Friday, September 30, 2022

Mea culpa, mea maxima culpa

Introito - mentira infinita



O debate de ontem mostrou quão bem os principais candidatos dominam com maestria a arte de mentir sobre si e dizer a verdade sobre os oponentes. Quem fez essa abordagem foi o músico e youtuber Nando Moura. O preço dessa idolatria será o inferno, não para os idólatras, mas para todos nós. Preciso fazer agora um mea culpa. Em nome de minha geração, peço desculpas à nação. Se o detrator pretender perguntar quem sou eu para arrogar-me nessa posição, digo que fui aquele que levantou a questão. Quase cumprindo 58 anos, considerarei o grupo entre 48 e 68 anos como a 'minha geração'. E pergunto: como permitirmos que tudo chegasse onde chegou? Gente da minha geração foi capa-pintada... e não conseguimos melhorar a face do país. Tivemos um início de século dourado, e em berço esplêndido deixamos um canalha nos conduzir, a despeito dos escândalos que pipocavam logo de saída. Marchamos para banir da Esplanada o resto boquirroto de uma quadrilha criminosa para, no pleito seguinte, permitir o surgimento de outro canalha de igual quilate superando o antecessor somente em parvoíce e desinteligência. E ninguém apresentou-se para retribuir com um impeachment quando as condições mostraram-se honestas e justas. Onde estávamos? Dirão que na pandemia? Escrevi nota agora perdida no Youtube onde afirmava preferir morrer no campo de batalha a permanecer em confinamento. Foi-se.

Ainda, se falhamos com a Pátria, pecamos também com a educação da próxima geração. Vitimados pela falta de senso crítico, boa parte da nossa descendência de jovens não consegue perceber o erro de votar em corruptos de qualquer estirpe. O que é isso, senão falta de caráter da geração precedente? Não se transmite o que não se tem... Juntamos esses desprovidos a idiotas crescidos de hoje que acreditam em uma primeira década dourada e livre de máculas com estúpidos crendo estarmos agora em um momento reluzente e puro, e estamos aqui nos perguntando (novamente) como permitimos às coisas chegarem a esse ponto. Vejam o Pisa; estamos aí, oscilando dentro da margem estatística há 20 anos, sempre abaixo da média dos países mais importantes do mundo. A fonte é esta. Falhamos. Falhamos miseravelmente. Mea culpa, mea maxima culpa.

   Encerra-se a data permitida para propaganda eleitoral. Não que este espaço tenha feito alguma; não pedi voto nenhum até agora. Já escrevi diversas vezes: sou de esquerda, e continuarei a sê-lo, a despeito da idiotia generalizada que traz-me vergonha e nojo de juntar-me a muitos e muitos de seus representantes - atualmente, todos, aliás... Nesta eleição votarei em candidatos a deputados estadual e federal do MBL, e sugiro fortemente ao leitor refletir sobre esses cidadãos. Kim Kataguiri (4433) e Cristiano Beraldo são candidatos a deputado federal; Renato Battista (44999), Guto Zacharias (44777) e Amanda Vettorazzo (44333) são candidatos a deputado estadual por São Paulo. Eles têm poucos candidatos em outros estados: Samuca Chang, 1999, federal por Santa Catarina, e João Bettega, 30123, estadual pelo Paraná. Se perguntarem-me como uma pessoa de esquerda pode votar neles, respondo tranquilamente: na absoluta e completa falta de qualquer projeto sério de país por parte dos energúmenos que nos governaram até hoje, essa trupe é de longe a mais qualificada. Vejam as ações populares propostas por Renato, Guto e Beraldo, à sombra da atuação parlamentar de Kim e Arthur do Val, o Mamãe-Falei, caracterizadas pelo combate às mamatas em todos os níveis da administração pública, para não me estender mais. Algo é fácil de verificar: nenhum deles usa fundo eleitoral. O candidato em que você pensa em votar neste momento usa-o? Pois é...
   Aos demais cargos, concederei uma banana. Nunca estivemos tão mal representados em São Paulo. Escumalha...

Quinta de Chocapalha 2016, segundo dia

O estranho amarguinho mencionado continua lá; se incomoda, por outro lado não espanta o desejo de bebê-lo. O nariz caiu um tanto, mas a fruta e algo mais continuam ali. Arrisco que chocolate. A acidez sempre segura alguma graça, e é o que vale; e não há muito mais. O blog sempre pautou-se pelo vinho antes, e outros assuntos depois. Hoje, excepcionalmente, houve uma inversão. Não é para menos. E obrigado pela paciência e generosidade da leitura.



Corruptos e seus amoucos

Introito

A casa de um homem é seu castelo.
Edward Coke  (1552-1634)

quid enim sanctius, quid omni religione 
munitius, quam domus unusquisque civium?
O que é mais sagrado, o que mais fortemente 
guardado por todo sentimento sagrado, 
do que a própria casa de um homem?
Cícero (106 aC-46 aC)

Somos o país da miscigenação, mistura de seres que, em outras espécies, resultam em uma linhagem mais adaptada, mais forte, por assim dizer. Mas ao final a única coisa em que nós brasileiros somos mais é... resilientes... o que não nos tem conduzido a lugar algum. Precisamos ser mais em muito mais coisas (sic): mais críticos às iniquidades que nos cercam? Seria o mínimo. Mais participativos? Desejável... Mais proativos? Imprescindível. Só assim mudaremos a percepção que nós mesmos temos de muitos de nossos irmãos - o que não significa que também não tenhamos defeitos similares, apenas bem camuflados dentro de nossas próprias desculpas e nunca escancarados a nós mesmos, já que nossa sociedade é caracterizada pela falta de debate de ideias entre as pessoas. Idiotas de primeiro escalão infestam as redes sociais no sinistro papel de patrulheiros, não como debatedores. Este blog tem sido vítima constante de tais detratores. Já declarei que não debato política aqui. Registro minha opinião porque, repito, o cidadão de bem não pode mais permanecer calado ante tanta iniquidade por parte de todo o espectro político. Após não ter suas 'opiniões' publicadas, um detrator anônimo sai-se com esta:


   O energúmeno não se satisfaz com as regras do blog; invade o espaço na intenção de deixar seu recado e para tal distorce o ideal da democracia; para ele são apenas direitos, não existem deveres. Seguramente desconhece as premissas declaradas no início desta postagem, seculares e mesmo milenares. Ademais, tenta tomar de assalto um espaço crítico a todos os principais políticos com o único propósito de realizar propaganda de seu corrupto de estimação, jamais para debater. Iguala-se àquele que o inspira não somente em mediocridade e vileza, mas ainda pela semelhante falta de inteligência e posição de amouco. Lulalelé e bolsonésio são mentirosos. Não são somente incompetentes para gerir o erário público, como promovem seu assalto dia sim, dia também, à luz do sol ou na calada da noite. Promoveram políticas francamente desfavoráveis à grande parte da população durante todo seus mandatos. Apenas acontece que por obra e graça do diabo, e nenhum outro, bolsonésio é de longe o pior. A parte boa é que, mais estúpido do que desonesto, poderá ser impedido de continuar no comando da nação por meio democrático e republicano. Lulalelé não; se chegar lá não o tiraremos nos próximos 8 anos. Os prejuízos para as instituições serão sentidos nos próximos 50 anos.

Quinta de Chocapalha 2016

Venho consumindo algumas garrafas deste bom vinho ao longo de 2022; é a quarta. Gosto, como pode ser conferido nessas postagens, de mostrar aos amigos opções interessantes descobertas aqui e ali. Uma delas foi com a confraria Paduca, outra com a Dayane e a Renata. Novamente compartilho com o leitor o Quinta de Chocapalha na safra já rara - a de 2017 é a mais comum. Degustando-o praticamente à 0:00, estando aberto desde as 20:30, mostrou nariz com fruta quase certamente vermelha, couro/chocolate e alguma outra nota não identificada, talvez uma mistura à espera de melhor bebedor. Curiosamente a boca apresentou-se um pouco mais amarga nesta garrafa. Os taninos estão bem presentes, boa acidez, um pouco do dulçor típico mas o amarguinho a mais ocupava seu espaço. Estava um pouco rápido no final, mas com um retrogosto à chocolate também; não lembro de ter pego antes. Mencionei ser um vinho de USD 12,00, anteriormente. Possivelmente em Portugal. Nos EUA, encontrei com média de USD 16,00 em três lojas. Aqui, em duas lojas está com preço inferior a R$ 100,00, o que é surpreendente. O preço nos EUA compreende um frete transoceânico, e torna-o mais realista em comparação com o nosso, uma vez que há uma necessidade de transporte igualmente longo. Nos dias de hoje, parece ser  melhor compra disponível no mercado. Por R$ 100,00, vale quanto pesa.

Preço cá...



Preço lá...

Tuesday, September 27, 2022

O Diabo em férias

Introito

Acreditava que o Diabo não tinha descanso e atuava 24/7 sem reclamar as horas-extras. Enganei-me; ele parece ter pego uns dias de folga. Só isso explica bolsonésio não ter perpetrado das suas nas últimas 48 horas - embora seus sequazes não tenham parado. Os de lulalelé também não, e a falta de desatinos deste último só confirma a premissa: Satanás cochilou. Mas o assunto é bolsonésio. Ter-se apropriado dos símbolos nacionais, jogado no lixo o bicentenário de nossa independência e ter realizado comício em pleno enterro real na Inglaterra com o consequente envergonhamento de todos os brasileiros de bem apenas acrescentaram umas poucas linhas (pasme-se!) à sua extensa capivara. Impossível classificar seus atos por qualquer escala de bons princípios, exceto, talvez, sua atuação na pandemia: verdadeira obra do inferno. De resto, arrasou o país além e acima do que governos anteriores, além de exterminar completamente o combate à corrupção, principal motivo de sua vitória no último pleito. Um nanico intelectual e atrofiado moral, conseguiu o impensável: tornou-se, muito de longe, o pior presidente da história deste país. Sua permanência no posto só se justifica pela já apontada falta de inteligência. Não tardará a pisar na banana (pela enésima-milésima vez), e então poderemos defenestrá-lo do poder por vias democráticas e republicanas. No mais, uma porção de vagabundos acossa-nos pedindo uma boquinha para governador ou senador, aqui em São Paulo. Banana neles!

O segundo dia do Domaine de Bernier

Esta parte da postagem foi escrita ontem e deixada para hoje, na tentativa de conferir alguma bolsonésia (sic) nova. A impressão foi que Domaine de Bernier não mudou muito. Perdeu um pouco do nariz - já não tinha muito - e um pouco da boca também. A acidez apresentou-se boa, mas não registrei aquele impacto anterior. Está lá sim, mas esmaecido. Perfeitamente bebível, pode até ser deixado para o segundo dia embora seja melhor se consumido logo. Um casal poderia aproveitá-lo bem bebendo juntos meia garrafa no almoço e terminando-a ao jantar.

Destaque para um comentário do Jairo sobre a última postagem, recebido por uátizappi. A reflexão girou em torno de gatilhos emocionais, estratégia corrente para atrair o incauto consumidor usando as 'promos' com 50% de desconto. Outro gatilho eficiente seria a informação de última(s) garrafa(s), ou, menos eficiente, a 'promo' com descontos menores. Grande verdade, concordo, ainda mais quando a argumentação vem calcada em outra constatação: o brasileiro está desprovido de senso crítico, e pouco afeito ao uso da... da... inteligência, para abreviarmos o contexto. Isso é verdade, mas talvez aplique-se principalmente às tubaronas. Averiguando postagens antigas, nesses casos as 'promos' de 50% muitas vezes apenas traziam os preços para a média de 2x-2.5x, então praticadas pelas melhores importadoras. O caso da Chez France, conforme alguns comentários antigos, é um pouco diferente. Já escrevi que se tivesse pago o preço cheio de vários vinhos deles, mesmo com margem de 2x-2.5x, teria ficado chateado, porque não condiz com a qualidade esperada para outros vinhos do mesmo valor, também lá fora. Essa conta é complexa, admito, e só faz sentido se o bebedor pratica essa reflexão sempre, tendo claros para si os diversos preços dos produtos lá fora e aqui. Tarefa que este obsessivo Enochato leva a cabo com fé e coragem. Ainda assim, é estarrecedor que uma importadora antes praticante de boas margens e bons 'modos' esteja resvalando para essas práticas já um pouco manjadas. Peguemos o caso do Epicurus, atualmente em 'promo'. Lá fora custa no mínimo USD 12,00; arredondando, R$ 60,00 (OK, um pouco mais, mas é arredondado, como dito). A preço regular, R$ 170,00, quase 3x, mas a 'promo' fica em R$ 101,40, o que dá 1.68x, bem próximo à média histórica da casa. Bem, só analisei esse, e a média de vários vinhos pode ficar um pouco maior do que esse 1,68x. Mas concordo que a prática por outras importadoras esconda trampas em franco desfavor ao consumidor.

Os valores, como se fossem necessários...




Sunday, September 25, 2022

Peleguismo infinito

Introito

   A uma semana das eleições, o peleguismo e a violência sobem o tom - o que mais virá? Falo mal de jornalistas há não muito tempo. Trinta anos, talvez? Mais... e não é sem motivo - e o motivo é justo, aliás! Ano passado, quase por esta época, o jornalismo ganhou o Nobel da Paz, comentado com ressalvas. Porque é isso mesmo, o dever do jornalismo é proteger a liberdade de expressão, que é uma condição prévia para a democracia e a paz duradoura. À falta ou distorção dessa prática chamamos jornalismo marrom. O nome - cunhado no Brasil na esteira do jornalismo amarelo - invoca a cor do excremento, trazendo uma comparação adequada à qualidade da informação prestada.
   Esta semana tivemos manifestações explícitas do mais puro jornalismo marrom já praticado por estas plagas. Em sabatina perpetrada pelo jornal 'Estadão' e FAAP - importante escola de jornalismo do país - Ciro Gomes suportou quase-constrangimentos extremos as duas horas do evento. Digo quase-constrangimentos porque ele é mais inteligente do que todos os entrevistadores multiplicados (não somados!), o que não deve soar necessariamente como um elogio. Ciro é um mentecapto (1. que tem pouca capacidade intelectual; 2. tolo; 3. idiota, segundo o Caldas Aulete). E pôs todos os 'jornalistas' no bolso, até com toques hilários. O conteúdo completo está aqui - recomendo discrição (sic) à audiência; causa espécie. Mas dá uma mostra do QI de ostra dessa turma. O trecho mais engraçado, apresentado abaixo, começa somente em 1h3min 37s. O copyright é do produtor e reproduzo para que o endereço de Youtube não perca-se amanhã; essa discussão é muito importante para dependermos de endereços efêmeros. Ah, sim: será que a organização realizou o evento para mostrar aos alunos como não se faz uma entrevista? É um método educacional, também... gostaria que me indicassem quem o defenda, e onde está publicado que a premissa do evento era essa...

Ciro Gomes: atacar em trancelim e defender em zigue-zague.

   Não acaba nisso:
   Renan Santos: vai tomar no cu, UOL. Banco de filhos da puta. Bando de vagabundos do caralho! Cadê a agressão? É unilateral, só um moleque menor de idade apanhou... aqui, a partir de 4min15s

   Ou o principal líder do MBL está alucinado ou algo vai muito mal. Podemos conferir no endereço acima a mais pura indignação que um ser humano pode expressar, apresentando filmagens onde podemos facilmente conferir a imagem e tirar a conclusão. Imagens não mentem (ainda): Paulo Boulos - e capangas - agridem covardemente um menino de 15 anos quando este aproxima-se e faz uma pergunta. São vários ângulos, não há o que dizer. Só falta outro fracassado chegar aqui no blog dizendo achar um vinho de R$ 100,00 caro para seu padrão, classificando-me como capitalista com sangue nas mãos. Convidei a anta a conferir as fortunas de apoiadores lulalelés - e bouloslelés - por meio de uma simples pesquisa. Confira lá (no Google) a bufunfa de (pseudo)artistas como Pablo Vitar e daquela moça que tatuou o cérebro, pra começar. Depois, como exercício mental, apenas tente imaginar as fortunas de xico, caitano e ggil, para citar alguns. Ah, perguntam-me por que escrevo certos nomes como os escrevo (sic). No Antigo Egito era comum os faraós apagarem os nomes de predecessores simplesmente para negar-lhes grandes realizações, tomando-as todas para si e aumentando seus legados. Ostracismo era e é a ideia por trás do ato. Devemos nos esquecer desses pulhas, afinal, dito do Enochato, o cidadão de bem que associa-se a bandidos torna-se ele mesmo um bandido. Não devemos-lhes nada e que sobre eles pesem as consequências de seus atos ao apoiar corruptos e quase-ditadores.

Domaine de Bernier, Val de Loire Pinot Noir 2018

O Domaine de Bernier produz três vinhos, dentre eles o Val de Loire Pinot Noir. Não é um produtor tradicional - sua história remonta a mil, novecentos e setenta e oito (para não haver dúvidas 🤣), o que não é nenhum pecado. Sua safra 2018 está pronta, e beba agora. Tem fruta presente sem impressionar, e outras notas - não consegui identificar. Nariz ruim, falta de conexões juvenis... mas sim, tem lá sua elegância. É melhor na boca. Novamente, não é um grande vinho; é harmonioso sem causar estardalhaços. Os bebedores não pronunciarão um Uôôôô em uníssono ao recebê-lo na taça, mas ele defende-se bem. Por estar pronto, os taninos mostram-se muito redondos, acidez mais para média (mas não chega lá...), álcool (12,5%) não escapa; muito balanço no conjunto da obra. Agora o mais curioso: o final é rápido, no fundo da garganta, mas ele permanece na boca por mais algum tempo, com um gosto à borracha, ou algo assim. É quando esse vinho aparentemente muito simples surpreende, mas precisa estar atento; se não estivesse degustando solitariamente, talvez não pegasse. Um maravilhamento inesperado... Seu preço lá fora está em USD 17,00. Achei demasiado, mesmo com suas qualidades. Seguramente custava menos quando comprei. Claro que estava: paguei R$ 69,00 por ele. Como sempre procuro o valor no Wine Searcher, devo ter encontrado algo como USD 10,00-12,00, o que possivelmente daria 1.4x. Bom preço para uma importadora que um dia praticou margens de 1.7x. Tanto que aduirir apenas uma garrafa. Na faixa de USD 12,00, pouco mais, prefiro mais o estilo português do Douro, do Alentejo, mais pegados (madeira e mais acidez). É apenas preferência. Mas esses não encontro aqui a menos de R$ 100,00, ou apenas pouco menos: Cedro do Noval, Chocapalha... Observemos que R$ 69,00 era um preço em 'promo', creio que a 50%(!). Para pagar R$ 140,00 (2.5x-3x!) , a compra certa são os portugueses quando também em 'promo'. O que leva-nos novamente à reflexão: a Chez France está trocando o bom preço pela tubaronice? Ela não percebe que, promovendo 'promos' a 50% está represando a venda regular de seus vinhos? Eu aguardo a 'promo'! E, se não vier, ou se me cansar de esperar, de repente gasto meu suado dinheiro em outro lugar, e quando a 'promo' vem, aí já gastei meu cascalho... não é mais inteligente vender a um preço justo o ano todo, em vez de desovar com 50%? Então, leitor, é isso: Wine Searcher neles! Esses tranqueiras que nos pedem votos hoje dominam-nos desde Cabral. Está na hora de darmos o troco, e em todos os sentidos. Se sobrar para gente honesta no meio do caminho, será uma pena. Mas toda revolução produz vítimas injustamente... Cuidado, Chez France...
  Mostrando que safados são apenas os políticos, seus partidário e a imprensa pelega,




Thursday, September 15, 2022

Finalmente, o voto útil

Introito

É chegada ao público a falácia do voto útil em lulalelé. Já ouvi essa conversa há meses, tanto de grãos-PTlhos quanto de neoPTlhos - gente que usava calças curtas quando lulalelé ainda não resvalara para a criminalidade. Assim como já ouvi de tiozões do uátizáppi e de fedelhos do Jair (sic) a enganação de que senão o lulalelé volta. Uma banana para cada um! Na verdade seria outra coisa, mas estou contido hoje. Aproveitem, é só hoje. Então pretendem ganhá-lo com o voto útil, caro eleitor? Pergunto: qual voto útil? Aquele que os PTlhos negaram a Mário Covas na disputa contra Francisco Rossi pelo governo do estado em 1994? 

Maluf é nefasto
Marta Suplici, quando Grã-PTlha 

Não é desse voto útil de que falamos? Será talvez aquele outro, também negado pelos PTlhos a Covas quando ele disputou o governo contra Paulo Maluf, em 1998. E lembra o motivo para isso, em '98? O não apoio a Marta Suplicy contra Celso Pitta nas eleições de '96! Ou seja: PTelhos não apoiaram Covas em '94, mas queriam apoio tucano em '96! Levaram ferro, e foi bem feito! De birra (rs) não o apoiaram novamente contra o bolsonésio da época. E agora pretendem falar em voto útil? É isso mesmo?! bolsonésio foi a legítima manifestação da sociedade para ejetar do poder uma quadrilha que assaltou e pela incompetência faliu o Estado brasileiro e suas principais empresas. Traiu tudo o que prometeu e mais um pouco, pois seu desempenho na pandemia, que não estava programada, também foi nada foi além do pífio. Nada mais justificável, portanto, que o voto nulo. Banana neles!

O estadista (sic)

Os PTelhos e seu grão-comandante cruzaram os braços enquanto bolsonésio perpetrava suas barbaridades. Gente da própria esquerda refletia sobre a falta de sua liderança nas ruas. PTlhos deixaram o povo brasileiro à mercê desse traidor de tantas promessas eleitorais assim como PSDBelhos permitiram lulalelé continuar governando quando estourou o primeiro escândalo de governo lulalelé. Essa tem sido a herança de nossos lideres para seu povo. O mais ridículo é ouvir de neoPTlhos a sugestão de que lulalelé seja um estadista (risos!) Já comentei, ele cozinhou os miolos de tanto olhar para o umbigo quando esteve preso. Agora... a crença é livre. Querem acreditar que ele leu 1-7-1 livros enquanto preso? Então tá. Vamos lá (sic) perguntar para ele quais foram os livros, e pedir um breve resumo de... 20% deles? Menos, até. Alguém ouviu ele comentar sobre um único livro que supostamente leu? Alguma reflexão que tenha-lhe mudado qualquer ponto de vista anterior, ou pelo menos aberto ou aumentado sua percepção para algo que nunca notara? Pois é... nada mais senão o velho discurso de sempre.

Faustino I Gran Reserva 2009

Bodegas Faustino está sediada em Rioja, na Espanha. Estabelecida em 1861, chega aos 161 anos como um grande exportador espanhol e produzindo vinhos sempre consistentes - contam-me. Comprei várias garrafas da safra 2005 enquanto entravam e saíam de 'promo' na Lovino a um preço inacreditável, muitos anos atrás. Acho que tenho a última garrafa... A própria Lovino trouxe a safra '09 já há algum tempo, a preços não tão convidativos mas ainda bons. Mas eis que de repente, não mais que de repente, elas entraram em 'promo' nos supermercados Jaú Serve. Claro, antes amargaram alguns anos de prateleira a preço nem um pouco atraente. Depois conto. Na 'promo', peguei uma garrafa para conferir seu estado - estavam lá bem antes da pandemia. Aí foi alguma decepção: nariz muito fraco, quase inexistente. Por outro lado, a boca apresentou-se muito equilibrada: redonda, ótima acidez, madeira presente, taninos arredondados e boa persistência. Deixei um pouco para o dia seguinte, quando no primeiro momento notei alguma fruta de leve, sumindo rapidamente. A boca continuou marcante, como esperamos de um bom vinho. Estaria com o nariz comprometido? Dois dias seguidos? Uma tristeza...

Bom importador, parceiro ruim

A Lovino importa alguma gama de vinhos para sua rede de supermercados - já comentei que os supermercadistas estão acordando... Faustino '09 tem preço médio (EUA) a USD 36,00 (R$ 5,00) = R$ 180,00, e aqui era vendido a cerca de R$ 260,00. Dá 1.4x(!). Às vezes parecia em 'promo' a R$ 199,00 (1.1x!!!) antes do preço despirocar a R$ 360,00 (2x!). Neste momento está em 'promo' a R$ 280,00 (1,56x!). Como minhas primeira garrafas paguei R$ 125,00 (mas era outro dóla), pensar em R$ 360,00 sem 'promo' é praticamente 3x o meu preço do coração (risos). Como digo, empobrecemos...

Um problema que notei - lojas de S. Carlos compram alguns produtos da Lovino - é que a importadora vende com algum desconto, e o lojista daqui apresenta o vinho com 10% a mais. Está bom - mas não está, certo? Por que esses 10%? Bem, como a importadora volta e meia faz 'promos', o lojista daqui fica com o mico na mão, já que o bom comprador aguarda o momento certo e compra direto. De quem é a culpa? Do lojista, claro. Ele não fez a lição de casa! Essa não é uma parceria digna. Vejo no grupo Savegnago os vinhos custando o mesmo que no Verdemar, grupo supermercadista importador sediado em Minas Gerais. E os preços são bons, na maior parte das vezes. Enfim, o mercado está bagunçado. Esse é um prato cheio para o consumidor sair perdendo. Atenção redobrada!

Ao fato: Faustino está em 'promo' na rede do Jaú a R$ 199,00. Ei, era o preço de 'promo' da própria Lovino antes do preço subir. Muita coincidência que os preços em 'promo' sejam iguais? Digo que margens estão sendo arredondadas, talvez estejam queimando o produto sem lucro - ou com 'lucro mínimo', seja qual for. Vai do consumidor arriscar uma garrafa e conferir se está bom. Tenho duas, da safra '09, compradas há tempo e direto da importadora. Nada contra o Faustino, mas acho que vou gastar meu suado dinheiro em outro lugar, conhecendo outros vinhos.

Sunday, September 11, 2022

Encontro com beldades do Camarão com Vinho

Introito

Você acredita em santidade nos dias de hoje? Está bem, cada idiota com sua crença. Dizem que Deus é brazileiro... mas nunca senti tanto este paraíso onde vivemos como o clichê cinematográfico do lugar abandonado pelo Criador, basta ver onde fomos parar às portas desta eleição. Dois quadrilheiros e igualmente mentecaptos - cada qual à sua maneira - nas primeiras posições. Você pode citar um único e singular livro comentado por qualquer um desses idiotas? Dizem que lulalelé leu 1313 livros na prisão. Ou seriam 131? - ei, está próximo a 171... - ou mesmo 13? Leu nada! A prova (como se precisasse...) são suas manifestações desde que veio a público por conta das eleições. Ninguém percebe? Ele cozinhou os miolos enquanto preso, olhando para o próprio umbigo!, porque nada sabe fazer além disso! bolsonésio, então, não pode cozinhar o que não tem. E você pensa em votar em um deles?! 😨 Como já escrevi, existem cidadãos que acreditam ser necessário votar em alguém em vez de anular o voto. Como espaço democrático, respeito. Ainda, recomendo para estes o voto em bolsonésio. Será mais fácil retirar um amador idiota do poder via procedimento legal e republicano - alguém duvida que ele logo logo vai meter os pés pelas mãos, como tem feito regularmente ao longo dos últimos 4 anos? - do que tentar remover um salafrário escolado e conhecedor dos meandros do poder.

Encontro com as beldades

Por algum motivo desconhecido a este articulista, o grupo chamou-se inicialmente Camarão com Pão. Depois e misteriosamente como antes passou a Camarão com Vinho. O fato é: esta reunião aconteceu para combinarmos (risos!) um camarão com vinho de verdade, marcado mas não realizado desde meu último níver. Quase às portas do níver seguinte, acho que, se a barca não virar, chegaremos lá... 😃 Em 'u', a Dayane na foto, a Andréia como convidada, a Renata, este Enochato e a Luciana sentamos para uma noite animada e tocada a muito vinhobão e constatações ou comentários surpreendentes. Escrevo embalado em um Ben King e ajudado por um Faustino I Gran Reserva - aguardem. E depois de muitas tentativas frustradas por agendas conflitantes, estávamos todos ansiosos para uma degustação.

Larguem do meu borgonha!

E olha que o borgonha nem era meu... 🤣 foi oferecido de coração 😍 pela Luciana. O Domaine Glantenet Hautes Côtes de Nuits 2019 recebeu meu comentário inicial: Hautes (alto) é uma região no topo das escarpas das montanhas - acredito mesmo que nos platôs - onde as terras não têm as mesmas características das terras mais baixas, e por isso geram vinhos sem a mesma tipicidade das denominações abaixo. Áreas que sequer contam com zonas Premier Cru, efetivamente não vão além da classificação de AoP. Ainda assim são borgonhas, e se o produtor for razoável estarão acima de tudo o que produzimos em um raio de 5.000 km. Em tintos, brancos, rosés e, principalmente, espumantes; não vem que não tem: quinto colocado do mundo, só se pegar a lista de ponta cabeça 🙃 (sic) e começar do final. Voltando ao vinho: nariz bem cítrico - veio na frente e foi o que consegui pegar; sem outras notas distinguíveis para mim, embora tenham comentado (não anotei 😣). Boca com acidez média, mineralidade - se prestar atenção nota-se um salgadinho - alguma fruta branca ácida, persistente e com bom final. Seu preço aqui, em 'promo' está a R$ 190,00; lá fora encontrei sugestão a... UD 10,00. Digo 'sugestão' porque não vi à venda, tendo encontrado uma página onde a safra de 2008 estava esgotada. Impossível saber desde quando. De qualquer maneira, aliado ao preço do Vivino (USD 14,00) - um sítio muito citado mas que não gosto por motivos que alguma hora comento - fazem uma referência para podermos avaliar seu preço aqui. A Chez France parece estar perdendo a mão e entrando para o time das tubaronas... e o espaço permanece aberto à discussão, desde que devidamente argumentada - o que, vendo a retrospectiva dos comentários perpetrados por energúmenos detratores, não se constitui em uma esperança animadora para o enriquecimento do debate.

   Aproveitei a ocasião para um doelo (sic); embate entre dois vinhos; se fossem três seria trielo, e assim por diante. O Château Le Bernet 2015, da região de Graves, foi degustado recentemente; e preciso começar dizendo ter achado esta garrafa melhor do que a anterior. Não surpreende tanto: em vinho, cada garrafa é uma garrafa. Se esperamos que na média as garrafas sejam iguais, também não podemos nos admirar tanto quando duas destoam. Esta apresentou fruta mais viva, toque de chocolate/café (qual?) mais presente mas ainda não distingui com precisão; boca equilibrada, taninos amadurecidos, acidez adequada, só um pouco ligeiro no final. É trazido pela Vinho e Ponto, e seu preço sem 'desconto' fica fora do padrão custo/benefício em que estou acostumado a comprar: acho que cerca de R$ 280,00/R$ 190,00 sem e com 'promo'. É um vinho de €13,00 lá fora, conforme atesta a postagem. Não há mistério: reposicione-se o preço com margens mais honestas e posso ser comprador regular. Château Chantemerle 2016 é um Cru Bourgeois produzido no Médoc - próximo a Graves, portanto - e importado pela Enoeventos. A 'curadoria' dessa casa é competente - muito mais do que a de Vinho e Ponto e de muitas outras. Chantemerle apresentou-se vivo, recheado de frutas, especiaria e algo mais que não distingui, na direção de algum couro/estrebaria ou terroso. Madeira como deve ser, presente com discrição, taninos ainda pegando um pouco, acidez média e álcool adequado; aportou sabor de fruta, especiaria e madeira. Corte 40% Merlot; 50% Cabernet Sauvignon; 5% Cabernet Franc; 5% Petit Verdot com bom final e permanência, achei bem completo, embora alguém tenha gostado mais de Le Bernet; isso apenas reflete a diversidade do grupo. Para constar, a Dayane declarou textualmente que sentia-se surpresa por ter apreciado mais o branco. Ah ah ah... prepare o bolso, e bem-vinda aos borgonhas... Valor: meu último comentário sobre a importadora foi claramente desabonador, no quesito custo/benefício. Vejamos agora o que os dados nos mostram. O preço desse vinho no sítio do produtor é, curiosamente, €13,90; praticamente o mesmo de La Bernet. Não tenhamos ilusões: o produtor vende em seu sítio já com uma margem, que ele dará às lojas e importadoras de outros países que comprarem dele. É um equilíbrio de mercado necessário e bem vindo. Se o Château achar-se o bonitinho da bala Chita e precificar seu vinho a €20,00, terá de encarar a dura concorrência dos vinhos nesse preço. Pode até achar seu nicho, mas nunca será uma boa compra. É assim que o preço se autorregula. Bem, seu preço 'lá' aponta para cerca de R$ 85,00. Aqui está R$ 195,00/230,00 em Enoclube e preço regular. No Enoclube, dá 2.3x, diria que o limite da compra. Sem esse desconto dá 2.7x, um flerte muito perigoso com a tubaronice desavergonhada. E não é ser bonzinho ou malzinho, são apenas os dados. E estão abaixo para reflexão (ou ira profunda 😂) do leitor.

PS: Luciana, cancele a assinatura do clube do vinho da Chez France! Fiquemos somente com as promoções. Vamos para a próxima importadora, que somos (sic) fiéis ao vinho, somente. Ufa...






Thursday, September 8, 2022

Cancelem a feijoada, o porco está vivo!

Introito

Bolsonésio tem alta quilometragem quando a questão é emporcalhar os arredores. Agora, para o mal de todos e infelicidade geral da nação, sua sujidade apareceu para o mundo, uma vez que a efeméride da Independência claramente chamou a atenção dos quatro cantos do planeta. Duvida? Veja a rainha da Inglaterra - dentre muitos outros! - enviando-nos felicitações pela data, e a capa da The Economist desta semana. E o sujeito fez tudo o que pôde - e mais - para nos envergonhar: passamos a dever 200 anos de desculpas a Portugal, e isso talvez seja o mínimo. Transformar uma festividade cívica em comício, esquecendo-se completamente do principal motivo do evento, dá mostras claras de seu desapego às responsabilidades do cargo. Fora sua extensa ficha corrida. O brasio e o brasileiro são melhores do que isso, e merecemos um pouco mais. Nem que só um pouco. Mas um tanto mais que a atual caterva no poder está muito distante de nos prover. Ao fim e ao cabo, porco chega a ser um adjetivo de qualidade excessivamente brando para qualificar o energúmeno. Seu adversário mais próximo não está em melhor posição. Depois de preso, conseguiu alterar a lei do país para conseguir a liberdade, mas não atingiu comprovar sua inocência. E vem dizendo que foi inocentado pela... pela... pela ONU! Gostaria de vê-lo julgado em uma corte norte-americana. Ou inglesa. Ou de qualquer país decente multiverso afora - está na moda falar desse negócio. Urge uma briga de foice no escuro, para deixarmos o próximo presidente manco logo de saída. No mínimo manco. Se pudermos recebê-lo já sem cabeça, melhor. Observe: nenhum dos dois a tem; falo em sentido figurado...

Quinta do Noval Reserva 2016

Efetivamente pularei uma postagem e comentarei a visita do Romeu na véspera do dia 7. Há algum tempo tentávamos marcar um encontro, sempre dificultado pelas agendas. Vamos lá. O leitor já encontrou por aqui postagens do Cedro do Noval (vinho de entrada da linha) e alguns exemplares do Quinta do Noval. Uma confusão. Se entendi bem, é assim: no início... bem, no início era o Verbo e concomitantemente existiam o Cedro e o Quinta do Noval. Então o antigo Quinta do Noval transformou-se no atual Quinta do Noval Reserva. O Cedro continua existindo, e entre ambos apareceu uma gama de outros chamados (novamente) Quinta do Noval em versões supostamente mono-varietais: Syrah, Petit Verdot e Touriga Nacional. Adendo: suas fichas, todas praticamente iguais, dizem que This wine is entirely made with [Casta], from the Quinta do Noval vineyard in the heart of the Douro valley. Daí minha suposição. Logo de saída pegamos alguma fruta e encontrei o primeiro gole algo amargo. O Romeu achou que tinha um amargor leve, apenas. Toca torta deste cronista? Com algum tempo o nariz e a boca convergiram: a fruta apareceu, aliás melhorou bem; o amargor quase sumiu. Não percebi aquele travo um pouquinho doce dos portugueses mais típicos. Equilibrado, taninos já redondos, acidez devendo um pouco - para o padrão de bons Reservas - mas ainda assim um bom conjunto. Surpreendeu o final, com boa permanência, a despeito de faltar um pouquinho de acidez. Possivelmente a boa estrutura tenha-lhe favorecido. Bebendo a última taça agora, continua bom. Mostra fruta, chocolate/café e o mesmo equilíbrio de quando aberto. Comprei na Casa Deliza há alguns anos, quase pelo preço do vinho lá fora (USD 50,00); não acreditei quando conferi no Wine Searcher, ferramenta indispensável para quem não quer/não gosta de ser estuprado pelas importadoras tubaronas que nos cercam. Encontrei o corte no sítio português Dona Taça: 60% Touriga Nacional, 25% Touriga Franca, 3% Tinto Cão e uma mistura de castas das vinhas da Quinta do Noval. A ficha técnica do sítio é da safra 2019... Ah, na foto o Lemão nos dá o ar da graça em rara aparição...

Wednesday, September 7, 2022

O níver do Ghidelli II

Introito

Neste 7 de setembro deixamos de comemorar os 200 anos de nossa independência. Algumas notícias ouvidas por este escriba dão conta que, convidado para participar da festividade, Marcelo Rebelo de Sousa, presidente de Portugal, foi escanteado pelo idiota que ocupa o cargo maior do país. bolsonésio não se cansa de nos decepcionar e envergonhar; mistura vergonhosamente as obrigações do cargo que ocupa com suas vontades e obsessões. Não bastasse, colocou entre si e o convidado um empresário investigado pela Polícia Federal por conspirar contra a República, trocando mensagens golpistas com outros distintos cidadãos. E, ao fim e ao cabo, nada falou da efeméride em si, reduzindo a data apenas mais um dia de campanha. Só perdeu para a comemoração dos 500 anos do Descobrimento, a cargo de idiota maior ainda. Está claro que meu voto para presidência será nulo, primeiro e segundo turnos. Apesar de entender quem não deseja anulá-lo, venho tendo comigo que é a opção mais... mais... mais cidadã possível.

O níver do Ghidelli II

Ghidelli mal acabou de ler a postagem anterior e já ligou descendo a madeira: 
- Pow, você esqueceu de registrar que o Flavitxo matou meu Tapada do Chaves no nariz!
😣 Grande verdade, e devo desculpas. Não foi proposital. Já registrei outras matadas de Don Flavitxo, veja uma delas aqui, portanto está claro não ter havido má-fé. E fica o registro, a bem da verdade.

Fomos então para os tintos; servi o meu enquanto chegava o ossobuco oferecido pelo aniversariante. Bom casamento, o Ghidelli disse de saída que seria um italiano, e acertou na mosca. Amarone Corte Brà 2008 é produzido pela Sartori di Verona; corte Corvina, Corvinone, Rondinella e Oseleta, 15,5% de álcool, mostrou compota, carne e alguém falou... sangue(!). Muito corpo (à força de álcool, madeira e acidez média); os taninos arredondaram-se e compõem um conjunto bem harmonioso. Está no auge, e minha aeração (6 horas antes de ir para o encontro) mostrou-se um tanto longa, pois o doce característico dos Amarones - que estava presente na abertura - sumiu por completo. Isso até confundiu um pouco os bebedores, e em minha opinião aumentou o mistério sobre qual vinho poderia ser. Também às cegas veio outra oferta do Flavitxo, o Mas La Plana 2009, da Miguel Torres. Esse D.O. Penedès é um 100% Cabernet Sauvignon que não consegui identificar como tal! Nariz rico, muita fruta, boca com ótima acidez, chocolate (café?) e especiaria, mas não a picância que aprendi a reconhecer como característica de outras Cabernets, que é uma impressão na ponta da língua. Ela pegava mais para o meio, e para mim seria uma especiaria da madeira... Sabe de nada, inocente! 😂 Marcou bem o paladar com boa permanência e bom final, longo mesmo, e surpreendeu a todos por ser um CS espanhol. Já havia bebido dele há muito tempo, também por obra de Don Flavitxo, mas não consegui pescar a origem. Finalmente, para acompanhar a sobremesa tivemos o Magnotta 2016 Cabernet Franc Limited Edition, já comentado aqui. Teve tudo bão: vinhos, comidas e principalmente as companhias. De quem é o próximo niver?