Sunday, June 26, 2022

Um feliz reencontro

Introito

, se você não sair daí rápido, 
você vai fazer réu um homem inocente, o presidente Lula.
Roberto Jefferson para José Dirceu, tentando defender lulalelé 
durante o escândalo do mensalão


   Só um governo acabou mais cedo do que o de bolsonésio: o primeiro governo lulalelé. O problema é que as pessoas não perceberam. Ah ah ah.. você não percebeu, lerdo leitor! Ou, PTlho que é,  percebeu e ficou quieto, embarcando no tão famoso vai que cola. E colou. Com um governo iniciado em 2003, logo em setembro de 2004 a imprensa denunciava a compra do PTB pelo PT por 10 milhões de cruzeiros (sic). O episódio culmunaria com a grita de Roberto Jefferson para cima de José Dirceu, o famoso Sai daí, Zé... Isso é História, está documentado. Você é daqueles idiotas que acredita ser tudo conspiração contra nosso Grande Guia? Veja abaixo. Primeiro Jefferson protegeu lulalelé, para então começar a dizer a verdade. Em tempo foi preso, assim como outra grande personalidade política: Waldemar Costa Neto. Aquele um, 'dono' do partido onde hoje hospeda-se bolsonésio e sua quadrilha.


   Então os PSDBelhos, acovardados em si mesmos, não levaram o impeachment adiante. Queriam deixar lulalelé sangrar - por mais que agora negem. O fato é que não preocuparam-se com o país, preferindo contemporizar. bolsonésio tem feito um governo muito pior do que o de lulalelé, e não pode haver dúvida quanto a isso. Daí para permitirmos que este último volte, é apenas outro erro grosseiro de interpretação de pessoas desmemoriadas e sem senso de realidade. Como resolver esse impasse? Eu já sei, mas deixarei em suspense por enquanto. Claro, a proposta é acadêmica. Dolorosa e arriscada, inclusive, daquele tipo que só vemos nos filmes mais tontos da Marvel, onde a manobra improvável e impossível só é levada a cabo no desespero completo e no último segundo antes do míssil disparado pelo inimigo explodir, ou o vilão estalar os dedos, ou algo parecido. Mas, como disse, deixarei em suspenso um pouco... o que não é um desserviço à nação, já que ninguém lê estas postagens... de qualquer maneira fica registrada a indignação de um cidadão contra os desmandos de um governo que há muito perdeu a mão e minha confiança, e contra governos passados que jamais deram a mínima para as gerações vindouras. Depois dizem que o uso de 10% do cérebro pelo ser humano é um mito. Ah, tá.

Um feliz reencontro

A sra. N., antiga e-missivista deste blog, passou breve período de desconforto com risco de agravamento em sua enfermidade, acarretando temporária suspensão das atividades da confraria e orações fervorosas a Baco pelo seu pronto restabelecimento. Se não foi rápido, pelo menos veio... e na sequência reunimo-nos para comemorar a graça alcançada. Compareceram a Elvira e a Margarida. O Takeshi também estava lá, e atrasado apareceu o Akira. 

Começamos os serviços com um Quinta do Noval 2008. Atualmente ele é conhecido como Quinta do Noval Reserva. Está em ótima forma: nariz marcado com fruta, especiaria, chocolate - a  Elvira achou que seria café; provavelmente esteja certa, dada minha constante confusão entre ambos - realmente rico. Os taninos arredondaram-se com a madeira, a especiaria também está lá junto de um toque terroso; o travo doce que caracterizaria o vinho português, não notei. O conjunto está harmonioso, álcool não aparece, enche a boca com ótimo corpo e boa permanência. Foi comprado pelo Akira, deixado em minha adega para alguma ocasião e fez ótima figura. Compra minha e do mesmo Akira, o Chambolle-Musigny 2012 do Louis Jadot é um Borgonha (Pinot Nor, portanto) de boa safra e do qual estava curioso. Não sabia até pesquisar para esta postagem: a comuna é responsável pelos vinhos mais delicados da Côte de Nuits. Servi o Noval primeiro achando que o Borgonha poderia atropelá-lo e quase meti os pés pelas mãos. Felizmente a elegância desse Chambolle é suportada pela ótima acidez e ele é quem não foi atropelado pelo Noval. Do começo: nariz com fruta e especiaria de fundo, e notas que não identifiquei. Boca com taninos de corpo médio mas muito bem integrados, fazem um paladar realmente apurado; nada sobra, nada está em excesso. É bom, apenas achei falta de mais potência. Mas não é o que se deve esperar de exemplares dessa comuna. Importa que estava realmente bom, e o gosto particular deste blogueiro assume pouca importância.
   A Elvira compareceu com um Alfonso Jerez Oloroso da González Byass. O Oloroso do nome significa que o açúcar das uvas é convertido em álcool e ele ainda recebe um reforço com aguardente vínica para atingir seus 18% de álcool. Portanto não é um Jerez de estilo adocicado como o Tio Pepe, marca mais conhecida do produtor. O grupo González Byass ainda é proprietário de vinhedos em Rioja (produz os Beronia) e no Chile (Veramonte). Conheça mais sobre o produtor aqui. Como indica o rótulo, é feito da uva Palomino e apresenta uma cor âmbar muito bonita na taça - deveria ter fotografado, pois chamou a atenção. Nariz com frutas secas muito atraente, onde aparece ainda especiaria misturada a outros toques. É rico, com acidez presente mas não tão intensa, final médio pegando um pouco pelo álcool. Combinou muito bem com as tortas de sobremesa, uma delas com bom chocolate. Chique. Ainda havia sobrado um pouco do Recioto di Soave Le Colombare da Pieropan, já comentado anteriormente, e fui agraciado com mais um fundo de taça. Felicidade engarrafada.

Rata! 🐭

   Escrevi umas bobagens imensas sobre o Oloroso, conforme o podemos constatar no comentário do leitor Dionísio. Agradeço e aguardo alguma fonte correta sobre o assunto, se ele tiver para indicar. Aos novos leitores, ver os comentários.

Sunday, June 19, 2022

Não pise na minha sombra!

Introito

Segundo Metropoles, a Polícia Federal diz que não há mandante para o assassinato de Bruno Pereira e Dom Phillips, ocorrido há alguns dias. Doyle e sua criatura nunca estiveram tão démodé. E, absurdo por absurdo, arrisco que nunca foram tão débotê (sic!) também. É assim: um assassino de aluguel vai atrás e executa duas pessoas, do nada e de graça - literalmente falando! Seguramente pisaram-lhe na sombra, no meio da mata em noite sem lua. Elementar, meu caro Watson. Dessa maneira desvendamos mais um crime em tempo recorde, e está tudo explicado: uma rinha no terreiro, nada mais. Em um piscar de olhos aparelharam também a PF, enquanto o nome do país rola mais e mais vergonhosamente para um lamaçal só imaginável se Handrada tivesse ganho a última eleição: ele teria solto lulalelé antes do bolsonésio. Uma a uma, nossas instituições vão caindo. Sua derrocada final será culpa exclusivamente nossa, d'o povo. Pense no que você fará no dia das eleições.

Encontro com a Dayane e a Renata

Eis que recebo um uátiz da Dayane propondo um vinhozinho na véspera do feriado. Em festejo a seu pé recuperado (sic), preparei uma recepção com o Bacio Della Luna Cuvée Brut, bom espumante do qual comprei alguns exemplares na ótima Bléqui da Enoeventos. Sua apreciação está aqui. No contato da Dayane, ela sugeriu uma 'promo' da Vinho e Ponto, arremata de pronto. Depois fiquei pensando em outro vinho naquela faixa de preço para uma brincadeira, e surgiu a dúvida: quando compramos em 'promo', qual preço vale para comparação, o efetivamente pago ou o regular? O Château Le Bernet 2015 é um Graves, região de Bordeaux onde Cabernet Sauvignon e Merlot são o carro-chefe, acompanhadas pelas indefectíveis Cabernet Franc, Petit Verdote e Malbec. Encontrei a composição da safra '14: 50% Cabernet Sauvignon, 30% Merlot, 10% Cabernet Franc, 10% Malbec. O sítio do produtor está em construção, e não pude ir mais a fundo. Le Bernet apresentou a especiaria característica da Cabernet Sauvignon, um pouco de fruta e 'tempero' a couro ou chocolate; qual? Madeira discreta, fruta, taninos no ponto e álcool contido (13%) formam bom conjunto. Ao contrário do que diz a ficha técnica, a acidez não é alta; média cai-lhe melhor. Alguém na Vinho e Ponto precisa aprender a produzir fichas técnicas. Ainda assim o conjunto é bom, apenas não atingiu o que eu esperava. 

A contrapartida veio de Portugal na figura de um Herdade dos Grous 2017, alentejano corte de Aragonez, Touriga Nacional, Alicante Bouschet e Syrah. Nariz com um pouco de madeira, boa fruta e fumo; boca com o travo típico um pouquinho doce, também fruta, taninos mais pegados e álcool (14%) igualmente integrado, para mim com acidez mais marcada. Creio que a Dayane gostou mais do Le Bernet enquanto a Renata preferiu o Grous. Para meu gosto, com acidez ligeiramente mais elevada e a melhor presença em boca fez Grous cair bem. Le Bernet, em 'promo', saiu a cerca de R$ 190,00, que é o preço regular médio do Grous. Mas peguei este último igualmente em 'promo' a R$ 99,00, o que dá cerca da metade de Le Bernet. Promo por promo, a compra de Grous fica imbatível. Lá fora, Le Bernet é um vinho de uns €13,00, enquanto Grous fica na faixa de €9,50. Então Grous custa 'lá' R$ 51,40, enquanto Le Bernet vale R$ 70,32. Aqui, como dito, Grous tem preço médio de R$ 190,00, o que dá pornográficos 4x. Le Bernet ficou em 2.7x, o que, para meu padrão é acima do aceitável. Sem a promo seu valor deve aproximar-se de 3.3x, também hardcore. Não há crise suficiente para fazer o pessoal se emendar...

Grous 'lá', no Garrafeira Nacional, um dos maiores sítios de vinhos de Portugal.

Le Bernet 'lá', na única loja onde consegui encontrar.


Sunday, June 12, 2022

Perbruno 2013 again de novo (sic)

 Introito

O idiota do turno não se cansa de cometer trapalhadas. Sua sucessão de desastres ultrapassou o incomensurável (sic) há muito; resta-nos não mais a classificação, mas o simples ordenamento temporal. E olhe... há quanto não falo do energúmeno aqui? Estes dias ele estava pedindo para os supermercados baixarem a margem de lucro. A resposta chegou rápida: sugeriram de volta a redução de impostos na cesta básica e a desoneração da folha. Algumas redes trabalham no vermelho com arroz e feijão, porque estes são encontrados em absolutamente qualquer loja de alimentos que se imagine, a concorrência é imensa, daí que as grandes cadeias ganham nas outras mercadorias, mas não nessas. Segundo o impostômetro, os impostos nesses produtos é de 17%; tem espaço aí. Então ele mudou de assunto e foi nos envergonhar internacionalmente. Não bastasse ser desastroso pedir ajuda a um chefe de estado estrangeiro para a reeleição, bolsonésio pede auxílio ao presidente que ele próprio foi o último a reconhecer como vitorioso no pleito norte-americano, e após declarar simpatia pelo outro candidato! E quem está por dentro sabe que não parou por aí. Bolsonésio ser estúpido não surpreende mais. Surpreende a quantidade de pessoas que ainda o acompanham. Perguntar em quem? (votar) é assumir a própria idiotice. Vá pesquisar, vagabundo!

Perbruno 2013

A  I Giusti e Zanza é uma vinícola que produz ótimos IGT's na Toscana. Seja com Cabernet Sauvignon, Merlot ou Syrah, combinados ou não com a Sangiovese, mesmo os vinhos mais simples, adequadamente servidos, não passam despercebidos. Seu único problema no Brasil é passar de barbatana (de tubarona) em barbatana. Ainda assim, após conhecer e ficar bem impressionado com a marca em uma Expovinis tempos atrás, consegui aqui e ali adquirir diversas garrafas em 'promos'. Principalmente quando a tubarona da vez deixava de comercializá-lo. Grande problema desses vinhos: o serviço. Em degustações realizadas na cidade de S. Carlos, os 'somerdiers' abriam garrafas tremendo de ansiedade para terminar logo o evento(!) e saírem encher a cara de cerveja. Sem serviço adequado, um I Giusti e Zanza desaparece, e depois o produto não vende. Este Perbruno, já comentado aqui, descansou duas horas antes de entrar na água resfriada para ser servido depois de mais 20 minutos. Escrevo no segundo dia, e o leitor imagine como poderia estar no primeiro. Antes, preciso comentar a alegria de estar recuperado dos sintomas de uma Covid longa que o energúmeno-mor da nação disse ser uma gripezinha. Nada como um bom vinho para despertar sensações há muito adormecidas. As primeiras notas são de especiaria e fruta, com algo na direção de couro/café. Um pouco terroso/herbáceo? Tudo isso repete-se na boca, com ótima persistência e final longo - de verdade, não como dizem de exemplares chinelos chilenos ou mesmo argentinos. Os taninos estão redondos e a acidez é média; o álcool está discreto e a madeira pega de leve. Perbruno 2013 está maduro e no auge; faltou pouco, mas bem pouco, para ser aquele vinho tridimensional, como costumo chamar. Para algo na faixa dos USD 25,00-30,00, é incrivelmente bom; normalmente denoto melhor essa 'tridimensionalidade' em vinhos de USD 50,00+. Ainda tenho uma garrafa, e mandarei ver ainda este ano; não há porque esperar mais.

Friday, June 10, 2022

Meia postagem

Introito

Sem impostos, vinhos ficam até 80% mais baratos.

   O Jairo da Vinho e Ponto envia-me o link acima mostrando-se surpreso, pois recebeu a notícia como se os impostos fossem responsáveis pela maior parte do valor de um vinho. Lendo a reportagem encontramos:
Considerada a Black Friday do primeiro semestre no mundo do vinho,  a campanha “Imposto Zero Wine, aqui seu imposto vira vinho”, chega ao quarto ano com descontos que vão de 30% a 80%.

   Nossa, 80%! 😲 Não, não pode ser possível! Bem... Todos já ouviram falar das famosas promoções do dobro pela metade. É a mais comum; as importadoras tubaronas com margens de 4x oferecem supostos 50% de desconto e sua margem cai para o patamar das importadoras honestas. Os vinhos que custam 3x, com descontos de até 33%, caem na mesma situação. Vejamos um exemplo extremo:

O Château Gazin é um produtor de Pomerol, e fica um pouco abaixo de gente grande: Château Pétrus,  Château Le Pin, Château Lafleur... vinhos que não custam menos de USD 1.000,00 - o mais reba dessa restrita lista, de apenas três produtores. O Pétrus não sei por menos de USD 4.000,00. Bem, o Château Gazin 2009 custa lá fora a bagatela de (preço médio) USD 147,00 (R$ 721,00). Em uma loja londrina, a Lay & Wheeler Wine Merchants, custa £ 111,00 (R$ 680,00). Quanto uma importadora tubarona pode pedir por esse vinho? Antes de responder, o importante é assistir a este meme! Depois volto  ao assunto...

Meio vinho

A fim de marcar nossa para a I Love Italian Wines na terça-feira passada, o Ghidelli passou aqui na segunda para combinarmos a viagem. Trouxe um vinho que abrira no dia anterior para que eu avaliasse, e pedimos uma pizza. Cafunguei com cuidado e olhei para ele, impassível. Cafunguei com coragem e encarei-o novamente. Um sorrisinho aflorou-se. Cafunguei e cafunguei. Pouca fruta, né?, comentei. Acredite, não perdeu nada de ontem para hoje, respondeu-me. Então não perdeu porque não tem... - retruquei. Em boca mostrou-se muito rápido (e rasteiro), acidez baixa, mesmo o dulçor típico do vinho português estava esmaecido. Não, não estava estragado; era aquilo lá mesmo. Poderia até passar por um sul americano. Achei muito pouco para um produto da conhecida e respeitada  Churchill/Graham. Esse pessoal não brinca em serviço. E adivinha quanto custa... - tornou ele. Lembre-se do meme acima... assistiu? Respondi que uns 90tinha, lembrando-me de tudo o que bebi nessa faixa recentemente: Cedro do Noval, Chianti Colli e MOB, só para citar três. Recobrei na memória o Produttori di Govone Dolcetto degustado há pouco (janeiro), daí meu chute. E, como da outra vez, achei que fosse um vinho de uns USD 6,00. Encontrei em algumas lojas portuguesas, variando entre... 5,99€ e 6,80€. Vejamos, 5,99€ = R$ 31,27, e aqui vale R$ 168,90... o que dá 5.4x! Não há o que discutir, basta ver abaixo. Quando o Ghidelli disse que seu valor era quase o dobro de minha proposta, não resisti à piada: bem... meio queijo... meio vinho... Rimos sem nos dar conta de como estamos de vinho em S. Carlos, pelas ofertas de duas lojas do ramo.

Meio Queijo 'cá':

Meio Queijo 'lá':



Mas e aí (rs), que pagar quanto (no Château Gazin 2009)? Lembre-se, é R$ 680,00 na Lay & Wheeler Wine Merchants. Acha que o céu é o limite? Dois mil? Sabe de nada, inocente!; já comentei que às vezes essa orientação vetorial é muito errada! Não é para cima, é para baixo que a coisa aponta... Veja só, mórbidos (sic) R$ 8.699,00! Mas ei! Está com apetitosos 38% OFF, e sai, para WineSócio (sic) a bagatela de 5399,00! Dá 7.94x!, e isso com desconto de 38%! 😣 Faça as contas de quantos 'x' isso dá sem o desconto. Jairão, tá explicado? Imposto não é o (principal) problema! Como se propaga uma 'notícia' dessas? Depois pedirei esses 'jornalistas' pendurados num pau de arara e neguim vai querer defender.

Grazin 'cá':

Grazin 'lá':




Wednesday, June 8, 2022

I Love Italian Wines 2022 - parte 2

Introito

É, ou foi, o dia do jornal. Ou do jornalista. Do jornaleiro não, que é 30 de setembro. Chegam todos os jornais  da praça com a tarja no cabeçalho da primeira página propalando imprensa livre e aquela estória toda. Quando é para fazer auto adulação, estão todos lá. Na hora de pagar indenização por reputação comprovadamente destruída em reportagem de quinta, ah, aí saem todos de cena. Já disse (escrevi): não votei em qualquer um deles. Decerto, calar a mídia como pretendem lulalelé ou bolsonésio é apenas o outro lado do desregramento cristalino e da peleguice generalizada que observamos diariamente. Não a ambos. Mas deveria existir algum tipo de teste para o caboclo ser jornalista. Passar pelo mata-burros poderia ser o primeiro de uma série; sem direito a seguro de vida nem atendimento médico em caso de acidente. Viva o sapiodarwinismo!

I Love Italian Wines 2022

Voltando ao Italian Wines, fiquei um pouco no stand da Enoeventos e fui circular. Estava junto do Ghidelli (centro) e do sr. Rafael Mauaccad (direita) apontando-lhes o mapa da mina em algum importador quando o fotógrafo do evento flagrou-nos. Muito vinho, urgia escolher bem. Os Barolos e Brunellos estavam todos jovens; o mais antigo que vi, creio, foi um Brunello 2013 - nem 10 anos. A safra é boa, o que sugere ainda mais guarda para exemplares superlativos. Os Rossos não estavam em melhor situação, e como vários eram de produtores grandes, na média não estavam prontos. Alguns Barberas e Dolcettos apresentaram-se melhores, mas eram mais simples - não no preço. Se procurar (até aqui no blog) encontra Dolcetto bom e a preço melhor. Ah, também esqueci de fotografar muita coisa, o que torna a tarefa mais difícil. Puxando pela memória, lembro-me do  Rosso Dei Notri, produzido pela Tua Rita, importado pela Domno, braço internacional da Família Valduga. Esse Sangiovese com corte bordalês (CS/Merlot) foi o que mais surpreendeu, por estar em bom momento; aí sim a fruta do nariz encontrou a fruta da boca, taninos médios, boa acidez. Gostei muito, mas o preço não ajuda: cá, R$ 350,00, e lá a USD 18,00-20,00; dá 3,5x.

Dei de cara com uma importadora que não conhecia, a Sicilianess. Seu Barolo Costa di Bussia Tenuta Arnulfo 2016 teve boa presença, apesar de novo. A fruta aparece um pouco, acidez média, arredondando mas sem mostrar-se em sua glória (rs). No sítio do produtor a 40 Euros (R$ 208,00)e a R$ 400,00 aqui, tem algo próximo 2x e torna-se uma opção interessante. O Barbera Vigna Campo Del Gatto 2018 fez boa presença. Está mais pronto, boa fruta e boca com acidez presente, além de boa persistência. O preço assustou, R$ 299,00. Custa 16 Euros (R$ 84,00), o que dá 3.5x. Tá fora... 
Na Grand Cru, experimentei o Chianti Classico Brancaia e o Il Seggio, de Bolgheri, ambos 2019, fechados, embora o segundo expressasse melhor a fruta. É um corte bordalês, Merlot, Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc e Petit Verdot, a R$ 555,00 (assinante sai a R$ 472,00). Encontrei em várias lojas Londrinas por USD 30,00... na melhor das hipóteses dá 3x, para assinante.Vinhos bons, mas a compra não vale.

A Wine Brands representa os vinhos da Fescobaldi. Encontrei o Tenuta Perano Chianti Classico 2018, o Frescobaldi Campo Ai Sassi Rosso Di Montalcino 2019 e o Tenuta Castiglioni IGT 2017, todos da Toscana. Bons, mas ainda jovens demais. O Perano menos, até por ser um pouco mais simples, mas também necessita de guarda. Preços? O Castiglioni é um corte Cabernet Sauvignon, Merlot, Cabernet Franc e Sangiovese, custando USD 30,00 'lá' vs. R$ 487,00 'cá'. Se USD 30,00 x R$ 5,00 = R$ 150,00, dá um pouco mais de 3x. Fiquemos com 3x nos arredondamentos. A Argiano estava lá também, não lembro em qual importadora. Lembro que há muito tempo bebi, por obra e graça de Don Flavitxo, o excelente IGT Solengo. Os comentários estão no blog dele, onde observo que o André é outra pessoa, e ele refere-se a mim como Carlão. Destes Argianos, destaco o Non Confunditur 2019, mais simples deles, por estar algo pronto. Outro IGT à la Cabernet Sauvignon, Merlot, Syrah e Sangiovese, mostrou especiaria e fruta no nariz com boa integração com a boca, apesar de potencial para melhorar com mais uns dois ou três anos. O Rosso e o Brunello vimos que são ótimos vinhos, evoluirão bastante com mais tempo em garrafa.

O tempo acabava e voltamos para o stand da Enoeventos. Aproveitei para tirar a foto oficial do blog (rs) com o sr. Oscar e renovei o agradecimento pelo convite. Os elogios à importadora escritos aqui ao longo dos anos foram sempre merecidos - até porque a grande maioria das postagens mostra o valor dos vinhos lá fora - e todos os vinhos dela degustados foram pagos por mim ou por um confrade, sem a menor sugestão de agrado por parte loja. Já recebi proposta para fazer venda online de vinhos, que recusei - está em algum comentário do blog. Como pode o comentarista ser independente e promover um produto ao mesmo tempo? Aqui, portanto, os comentários são mesmo livres de qualquer outro viés que não o de proteger meus colegas consumidores. Voltando... claro que espetei mais uma tacinha do Brunello da Donatella. Apesar de novo, nota-se que será um bom vinho quando chegar à maturidade; a paciência será bem recompensada. Opinião partilhada pelo Ghidelli, nada ficou devendo aos outros Brunellos que experimentamos durante a feira. Seu grande diferencial é o preço, e para isso está aí o Wine-Searcher cuja consulta sempre recomendo na hora de considerar uma compra. Experimentei ainda o Masso Antico Il Potere 2018. Estava bem mais pronto do que a média dos vinhos da feita, um chocolate na frente de tudo e de todos (rs), um dulçor saliente provavelmente advindo do corte Primitivo e Negroamaro, com corpo e acidez médias. Não fotografei os vinhos do stand! Bem, não fotografei um monte de coisas... Fim? Não!

Tre Bicchieri

Perguntei ao Oscar o que tinham agendado para o jantar, e como bom Enochato imiscuí-me na programação do pessoal. Haviam marcado no restaurante Tre Bicchieri, onde encontramos a Liane Vieira, que não pôde participar do evento. Logo chegou a trupe, Rafael Mauaccad (direita), Oscar (esquerda) e Thiago (entre Oscar e Ghidelli), sócio da Enoeventos. O Rafael ofereceu um espumante italiano muito bom - não fotografei nem guardei o nome 🙄 - e o Oscar levou outro Brunello e um... um... um... Nativ Blu Onice Irpinia Aglianico 2018? Depois procurei no sítio da importadora, e foi o que mais lembrou-me o rótulo. Se foi mesmo ele, é um Aglianico (e isso lembro bem!) de ótimo corpo, bela acidez e persistência, e com ótima relação custo benefício: vale lá pelos seus USD 20,00 fora e é vendido pela Enoeventos a R$ 211,00, pechinchando, claro. Dá 2x. Lembra de ter lido sobre vinhos a USD 20,00 ou USD 30,00 nesta postagem? Lembra quanto estavam? Não? Tá fácil, basta tomar sal de fruta e subir um pouquinho... Embalado pela agradável companhia da turma, devorei um filé a Rossini e não pedi outro por vergonha. Também porque o vinho acabara...



 Rosso Dei Notri











Monday, June 6, 2022

I Love Italian Wines 2022

Introito

Convoco os homens para o apostolado da impiedade
É urgente o aprisionamento dos bichos.

Pergunto-me se os brasileiros já se tocaram: a Copa será depois da eleição. Como sabemos, a segunda historicamente começa depois da primeira. Para o bem ou para o mal, desta vez o tradicional ópio do povo não estará presente para desviar a atenção do eleitor neste importante momento do país. As conversas e delírios vão a toda: Cirão, o mentecapto pilantrão, troca uatizápis com Simone Palíndromo, a inocente, que pensa ser uma jogada de gênio conversar com os PSDBelhos; apenas perde tempo precioso e confirma a candura ao não perceber a obviedade da desimportância tucana. lulalelé, - outro desordenado - acredita em derrotar Jair, o quadrilheiro, no segundo turno - quiçá no primeiro. Antecipa tudo sem combinar com nós, votantes, e sem abrir mão do modelito que a ninguém engana - ato falho e (conectivo de adição!) completo mal gosto; deveria continuar preso só por isso. A cobertura de cabeça preferida do brasileiro, estimulada por Sena, esse sim um verdadeiro herói da nação, é o boné, e não o chapéu. Se o pelego acha-se acima dos mortais pelo uso do chapéu - deve ser o limite de sua visão -, isso apenas nos diz mais um pouco sobre a soberba que o embala. Ah, sim: correndo por fora, um viadinho (leia aqui para entender o contexto!) acredita que basta espernear para ter seus desejos atendidos. Tolo acabado; esperneia-se para outra coisa... tipo... criança esperneiam para ganhar doces. Entre adultos a conversa é mais... dura...

I Love Italian Wines

Aconteceu em S. Paulo, no último 31, o I Love Italian Wines, evento realizado pela Italia Trade Agency em colaboração com as feiras Vinitaly e Wine South America, e que contou com a participação de muitas importadoras nacionais. Convidado pela Enoeventos - cada empresa participante tinha direito a apenas 10 convites -, este envaidecido Enochato rumou todo feliz para Sampa. Como escudeiro, o confrade Ghidelli foi comentando durante todo o caminho - senti-me o Shrek acompanhado pelo burro - sua máxima de sempre: é muito vinho; vamos com cuidado. Eu retrucava: Que cuidado que nada... cuidado e pouco vinho é (sic) para os fracos... 
Havia muito tempo não participava de eventos maiores - menos pela pandemia, mais por um afastamento por descrer do mercado em geral -, e não sabia bem o que esperar de um festival como esse. Vinho novo, infanticídios, blefes completos? Sim. Serviço ruim? Menas (sic). Afinal, tratava-se de uma feira para profissionais - ei, o que eu estava fazendo lá, então? Tá bom... à luta...

O que particularmente me entusiasmou para aquele momento foi a oportunidade de conhecer pessoalmente o sr. Oscar Daudt, proprietário da Enoeventos e quem ofertou-me o convite para participar do encontro. Já conversara com ele por chat do sítio da importadora, e-mail e uatizápi. Também acompanhara diversas lives transmitidas ao longo da pandemia, mas faltava um encontro ao vivo e a cores. Aconteceu de entrarmos pela porta diagonalmente oposta ao stand da Enoeventos. Como sempre - haja ansiedade - eu precisava de algo na minha taça. De cara estava a Domno Wines, braço importador da Família Valduga. Vamos lá, sem preconceitos, pensei comigo mesmo. E sem preconceitos, fui direto para um meio seco, o Amaranta Montepulciano D'abruzzo 2018, 14%(!) de álcool. Surpreendeu pela fruta elegante e pelo bom volume em boca, mesmo para um meio seco. Esse estilo é diferente na Europa quando comparado com o do Brasil ou mesmo entre os sul-americanos - mas conheço pouco. Estava interessante - tentei lembrar-me de alguma harmonização com um meio seco que o Gustavo promoveu - mas quando percebi o Ghidelli estava confraternizando demais com o inimigo representante. Inimigo? Bem... conforme verifiquei depois, Amarante é um vinho de R$ 329,00 'cá' e USD 15,00(!) 'lá'. Vejamos, USD 15 x R$ 6,00 = R$ 90,00. O dóla não está R$ 6,00 (mas estava!, tomemos como baliza), e a conta dá quase 4x. Neeeext!

   Fui - literalmente - para a próxima mas dei não tanta sorte. Logo o Ghidelli voltava ao meu lado, procurando algo para forrar o estômago... era apenas sua segunda taça 🙄. Acho que você deve comer daquilo... - apontei, e quando ele voltou-se, se voltou-se, eu ia longe 😂. Circulei um pouco e dei de cara com o Oscar! Apresentei-me e seguimos para o stand da Enoeventos, onde conheci o Thiago, apresentador das lives da importadora. É claro, fui direto no Brunello 2015 da Donatella Cinelli. Tinha a desculpa perfeita para pular todos os outros: sou o feliz proprietário de umas 5 garrafas desse vinho. Até pensava em sacrificar uma delas quando veio o convite do Oscar... arrá, apostei - e acertei - que ele levaria o Brunello dela a um importante evento de vinhos italianos. Donatella tem ganho atenção da mídia internacional ultimamente, e seu Brunello 2015, de safra excepcional, está (muito bem) cotado a USD 65,00 'lá'.  Sei que é algo mais barato na Itália, mas o reconhecimento internacional de Donatella alçou o valor do Brunello a um patamar um pouco mais alto. A questão é: a USD 50,00 na Itália, pelo preço cá (como veremos) não vale a pena botar na mala e trazer para cá. Expressou fruta contida mas bem marcada; algo herbáceo e um pouco de especiaria, mas nenhum sinal da cereja típica de Sangiovese. Pode ter faltado aeração? Sim. Boca um pouco presa, taninos verdes mas com acidez já bem marcada e com boa persistência. Abri-lo foi um verdadeiro infanticídio, mas cometido pelo importador antes do que por mim... 🤣. Seu preço 'cá' é R$ 550,00, o que dá (USD 65,00 x R$ 5,00 = R$ 325,00 - notou que agora o dóla é R$ 5,00?) menos de 2x. Mas como nessa terra até viadinho esperneia, então o consumidor deve espernear também... 

Faça como já comentei: ligue lá (sic), diga que vai comprar uma caixa e peça preço de Enoclube. Se perguntarem como fica a vantagem do assinante - ou qualquer conversa mole -, não vacile: a vantagem do assinante é que ele pode no mês comprar uma única garrafa e ter o mesmo desconto que você vai levar comprando uma caixa. Se isso não é vantagem, explica para mim o que é. Você está pechinchando (e a pechincha é universal, faz parte de todas as culturas!); não deixe por menos. Ligue nas tubaronas e pechinche seu desconto para uma caixa, quero ver se não ganha! Ora! Então é isso: não sendo assinante do Enoclube, use a posição de consumidor-cidadão e negocie o desconto pela quantidade sem a menor vergonha. Eu negocio sempre. Se tornar-se o feliz proprietário de um Brunello da Donatella, não confie em avaliações de que ele está pronto para beber. Não está! Guarde-os por mais 4 ou 5 anos. De repente chegou o Ghidelli todo alegre e literalmente entortou tudo... veja a foto, diga que não (rs!). Continua...

Amaranta Montepulciano D'abruzzo 2018, cá e lá.





Donatella Cinelli Colombini Brunello di Montalcino 2015, lá e cá




Saturday, June 4, 2022

Uma visita inesperada

 Introito

   Pensava que nos píncaros da idiotice estavam os importadores tubarões e seus asseclas energúmenos espalhados pelos quatro cantos da internet, assaltando à mão desarmada e enganando com ladainha de fazer inveja às sereias. Meu erro grosseiro foi de orientação vetorial, posto que píncaros indica uma altura máxima, da qual não é possível ir além, como o Sétimo Céu, o Nirvana e outros exemplos de serenidade máxima. Mas não, é nas fossas da idiotice que eles se encontram. Na primeira aproximação, a fossa abissal; na segunda, a séptica. Porque sempre podemos ir mais fundo - basta cavar mais um metro - ou, de outra maneira, jogarmos mais um quilo de dejetos ao que já está ruim para piorar tudo um pouco mais. Mas há algo abaixo - ou com mais budum - do que importadores e seus asseclas: políticos. Dia destes um grupo de PTelhos ajuizou ação contra o juiz Moro, segundo a qual suas ações causaram prejuízos à Petrobrás. Ficou assim: a Lava Jato recuperou algo como 6 bilhões de reais desviados por empresários e funcionários da alta cúpula da empresa, valor estimado em apenas 25% das fraudes, segundo o TCU. E Moro é o culpado. Tá. Que tal em vez disso chamar a Dilma, cuja política de controle de preços forçou prejuízos de 100 bilhões à mesma Petrobrás, em apenas dois anos? Lembre-se dos nomes dos perpetradores da ação: Rui Falcão (SP), Érika Kokay (DF), Natalia Bonavides (RN), José Guimarães (CE) e Paulo Pimenta (RS). Já já pedirão seu voto. Comprove sua estupidez, vote neles.

Uma visita inesperada

   Romeu liga-me para marcar um vinho e logo avisa: O Rodrigo está aqui. Rodrigo del Río é pesquisador e químico chileno e mantém intercâmbio com a UFSCar em São Carlos, para onde vinha todo ano até a pandemia. Foi ele quem trouxe-me as últimas garrafas de Don Melchor (safra 2006) antes do fantástico aumento pelos quais os vinhos passaram em 2008 ou 2009. Eu estava devendo para o Romeu, se o leitor lembra-se do malfadado Chianti de algumas postagens. Ele não perdoou e mandou uma provocação, Desta vez eu levo o vinho. Aí não... 🙄 a proposta estava clara de antemão: precisaria de um representante que não exorbitasse no preço e pudesse competir com qualquer petardo que o Romeu disparasse em minha direção. Nem precisei pensar muito, sabia ter a resposta adequada. Adequadíssima, aliás.

Avisara o Luciano Osório - o evento aconteceu na terça-feira imediatamente posterior à visita dele - que compareceu ávido para acompanhar o embate. Ele conheceu o Romeu no início dos 2000's quando trabalhamos todos juntos em um projeto editorial, e o reecontro gerou conversas animadas entre todos nós. Não houve vinho às cegas, no primeiro momento. Apresentei o Korem 2015, da Argiolas, produtor da Sardenha. Corte Bovale, Carignano e Cannonau, foi servido com cerca de uma hora de respiro, mostrou nariz explosivo muito rico em frutas vermelhas, café (chocolate?), toques terrosos e mais. Um nariz tridimensional, como costumo dizer. Boca com boa acidez e taninos, álcool a 14,5% bem discreto, não notei a madeira (tem!), corpo médio, bem como seu final e persistência. Esse vinho era vendido pela importadora tubarona a USD 118,00, R$ 720,00 com o dóla a R$ 6,00 de 2021, enquanto Enoeventos vendia a R$ 265,00 (com choro) naquele mesmíssimo período. Romeu chegou com seu Robert Mondavi Cabernet Sauvignon 2015 - uma feliz coincidência de safras - do Vale do Napa. Nariz com fruta um pouco mais contida, especiado, madeira mais evidente, mostrou boca mais pegada e firme, com taninos bem presentes e um pouco menos de acidez, motivo pelo qual apesar da combinação tanino e madeira não 'derrubou' Korem. Sorri satisfeito: Korem 'guenta' muita coisa boa que você possa tacar (sic) pra cima dele. É um vinhão. Não que o Mondavi seja menor, mas como o demônio mora nos detalhes, podemos dizer que Korem ganhou por meia cabeça. Ambos custam por volta de USD 35,00 em seus países de origem. Monvadi CS aqui está por R$ 690,00 (quase o mesmo valor do Korem em importadora tubarona) mas dá pra encontrar a R$ 340,00 (😣), veja abaixo. O Akira chegou atrasado e recebeu a primeira taça às cegas. Cafungou, balançou a cabeça num 'não' e foi certeiro: Italiano. No segundo, ficou em dúvida. Descartou Itália e França, e ficou em dúvida entre um espanhol diferente e um novo mundo, destacadamente EUA/Austrália. Com a arma na testa, declarou que 'possivelmente americano'. E enfatizou: ambos muito fechados (😨); chamou-nos de infanticidas e daí pra baixo - lembre-se do referencial adotado no Introito! Não nos importunamos; àquela hora estávamos todos felizes...

Na primeira visita do Luciano, desejoso de chegar à narrativa final com abraços, choro e troca de uatizápis que tão brilhantemente bolara (sic), não comentei a sobremesa: servi-lhe uma taça do Tokaji Aszú 2003 da Oremus, produzido pela empresa húngara propriedade da espanhola Vega Sicília. Corte Furmint, Harlesvelu, Zéta e Sárgamuskotály, mostrou nariz com folha de laranjeira muito proeminente, que para mim mascarou o que pudesse vir depois. Está um pouco oxidado (aberto em novembro de 21), mas mantém o frescor, com o travo doce contrabalançado pela ótima acidez. É um vinho com grande persistência e ótimo final; após engolir e salivar ele continua em boca enquanto vamos salivando e tornando a engolir a saliva, comprovando ser mesmo um grande produto. Havia comentado que o Luciano dedicou-se profissionalmente à fotografia? Pois é, a foto ao lado foi realizada por ele, com esse enquadramento, sem corte ou recorte deste que escreve. Se notar, dá para ler 'Bodegas Vega Sicilia' no contrarrótulo da garrafa... Ia servir dele aos convidados do dia seguinte, mas a conversa estava animada até o momento em que Romeu e Rodrigo resolveram que a quarta-feira seria puxada e saíram mais ou menos de susto. Não, não foi uma deixa para este Enochato miguelar (sic) uma taça aos convivas. Se o Rodrigo voltar ainda este ano, conforme comentou, a parte dele estará garantida.