Monday, November 27, 2023

Vinhos atrasados

Introito

   Curiosamente o período no qual mais tenho lido na última década coincide com o de menor ânimo para escrever; bons romances, contos diversos e algumas poesias de Rubén Darío no original não parecem suficientes para motivar-me a levantar a pena. Assunto não falta: ministros do Supremo Tribunal Federal aparentemente imiscuídos com 'jornalistas' - cuidado com eles! - de quinta, pelegos de quatro costados assanhados por serem pautados por Vossas Majestades, digo, Vossas Excelências, para felizes prestarem-lhes completa subserviência. Desse mesmo Supremo - corrijam-me se a informação recebida por este Enochato estiver errada - Paladinos da Justiça dizem-se de mal com o Executivo, declaração que poderia ser tomada por pueril não fosse a gravidade da independência dos Poderes estar indo para o vinagre. Discursos merecedores da mais veemente condenação por parte da sociedade foram proferidos sem o menor pudor, e ficou elas por elas. Fora o suposto envolvimento dos mais altos escalões da Administração com gente oriunda da bandidagem organizada - o leitor ouviu essa última notícia ou pelo menos seus desmentidos nos seus meios de comunicação prediletos? Porque o assunto reverberou em parte significativa da sociedade - a turma de direita. O desavisado pode perguntar: o que eu, de esquerda, estaria fazendo recebendo notícias deles? Um general de quatro estrelas pode ser idiota e desprezar os movimentos das forças opostas. Eu não. E o Estado mancomunado com o crime organizado é por si só uma acusação grave o suficiente para não poder passar sem investigação minuciosa. Você está sabendo disso - ainda que seja mentira - não é mesmo? Se não ouviu falar, está muito por fora...

Reunião de fim de ano antecipada

Ghidelli viajando - já está , cafungando exemplares de Nebbiolo... - e outras comemorações atrasadas inspiraram a reunião de despedida da confraria sem nome. Chamemo-la de A Confraria, então... Tendo a Celinha de convidada especial, D. Neusa recebeu ainda Elvira, Márcia, Ghidelli e este escriba com a recomendação de baixar algo das nossas reservas estratégicas. Cheguei com um exemplar de Champagne do Barbier-Louvet, um Brut Premier Cru já degustado por aqui. O toque de fermento foi pego por todo mundo, bem como as notas cítricas. A dado momento achei ter encontrado damasco 😕, talvez por tê-lo na boca... mas acho que expressou sim... É uma boa Xampa, e embora seu preço tenha subido um pouco ainda tem boa relação custo-benefício. O maior problema reside no fato do mercado consumidor - geral, não de vinhos apenas - estar em baixa, e promoções relâmpago podem propiciar compras bem melhores por apenas algumas dezenas de reais a mais. Levei também um Chassagne-Montrachet Les Chenevottes 2007, premier cru do Marc Morey cuja rolha, infelizmente, estava algo infiltrada. Não estava estragado, mas a infiltração comprometeu um pouco a oxidação. A esta altura, para ser franco, não lembro-me muito bem das características, mas a acidez estava presente e segurou as pontas. Ninguém reclamou, e o fato da garrafa acabar rapidamente atestou como ainda estava palatável. O Ghidelli sacou o seu La Cueva del Contador 2017, produzido pela Bodega Contador sob a batuta de Benjamín Romeo. Majoritariamente ou mesmo 100% Tempranillo (pode variar de acordo com a safra), é um vinho para pessoas de coração forte (risos). 

La Cueva precisaria de uns 10 anos para chegar a seu melhor momento; experimentamos um vinho nervosão, taninos pegados e madeira sobrando um pouco. Como aerou algum tempo, o álcool não estava tão evidente; notava-se, mas sem excesso. A boca, igualmente travada, não colaborou muito; a acidez estava bem viva e a estrutura em geral denotava ser a de um grande vinho. Custa cerca de 80 Euros lá, e aqui é difícil de encontrar - e mais ainda de comprar. A R$ 1.400,00 (3x...), é para bem poucos... Das nossas reservas especiais veio o Giramonte 2013, produzido pela Marchesi Frescobaldi Società Agricola, na Toscana. Frescobaldi tem ampla gama de vinhos, brancos e tintos, passando por espumantes, em Chianti Classico, Montalcino e arredores. É da Tenuta Castiglioni, onde a família produz vinhos desde... 1.300..., que sai o Supertoscano composto de... Merlot e uma pequena parte de Sangiovese.

Pelo adiantado do hora precipitamo-nos para a sobremesa, e por sorte fiquei com um final de garrafa para experimentar no dia seguinte. Tendo aerado por quatro horas no dia anterior, ele estava excelente. Poderia ter dado um bom pega com o Contador, se a safra deste fosse mais antiga. Então Giramonte brilhou sozinho. E no dia seguinte estava ainda melhor... escrevo sob essas impressões. Potente na essência - não na madeira (risos!) - com nariz muito rico: frutas em camadas, muitas, misturadas com café - que é café - e chocolate - que é chocolate - e mais notas. Já escrevi de outras maneiras, e é assim: grandes vinhos são grandes vinhos (sic); várias notas estão muito marcadas a ponto de serem facilmente reconhecíveis, até para um deficiente nasal. Imagine o quanto um bom nariz não poderia pegar ali... Os taninos não são potentes, mas o casamento com a acidez produz um vinho de encher a boca, e durar nela depois de engolirmos... salivando percebe-se como ele permanece lá. O problema que noto em muitos bebedores reside na ânsia em voltar a falar (risos) tão logo dá-se o gole. Não é assim... apreciar um vinho é deixá-lo na boca um tempo. Quanto? Depende de cada um, pois a salivação varia de pessoa para pessoa. Deixe-o lá, passeando no palato, embaixo da língua, nas bochechas. Notou a saliva incomodando? Certo, passou do ponto! Deixe menos da próxima vez. Depois de umas 500 tentativas - para os mais tontos - o bebedor começa a acertar o instante apropriado para engolir. Mas colocar o vinho na boca e engolir na sequência é desperdiçar seu melhor momento, aquele onde podemos experimentar suas impressões e de fato desfrutarmos dele. E foi com essa perspectiva que sorvi cada pequeno gole da taça acima, que sobrou-me no dia seguinte ao encontro. Posso afirmar, teve bão... Giramonte é um vinho de menos de 100 dólas lá fora, vendido aqui a escorchantes R$ 1.800,00, e já denunciado com todas as 'provas' aqui. Estava achando o La Cueva caro? Ainda bem que trouxemos ambos de fora...

Por sobremesa, tivemos o acompanhamento de um Domaine Lafage Ambré Hors d'Age, produzido em Rivesaltes, AOC dentro do Languedoc-Roussillon. É um VDN, Vins doux naturels, vinho fortificado onde a fermentação é interrompida pela adição de aguardente vínica. Esse exemplar é produzido com Grenache branca e tinta; floral, delicado, alegre, bastante doce mas equilibrado com boa acidez, seus 12% de álcool tornam-no um pouco ligeiro para quem está acostumado a vinhos de sobremesa com maior presença, como os Sauternes. Tendo sido minha primeira incursão nesse estilo, fiquei curioso para experimentar outros produtores; nada como o prazer da descoberta, quando o assunto é vinho.

Monday, November 13, 2023

A Paduca e as Paduquetes

Introito

   Aproveitemos a indulgência do leitor e tentemos reerguer este blog quase morto... conversando com alguns deles, seja por uátiz seja pessoalmente, notei a falta de mais reflexões acerca da avaliação de vinhos, deixando margem para dúvidas ou mal entendimento da questão.
   Gostaria de comentar sobre a cepa da uva, tipo do vinho (seco, doce ou espumante) ou detalhes da vinificação na avaliação: pouco importa. Ainda, abordando idade, passagem ou não por madeira, tipo de terreno do parreiral ou mesmo preço: pouco importa, também.
   É-me estranho ver avaliações precoces de vinhos muito jovens e sabidamente feitos para durar décadas. Vinhos de enorme complexidade, cujo desabrochar situa-se pelo menos uma década após seu lançamento - às vezes eles descansam 4 ou 5 anos entre barrica e garrafa -, são avaliados quando seguramente verdes. E não, não existem taças superpoderosas (sic! rs!) fazedoras de milagres aerando o vinho em segundos. Taninos verdes necessitam de anos para madurar, e essa é uma lei da natureza. Dá para beber um Barolo com menos de 10 anos. Sim, dá. Afinal, existem BAROLOS, Barolos, barolos e barolinhos. Estes últimos, mais simples, são bebíveis mais jovens. O resto, é Barolicídio. Além do mais, qualquer um deles vai se aproveitar da aeração de um dia para o outro. Não são apenas Barolos; exemplo recente, com um espanholeto bem decente, está aqui. Nagibin experimentou e não me deixa mentir sozinho. Paulão - da Paduca - sabe do que falo. Mas voltando: como podemos avaliar vinhos tão novos? Acredito ser possível, com treino e conhecimento. O vinho pode não estar desenvolvido, mas suas características estão lá. Possivelmente é mais fácil quanto mais grandioso ele for, mas vinhos onde a elegância sobrepuje a opulência acrescentam novas variáveis ao parecer. Estranho mesmo é a conversa de avaliadores tupiniquins sugerindo o valor do vinho como elemento de sua apreciação. Seria assim: o vinho, com aquelas qualidade, custando R$ 120,00 reais, poderia merecer 90 pontos. Mas se custasse, digamos, R$ 200,00, então seria apenas 88 pontos. 😇 Oh, Senhor, duas grandezas mensuráveis são infinitas:  o espaço e a estupidez das pessoas. E não temos certeza do primeiro... Notem, isso é bem diferente deste Enochato classificar um vinho simples, numa faixa de preço, como felicidade engarrafada. Porque, naquele valor, você bebe e fica satisfeito. Mas não há nota envolvida aí. Seguramente ele seria - levando ao pé da letra a pontuação - um vinho 82, 84 pontos. Diferente dos vinhos 90 pontos a fazer concorrência com o número de estrelas no céu... - uma barreira psicológica que, acredito, precisava ser batida para deslanchar a venda calcada em vinhos pontuados. Volte lá (sic! rs!) e veja as qualidades de um vinho 90-95 pontos. Repito abaixo:

   90 - 95 pontos: vinho de excepcional complexidade e carácter, rico em buquês e sabores.

   Excepcional complexidade e carácter. Lembre-se sempre dessa palavra: excepcional... Aplique essa máxima a qualquer vinho sul-americano - e muitos e muitos europeus, também - e veja-os ir pelo ralo. Claro, para tanto o leitor precisa ter ideia do que vem a ser um vinho de excepcional complexidade. Reconheço, o chão afunda. Quinta da Romaneira Syrah Apontador 2016 e Quinta do Noval Syrah 2017, degustados na postagem passada, são bons vinhos, mas estão aquém da premissa.

   Um fato onde a coincidência foi o principal ator está narrado aqui. Degustando um espanholeto Vall Llach 2000, cuja avaliação indicava notonas - 96, 98 pontos - anotei a minha nota no celular do Jacimon e mostrei para ele. 94. Provei Don Flavitxo pela sua avaliação. 94. Claro, uma feliz coincidência. Poderia ter sido 92-93 de um, e 93-34 de outro, e ainda assim o ponto seria o mesmo: como disse no começo dessa estória, se você treinar, dá para chegar lá na avaliação de vinhos. E sou muito mais as notas discordantes de Don Flavitxo e minha (mesmo se fossem 92 e 94) do que os 96-98 pontos dos avaliadores profissionais. Vemos como os amadores são mais confiáveis... O Cellar Tracker está cheio de gente boa avaliando vinhos. Confiar no lojista pode ser uma faca de dois legumes, pois está cheio de lojista picareta por aí. Ele concorda sempre consigo? É picareta. Ele vem com aquela máxima vinho bom é o vinho que você gosta? É picareta. Você comprou meia dúzia de vinhos e ele já chega com aquela tenho um vinho que é a sua cara? É picareta. Em um país com tantos políticos picaretas fazendo moda, qual tipo de influência vai pegar na população? 

As Paduquetes

Por sugestão dos confrades - Paulão já fizera as contas no começo do mês e abordara a data de antemão -, a última reunião de outubro aconteceu com a presença das Paduquetes. Apesar de conhecê-las a mais de década e eventualmente bebermos um vinho em jantares aqui e ali, elas estavam curiosas para conhecer a dinâmica dos nossos encontros. Em U a partir da esquerda, D. Cláudia, esposa do Paulo, D. Eva, esposa do Duílio, o Enochato, Fernando - ameaçou trazer a namorada, mas ao final não teve coragem de atirá-la aos leões - Duílio e Paulo. Para atiçar-lhes a curiosidade, recebi-os com dois espumantes, às cegas, e expliquei tratar-se de dois Bruts. A esperança, portanto, era boca tendendo mais para o seco, sem excessos de um lado ou de outro. 

Surpresas estavam reservadas... para dois exemplares feitos pelo método tradicional, o primeiro apresentou-se com bom frescor, de fato seco, embora um fundinho doce desse o ar da graça. Nariz cítrico e um pouco de fermento, boca equilibrada, acidez presente sem marcar tanto, bolhinhas graciosas, compõem um espumante de padrão razoável e diria agradável dentro do meu consumo mais corriqueiro. Era uma cava Cordon Negro, da Freixenet. O segundo apareceu com uma cor amarela marcante, influenciando positivamente alguns dos presentes. Cítrico no nariz e boca, ainda com notas que não identifiquei bem, apresentou um dulçor extra, mais para enjoativo, menor acidez e mais ligeiro nas papilas. Mesmo Eva e Cláudia, mais acostumadas a esse paladar, preferiram o Cordon Negro. Duílio preferiu o segundo, o Fausto Brut, produzido pela Pizzato a partir de seu vinhedo Doutor Fausto. Opinião não unânime, Cordon Negro sobrou face Dr. Fausto; quase todos prefeririam comprar o primeiro ao segundo. Pelo sítio do produtor, fiquei sabendo que Dr. Fausto tem uma coleção de 90 pontos em diversos guias. Como é, mesmo?

   90 - 95 pontos: vinho de excepcional complexidade e carácter, rico em buquês e sabores.

   Agora entendi... é a definição é que está errada! 🤣😂 Porque Fausto passa a léguas de tudo isso. Não dá, né? Seus preços são mais ou menos compatíveis, na casa dos R$ 75,00, enquanto Cordon Negro custa, na Espanha, algo como 8 moedas (R$ 40,00). É um valor ridículo, e praticamente a metade do que pagamos aqui por algo de qualidade menor. Certo, temos impostos altos, mas Cordon Negro chega aqui pelo mesmo valor pagando as mesmas taxas... Competindo mal com um espumante Espanhol simples, cai por terra o mito do Saci, digo, do nosso espumante competindo de igual para igual com Xampas de verdade. 

   Seguimos com um Hacienda de Arínzano branco 2019, já degustado por aqui em safra 2018. Um Chardonnay espanhol com nariz cítrico, mineral, bastante fresco com toques tostados, em boca com algum amanteigado de Chablis. Mas, claro, não chega a comparar-se aos franceses. Tem boa acidez, final agradável, é um vinho bem arranjado, embora alguém o tenha achado enjoativo. Não reparei... acho que em breve beberei sozinho a outra garrafa que tenho, para tirar a teima... Se encontrar uma promo a R$ 150,00, é boa compra. No preço cheio, R$ 245,00, é um tanto salgado; parto pra tintinhos nojentos. Combinou razoavelmente bem com salsicha de vitela e melhor com uva passa branca: o encontro da boa acidez com o doce é uma combinação infalível... 😜

Na parte dos tintinhos... bem... ano passado havia oferecido para a turma um Quinta do Noval Touriga Nacional 217, e estava um pouco fechado. Como o Syrah 2017, devidamente aerado, havia feito boa figura contra o Gran Enemigo, resolvi brindá-los com esse exemplar na safra 2016 e proporcionar-lhes a experiência de um bom vinho completamente pronto para ser degustado. Servido às cegas, alguém falou 'português', e alguém falou 'Syrah', mas ninguém conseguiu juntar as percepções; ainda assim as garotas gostaram de ver o pessoal atingindo algum sucesso em identificá-lo. Repetiu com pujança as características de seu irmão mais novo: nariz rico, frutas, especiaria e mais complexidade, acidez presente, taninos macios, bom final, combinou bem com meu bifim ao molho gorgo. O segundo tinto foi mal compreendido: O Château Chantemerle 2016, um Cru Borgeois corte Cabernet Sauvignon 60%, Merlot 35%, Petit Verdot 3% e Cabernet Franc 2% não recebeu uma única sugestão de ser Cabernet Sauvignon. Aquela estória: CS's de qualidade um pouco melhor, da França, apresentam expressão muito diferentes daquela à qual estamos acostumados na América do Sul. São elegantes, sutis, nariz bastante rico em frutas - vermelhas? negras? ambas? - fumo, um pouco herbáceo e mais, boca com boa acidez, taninos macios e suaves - não 'pega', aquela picada na ponta da língua da Cabernet sul-americana está presente mas devidamente amaciada - e no final tudo isso não encantou tanto o pessoal; a preferência recaiu sobre o Noval. Observemos aqui tratar-se de gosto; é claro, ele é permitido sim, em um avaliação simplificada. Lembram-se da estória?, o avaliador amador pode estimar a qualidade do que está acostumado a reconhecer; novas experiências devem ser devidamente exploradas, precisam tornar-se mais comuns e assim o bebedor ganha um degrau em sua experiência geral. Pois, é o que temos, para amadores...

Por sobremesa apreciamos uma torta cheesecake de frutas vermelhas acompanhada do Tarapacá Colheita Tardia 2021 e depois do Château Doisy-Védrines DV 2016. Deste último, comprei uma caixa em promoção imperdível (R$ 140,00) há bastante tempo - nunca mais se repetiu -, e ainda defendo-me nos últimos exemplares. Comparados, ninguém teve dúvida da qualidade do Sauternes sobre o Colheita Tardia: seu frescor e acidez superiores, bem como sua persistência colocam o segundo muito à frente do primeiro. É quando a estória do preço faz sentido: atualmente há uma oferta pelo Tarapacá a R$ 55,00 na Adega Curitibana (sabe-se lá por quanto tempo este vínculo será válido), 


No Chile, ele é vendido - pela cotação atual - a exatos R$ 25,00 (USD 5,00). Por R$ 55,00 aqui, mesmo sendo em 'promo' - importa o valor pago - está 2x. Está bem abaixo, em qualidade, de um Château Doisy-Védrines DV mas custa uma fração de seu preço (normalmente, uns USD 20,00). O preço do Colheita Tardia pode esticar até uns R$ 80,00, mas não encontramos Sauternes por menos de R$ 220,00. É o panorama onde os vinhos sul-americanos, mesmo sem tanta qualidade, conseguem competir pelo menos no preço com os europeus. Quero dizer: alguns chilenos conseguem, porque nossos espumantes passam um verdadeiro carão. O que se tem feito com os tintos é bem outra estória; eles custam caro e competem menos que os brancos ou de sobremesa. Mas é ótimo bocas tortas continuarem a se esbaldar neles; se lessem O Enochato e testassem as ideias debatidas aqui, as boas compras do nosso mercado diminuiriam sensivelmente... um claro prejola para este escriba de final de semana.