Tuesday, November 22, 2022

As bléqui estão vindo... e outras estórias

Introito


Sumido que só ele, dizem que passa os dias a chorar. Não é homem de enfrentar seu destino. As atenções voltam-se a Valdemar Costa Neto, que ou enlouqueceu a nível superior ao de Bob Jeff ou está toureando bolsonésio enquanto a passagem do bastão não vem. Fico com esta última. Não significa que bolsonésio deixará de procurar confusão; seus seguidores são bucha de canhão à procura de um cano para se enfiarem. Ali Lulá assiste de camarote enquanto pensa em alguma desculpa para enfrentar o fracasso que se aproxima. Gastou tolamente a desculpa da herança maldita há 20 anos; qual será o discurso agora? Certo que seus seguidores somam outro grupo de extremos idiotas e acreditarão no que desejarem acreditar - certo Caetano? -, mas a pedra nesse sapato é a parcela esclarecida do eleitorado, principalmente aquela que deixou de votar ou mandou uma banana a ambos os facínoras e está pronta para posicionar-se na oposição. O pessoal do bem coordena-se para o impixe. Já cantei essa bola há muito - refletindo que seria mais fácil defenestrar bolsonésio. Talvez perpetrar isso em Ali Lulá - por maiores que sejam os riscos - renove nossa energia, dê-nos um novo sabor de vitória há muito nos pilhado pelo maior traidor da República desde sempre. Veja como os bons estão começando a raciocinar; está em 7min:40s, mas vale assistir a vídeo todo para saber o que a PTlhada vem planejando antecipadamente. Nunca senti-me flertando tanto com o precipício. Sem paraquedas...

Contato capenga

O Xandão - não o do SFT, o outro - ligou-me há poucos dias e combinamos minha ida a Ribeirão Preto. Lembro-me bem: há uns 15 anos ele trocava a cerveja - tão necessária naquela cidade - pelo vinho. Como muito neófito perdido por aí, começou errado: vinho suave. Tratei de corrigir o problema tão logo o vi, apresentando-lhe os chilenos. Era 2007, outras épocas... Sei que agora ele anda bebendo portugueses. Não, não perdemos contato durante todo esse tempo; rolaram encontros esporádicos como por exemplo quando sua esposa Olga vinha para cá correr a Volta da USP. E, nem percebi, a danadinha entrou para o seleto grupo de 60 ou 70 brasileiras que completou a Majors, concluindo as 6 mais importantes maratonas do mundo: Tóquio, Boston, Londres, Berlim, Chicago e Nova York. Estou bem de amigos, não é mesmo? Só falta desfrutar um pouco mais dessas afeições...

Brutalis é o nome da besta

Comprei minha única garrafa de Brutalis há muitos anos, por uma sequência de acasos: o corte, a safra, o nome e, sobretudo, a relação preço-cá-preço-lá, diligentemente verificado no Wine Searcher; estava a algo como 1.4x no Savegnago, que trouxera uma carrada de rótulos dos Irmãos Muffato, grupo supermercadista do Paraná. Comprei vários franceses naquela época, até o Fleur de Pedesclaux, segundo rótulo do quinto vinhedo de Bordeaux na classificação de 1855, a preço bem razoável. Certo que safra '11, não tão boa, mas pelo desembolso (R$ 127,00 em julho de 2018) massacraria a concorrência sul-americana com uma mão nas costas. Voltando ao Brutalis... só não notei que era um meio seco 😣... Para sorte deste escriba, os meio seco europeus descartam qualquer semelhança aqueles vinhos feitos do lado de baixo do Equador. Esse Vinho Regional de Lisboa na safra 2011 foi um corte Alicante Bouschet (60%) e Touriga Nacional (40%) - atualmente é cortado com Cabernet Sauvignon - potenciado a 14% de álcool que aparecem de leve - na verdade a Olga pegou que ele estava puxado no arco (sic) - com nariz rico em frutas, chocolate e tabaco. O adocicado a mais aparece na boca, mas não enjoa. O preparo de maminha estava muito bom, mas acho que faltou um pouco de gordura para casar com o corpo - não mencionei o que levaria. Taninos e acidez médias foram sobrepujadas um pouco pelo dulçor, o que não compromete o conjunto da obra; se não houve uma ótima harmonização, tampouco desarmonizou. Não mostrou tanta persistência nem final marcante que não o calcado no travo doce, passando um pouco longe do estilo a que estou mais acostumado. Estranha um pouco o preço lá e cá, 32,00 € contra R$ 300,00-R$ 400,00 (este para a safra '11, ainda disponível). 😮 paguei cerca de R$ 120,00 aqui. Certo, em 2018. Valeu ter esperado um pouco mais; a safra merece o devido respeito.

As bléqui-fraids estão vindo

Antecipando a data, muitas importadoras sérias anunciam descontos desde já. A de la Croix como sempre torra alguns rótulos manchados ou mesmo rasgados, com descontos. Para importadora que trabalha com margens apertadas, é uma oportunidade para comprar ainda mais barato. Tenho um Créme Tête do Rousset-Peyraguey 2000 cujo rótulo - horrivelmente desgastado - mostro qualquer hora, e pelo qual paguei uma bagatela. A Chez France está com uma linha de portugueses e Chiantis mais simples a ótimos preços (R$ 60,00-R$ 130,00), e a Enoeventos apresenta ótimas ofertas, inclusive em azeites. Mas preste atenção nas Xampas. Diversos vinhos voltaram à margem menor que 2x, o que era o grande diferencial da casa, então é hora de aproveitar. Particularmente, já comprei das duas últimas. Estava namorando um Réserve de la Comtesse 2009 (ótima safra), segundo vinho do segundo vinhedo Château Pichon Longueville Comtesse de Lalande, de Pauillac, mas esse não entrou na bléqui. Uma pena...







Sunday, November 13, 2022

Espanholeto 20 II - conclusão

Introito


A discussão nunca foi liberdade de expressão... é sobre uma briga muito asquerosa que está acontecendo. E se você só tomar pé de um dos lados, sem olhar o todo, eu volto a repetir: você é o idiota deste jogo.
Renan Santos, no canal do Youbube no MBL.

Antes, cumpre-nos a nós, os presentes, dedicarmo-nos à importante tarefa que temos pela frente...e que o governo do povo, pelo povo e para o povo jamais desapareça da face da Terra.
Abraham Lincoln, no Discurso de Gettysburg.


Ali Lulá e seus 40 ministérios vêm aí. Ele e seus PTlhos ficaram 16 aos no poder, e, vide ao lado, a ocupação urbana em áreas de risco só subiu. Fonte aqui. Exemplo acabado de um governo do povo, pelo povo e para o povo. Fora, claro, todo o conjunto da obra. Não reclame, Ali Lulá está eleito democraticamente. Só resta-nos aguardar a oportunidade de ejetá-lo de maneira igualmente republicana do cargo. Mas já comentei, esse impixe (sic) será mais difícil do daquele eventualmente levado a cabo contra o mão esquerda do diabo cuja excomunhão tem data até publicada em jornais. Enquanto isso Ali Lulá já vai aprontando das suas: ameaça mandar o Andrada para a fazenda. Sabe, acho que faz sentido. Vejamos o currículo do rapá. Na faculdade, colou do amiguinho


Foi o mais longevo ministro da educação da história deste país (2005-2012), e o Brasil caiu nas avaliações internacionais do Pisa. Na posição de poste, foi apresentado pelo padim Ali Lulá ao famigerado Paulo Maluf - quem se lembra? Olha aqui... - para disputar (e ganhar) a prefeitura de São Paulo, da qual foi ejetado quatro anos depois, em primeiro turno, perdendo para um completo neófito em eleições majoritárias e tendo um número de votos menor que os brancos e nulos. A fonte, inquestionável por ser o próprio TRE, está aqui. Então faz sim todo o sentido esse rapá ser enviado para a fazenda. Na roça, creio, aprenderá a levantar cedo - seus detratores acusavam-no de ser um completo preguiçoso enquanto prefeito, nunca começando e expediente antes das 10:00, ou algo assim - e, capinando, acredito que  tornar-se-á o homem que até o momento recusou-se a sê-lo, exercendo um pouco a tão propalada e nunca vista humildade. Saudemos o novo ministro! Que vá para a fazenda, e não saia de lá... tarde! Preferencialmente saia levando seu chefe junto. Bolsa de apostas: Oenochato aposta em Jean Uilis para a Cultura, afinal ele está sem mandato e tentará re-ganhar (sic) capital (político) para nos perturbar mais uma temporada. Ademais se o Frias esteva lá, o que de pior poder-se-ia esperar? Bem... Malhação não era lá essas coisas, mas Big Bródi?

Continuação daquela degustação de níver

Poderi Luigi Einaudi foi fundado em 1897 e atualmente produz uma gama relativamente grande de vinhos e grappa. Se entendi bem, esse exemplar agora traz a informação de ser produzido no vinhedo Costa Grimaldi localizado em Terlo. Não estou certo de que antes fosse um vinhedo designado. O Akira sempre comenta que abrir Barolos com menos de 20 anos é... Barolicídio (sic! rs!), mas sua experiência com esses rótulos de 30+ anos é calcada em exemplares do Voerzio, um produtorzão pelos comentários espalhados mundo afora. Confesso que estraguei um Domenico Clerico Ciabo Mentin Ginestra 2001 alí por 2018, que aerei por 6 horas antes do início do evento - servido umas 8 horas depois de aberto, portanto - e estava com os taninos completamente verdes. Nessa condição, não adianta deixar o vinho para o dia seguinte. Somente muitos anos mais de garrafa podem amadurecê-los a ponto dele poder ser degustado com prazer. Mas Podere pareceu-me, pelo rótulo, sem indicar uma procedência mais nobre, poder ser degustado com seus meros 16 anos. Tá, uma olhada na janela de beberagem da Wine-Searcher (2011-2026) também me encorajou. Aberto com duas horas antes de iniciarmos com o Champagne, na sua vez mostrou nariz bem rico com abundância de fruta, chocolate e couro, madeira muito discreta, sem sinal visual de envelhecimento e boca com mais fruta, couro e um pouco mineral. Taninos bem macios e ótima acidez conferiram permanência e ótimo final. A dado momento achei que poderia estar melhor que o La Rioja. Sabe aquele momento quando o vinho descansa na taça o tempo exato para atingir um quê a mais, o seu melhor instante, que depois você não consegue captar novamente? Então, nesse triscar de epifania Barolo Terlo alcançou seu ápice. Perguntei para o Akira se o Barolo poderia competir com o Gran Reserva, e sua opinião foi que 'não'. Sem sabe? Importante foi ter acertado seu momento de serviço, embora possa seguramente ser guardado por mais cinco anos sem perder a riqueza da fruta. Como sobremesa tivemos um Icewine Vidal 2016 da Lundy Manor, produtor da península do Niagara. Iwecines são difíceis de se encontrar no Brasil. Até acha, p. ex. o Inniskillin (375 mL) pela bagatela de R$ 851,00. Se citar que viu n'Oenochato e pechinchar, R$ 850,00. E o Bra-sil-il-il-il-il já produziu Icewine! Foi em 2010, quando um pessoal lançou o produto com toda pompa a circunstância, pela bagatela de R$ 189,00 a garrafa de 200 mL (quase USD 100,00 à época). Lembro que pagava (lá fora) USD 45,00 na garrafa (inteira!) do Château Guiraud - agora subiu um pouco. Bem, nosso produto - que jamais provei - seguramente é muitíssimo superior a um mero Sauternes, quanto mais um... um... um... Guiraud! Quem conhece, sabe, e ponto final. Voltando... Lundy Manor Vidal mostrou nariz bem explosivo misturando cítrico bem marcado e mel, com toques de damasco - acho que foi o Akira quem mencionou. Boca com dulçor equilibrado maravilhosamente pela acidez - nem é tão alta, apenas média, mas com harmonia que até choca! Seus 11,5% de álcool podem enganadoramente nos levar a pensar que não tem muito ali, mas quanta surpresa ao prová-lo! Enche a boca, tem ótima permanência e combinou à perfeição com uma torta de cheesecake de frutas vermelhas da Glaceart, ótima confeitaria Sãocarlense. Já havia experimentado essa combinação (mesma torta com vinho de sobremesa) no Ghidelli, e achei que seria a combinação segura para fechar um aniversário. Bateu...

   Como não houve quórum máximo, no dia seguinte fiz um rescaldo. Só apareceu o Duílio. Servi o Champagne tirado da geladeira direto para a taça, enquanto advertia sobre a necessidade de resfriar melhor. Ele fez uma cara de quem comeu e não gostou, e logo partimos para os tintos. Estavam ótimos, 24 horas depois de abertos. Ele cravou o La Rioja como melhor do que o Barolo, e estava mesmo. Mas a surpresa chegou com a segunda passada do Champagne, depois de resfriado. Ele olhou espantado, surpreso, e soltou um Agora sim!, achando-o delicioso. Tenho uma tampa especial para Champagne, e no dia seguinte - mesmo a garrafa tendo ficado aberta durante quatro horas na noite anterior - as borbulhas estavam lá. Sem tanta perlagem, OK, mas ainda foi uma degustação prazerosa. Os nacionais, possivelmente, alcancem exatamente o mesmo nível de qualidade no dia seguinte. Somos f#d@! Então, leitor desavisado, teje alerta para a temperatura de Xampas. Faz toda a diferença. Uma geladeira só não dá certo (sic). O bom é congelador mesmo (40 minutos antes de abrir), e, se sobrar, no dia seguinte o baldinho com gelo sempre! Claro, sem uma tampa especial não ficará tão bom...




Sunday, November 6, 2022

Espanholeto 20 anos e escarnecendo bolsonésio II - só mais um pouquinho... 😂

Introito

É possível contar um monte de mentiras dizendo só a verdade. Por isso é preciso tomar muito cuidado com a informação no jornal que você recebe. Folha de S. Paulo, o jornal que mais se compra e o que nunca se vende.
A fonte está aqui.

O trecho acima é o parágrafo final de uma excepcionalmente bem feita propaganda do jornal, veiculada em televisão no final de 1987. É uma peça publicitária maravilhosa, criação do Washington Olivetto, pessoa de inventiva inegável e que reproduzo abaixo, porque é muito importante para ter apenas o endereço registrado; às vezes eles não são perenes. Esquisito mesmo é ver o jornal que não se vende editando as próprias reportagens antes com termos pejorativos a bolsonésio e agora com apresentações açucaradas para o leitor desavisado em prol de lulalelé. O comentário completo está aqui, e vem de gente tão séria e boa quanto o próprio Olivetto. Aliás, vem do único movimento que hoje em dia tem uma proposta séria para o país, e cujos membros continuam longe das listas de podriqueiras, embora tenham tentado aprontar para cima deles. Chupem, tranqueiras! Mas voltando... não soa muito 1984 quando um veículo de comunicação que se pretende sério passa a editar reportagens à socapa? Tem uma explicação que tentaram perpetrar em algum lugar, e não comentarei; apenas quem nasceu sem cérebro e fumou um ainda por cima (sic) acredita nela.

O vídeo mencionado acima:

   Aliás, as tranqueiras decretaram que o MBL derretera já em 2020. Vejamos... bolsonésio precisaria de 2.139.645 votos para empatar com lulalele. O MBL teve cerca de mais de 500 mil votos, com candidatos em apenas 3 estados, sendo apenas 2 fora do estado de São Paulo. Esse apoio - ou a falta dele - foi claramente decisivo para a definição final. São Paulo deve ter uns 20% do eleitorado, ou 1/5 dele. Fazendo uma proporção (forçada, admito), 500 mil votos do MBL x 5 (caso houvessem 1. público proporcionalmente engajado e 2. apoio do MBL a bolsonésio) = 2.500.000 votos. Percebe? Tá, é uma brincadeira sem fundamento estatístico qualquer, mas... durmam com essa, bolsonésios de uma figa. Tivemos ainda 3.930.765 votos nulos (cuidado, muitos já estão nessa conta acima, dos 2.5 milhões de votos do MBL!), como o meu. Um protesto afirmativo contra ambos os candidatos. Note bem: Bolsonésio igualou-se, a nosso ver, a um concorrente que foi levado aos corredores da justiça contra sua vontade mas sob as ordens da Lei. Declarou-se a alma mais honesta deste país, - mais do que eu!, mais do que você, leitor de bem! Note, sua alma não é igualmente honesta, é mais honesta! - mas não conseguiu comprovar sua inocência. E depois beneficiou-se de duas alterações na lei para sair da prisão e poder concorrer às eleições. Mas bem, assim foi-se bolsonésio, feito Denethor. E não deixará saudades.

Nesta semana pós-eleição o blog - e meu uátizáppi - foram vítimas de mensagens furiosas pró-bolsonesio ou pró-lulalelé. Estes últimos creem-se (mais uma vez) no direito de deixar recadinhos a favor de seu capo, como se o espaço fosse deles e não meu. Acima citei gente que não tem cérebro e ainda fumou um para designar pessoas verdadeiramente tolas. A definição acabou de ser atualizada 🤣... Lulaslelés ou bolsonésios, tanto faz: nenhum traz qualquer argumento. Reclamam a falta de espaço para sua desfaçatez, é isso mesmo? Podem reclamar. Todos, absolutamente todos eles foram (ou serão agora) respondidos com base em argumentos sólidos e intelectualmente honestos, como é a marca do blog, diga-se. Recebam este que lhes dou,

Celebrações de aniversário continuaram até dia 3...

Para o dia 3 estava marcada uma reunião com as Moiras, mas duas delas não puderam comparecer. A Carol também faltou, e foi uma pena... para elas! 🤣 Porque os vinhos estavam bons! 😨 Vieram a Luciana e o Akira. E não, não foi muito vinho, já que a sobra manteve-se igualmente boa no dia seguinte. A Piper-Heidsieck é uma produtora de Champagne fundada em 1785 e produz uma gama relativamente variada dessa bebida. Seu Cuvée Brut, corte 50% Pinot Noir, 30% Pinot Meunier e 20% Chardonnay, deve ser o produto mais simples da casa - e o que dá pra pagar... comprei 4 garrafas há muitos anos, e a que experimentei logo de cara já mostrava alguma idade. Portanto, foi sem muita surpresa que esta veio cheia de abacaxi, algo característico das boas xampas já oxidadas. Significa também que parte de seu frescor decaiu um tanto, mas permaneceu algum toque cítrico além do abacaxi. A boca é generosa, com cremosidade e acidez marcante; corpo médio com boa persistência, constitui um conjunto que só pode ser eclipsado pelos nossos maravilhosos espumantes do sul - e em breve pelos de alguma outra região que passe a produzi-los, porque, afinal, somos imbatíveis quanto o assunto são bolinhas. La Rioja Alta Gran Reserva 904 é um clássico espanhol. A vinícola remonta a 1890, conforme podemos ver de sua história, e diversos outros rótulos foram sendo agregados ao longo do tempo. La Rioja Alta tem, como outros produtores da elite local, a perseverança de envelhecer seus vinhos antes de colocá-los à venda. Daí para aguardar que atinjam a maturidade é só (mais) uma década (Wine Searcher declara sua janela de beberagem da safra 2001 (sic! rs!) como 2010-2040). A safra 2001 foi muito boa na Espanha, assim como a 2005, e neste 2022 podemos considerar o exemplar de 2001 como maduro. Menciono a safra 2005 porque nela o vinho ficou no quarto lugar na lista dos 100+ da Wine Spectator de 2019. Previsivelmente seu preço disparou: custa, na safra '11 (a mais recente), a média de USD 75,00 - embora encontre-se a partir de USD 60,00 (com taxas) -, enquanto paguei pela minha '01, em '11, a bagatela de USD 45,00. Aqui custa a insignificância de R$ 1.515,00 (dividido por R$ 5,50) = USD 275,00, o que dá, pelo preço médio de lá (USD 75,00), 3.93x da mais pura tubaronice. Adiantei o preço para não passarmos mal depois (risos), então vamos lá: aerou cerca de uma hora antes de ganhar as taças, e de cara veio um mentol fragrante e aquela estrutura 3D no nariz à qual refiro-me a certos vinhos de qualidade. Rico em frutas, tabaco/café, tinha mais componentes do que este Enochato pode distinguir. A boca é muito boa, composta for frutas, café (chocolate?), madeira sem excesso, taninos nada além de médios para casar com a excelente acidez, balanceada por surpreendentes e econômicos 12,5% de álcool. Sutileza não é potência, e o conjunto deste Gran Reserva 904 mostra-nos isso didaticamente... É um corte Tempranillo (90%) e 10% de Graciano, muito bem alinhado e continuou luminar um dia depois. Vinho que todo bebedor deve experimentar uma vez na vida, de maneira que este felizardo está plenamente satisfeito e feliz: há experimentara a safra '09, então com 11 anos. Está aqui.

   Depois falo dos demais vinhos... para que estragar a estendendo demais o assunto?

Nota sobre o mercado do vinho

Avisa-me o amigo Xandão - não o do STF! - que sua cidade natal de Ribeirão Preto, maior município da região, foi alvo de batidas policiais em diversos estabelecimentos comerciais que vendem vinho. Conta a reportagem que foram apreendidas 33 mil garrafas, avaliadas em R$ 1,7 milhão, em 5 lojas distintas. Agora quero ver o que dirão os tranqueiras de sempre que policiam o cidadão de bem que sequer compra de contrabando, mas é enganado na própria Argentina, e traz para cá vinho falsificado (vide os comentários nesta postagem). Vão passar pano para lojas que praticam descaminho na cara dura? Vão defender a dura vida do lojista que alimenta a corrupção país afora? Porque vinho de contrabando não chega a S. Paulo sem uma longa fila de mãos molhadas desde a fronteira até aqui.

Saturday, November 5, 2022

Escarnecendo bolsonésio

Introito


Volta e meia róllywood brinda-nos com filmes cujos títulos trazem um verbo e o personagem. Finding Forrester (2000) aborda o improvável relacionamento intelectual entre um jovem estudante do equivalente ao nosso segundo grau e um escritor ganhador do Pulitzer em sua primeira obra após este isolar-se no ostracismo por mais de 20 anos em plena cidade grande, mantendo contato somente com seu agente literário. Copying Beethoven (2006) narra de maneira fictícia a semana que precede a primeira execução da Nona Sinfonia conduzida pelo Ludwig em pessoa, às voltas com a surdez adiantada e seu pouco respeito pela assistente designada para auxiliá-lo na tarefa. Assim, de saída explico o título da postagem e pago respeito ao atropelamento acidental do minto pelo seu oponente. Sim, acidental. Podemos dizer que bolsonésio perdeu para a própria incompetência - sequer conseguiu o empate... 😣 - o que torna a situação mais feia que um Goytacaz e Madureira em dia de chuva com neblina. Possuidor da máquina pública - assim como o Andrada na prefeitura de São Paulo, espirrado em primeiro turno do cargo - e da impressora de cédulas, não conseguiu compensar a avalanche de asneiras com as quais soterrou os brasileiros nos últimos três anos e meio. A estas alturas muito já se falou sobre sua derrota, mas minha reflexão parece ter passado despercebida nos meios que acompanho. Aliás, o crédito da figura de abertura está aqui.

Vamos ao meu ponto. Nossos pseudo-líderes - ou pior, nossos pretensos pseudo-estadistas - parecem cometer um erro a cada passo na hora de governar. Os PSDBelhos poderiam ter-nos livrado dos PTlhos quando estourou o mensalão. Acharam que poderiam vencer nas urnas, distantes dois anos. Nabo. Lulalelé acreditou ter ascendência sobre a anta de asas (sic) que escolheu para sucedê-lo; ela esquentaria a cadeira para sua volta, após quatro anos. Nabo. A idiotia da Suprema Comandanta (sic) não permitiu-lha (sic) ver o buraco que cavou, nem perceber ter-se enfiado lá dentro e estar lá de baixo trazendo a terra sobre si mesma com uma enxada. Nabo. Do mesmo modo e imerso na mais pura ilusão da realidade, Bolsonésio acreditou-se o Gênio da Nação ao reviver lulalelé, quando centraria sobre si mesmo as esperanças e aspirações dos brasileiros de bem em ver-se livres da quadrilha a muita custa expulsa do governo em situação política ímpar na nossa história. Ganhou o quê? Nabo! Aliás, percebeu, ó leitor, que o nabo rolou para toda essa gente mas no final o que sobrou para nós, o populacho, foi a melancia? Ao final, bolsonésio desinformou, mentiu, trapaceou ao renegar promessas de campanha e conspirou contra as instituições. Foi hábil em manipular uma parcela da população, crente em suas habilidades inexistentes. Bem, a vocação de iludir seu gado ao melhor estilo do flautista de Hamelin não pode ser contestada... Lulalelé seguramente não cometerá esse erro grotesco; talvez não seja honesto, mas seguramente é esperto. Fonte da imagem aqui.

Ao fim, de todos os cenários de sua derrota, concedeu-nos o destino o que fosse mais benéfico: perdeu lá por 1% - bem feito! - o que coloca lulalelé numa posição de alerta vermelho desde já. As mesmas cobras que ele está reunindo em seu covil de comparsas não hesitarão em atirá-lo às águias se o governo começar a fazer água. Quem (sobre)viver, verá...

Comemoração de aniversário I

Por ocasião de meu aniversário (31), reuni alguns grupos antes e depois da data. Este evento aconteceu com a confraria Paduca e respectivas: Pa(ulão) na foto, Eva, Dona Cláudia, este Enochato e Du(ílio). Recebi-os com o Bacio Della Luna Cuvée Brut. Com seu jeitinho cítrico (rs!) encantou a todos. É fácil de beber, apesar de 'brut' não é nervosão, tem um toque quase doce com acidez média e um pouco de persistência, conjunto que agrada sem fazer força. Infelizmente está esgotado na importadora - Enoeventos - mas é um produto que vale a pena manter na memória para futuras compras. Claro que o senso crítico - e o Wine Searcher - são ferramentas obrigatórias quando o assunto é comprar vinhos. 

Depois servi duas garrafas às cegas. Foi divertido ver o Duílio fazendo as contas (rs), descartando o serviço de um vinho melhor em primeiro lugar e dessa maneira concluindo que o segundo era melhor. Já o Paulão foi categórico e disse preferir o segundo, por mais complexo. Cedro do Noval (2016) é um vinho que comprei a rodo em várias safras, e venho bebendo uma ou outra garrafa para deleite próprio ou para mostrar para as pessoas. Em 'promo' (próximo a R$ 100,00) constitui-se em ótima opção; no preço regular (R$ 160,00) é apenas mais uma tubaronice dessas que inundam o mercado. Recuse. O Cedrinho é sempre aquilo: fruta generosa, especiaria e algum outro toque constituindo bom nariz; boa acidez, taninos presentes e já arredondados, uma persistência e final até legais, para um vinho de entrada na faixa de USD 10,00. Quer algo melhor? Precisa dobrar a faixa de preço (lá), aí encontra fácil. Depois chegou um Quinta do Noval Touriga Nacional 2017. É assim: no princípio... no princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus... não! 😲, isso é João (1:1); estamos no vinho... no princípio os Noval começavam com o valente Cedro e pulava para o Quinta do Noval, que não trazia no rótulo 'Reserva' mas era considerado como tal. Depois é que o 'Reserva' apareceu no rótulo. Suspeito - não sou especialista - que quando apareceu o Reserva chegou também a linha intermediária Quinta do Noval (não reserva), mas só vim a conhecer depois. Estagia 10 meses em carvalho, assim como o Cedro, contra 12 meses dos Reserva. Mas voltando, o Touriga Nacional tem muito mais corpo e nariz mais marcante e poderoso, com uma massa de frutas um tanto misturada e 'dura'. Está fechado, e precisa de mais algum tempo em garrafa, embora apresente suas qualidades. Boca com tanino um tanto amarrado, ótima acidez, traço da madeira mais marcado, álcool nem tão saliente, constitui um conjunto com várias arestas, indicativo final de não estar pronto. O Wine Searcher (consultei antes!) indica como janela de beberagem (sic! rs!) 2021-2036. O '36 não sei, mas esse '21 está claramente errado... Tá, bocas-tortas podem bebê-lo e sair dizendo que é um vinho potente. Engana bem. Mas se você tem algum Noval dessa linha, nessa safra (que aliás é excelente!), fie-se neste Enochato e segure mais alguns anos. Se desafiar minha opinião, bem... deixe a sua aqui; agradeço antecipadamente. É um vinho de USD 40,00 nos EUA, embora esteja a cerca de USD 22 em alguns países europeus (não encontrei essa safra em Portugal). Dá uma boa diferença ao cruzar o Atlântico... Mas considerando o preço em Portugal, é aquilo: dobrou o valor (compare com o Cedro), melhorou em muito a qualidade. Aqui, se encontrar em 'promo' a R$ 160,00, considerando USD 22,00 x R$ 5,00 = R$ 110,00 o preço 'lá', percebemos que vale a pena.