis, seus vinhos são muito respeitados. E muitos deles não são caros... nariz com frutas mais distintas - peguei damasco e casca de laranja, ou algo nessa direção, e alguém mais apontou outra fruta;  boca com mineralidade ainda mais marcada, ótima acidez com larga permanência e final delicioso. Acho que está no ponto para ser bebido. Valeu a pena ter guardado a garrafa por seus 8 ou 10 anos. Camarão a provençal e Chablis é uma combinação clássica, e funcionou muito bem. Sob preparo da Luciana, que já treinara solitariamente mais de uma vez antes (risos!), ela acertou a mão e em algum momento cada um suspirou e curtiu seu gole de vinho com camarão. Ainda tivemos um borgoinha tinto levado pelo Akira e um Sauternes Château Doisy-Védrines 2016 para fechar com sobremesas - não fotografei... Teve bão, senão os vinhos, as companhias sem dúvida! E ainda iniciei a Sofia aos vinhos de Chablis, sob olhar atento da mamãe Renata. Sofia gostou...

Sunday, October 16, 2022

Xatenêfi de pobre de novo

 Introito


Apenas um estúpido de pai e mãe chama burguesa
À cigarra que economiza seus recursos para o inverno
Dito d'Oenochato

Dito d'Oenochato



Uma boa parte dos alemães não apoiava Hitler até o nazismo estar infiltrado nos corredores do poder na República de Weimar. Outros tantos deixaram-se iludir por ele e sua corja. Sem aplicar o mínimo senso crítico ao que se desenrolava à frente de seus olhos, o povo mais estudado da Europa, quando deu por si, era refém de um estado-bandido. Mas houve alguns que resistiram... ainda que silenciosamente, não curvaram-se frente à iniquidade. Convenhamos, àquela altura pouco havia par ser feito; o cidadão de bem não pode pegar em armas para resolver seus anseios ou frustrações; se o faz, torna-se tão bandido quanto aquele que deseja apoiar - e se seu suposto herói fosse merecedor dessa honraria - de herói -, seguramente não deixaria a situação política chegar a tal ponto, e muito menos apoiaria tais soluções. Um verdadeiro líder jamais falaria algo como 'meu exército' ou 'minha polícia'. Assim, para ter o direito de discordar de qualquer um dos néscios que vença a próxima eleição, meu voto repetirá  o do primeiro turno, e será nulo. Recobrei a memória perdida dessa foto escutando esta ótima reflexão sobre o pós-eleição.

Xatenêfi de pobre

Já abordei esse vinho aqui. Com uma visita rápida do Luciano, e pensando em apresentar-lhe uma boa opção de franceses - seara onde ele começa a trilhar os primeiros passos - peguei minha última garrafa de Cellier des Princes Vacqueyras 2018. Aerou um pouco antes de começarmos a degustar, e chegou com sua boa fruta e especiaria no nariz, para não desapontar. O Luciano observou notas de couro, e prestando atenção tinha mesmo. Vai longe esse rapaz; ao contrário de mim não vacila muito em reconhecer esses detalhes. Gostamos da boca, com taninos muito macios, acidez aproximando-se de média, alguma permanência e uma picada de especiaria. O Luciano ameaçou - e cumpriu - fazer um burgue (sic) com seus condimentos preferidos e acertou bem no prato: bacon, queijo e um molho barbecue trazido sei lá de que entranha de vulcão (risos!), deu um toque diferente ao conjunto e fez bom par com o vinho. Seu custo atualmente é R$ 176,00/150,00 no Enoclube da Enoeventos. Lá fora, encontrei, também em condições 'enoclubísticas' de €20,00 por €16,00. Acho que é superestimado para €20,00, em função de outras opções; €15,00 estaria mais honesto. Até porque por €25,00 começamos a encontrar boas ofertas, por exemplo, do Quinta do Crasto Reserva Vinhas Velhas, e a competição fica difícil para o lado do Cellier des Princes Vacqueyras... o mercado se autorregula... De qualquer maneira, se comprar por R$ 150,00 aqui, não é negócio ruim; o preço médio do Crasto Reserva Vinhas Velhas é R$ 400,00...



Wednesday, October 5, 2022

O níver da D. Cláudia

Introito: restos de uma eleição malfadada

Eu sei que tem um restinho de jornalismo lá.
Ciro Gomes sobre O Estado de São Paulo, 1min:35s


Alguns assuntos pós-primeiro turno:
1. Os institutos de pesquisas - e canais pelegos, escondidos em suposta isenção - tentando explicar o enorme furo nas pesquisas. O engraçado é que no estatistiquês ainda dizem que os levantamentos possuem 95% de confiabilidade - e explicam: se acontecerem 100 eleições o resultado será esse em 95 ocasiões. E vimos, em vários pleitos, os outros 5% dando o ar da graça. Bem... 5% de um, vezes 5% de outro, vezes... entendeu, né?, deve dar uma chance de 0,000000000000000001%, mais ou menos, de resultados tão errados aparecerem encadeados em uma única eleição. Mais fácil ganhar três vezes na mega-sena. O legal mesmo foi ver um canal peleguíssimo - H2? I3? J4? - dizendo que bolsonésio tem 8,5 milhões de votos para pescar no laguinho (sic! rs! que lindo!) e precisa tirar uma desvantagem de 6 milhões de votos. Nunca ouviram falar de vira-votos, vira-latas? É o que provavelmente acontecerá, ainda mais agora que Zema anunciou apoio a bolsonésio em Minas, estado onde os PTlhos ganharam no primeiro turno. Bolsonésio pode virar o cenário por lá... e quem ganha em Minas... Sem contar o catatau, neto do Toninho Malvadeza, opositor direto do candidato PTlho no estado do Marcelo B. Odebrecht - entendeu? Pra que lado ele correrá? Será que 'vira' uns votinhos também por lá? lulalelá está com as barbas de molho, pois sabe de tudo isso. Você que não, eleitor... 
2. O que escrevi, mesmo, sobre Rodrigão Garcia? Exemplo de neo-oportunismo desde sempre? Ah... foi até o aeroporto receber bolsonésio para declarar apoio incondicional? Ele é mais do que um gênio... é um... é um... é um oxigênio! Vamos, leitor, para onde você acha que os votos PSDBlhos migrarão? Os que acompanharam Alquimim já foram embora faz tempo! A manifestação Rodriguelha nada acrescenta ao caldo; bolsonésio apareceu lá para cumprir tabela e fazer uma moral com os paulistas. Por outro lado, pode renderao político uma Secretaria qualquer no governo do Tarcizo, e ele posteriormente postulará uma vice-governadoria para não sair candidato ao cargo titular. Será a história repetindo-se como farsa...
3. E o mentecapto? Após chamar lulalelé de o maior corrupto do planeta, em todos os tempos, agora vai apoiá-lo porque é uma diretiva do partido. Ah, tá.... O rapá aí embaixo explica (fonte aqui).


O níver de Dona Cláudia

Há algum tempo o Paulão chega e comenta sobre um vinho específico. - É feito no sul da Espanha - expliquei. - De umas uvas com nomes estranhos... Palomino, Pedro Ximénez e mais uma, não lembro o nome agora... Jerez era o nome do vinho, e Moscatel a cepa que faltou-me. D. Cláudia vira em algum filme e ficara curiosa. Há não muito tempo bebera até me lambuzar (rs) de um exemplar que gostei muito e está disponível em nosso mercado, apesar de pertencer à carta de uma tubarona. Não dá para ganhar todas... marcamos uma pizza - somente a família e este Enochato - e partimos para o abraço. Levei um singelo Blau 2019, do produtor espanhol Juan Gil. Corte 50% Cariñena, 25% Syrah e 25% Garnacha, com 4 meses em barrica, tem nariz com boa fruta vermelha e alguma especiaria, boca equilibrada, taninos macios, acidez média e madeira discreta; bom conjunto, deixando um pouco a desejar no final. Pronto para beber; se tem, vá em frente. Se não tem, taí uma oportunidade. Por cerca de R$ 100,00 (aproximadamente R$ 50,00 'lá'), é uma ótima compra. Importado pela Enoeventos, a comparação de preços está feita aqui; não vou repeti-la. A nota curiosa fica por conta do evento dos vinhos italianos há alguns meses, onde encontrei-me com o srs. Oscar e Thiago Salame, sócios da Enoeventos. O Thiago comentou durante o jantar que após ler minha bronca sobre o 'preço cá' do Blau, o sr. Oscar diminuiu o valor do vinho. Notem então a reação do importador face à reclamação do consumidor, quanto este se faz presente. Não adianta se insurgir à boca pequena, escondido pelos cantos; a cidadania se concretiza pela troca de impressões, pelo protesto, pelo resgate da proposta da própria importadora, quando for o caso.

O que levei de presente para D. Cláudia - devidamente rachado com o Paulão - foi um Jerez Viña 25, também comentado há não muito tempo. Encontrei um marzipan recoberto com chocolate para acompanhar a degustação, promovendo uma breve preleção para que o pessoal pudesse apreciar devidamente o vinho; primeiro cafungar, depois pequenos goles, então experimentar com o marzipan, mastigando junto do vinho. Ninguém pegou, mas quando comentei o buquê e sabor a figo, todos perceberam. É mais rico, mas não concentrei-me muito dessa vez; vale apenas pelo registro. O Vinícius foto, seguido pela irmã Bia, a namorada Carina, este Enochato completamente à vontade e sem sapatos, o Fracisco, D. Cláudia e o Paulão. Teve bão...

Monday, October 3, 2022

Alguns comentários nas eleições

Introito


É de esquerda e vai votar no MBL? 
Alguém te disse que eles não são de esquerda?
Detrator que clama por democracia 
mas não entende o que lê


Se perguntarem-me como uma pessoa de esquerda pode votar neles (MBL), respondo tranquilamente: na absoluta e completa falta de qualquer projeto sério de país por parte dos energúmenos que nos governaram até hoje, essa trupe é de longe a mais qualificada
O que o energúmeno não leu...

O mesmo palerma acima diz que o espaço não é democrático, e sai-se com esta: Não publique este comentário também, mas obrigado pela leitura. hahahahaha. Então... eu leio todos os comentários, na tentativa de encontrar algum sinal de inteligência neles. Não havendo, prefiro poupar meus leitores enquanto o idiota reconhece em minha leitura a atenção que falta-lhe no espaço, por deslavadas incongruências em seu discurso. E insiste em classificar o espaço como não democrático. A vontade de começar a procurar sinal de inteligência nas estrelas é muito grande - suspeito que seria mais frutífera -, mas já tem gente boa gastando energia com isso. Conheça o Projeto SETI aqui. Então ficamos assim: missão mais mundana, procuro algum bit de inteligência entre eleitores bolsonésios e lulalelés. Ou lulas-lelés, qual seria o correto? Tarefa inglória... esse é o perfil do eleitor de um lados deste pleito. Para saber o do partido oposto, multiplique a visão míope deles por (-1), e pronto. Foi contra este perfil que os aspirantes a algum mandato não alinhados a uma das candidaturas majoritárias concorreram, e lutaram combate renhido. Vi os candidatos que apoiei explicitamente conquistarem uma cadeira para cada câmara, estadual e federal. Os demais, fizeram bonito - muito bonito! - para uma primeira eleição - creio que todos acima de 50 mil votos
   Finalmente conseguimos desempregar os PSDBelhos: nem-nem: nem Serra, nem Aníbal - este com votação vexatória, aliás, para quem está há 40+ anos por aí. Rodrigão Garcia, exemplo de neo-oportunismo desde sempre, continuará, provavelmente, com suas ameaças agora verdadeiramente risíveis de lançar-se candidato em próximas eleições, na tentativa de conseguir um vice-reinado. Deixemo-lo como candidato principal. Boa parte dos eleitores PSDBelhos alçou voo para Simone Palíndromo e ficarão com cara de tontos. Continuarão a dizer m... m... matraqueios em seus poleiros; são estúpidos há mais tempo do que os PTlhos, e isso serve de desculpa aos eleitores da facção criminosa: são feitos de idiotas há apenas duas décadas... Ah, aquele outro cretino que acreditava-se um foguete, descobriu que essas espaçonaves dão ré sim senhor... A fonte é esta.


   Ainda aqui em S. Paulo, Coringa Reaça amealhou impressionantes 327 votos para a câmara federal, e Janaína Paschoal, com quem fez parceria, 450.000 (quarta posição para o Senado). Tarcizo, quase abandonado pelo chefe em dado momento, deveria fazer voo solo a partir de agora. Isso tem nome: retribuição. Claro, não fará. Se tivesse a metade da competência que acredita ter, e um quarto da coragem, livre das tropas bolsonésias poderá promover um discurso mais propositivo e assumir os estado pelos próximos 8 anos. Seguindo como está, flertará com uma banana. Só faltou bolsonésio sair pela porta do Alvorada aos gritos: 
   - Lulalé, cheguei! Estou indo pra cima de você! - Não com meu voto.

Um vinho pela democracia

Procurei algo que pudesse alegrar-me neste final de primeiro turno da festa da democracia - o eleitor estúpido volte em dois anos, fazendo cara de quem acha tudo novo e diferente! - mas que também não estivesse tão acima dos resultados alcançados pelos quadros que apoiei. Então não seria um Barolo '06 nem um Brunello '04. Menas... ainda assim considero o cômputo geral bastante bom. Um Bruno Clair Savigny-les-Beaune Premier Cru 2011 pareceu-me adequado. Bruno Clair é um produtor conceituado da Borgonha; possui vinhedos em Gevrey-Chambertin, Vosne-Romanée e Chambolle-Musigny, dentre outras comunas. Nariz com fruta abundante, toque terroso, um pouco daquele travo borgonhesco (sic) que não sei qualificar melhor mas aprecio sempre 🤗. E mostra-se bom na boca... se o tanino é discreto, a acidez viva e equilibrada está toda lá, proporcionando ótima permanência e final médio a longo, com retrogosto também frutado e bem marcado. Tem um sabor de fruta vermelha com um pouco de especiaria, excelente de alegrar a alma. Ah... nada como um borginha de vez em quando, para rebater todo o resto (risos!) e dormirmos felizes. Foi comprado em 'promo', em março de 2018, ao preço de R$ 273,00. O dóla devia estar ali pelos R$ 4,00. Lá fora, hoje, custa USD 44,00, mas só encontrei em uma loja; a estatística fica estranha. Guardarei um pouco para amanhã. Vai que aparece alguma visita...