Monday, December 26, 2022

Postagem de Natal 2: o retorno

Introito

Para o melhor temos o Sétimo Céu, 
ou o Nirvana, ou que desejar. 
Mas para o pior não há limites.
Walter Soto Encinas Júnior, o Tatuí

Ao que este Enochato completou, tão logo ouviu:
Claro. À medida em que sempre se pode aportar 
outro quilo de m#rd@ ao que já está suficientemente ruim...

   Açoda-nos um estoque ilimitado de tranqueiras. É outra abordagem da epígrafe da última postagem. Tivesse postagens diárias, o blog não daria conta de denunciá-las. Mas este não é um espaço de política; comento política porque o tema não pode mais ser relegado a segundo plano, e as pessoas (principalmente as de bem) que pronunciam-se sobre qualquer assunto não podem permanecer ignorando a questão. Na verdade, nunca deveríamos tê-la ignorado; vejam agora o quanto custa correr atrás do prejuízo. Tranqueiras deixam de lado suas convicções (quando as têm!) ao menor sinal de mudança nos ventos, e acusam os que se mantêm fiéis às suas convicções de traidores. Em alguns casos acabam pagando pela desfaçatez, e tornam-se figuras caricatas. Vejam o exemplo do Lebre (mais pelo QI que pelo nome), deputado que, aposto, tem zero relatorias, zero propostas de lei e zero participações efetivas no caminho da nação em seu período como deputado federal.


   Ele é fruto da corrente de pensamento representado por outro tranqueira, já denunciado aqui, segundo quem um deputado deve...
"..se aplica(r) à elaboração de alguns projetos e hasteamento de algumas bandeiras que melhorem a sua popularidade, para você voltar à Câmara..." Tolices semelhantes procedem esse raciocínio e continuam depois dele, e seriam divertidamente grosseiros não fossem antes grotescamente estúpidos. Confira por si.

   Outro exemplo de tranqueirice (sic): é contra a corrupção, mas votou com convicção em Ali Lulá? Conseguiu convencer-se da inocência dele? Só que ele não é inocente; mudaram a lei para livrá-lo da prisão e ter o julgamento anulado já em vias de prescrever. Ademais, se ele é inocente, responda: de onde vieram os bilhões devolvidos por diretores da Petrobrás? Quantos eram, você está lembrado? Cinco, seis bilhões? Quanto a Lava Jato recuperou no total? Vinte e cinco bilhões. Se não houve corrupção, de onde veio esse dinheiro todo? E ainda está a duvidar da situação de Ali Lulá? O comentário é de um ex-juiz do Supremo... está nos primeiros minutos, basta ouvir. A fonte é d'O Antagonista; reproduzo abaixo com o devido crédito para evitar que o vínculo possa perder-se.


   O dia da posse está chegando. bolsonésios, desocupem (as ruas); perderam, manés. Podem largar a bandeira no chão - tranqueiras fazem assim, e vocês nada mais são senão isso - mas devolvam-na, porque se nós tivermos de ir pegá-la, a coisa não ficará bonita para o lado de vocês. Erguê-la-emos com o devido respeito. E, para que não fique dúvida, tentativas individuais não podem prosperar. As autoridades competentes têm a obrigação de posicionar e acabar com a fantasia de meia dúvida de otários que acreditam poder matar no peito o baixar ao chão, sob pena de levarem a culpa depois do ocorrido. Criminosos levarão a bala da arma que protege a democracia, e irão eles próprios por terra não com o reconhecimento de heróis da nação, mas com a pecha de traidores da pátria.

Uma reunião passada

Encontro da confraria Nix e as Moiras, postergado desde o início de Novembro, aconteceu ali pelo dia 12 passado. A postagem foi atropelada por aquela da entrega de cargo da Angelina, pouco antes. Vem agora... Encontramo-nos este Enochato, Sofia, Dayane, Renata e o Akira, em foto da anfitriã Luciana. Começamos com um branquinho nojento, justamente o  Aldeia de Irmãos branco 2020, aquele 100% Sauvignon Blanc da Península de Setúbal. Os comentários estão aqui, e não há muito o que acrescentar; a Dayane havia sugerido a compra de duas garrafas para conhecermos, quando apresentei para o grupo as ofertas da bléqui da Chez France. O toque de maracujá estava lá, e o Akira ainda encontrou algo diferente. Só não anotei... como um vinho simples de bom frescor, foi aprovado. No preço de bléqui, enfatize-se.

Chegou o Aldeia de Irmãos Reserva 2019, um tinto corte de Cabernet Sauvignon (60%) e 40% não especificado entre Alicante Bouschet e Castelão. Aqui temos o ponto já discutido nessas páginas: a falta de legislação mais específica para um vinho ser rotulado como Reserva. Como veremos, é um vinho oitavas abaixo de um Chocapalha Reserva, por exemplo, e mesmo de vinhos de entrada de produtores como Noval (Cedro do Noval) e Meandro do Vale Meão, embora o valor deles já discrepe logo de saída. Também fresco, cheio de frutas - a Dayane citou duas, pelos menos - acidez média e nada além, sem tanta força nos taninos mas ainda assim um bom conjunto. Surpreendentes 14,5% de álcool bem comportados (rs), madeira discreta que não notei (mas tem, segundo a ficha técnica da Portugal Vineyards onde consultei o preço 'lá'), aquele travo com um pouco de doce dos portugueses em geral perfazem um vinho simples e agradável se comprado no preço certo.

Recém-chegada da França, a Luciana aproveitou o lançamento e carregou na mala um Beaujolais Nouveau 2022. Literalmente um vinho da estação, deve ser bebido até quatro meses após seu lançamento, dizem os especialistas, quando já começa a declinar. Idealmente, seu consumo dá-se nas semanas após o lançamento, quando já costuma esgotar-se em muitas lojas. Feito com Gamay, é um vinho propositadamente simples, alegre no dizer do Akira, que bebe-se sem grandes preocupações de análise qualitativa. Não é, de maneira alguma, um vinho ruim - já foi, no passado - apenas é feito para celebrar o início da nova temporada de vinhos na França, e para isso cumpre sua função. Custou pouco mais de 4 euros, e deixou todo mundo feliz. Na sequência surgiu um Damana Criança 2016, das Bodegas Tábula, de Ribera del Duero. Pela procedência adianta-se um 100% Tempranillo, e por Crianza sabemos passar 12 meses em madeira. Sem nos esquecer, temos Crianzas e Crianzas, a depender do produtor; mas isso acontece no mundo todo, certo? Principalmente vindo depois de um Beaujolais, marcou sua posição. Claro, tem a força da Tempranillo, a madeira... vejamos: muita fruta - creio que a Dayane enfatizou vermelhas e negras bem presentes, baunilha, café/chocolate (qual?); boca de corpo médio para se conservador, boa acidez e boa permanência. Tem equilíbrio, elegância e agrada bebedores em sua média de preço.

Aldeia de Irmãos Reserva custa lá entre 7,40 € e 7,50 €, com preço cá em 'promo' a R$ 69,00. Ótima compra. Pelos R$ 129,00, never; temos aí 'promos' de Cedro do Noval, Chocapalha (o mais simples) e Hedade dos Grous, apenas para citar esses, a preços inferiores. Mas quero ver energúmeno chegar dizendo tudo coisa ruim sem apontar boas alternativas.

O Beaujolais veio 'de lá', a menos de 5 €. Se procurar, encontra aqui a safra '22 a R$ 170,00, mas de outro produtor. 

Damana  foi comprada também em 'promo' a R$ 116,00. Sem ela, R$ 240,00. No sítio do produtor, 14  €, algo como, bem conta de padeiro, R$ 70,00. Poderia fazer a R$ 84,00 com Euro a R$ 6,00, talvez até mais real. Vemos que com 'promo' é novamente ótima compra, e sem ela a pura tubaronice de 3x. Ah, Chez France, está perdendo a mão, não é mesmo?











Sunday, December 25, 2022

Postagem de Natal

Introito

Sobram tranqueiras em nações de covardes
Oenochato

As eleições mostraram como somos um país de patetas: valia qualquer argumento a favor deste ou daquele jumento; nossa vida transformou-se num tormento por dois candidatos chegados às tretas. Não houve discussão (de ideias); o ganhador sequer apresentou proposta de plano econômico para enfrentar a crise que sabidamente virá. Recebeu um cheque em branco nosso, e já promete usá-lo até o limite do especial. No meio das previsões mais catastróficas, o que ouvimos? Dos apoiadores, enfileirados e prontos para enganar o tonto que pagar-lhes pedágio, a grande crítica versou sobre os ministros homens anunciados para os primeiros postos do governo. Oh, patuleia! Apenas cinco de 40 ministros declarados, e por serem todos homens, há motivo para essa pseudo-crítica? Jornalismo de quinta, não? Depois vieram algumas ministras, mostrando que essa estória de quotas ou paridade sempre nivela por baixo. É mais um desserviço ao reconhecimento das mulheres na real posição que lhes cabe na sociedade. As tranqueiras que estão aí haverão de eclipsar qualquer outra competência feminina que apresente-se no futuro governo. Os homens nunca ficam atrás - aliás, nesse quesito assumem destacada liderança. Mudando de partido, vejamos um exemplo deslavado de tranqueirice (sic):


   Bananinha vendendo aos tolos que ele não era do Centrão (seria desmentido pelo próprio pai) perpetrando mentiras que mostraram-se exatamente isso mesmo pouco tempo depois (os envolvidos foram todos inocentados) e dizendo-se pronto para processar Kim Kataguiri. Processou diversas vezes e perdeu todos os processos em todas as instâncias. Ainda saiu-se com essa: Agora quero ver como você vai fazer para pegar uma relatoria de um projeto. Sabe quantas relatorias o japa pegou, e quantas o bananão pegou? Foi algo como 50 x 0(!).Os bolsonésios detratores não se cansam de responder minhas críticas com impropérios não publicados. Na verdade, tenho parado a leitura nas primeiras palavras. É inútil perder tempo com idiotas e suas idiotias; eles são surdos e não debatem. PTelhos também não, e esse é só mais um ponto onde ambos são exatamente iguais. Em um país de covardes, nestas páginas podem trafegar tranqueiras. Mas não passarão.

Château Meylet 2012

Esse é um dos meus raros bons vinhos da margem direita de Bordeaux: vem de Saint-Emilion, onde impera a Merlot. O sítio do produtor é bem pobre, e apenas cita que o vinhedo é dividido em 80% Merlot e 20% Cabernets Francs (sic!), embora tenha encontrado em outros lugares citações de que usa também Cabernet Sauvignon e Malbec, uma surpresa. Aerado por uma hora segundo recomendação do importador para a safra '14, mostrou nariz muito rico em frutas, notas na direção de fumo, couro e um pouco vegetal, possivelmente com sutilezas além da percepção deste pobre Enochato. Gostei mesmo da boca: acidez muito boa, estimula a salivação, pega nas laterais da língua de maneira indelével e mostra a que veio. Um sabor de fruta se faz presente com um leve dulçor. Tem taninos bem marcados e a esta hora (10 anos) já arredondados, álcool que não se percebe por bem integrado (13%), e mais surpreendente: não notei madeira. Ainda, tem boa permanência e final médio, mas é médio mesmo, não aquilo que produtores de quinta dizem 'final longo' com duração de... 5 segundos! não... Meylet você engole, saliva e ele continua lá... simplesmente um luxo, como diria alguém... Está pronto, mas pode segurar por mais cinco anos sem medo. Acompanhou - mas não harmonizou de maneira marcante - um filé ao molho gorgo. Talvez uma picanha pareasse melhor, pela acidez. Foi comprado na de la Croix em regime de bléqui. Lá as bléquis são assim: rótulos manchados ou rasgados vão para o prego com até 30% de desconto. Comprei em '17 a R$ 330,00 - seguramente conferi no Wine Searcher e para ter comprado duas garrafas, valia a pena. Atualmente está (safra 14) R$ 753,00 (USD 146,00), e nos EUA chega a USD 100,00, com taxas. Encontra a USD 64,00 na França. A média dá seus USD 82,00... não precisa fazer muita conta para perceber que aqui está uma pechincha, a despeito de custar uma montanha de dinheiro. Se você pode atualmente, creio que esse vinho não vale a pena trazer na mala.

Feliz Natal!

Tuesday, December 20, 2022

Uma comparação de mercado

Introito

Se ser honesto é dizer verdades amargas em vez de mentiras doces, 
eu prefiro ser essa pessoa, eu prefiro que você não goste de mim. 
Mas pelo menos eu nunca te enganei.
Renan Santos, articulador do BML


A detratoria voltou com tudo, para minha satisfação. Desta vez - e ficarei cada vez melhor nisso - não li nada além das primeiras palavras quando o caboclo entrou na política. Não há porque; tudo o que veio até agora foram ideias vazias, fracas - devidamente comentadas destroçadas - ou intenção de recadinhos, devidamente ignorados. Mais para espairecer um pouco, fui buscar na internet uma imagem que mostre minha disposição nessa lide. Não é a melhor, mas me diverte. Sobre as Crônicas de Nárnia, recomendo a versão completa da Martins Fontes, principalmente pelo prefácio do próprio C.S. Lewis onde ele aborda o ensino dos jovens - obra que o Andrada obviamente não leu. Ao ponto: Aslan é uma das minhas fontes inspiradoras, pela sua sagacidade, força e sobretudo honestidade intelectual. Ele batalha contra as trevas a guerra infinita entre opostos. Taí, sou eu contra os energúmenos 🤣. Enquanto boslsonésios e PTlhos tentam registrar aqui sua cretinice, preciso avisá-los: bolsonésios, vocês perderam. Os caboclos querem ser um mais antiPTlho do que o outro, mas todos sisquecem (rs) de que a base de tudo deveria ser a honestidade (honestidade? Para essa gente?). No fim, passam por um bando de tranqueiras que não sabem o que querem. Nem o que fazem. Nem onde vão. Seu pseudolíder passa os dias a chorar, como se isso pudesse impedir a derrocada. Ousem vir às ruas provocar balbúrdia no dia primeiro, ousem. Espero que conheçam o malho das forças legais mantedoras da ordem. PTlhos, vamos lá, assumam dia primeiro, e ousem começar a dancinha da boca da garrafa na intenção de enganar a população com sua conversa mole. Em seu primeiro ano de mandato, Ali Lulá despejou cerca de 2 bilhões em bolsa-família, e quantos mesmo?, algo como 100 bilhões para o sistema financeiro. Quero ver se agora 'aprendeu'. Quero ver se despeja 100 bilhões para os aflitos e somente 2 para a Banca - ele não voltou para cuidar do sofrido povo brasileiro? Bando de ordinários, pretendem proteger 'o povo' desde que vossa parte venha primeiro, não e mesmo? Daremos um tiro de canhão na cara de vocês. É verdade, o canhão da democracia foi deixado ao sol e à chuva sem o menor cuidado durante quatro anos pelo maior tranqueira que já governou este país. - Ganhou de dilmalelé. Prova cabal? Ela foi reeleita, mané! - Sim, ele enferrujou e está descalibrado; dará trabalho fazer-lhe uma manutenção para que possa disparar novamente. A tarefa começa dia primeiro. Aguardem! E, sobretudo, deem chance; só daremos um tiro, e bastará.

Tolices à mão cheia

 
O idiota-mor do blog nos brinda com mais esta: Sobre os vinhos, não vou comentar. Tudo coisa ruim. Bom... é assim que o invejoso se desfaz de uma Piper-Heidsieck? Qualé, não a vende, então não é boa? 😂🤣 Pobre borboleta. Precisa ser mais honesto; deixe de sair com bandidos, conheça o Aslan. Veja só, uma busca elementar no Google mostra Piper-Heidsieck em oitava posição dentre... quantos? Muitas centenas? Um milhar de produtores? E para você não é boa? Claro... deve estar vendendo empurrando os grandiosos espumantes nacionais para os consumidores desavisados.  Vi o comentário ontem, e enquanto a Argentina nos ensinava como se joga futebol, ia procurando um caso aqui e outro ali para comentar sobre o segundo vinho. 😣 Os resultados foram desanimadores... 😢 para o consumidor desatento! A eles. A primeira consideração a fazer é: Portugal tem milhares de produtores. Com tanta oferta, é de se esperar que o mercado seja autorregulado. E, para vinhos simples, pular um mero Euro pode significar 20% de diferença entre um produto e outro. Será um produto 20% mais caro um pouco - só um puco - melhor do que o mais barato? Claro, tudo isso deve ser tomado como uma aproximação.

Vinho degustado na postagem passada (a coisa ruim - sic!)
Aldeia de Irmãos branco 2020, preço lá, 8,51 € (com impostos), comprado aqui por R$ 69,00 (preço original, R$ 129,00).

   Rodei algumas importadoras, à cata de ofertas similares. Qual delas será a sua, oh detrator? 🤣😂 Vejamos o que encontrei.

Da Zahil temos o Duque de Viseu Branco 2021, à venda pela bagatela de R$ 152,00. Três preços lá fora indicam 4,49 €, 4,51 € e 4,79 € (com impostos). A descrição nos promete que é Uma belíssima oportunidade para se provar o que o Dão pode fazer com suas uvas brancas, em especial a Encruzado. Será melhor do que um vinho que custa 8,51 € lá?

Na Mistral temos um  Altano branco 2020, à venda por R$ 127,00. Preço lá fora? Escorchantes (😆) 5,88 € (com impostos). Durma com essa. No sítio da importadora dizem que Altano Branco é uma das melhores relações qualidade/preço de Portugal. Pode até ser... mas não aqui! 😖

Na Decanter temos o Plansel Branco Marquês de Montemor 2020, à venda por R$ 105,00. Lá fora? Entre 5,14 € e 5,85 € (com impostos).  Dizem que Leve e macio, com acidez refrescante e final equilibrado. Custa bem menos do que o Aldeia de Irmãos, e vejam minha crítica a ele. Comparem. Agora comprem (se tiverem coragem...)

Na Grand Cru um Flor De Sal IV Bronze Antão Vaz Sémillon 2020 está à venda de R$ 170,00 por R$ 95,00 (para não assinantes). Seu preço lá fora? Entre 5,60 € e 6,37 € (impostos inclusos), bem inferior ao Aldeia. Dizem no sítio: ...um líquido refrescante, aromático, saboroso, e com notas frutadas e toques minerais. Uau! Por 6 euros?

Na Via Vini encontramos o Herdade São Miguel Colheita Selecionada Branco 2020, à venda de R$ 106,00 por R$ 89,00. Seu preço lá fora? Entre 5,62 € e 5,70 € (também com impostos). Somos informados de que... Tem bom corpo, com deliciosa acidez, tudo muito equilibrado e sem exageros! Ah, outro vinho excelente, agora por 5,70 euros...

Finalmente, passei na Ravin. Não tinha nenhum português nessa faixa de preço, então resolvi pegar um já comentado aqui. O Sassicaia custa hoje entre R$ 6.542,00 e R$ 5.888,00. O vinho que o trucidou sem dó e principalmente sem fazer força está entre R$ 1.985,00 e R$ 1.770,00. A estória do 1/3 do preço do Borgonha até pendeu para um pouquinho menos a favor do vinho da de la Croix. Em tempo: um Sassicaia 2017 custa lá fora menos de USD 300,00, o que dá menos de R$ 1.500,00, ou mais de 4x.

Conclusão

   Não é difícil constatar que Aldeia de Irmãos branco a 8,51 € 'lá', comprado 'aqui' por R$ 69,00, é ao mesmo tempo o vinho mais caro 'lá' e ainda assim é o mais barato 'cá', dentre os que foram apresentados. De repente alguém retruca com um valor dele a, digamos, 6,00 € 'lá'. OK, mas ele ainda será o mais barato aqui e seu preço apenas estará na média dos demais. E na média ainda significa mais caro 'lá' do que vinhos que aqui são vendidos a valores muito maiores! Ou seja, se o valor fosse compatível com os demais (mas é mais caro!), o preço de Aldeia de Irmãos (em  'promo') aqui continua imbatível! Aí o leitor decide se fica com a crítica mais ferina deste Enochato ao Aldeia de Irmãos ou com as mentiras doces da propaganda dos demais. Mentira doce, aliás, que movimenta o comentário do energúmeno de que é tudo coisa ruim. Tô sabendo. Qual é o seu vinho, na faixa de preço?

Merchan

   O retardado ainda sugere que rendi-me a uma comissão ao comentar a 'promo' especial da Vinho e Ponto de São Carlos. Como é? Um cafezinho expresso por 'comissão' e o comprador ainda tem que dizer que viu n'Oenochato? Tá brincando, não é mesmo? Faz assim: compra lá, e nada diga 😅. Aí você estará de fato vingado por todo o ferro que já levou em sua ridícula participação no blog. Não há outra alternativa; pelos argumentos, tanto de antes quanto hoje, seu símbolo é o fracasso.

   De qualquer maneira agradeço ao comentário, mesmo que inútil. Ele proporcionou-me o exercício inédito de comprar certo tipo de vinho (português branco), em dada faixa de preço, com outros concorrentes do mercado. Saí com a impressão reforçada de ter feito uma ótima compra. Aldeia de Irmãos branco não de um grande vinho, mas está dito na avaliação. É somente um vinho honesto para a faixa de preço, e, acredito, bom competidor se colocado frente aos citados. De repente pode até perder... mas custando R$ 69,00? O que, repito mais uma vez, não tira a Chez France de estar flertando com a tubaronice ao propor R$ 129,00 em preço normal pelo vinho. Não hesitaria com comprar um Quinta do Noval ou um Chocapalha por menos...

Terminando...

Mais uma provocação sem sentido ao blog, um tiro que sai pela culatra, por dar-me mais assunto para comentar o tamanho do desvairo do nosso mercado interno. Repito ao que já disse a PTlhos e bolsonéios: Vai tentando. O precipício é logo ali.

Claro, as 'provas' - bolsonésios sempre pedem-nas. Chafurdem...

Duque de Viseu





Altano




Plansel


Flor de Sal




Herdade São Miguel



Sassicaia (Via Vini) versus o Borgonha Comte Armand da de la Croix que o torrou  em uma degustação.












Friday, December 16, 2022

Os ratos darão passagem aos canalhas

Introito


A rosa é bela.
Mas necessitamos da bosta para adubá-la.
Máxima d'Oenochato

Ladrão não vai subir a rampa.
Ameaça de algum sectário bolsonésio
Por complementar, tampouco deveria descê-la.
Constatação d'Oenochato

   Bolsonésios diziam com a boca cheia e sorriso incontido que O MBL derreteu... Estranho, muito estranho um grupo brigar contra outro do mesmo campo. Líderes e estadistas constroem, nunca fazem o contrário. Agora estão todos aí, chefes (mantêm por enquanto o comando, jamais a liderança) em final de mandato sem saber para onde ir, o que fazer e tampouco o que falar. Viram o patético Boa Noite por discurso completo de bolsonésio em pessoa, dia desses? PTlho sem noção já defendeu que Ali Lulá seria um estadista. Bem, por comparação não dá para contra-argumentar, mas a honestidade manda que tais atribuições sejam absolutas. Conclusão: retardados, bolsonésios e PTlhos. A despeito disso, os comandantes bolsonésios continuam sendo bem sucedidos no engano constante de sua patuleia de seguidores para os quais é mais conveniente (ou fácil) aceitar o que ouvem do que por a cabeça para trabalhar. No final, o MBL, que havia derretido, acabou sendo o fiel da balança da eleição, e decretou a derrocada bolsonésia - bem feito. Como já dito: teve pouco mais de 500 mil votos em S. Paulo, que detém cerca de 20% do colégio nacional. A diferença de votos foi de cerca de 2 milhões. Claro que tal estatística não tem muito fundamento, é apenas uma mera comparação, mas essa foi apenas uma das pontes que o (des)governo da atual administração detonou. Gênios da lâmpada...
   Tiro. É o que a forças da ordem legalmente constituídas não podem economizar caso alguma turba promova desordem na posse de um presidente democraticamente eleito. Canalhas, idiotas e tontos em geral: fiquem no fundo do quintal esperneando para os ET's, e não ousem. Mas uma coisa é um presidente democraticamente eleito, outra são as canalhices que já despontam na transição. Uma lei sob a qual participantes de campanhas eleitorais não poderiam assumir cargos governamentais quase foi implodida a bem de um aloprado, segundo o próprio Ali Lulá (e com aderência bolsonésia pesada!). Valendo aquele ditado, à mulher de Cesar não basta ser honesta, tem que parecer honesta, um mandatário que aceita questionar lei aliada da ética antes de começar a governar, passa qual imagem? Pilantras.
   Assim nos aproximamos da transferência da faixa presidencial. Os ratos (no comando ou na plateia) darão passagem aos canalhas. Não é uma sugestão, é uma afirmativa que deve imperar para preservamos a democracia. É inegociável. E, ratos, não se esqueçam de devolver nossos símbolos pátrios, principalmente a bandeira, ao saírem. Não precisam apagar a luz - duvido que essa gente sem o menor senso de pertencimento faça isso, de qualquer maneira - pois as pessoas de bem vão colocar-se na oposição no primeiro momento. Quem se arrepender talvez possa levantar a mão e fazer o mea culpa. Por mim, não. As forças democráticas podem prescindir desses pulhas. Mas eu não mando. Se bem que, estalinista que sou, colocaria todos para marchar - o final da Madeira-Mamoré é logo ali, e a fauna é rica; ninguém morrerá de fome no trajeto.

Despedida abençoada

Deveria ter acontecido entre final de Outubro ou começo de Novembro, e ficou para Dezembro. Sei que a Angelina - agora não mais Professora Angelina, pois deixou de ser cliente - passou para comemorarmos (ou enterrarmos, não sei bem...) o final de seu mandato acadêmico à frente de Motriz. Sempre pergunto a meus clientes se certas coisas chegam por promoção ou castigo; a resposta não é unânime... Sei que cônsona foi a opinião sobre a Piper-Heidsieck que abri para recebê-la; estava em fase com a outra garrafa degustada há pouco mais de um mês: o toque de abacaxi elegante, dessa vez peguei ainda um pouco de fermento, pão... foi bem com Roquefort - melhor do que Gorgonzola - esta acompanhou melhor do que o Maasdam. Das várias combinações propostas, essas três saíram-se melhor, de longe. Então foi a vez do Aldeia de Irmãos branco 2020, um 100% Sauvignon Blanc da região da Península de Setúbal. Chegou com nariz à maracujá por cima de tudo, sem atropelar (rs); pode ter mais alguma notinha (😂) que não discerni. Boca com muito frescor, boa acidez, talvez um pouco rápido no final, e também combinou com o Maasdam e o Brie. Agradável, sem grande complexidade, está pronto para ser bebido. A sobremesa.. como se chamava mesmo? (😣), não lembro; combinou bem com uma taça de icewine da Lundy Manor, que continua bom após um mês de geladeira. Por comparação, servi ainda uma tacinha do Sauternes do Château Doisy-Védrines, mas não deu pra ele não... o icewine passou por cima: mais buquê, corpo mais pegado... são faixas de preço diferentes. Não sei se Doisy-Védrines poderia levar alguma vantagem no buquê mais sutil... meu nariz não estava para tanto.
   Enquanto valor, falemos de Aldeia de Irmãos branco. Seu preço lá é 7,39 € + iva (chutemos 15%) = 8,51 € = R$ 48,00. Seu valor aqui, R$ 129,00. Dá 2.7x, e convenhamos, fica além do limite razoável. A Chez France, durante muito tempo, manteve margens inferiores a 2x, googa aí (sic) "comparação das importadoras" enoeventos (assim mesmo, primeiro com aspas) e veja lá. Agora a Chez France deu para flertar com a tubaronice. Mas eis que veio a roda-viva a bléqui-fraid e carregou o preço alto pra lá. Na oferta para comprar uma caixa (com 6), saiu R$ 69,00 a garrafa. Aí deu 1,44x; ficou subitamente bom e o Enochato gostou! Precisei comprar uma caixa? Bem, a primeira pessoa a quem mostrei a oferta já se propôs a ficar com duas garrafas do tinto e duas do branco. Ainda assim não é desculpa. A Chez-France - importadora que 'namorei' por bastante tempo, porque estava gostando de outras compras em Enoeventos e Cellar - vem se fazendo de dificilzinha. Fica nessa, fica... encho o picuá e vou de buzum até BH, visitar o Verdemar.

Atenção atenção! (Merchan)

A Vinho e Ponto está em 'promo' de Natal. Safadinhos que são (rs), colocam os vinhos mais simples na 'promo', mas os melhores ficam fora dela. Rebelde com causa, o Jairo da V&P São Carlos abriu mão de parte do lucro e colocou seus vinhões na mesma promoção. Chamei uma das confrarias e pegamos um Reserve de La Contesse 2009 (safrona), um Barbaresco Polissero 2010 (grande safra) e um brunellinho Pianrosso 2010 (outra grande safra!) por menos de R$ 200,00 por membro por garrafa (beberemos em 3). Fim de ano promete; o Enochato ficou feliz... Tem coisa interessante por lá em valores menores; o contato é (16) 98159.7743. Se disser que leu n'Oenochato eu ganho um expresso do Shot Café, segunda das três marcas que compõem o espaço-conceito único em S. Carlos (a terceira 'marca' é de chocolates). Mais um desinteressado serviço de informação deste articulista aos leitores, onde a transparência sempre está presente e o leitor-consumidor nunca é enganado. Tabela de safras em mãos e Wine-Searcher no celular são ferramentas obrigatórias para o consumidor consciente. Tem garrafa de safrona e garrafa de boas safras também. Basta conferir.

Sobre Aldeia de Irmãos, está morta a cobra.







Sunday, December 4, 2022

Ser decente é tomar atitudes decentes

Introito

Ser decente é tomar atitudes decentes.
dito d´Oenochato

Máxima, ou aforismo, é uma sentença que apresenta uma regra moral. Às vezes pode parecer óbvia como a proposta, mas ainda assim atenta para uma trivialidade não notada pela maior parte das pessoas. A frase acima deveria chocar pela obviedade, mas surpreende ainda mais quando notamos sua falta de aplicação no dia a dia. Aliada à falta de honestidade intelectual, a quem dá as mãos, desonestos e indecentes de todos os cantos, estirpes e tendências tentam ludibriar-nos com raciocínios toscos ou francamente mentirosos, enquanto as pessoas de boa fé simplesmente acreditam. Pese sobre estas que a inocência não é desculpa; a Bíblia - tomada apenas como referência histórica - já tratava do assunto ao narrar que Deus tem compaixão daqueles que não sabem discernir entre a sua mão direita e sua mão esquerda. O leitor destas linhas seguramente tem noção disso; a idade da inocência ficou para trás. Assim há aqueles crendo em narrativas afirmativas da inocência de Ali Lulá à mesma proporção que outros põem a mão no fogo por bolsonésio. Ele mesmo  queimou a cara, depois passou pomada e disse que não era bem assim, mudando de assunto. Diante desse cenário dantesco, resolvi tirar uma da cara de amigos bolsonésios - amigos PTlhos, aguardem! O fumo virá a cavalo! Chamei-os para uma suposta Fan Fest patrocinada pela FIFA em S. Carlos dizendo que rolaria cerveja grátis. O interesse foi enorme, e só não rolou enviar-lhes o endereço por escrito por eles já terem seus compromissos. Por vingança, mandei-lhes a foto do suposto local do encontro: a entrada do Tiro de Guerra de São Carlos, do qual possivelmente não se lembrariam do endereço mas muito bem conhecido por ambos que prestaram o serviço militar justamente ali... 😆

Reunião de confraria

Ghidelli e Márcia embarcam para algum lugar das Európias (sic) estes dias, e só voltam no ano que vem. Marcamos uma despedida coincidente com o jogo de sexta à tarde - e quase chego atrasado, porquanto o eletricista fazia  os últimos ajustes em minha cerca elétrica 😣. A importância disso é que o serviço de alguns vinhos ficou um pouco comprometido. Mas tinha um tintinho nojento na manga para segurar as pontas, que sabia poder abrir e servir rapidamente... 

Domaine des Remizières Crozes-Hermitage 2017 (norte do Rhône, portanto) é, claro, um 100% Syrah proveniente de vinhas com 20 a 25 anos. Já havia bebido uma garrafa tempos atrás e talvez não tenha postado, uma pena; é um vinho de preço relativamente acessível guardando ótima relação com a qualidade. Rico em fruta, chocolate (ou couro), mostrou-se direto e agradou a todos. O bom corpo veio acompanhado de taninos bem redondos e acidez média a alta, marcando bem a boca. Está pronto, e aguenta mais alguns anos. É um vinho dos seus USD 20,00 'lá', à venda em S. Carlos por R$ 149,00, o que indica bom preço. Faz parte do pacote que a rede Savegnago comprou junto ao grupo supermercadista Verdemar. Se o leitor não acha R$ 149,00 exatamente acessível, para minha completa surpresa encontrei no Savegnago de Ribeirão Preto por... R$ 99,00!, quando visitei o Xandão (não o do STF 😂), vide postagem passada. Comprei somente uma garrafa até com algum medo de ser uma safra miada (rs), mas depois conferi e é a mesma que temos aqui. Preciso voltar lá pegar uma caixa... até porque gente da confraria chutou seu preço em R$ 300,00, o que está perfeitamente consonante com a política das tubaronas do mercado (USD 20,00 x R$ 5,00 x 3 = R$ 300,00, grosso modo).

A Dona Neusa tirou da adega um Dolcetto 2019 do Luciano Sandrone, vinho que embalou parte da postagem no dia seguinte, sábado. Também rico em frutas, algo herbáceo e chocolate. Boca com corpo médio, um pouco de especiaria bons taninos, acidez mais presente do que Remizières (a salivação fica bem estimulada), apresenta ainda fruta e um ligeiro dulçor que nada bem a ver com a sugestão do nome da cepa, Dolcetto. Tem melhor final e permanência muito agradável. Aqui a bola fica dividida. Seu valor 'lá' é um pouco maior, USD 27,00 (x5 = R$ 135,00), e o preço aqui R$ 275,00 - boa compra, não dá 2x. O galo canta quando, numa oferta no ano passado foi arrebatado por R$ 170,00! Se tomar o Remizières por R$ 149,00, o Dolcetto na promo leva fácil. Por R$ 99,00, o francês volta a ficar bom.


Então chegaram os pesos-pesados. O Muga Selección Especial 2005, das Bodegas Muga, vem da esplêndida safra agora só encontrada fora do país. O tempo de consumo das primeiras garrafas não foi suficiente para um bom serviço do Muga - ele melhorou muito na segunda rodada, depois de irmos ao quarto vinho e voltarmos a ele. É fácil perceber tratar-se de outra categoria de vinho - e nem custa tanto mais, em safras recentes. A estrutura como um todo é claramente superior; o buquê é profundo, é perfumado, é rico, enche-nos de percepções que vão de uma rajada de frutas vermelhas e negras a chocolate e café bem distintos, madeira muito bem integrada, boca com ótimos taninos e acidez muito elegante. O final é médio, até para certa decepção pelas qualidades de nariz e boca. Ele seguramente tem muita vida pela frente, não precisa ter pressa. Na safra 2018 (disponível no sítio do produtor) consta como um corte Tempranillo, Garnacha, Mazuelo (Carignan) e Graciano, sem especificar as quantidades. Mas no corte Riojano a Tempranillo costuma apresentar-se como majoritária, até onde li. Pelos seus USD 50,00 na safra envelhecida (USD 30,00 na loja do produtor, safra 2018), é um ótimo vinho, felicidade engarrafada que precisa do devido tempo para realizar-se como tal. Não procurei, mas seu preço aqui anda na faixa dos 3x, o que é salgado. Uma pena. E chegou a vez do  Granja Nuestra Senora de Remelluri 'Remelluri' Gran Reserva 2012, outro Rioja. Com seu sítio Olá Mundo (rs), não há informações adicionais disponíveis. Aerou por cerca de 3 horas até iniciarmos a primeira rodada de degustação. Outro vinho bem estruturado com nariz aportando muita fruta, baunilha - seria da barrica? - chocolate/café, mas com boca um pouco travada. Não sei se é a safra ou se faltou (muita) aeração; a acidez estava presente, elegante até, mas parecia não chegar lá. Achei o Muga mais solto, embora não arrisque dizer melhor. Alguém com boa percepção poderia explicar melhor, mas não este pobre Enochato desnarizado e sem noção. O final também não estava tão atraente, quiçá outro efeito do pouco envelhecimento. Temos outra garrafa... acho que precisará aguardar um pouco mais...