Saturday, April 30, 2022

Energúmenos não dão trabalho

Introito

Honestidade, honradez e caráter não se conclamam, são pressupostos. 
Quem os invoca normalmente não os tem.
Máxima do Enochato

   Lulalelé teve a alma lavada pelo Comitê de Direitos Humanos da ONU, segundo o qual seu julgamento não foi imparcial (deu rata!). Curiosamente, todas as instâncias acima do primeiro julgamento concordaram com a condenação do barbudo. Aliás, não apenas concordaram como a instância acima da primeira aumentou-lhe a pena. E a última instância, se a reduziu, o fez para um período superior à pena inicial. Quem será que acompanhou o processo mais de perto, a ONU ou essas instâncias todas? E, sobretudo, a pergunta que não se cala: de onde vieram 100 milhões de dólas devolvidos por diversos diretores da Petrobrás? Certo, lulalelé não foi julgado pelo esquema da Petro, mas por outros esquemas. O que só aumenta a quantidade de lama onde ele estava atolado até a Lava Jato ser desmembrada e finalmente enterrada por bolsonésio e sua turma. Lembrem-se: nem o Supremo com todos seus juízes PTelhos inocentou lulalelé. Aí chega um monte de PTelho enrustido lá dos States e pretendem escrever uma estória por cima da História sem sequer usar borracha. Ah, tá. Depois reclamam quando chamo de retardado.

Nariz melhorando, boca nem tanto

Venho ameaçando abrir um vinho bom, mas claramente ficará para um pouco mais tarde. Por enquanto continuamos felizes nos simplesinhos. O Chianti Classico Coli 2016 já apareceu por aqui, cercado de elogios. É um vinho de USD 10,00 nos EUA (um só lugar, hoje em dia, o que não fornece uma estatística muito confiável, mas custa de USD 7,00 a USD 13,00 na Europa). Aqui é importado pelo grupo supermercadista mineiro Verdemar e vendido em S. Carlos a R$ 85,00, ou algo assim. Não dá 2x. A safra '16 é ótima e Coli, sendo um produto simples, está pronto para ser degustado. Tenho repetido, os grupos supermercadistas estão se arrumando e os importadores tradicionais estão vendo seus dias dourados indo embora. Coli precisa de duas horas para abrir, como já comentei. Pego um pouco de fruta, mas não no nível de outras garrafas. O Akira por acaso passou por aqui, experimentou e notou muita fruta, como framboesa e ameixa; para mim cai à cereja, ainda que discreta. A acidez aparece um pouco, mas discreta; sinal de que a boca anda torta. Sei que ele tem mais acidez do que noto agora. Está muito ligeiro, mas novamente é problema do bebedor. A satisfação traduz-se em estar melhorando, embora devagar. Mas estou bem melhor do que há 2 semanas, não há dúvida.

Rata! 🙈

   Escrever bem é escrever sóbrio. Por mais que se escreva acompanhado de um vinho para fazer as ideias circularem, é importante reler depois. Não é o caso deste blog, como o leitor bem sabe. Assim, alerta-nos o leitor Jairo, da Vinho e Ponto S. Carlos, que o julgamento de lulalelé não foi imparcial, onde havia escrito parcial. Mudanças na frase às vezes alteram o contexto. E sim, mudo muito enquanto escrevo. Um dia aprendo...

Detratoria não dá folga. Mas também não dá trabalho...

   Nosso detrator predileto volta e meia larga recados insossos não publicados. Desta vez (também não publicado, mas vide sua mensagem ao final) desandou a afrontar o colunista. Disse que  
Já que o Sr. não considera xingamentos chamar alguém de energúmeno, idiota, tolo, e tantos outros adjetivos que saem de sua boca, talvez eu possa lhe chamar de ostentador, metido e esnobe, por ficar exibindo os vinhos caros que compra. Mas aposto que de acordo com a sua democracia, estes, por mim citados, se transformarão nos maiores xingamentos já proferidos por alguém à vossa senhoria.
   Não há o que discordar: ostentador, metido e esnobe são qualificativos, e não xingamentos. Ele está aprendendo... Mas redobrada tolice é pensar que aplicam-se a mim, o que revela novo engano do pobre debatedor. Vejamos. Em primeiro, nos 10 anos deste blog, nunca havia anunciado vinhos que comprei por aí. Fiz uma aposta com os confrades, na certeza de que o infeliz voltaria com tudo para vingar-se - e não para debater. E não é que acertei?! 😂 Em segundo, o pobre-diabo atribui a compra a mim somente, quando está muito bem dito na postagem que o valor foi dividido em três, à quota de USD 300,00 (cerca de R$ 1.500,00) por pessoa. Em 15 garrafas, dá uma média de R$ 100,00 por garrafa por pessoa! Então uma confraria que racha vinhos de (na média!) R$ 300,00 pode ser dita ostentadora e esnobe? É isso? Claro, comparando esse valor com a média de gastos da nossa população é sim muito dinheiro, mas porque o grosso do povo está muito pobre! Graças aos estúpidos lulalelé e bolsonésio, que há mais de uma década empobrecem o país como foi fartamente comentado há algumas postagens. E graças a seus apoiadores, também! Vamos apresentar a esse estúpido (= que provoca emburrecimento e/ou tédio; que não é inteligente) o terceiro ponto dessa conversa: acostumado às patifarias desta terra, aliado e defensor das importadoras tubaronas, nosso detrator não se dá conta de que os vinhos são caros apenas por aqui! Vamos comparar os preços lá e cá.
Giramonte
Aqui: R$ 1.716,00; Lá: R$ 414,00; diferença: R$ 1.302,00
Château Langoa-Barton
Aqui: R$ 1.936,00; Lá: R$ 745,00; diferença: R$ 1.191,00
Remelluri Gran Reserva
Aqui: R$ 1.060,00; Lá: R$383,00; diferença: R$ 677,00
Muga Selección Especial
Aqui: R$ 565,00; Lá: R$ 190,00; diferença: R$ 375,00
Total das diferenças: R$ 3.545,00. É o preço da passagem. Fazendo uma conta de 3 Giramontes na mala, a diferença sobre para R$ 6.150,00. Esse conjunto de vinhos custaria 'lá' R$ 2.560,00 - uns bons e justos USD 500,00. Note que o conjunto dos vinhos mais o preço da passagem dá R$ 2.560,00 + R$ 3.500,00 = R$ 6060,00(!). Ou seja: com o preço dos vinhos acima, o viajante vai, compra os vinhos e ganha a passagem. E nossa passagem não é exatamente a mais barata do mundo... Ademais, leitor, lembre-se da estória das moedas e compare alguns valores. Veja o que custa lá 49 moedas (o Muga) e o que podemos comprar aqui por 49 moedas, e diga-me se o vinho aqui não é carérrimo!

  Então chegamos ao quarto ponto: ele defende essa indústria montada para explorar o consumidor e não está nem aí! Seu blá-blá-blá pretende sustentar essa estrutura. Sua conversa baseia-se em argumentos que foram todos eles fartamente desconstruídos - assim como toda esta prosa murrinha. Assim, sem ter algo de novo a apresentar, nosso detrator deixa cair a máscara e passa a atar pessoalmente o colunista, o que não pode ser mais vil e idiota (= diz-se de ou pessoa que carece de inteligência, de discernimento), dada a sempre fraca qualidade de suas alegações. O energúmeno é o retrato acabado do nosso momento eleitoral: desqualificados de todo lado falando o que não sabem e negando-se a acreditar na simples verdade. (Supostamente) leu a última postagem, passou pela Máxima (Estupidez infinita não é aceitável e muito menos é desculpa para algo, cunhada de propósito para este preciso momento 😅) e comparece oferecendo-nos ondas e ondas de pura estupidez. Parabéns... caiu como um pato, desmascarando-se em ataques pessoais e sem trazer uma discussão sadia ao assunto.

   A mensagem original do energúmeno:



   Confirmando os valores (como se fosse necessário...),














Sunday, April 24, 2022

O STU (Supremo Tribunal da União) somos nós

Introito

Estupidez infinita não é aceitável e muito menos é desculpa para algo.
Máxima do Enochato

Já notou como os pulhas que se autointitulam jornalistas nos soterram com informações no mínimo dúbias? E não refiro-me apenas aos locutores dos telejornais - que, por algum acordo estranho precisam ser jornalistas. Um telejornal é obra de dezenas de jornalistas que se reúnem para pauta, pesquisa, discussão e apresentação. Depois mandam para o dono, que aprova ou não. Não aprovando ele passa um corretivo na turma, que refaz o trabalho. Perguntaria o inexistente leitor, quais informações são dúbias? Vejamos este exemplo: uma hora dizem que mais de 50% dos eleitores não querem nem lulalelé nem bolsonésio. Noutra, dizem que lualalé tem 36% dos votos e bolsonésio tem 27%, ou algo assim. Cabe ao público pensante (1%, quando muito) entender que lulalelé tem na verdade 36% os menos de 50%, assim como bolsonésio tem 27% dos mesmos-menos-de (sic) 50%. Fora que cada instituto apresenta dados diferentes, agora por culpa ou graça da tal metodologia. Você já tinha ouvido falar nisso antes? Pois é... Metodologia que muitas vezes nem é divulgada. Ao fim e ao cabo, submetem-nos aos números que querem, e fica por isso mesmo. Assim, PTelhos regozijam-se de pesquisas que lhes dão vantagem e escarnecem as contrárias, com os fascistas em exata oposição de fase. Só estão se esquecendo de combinar com os russos, ou, de outra maneira, com o ilustro eleitor. Este, aliás, anda pê da vida não apenas com essas tranqueiras, como também não têm em boa conta o Supremo Tribunal Federal. Por isso muita gente boa não se meche quando pit bulls travestidos de deputados pedem a cabeça - literalmente - de algum ministro. bolsonésio, dentre outras, brecou a lava-toga, lembram-se? Em conluio com os PTelhos, não sisqueçam. Cabe ao Superior Tribunal da União, composto por todos nós cidadãos, dar o troco (no estrito sentido da lei) nessa malta que nos assola. Outubro está chegando.

Reunião da confraria

A confraria sem nome (precisamos dar um jeito nisso...) reuniu-se na quinta-feira para acertarmos os vinhos vindos do Canadá. Sentamo-nos Ghidelli e eu com a sra. N e ficamos coçando a cabeça de onde tiraríamos 300 dólas por cabeça para o rateio. Ao fim cada um abriu a carteira e pagou; era mais medo do escorpião dentro do bolso do que falta das verdinhas... Até que selecionei umas tralhas legais, e a própria sra. N aprontou das dela por lá, conseguindo um Faustino I Gran Reserva da excelente safra riojana de 2001. Capaiz (sic) que juntemos minha igualmente ótima safra 2005 e a muito boa 2009 para promover uma vertical desse vinho que em sua safra 2001 foi apontado pela revista Decanter como o primeiro em sua lista de 2013, se não me engano. Não entenda essas listas - por mais suspeitas - como a dos melhores vinho do mundo. Não. São sim boas compras, mas nem de longe os melhores em qualidade absoluta. Veio também um Muga Selección Especial 2005 (disse que era ótima safra, né? Pois...). Enfim, com alguma economia teremos vinho para algumas celebrações especiais pelos próximos dois anos. Parcimônia é preciso. E também temos cada um algumas garrafitxas a mais para alegrar a vida, claro 😃.

   


Enquanto rolava a conversa íamos nos divertindo com algo mais simples. Saquei primeiro um Villa Blanche Syrah 2019, produção da empresa Languedoqueza (sic!)  Calmel & Josephcujo Pinot foi comentado aqui. Fiquei surpreso como o buquê agradável batendo forte no nariz. Não que esteja 100% bom, porque senti uma massa de frutas sem conseguir distingui-las. Mas estava lá,  bem perceptível. Alguém comentou que as frutas seriam vermelhas. A boca ainda está congestionada, mas senti melhor do que das outras vezes uma acidez de leve. Deve ser mais alta; o pessoal gostou, apontando taninos amaciados e chocolate na boca. Depois servi um Xisto Cru 2014, que deu o ar da graça em várias postagens. Não estou certo se o Ghidelli conhecia, mas ele gostou muito. Apontou buquê à seiva de eucalipto, que para a Dona Neusa traduziu-se em mentol. Para mim a fruta vermelha predominou. A boca mostrou melhor acidez, mas um tanto ligeiro. Para os convivas, a persistência foi considerada boa. Folguei em felicidade percebendo alguma recuperação. Confesso ao inexistente leitor que estava um tanto preocupado, mas depois dessa posso pensar em ameaçar algum vinho de verdade no futuro próximo. Salve Baco!

Saturday, April 23, 2022

Bacalhau de Páscoa atrasado mas não falhado (sic!)

Introito

A família bolsonésia teve um choque de realidade nos últimos dias. Sábado passado papá bolsonésio levou vaia em plena Vila Belmiro. O vídeo é impróprio para menores, e não apenas pelo que se escuta, mas também pela gesticulação dos populares. Nestes feriados, um de seus filhotes foi vaiado durante os desfiles de Carnaval no Rio de Janeiro. Está cada vez mais difícil essa família locomover-se sem tomar xingos - note que a fase das vaias e críticas ficou muito para trás. O último ato de seu governo burlesco foi o perdão presidencial ao Silveira, outra (de muitas) afronta à Constituição. Tudo isso acontece sob o mais completo silêncio de todos, absolutamente todos, os partidos de oposição. Contra o idiota do FHC, PTelhos bradavam Impeachment! a qualquer passo mal dado do tucano. Demorou, mas - gostei! - tomaram uma medalha na proa quando menos esperavam e Dilma - a tola - teve seu segundo mandato encerrado para a felicidade geral e em estar da nação. Tentaram então impeachment contra Temer - para não perder o hábito - mas contra bolsonésio não ouvimos um único e solitário brado. Precisamos nos lembrar disso, e dar o troco nesses pulhas. As eleições estão chegando.

Bacalhau com as vestais

Na sexta-feira passada rolou um bacalhau-de-inauguração no apê das Vestais Dayane (direita) e Renata. Lá foi este Enochato para Araraquara devidamente armado com um tintinho e um branquinho nojentos. Ainda visitamos o Savegnago ao lado do apê das meninas, onde encontrei algumas garrafas do esgotado em S. Carlos - e meu branquinho nojento do dia - Falcoaria Vinhas Velhas. Lá ainda indiquei para elas o Vinha da Defesa branco, imediatamente adquirido para início dos trabalhos. Produzido pela Esporão, já experimentei diversas garrafas do branco e do tinto, há muito tempo. Aconteceu da importadora Qualimpor subir seus preços além das altas do dolá, há mais de10 anos. Neeeeext! Rindo: qualé; dono de importadora tubarona se acha o Clark Gable? O Alain Delon? O Brad Pit, para prover sentido aos mais jovens? Bem, preciso dizer-lhes - com a mesma tranquilidade que os chamo de assaltantes do bolso do consumidor - que não são. E se fossem da minha parte não faria diferença, que não misturo estação. Ademais, isso 'prova' que nada tenho contra as importadoras tubaronas, mas sim contra seus preços. O preço ficou bom para um vinho que gosto, ele volta ao cardápio.

Para minha surpresa, apesar dos sentidos ainda comprometidos cheguei a notar toques cítricos e algo floral no nariz mas logo a fuça estava congestionada. Vinha da Defesa branco é um corte de Arinto, Roupeiro, Antão Vaz onde não peguei muita acidez, mas sei que tem alguma - nova demonstração da boca ainda deixando a desejar. Não lembro se a Dayane ou a Renata identificaram alguma nota específica, mas acharam que tinha boa permanência em boca e gostaram. Está por volta de R$ 80,00, o que não é ruim (custa por volta de USD 10,00 'lá'). Quando o bacalhau chegou ele já ia pelo fim, mas tínhamos o suficiente para degustar um pouco e contrastar com o segundo vinho, o Falcoaria Vinhas Velhas Fernão Pires 2016.

Falcoaria Vinhas Velhas é um 100% Fernão Pires com estágio em madeira. Sua cor impressionou bastante e bem as anfitriãs. Tínhamos ido ao Savegnago para comprar o Defesa quando, para minha surpresa, encontrei lá o esgotado em S. Carlos Falcoaria Vinhas Velhas. Voltei para a entrada, peguei o carrinho e puxei para dentro todas as garrafas, enquanto elas chamavam-me daquela música do Cazuza. Pow, eram apenas cinco... Sabia que o Ghidelli pediria pelo menos uma garrafa, de joelhos. Taí ao lado a uátizapi-mensagem que passei-lhe, ele perguntando se tinha sobrado alguma - doce ilusão... Bem, Falcoaria marcou-me um pouco melhor a boca, mas ainda discretamente. Enquanto a Renata falava do quanto tinha gostado das notas minerais, percebi a Dayane preparando-se para a cantada. Deu certo; acabei por deixar uma garrafa com elas, sob a promessa dela avisar-me se aparecesse mais alguma garrafa por lá, e sob o juramento (rs!) de que elas não pegariam tudo para si, como eu fizera umas poucas horas antes. A comparação que não quer calar é que Falcoaria é um vinho de 15 Euros 'lá', e aqui comprei a R$ 99,00. Lembre-se que Defesa é um vinho de USD 10,00 a R$ 80,00. Compra por compra, Defesa é até boa, mas Falcoaria é muito superior. E como vinho também atropela Defesa como o caminhão atropela o coiote naqueles desenhos do Papa-Léguas. E, ao fim e ao cabo - em demonstração de como sou  magnânimo - repassei duas garrafas para o Ghidelli, outro adorador desse vinho.

Ainda experimentamos um Cedro do Noval 2016, que já fez presença na confraria Noivas de Baco misturado a várias outras garrafas e desta vez pôde ser apreciado com mais tranquilidade e atenção. Consegui pegar um pouco de fruta no nariz, e na boca a boa acidez deixou uma marca leve. Novamente as meninas apreciaram-no com prazer. Tinha minha foto clássica dos vinhos lado a lado, mas convenhamos: a foto da Dayane, com a vista da área gourmet é muito mais poética. Fomos bebendo Noval devagar até o meio da tarde, eu desacelerando, e ao cair da noite voltei para S. Carlos. Escrevo esta postagem depois de ontem ter me reunido com outra confraria e ter constatado, para minha satisfação, que o nariz e paladar estão voltando. Não estão bons, mas antevejo que em breve poderei comemorar a completa recuperação com um vinho de verdade. Pode não ser na semana que vem, mas quem viver, verá... 😀



Thursday, April 21, 2022

Encontro Vinho e Turismo

Introito

Mais uma de bolsonésio

   bolsonésio concede perdão presidencial ao deputado pitbull Daniel Silveira após sua condenação por ameaças a ministros do Supremo Tribunal Federal - dentre outras ações bárbaras. Segundo o jurista Miguel Reale Júnior, é um ato inconstitucional. A lista presidencial de traições, desmandos e trambiques só faz crescer mas seu gado idiota continua apresentando desculpas para tudo. Não há investigações que provem algo, dizem. Mas desprezam a troca de 20 delegados Pratos-Feitos (não é Polícia Federal!) até o final do ano passado, sempre que alguma inspeção aproxima-se dele ou de seus filhotes. Tem que deixar roubar para ir atrás depois, dizem. Não acredita? Pois tenho essa resposta gravada em meu celular. Há uma semana Milton Ribeiro confessou com todas as letras receber 'pastores' que intermediavam verbas da educação por pedido direto de bolsonésio. Está gravado. Nem assim o Congresso discute a possibilidade de impeachment. Os PTelhos, principalmente, sempre gritaram Impeachment! por qualquer motivo - na maior parte das vezes, sem motivos(!) - e foi muito bom ver quando levaram uma medalha no peito e tiveram de ficar calados. Podemos nos vingar de todos daqueles que não nos dão atenção. As eleições estão vindo. Não se esqueça do que estão fazendo conosco. Em outubro, vamos dar-lhes o troco.

Encontro do grupo Vinho e Turismo

O grupo Vinho e Turismo, patrocinado pela Vinho e Ponto São Carlos e pela empresa Caminhos do Turismo reuniu-se na semana passada para degustar às cegas dois vinhos italianos. Capitaneados pelo Eduardo - e com pitacos deste Enochato - soubemos de saída que as cepas estavam confinadas a um universo de sete, devidamente apresentadas na preleção. Eu estava prejudicado - vide a postagem do Barbaresco, evento ocorrido um dia antes, e meu melhor palpite foi na cola do dulçor de um dos vinhos apontado pelo Gustavo. Não estava tão doce - para mim - e pensei ter sentido um toque de especiaria, o que excluiria a Primitivo de Manduria, de modo que chutei Montepulciano - era um Primitivo de Puglia... Acho que a boca estava mesmo muito torta... Chutei que outra uva seria Nero D'Avola - e acertei! 😎 - mas errei de vinho 😣; era o outro. Ou seja: chutei Nero D'Avola no Primitivo, e Montepulciano no Primitivo de Puglia...

 O Sei Corone Nero D'Avola 2020 é produzido pela Sibiliana. Se entendi corretamente, ela faz parte da Cantine Europa, cooperativa que engloba diversos viticultores. O sítio da Cantine diz que a marca Sibiliana é propriedade do grupo, sem maiores explicações. Os confrades apontaram diversas frutas - sem acertá-las, segundo a ficha técnica - mas sabemos que isso é um tanto difícil. No geral, gostaram. Degustamos também o Cavalieri Reali Primitivo de Puglia, aparentemente sem vintage. Seu produtor é a Terre Cevicco, outra cooperativa composta por produtores de uvas independentes e 20 vinícolas com área total cultivada de 7000 hectares. Similarmente à Cantine Europa, parecem produzir muitos vinhos e mudam os rótulos frequentemente, tanto que não encontrei nenhum deles à venda nos sítios dos produtores para comparar os preçcos. Os bebedores também gostaram dele, registrando fruta vermelha(?), e acho que até alguém acertou algum aroma, mas não anotei. Infelizmente minha situação calamitosa não me permitiu melhor análise dos vinhos, mas fica o depoimento dos demais bebedores que disseram ter apreciado ambos.

Causos

Quando menino, jogava futebol na rua em frente à casa da vovó - domiciliamos lá um tempo, enquanto meu pai passava um sobrado por cima da casa quase centenária onde morávamos. A regra de ouro - não escrita - era que, mesmo caindo com a testa na sarjeta, não se chorava. Gemer podia; chorar nunca. Era a testosterona começando a ganhar potência... De repente aparecia algum menino da vizinhança, filhinho de papai, querendo jogar e apitar ao mesmo tempo, pedindo faul pela mínima encostada que levasse ou não concordando com as regras, mesmo as mais óbvias. Bastava ser confrontado em seu desejo para mostrar o humor azedado. Às vezes dono da bola, ia-se embora (com ela, claro) ao sentir-se contrariado. Era o suficiente para ganhar a pecha de viadinho (sic). Note-se que não havia malícia envolvida; a alcunha dava-se mais pela associação ao Bambi, personagem Disney todo delicado, do que por qualquer afetação em si. Era época de censura, a própria sexualidade reprimida, e a questão de homoafetividade não passava por nossas cabeças nem manifestava-se na galhofa. Assim, o apelido era sinônimo de quem não sabia ou não aceitava perder, de quem tentava sublevar as regras estabelecidas. Vejam nosso detrator-mor: cansou a todos nós defendendo o indefensável - importadoras tubaronas, alguma onde ele supostamente trabalha - com argumentos fracos e repetitivos. Todos eles foram discutidos e contestados. De mais de uma forma, já que ele repetia argumentos esperando que a mera insistência os transformariam em verdades. Enquanto ele renovava as mesmas declarações eu apresentava novos contrapontos, nunca rebatidos. De uma das últimas vezes, pretendeu apontar uma suposta homofobia n'algum comentário meu. Claro, foi imediatamente rechaçado. Não satisfeito, disse que faria uma denúncia à plataforma. Mas não é muita viadice?! Seguramente o Blogger olhou mas nada demais encontrou no texto. Sequer fui notificado da calúnia. Tinha certeza que o caboclo seria um bolsonésio de carteirinha - disse que seu presidente tirou da miséria milhões de brasileiros, e bolsonésio fez isso, com a ajuda emergencial - mas a atitude é típica de um PTelho. Fica a dúvida de qual tendência ele é. Interessante é que manifestou-se diversas vezes e jamais disse o nome de seu presidente. Sabemos ser uma vergonha nomear qualquer um dos idiotas, portanto qual seja não é mesmo importante. Fecho a reflexão dizendo que a quem não sabe perder, não aceita as regras estabelecidas para um debate e reclama de tudo sem o menor motivo, podemos dizer xô, viadinho! sem a menor intenção em invocar qualquer sentimento de desafeição aos homoafetivos. Xô, viadinho!

Sunday, April 17, 2022

Barbaresco et al.

Introito

A ignorância tem  a idiotia por mão direita e a estupidez por mão esquerda.
Máxima  do Enochato

Passando por sintomas de covid longa, praticamente sem boca e nariz ativos, ficarei na impressão dos confrades nesta postagem, quando volto a beber após um período de afastamento. A semana foi agitada, e aqui mesmo no blog recebo mensagens de ode (não publicadas, claro) a lulalelé e bolsonésio. Ambos com argumentos idiotas e sem conexão com a realidade. Os argumentos dos PTralhas são os mais inacreditáveis. Para mim é duplamente vergonhoso, que sou de esquerda. Apenas não me misturo com idiotas. Como já disse, o cidadão de bem torna-se bandido quando associa-se a bandidos. É uma verdade óbvia e inescapável. PTralhas acreditam que lulalelé fez uma boa gestão do país. Bem, em seu primeiro ano de governo ele pagou R$ 145 bilhões de juros. O dado (do Senado) é oficial e está aqui. E o Fome Zero, quanto levou?
Este ministério teria como base inicial a estrutura física, de pessoal e orçamentária da Secretaria Executiva da Comunidade Solidária, que também era vinculada à Presidência da República e teve uma alocação de recursos mediante readequação do orçamento de R$ 1,8 bilhão para as ações em 2003, por ocasião da análise da relatoria do Projeto de Lei Orçamentária de 2003, na Câmara Federal.
   Também é dado oficial, e está na p. 58 do documento. Ou seja: foram pagos de juros 80 vezes mais recursos do que alocado ao Fome Zero. E idiota diz que lulalelé 'tirou o povo da miséria'. No total, lulalelé recebeu a herança maldita - dívida de 900 bilhões - e entregou a Dilma uma dívida de 1,73 trilhão. Como ele conseguiu isso? Dentre outras, convertendo nossa dívida externa - em dólas, com juros de 2% ao ano - para dívida interna, com juros de 26,5% em 2003 e caindo muito lentamente ao longo dos anos. Dilma só piorou tudo. Portanto, não! lulalelé não tirou o povo da miséria. Ele hipotecou o futuro desse povo e ainda jogou pela janela- direto no bolso dos banqueiros - o dinheiro captado na hipoteca.

   Vejamos mais um exemplo. A Petrobrás valia 310 bi de dólas em 2008. Ao final do governo Dilma, valia 19 bi, ou 1/15 avos do valor no pico. Entenda a Petrobrás como uma empresa de energia, não apenas uma petroleira. Ter bom valor de mercado é a condição para que ela possa capitalizar-se (por meio de ações e empréstimos) e encarar a concorrência a médio e longo prazos, garantindo nossa independência não apenas de energia mas principalmente com relação às outras empresas - estrangeiras - do mercado. Aí vem PTlho dizendo que a empresa precisa ser 'enquadrada' e posta a servir o povo brasileiro. Ora, o governo - qualquer um - que dê condições ao brasileiro de pagar o valor internacional do combustível por meio de seu salário, adotando políticas favorecedoras de emprego e renda em vez de propor a dilapidação de uma empresa que é nosso escudo contra o domínio internacional. Pulhas...



   Os comentários dos bolsonésios são de igual quilate em tolice e insensatez, mas eles têm a desculpa perfeita: são idiotas há menos tempo. Os PSDBelhos, claro, devem calar-se: são idiotas há mais de 20 anos.

Barbaresco et al.

Comentei que não estava bom de paladar e olfato. E não estava mesmo! No encontro da última quarta-feira começamos com o australiano Tempus Two 2015, corte Semillon e Sauvignon Blanc onde mal peguei algo cítrico na nariz, e nenhuma acidez em boca. Os confrades mostraram-se felizes com um nariz cheio de notas como pera, abacaxi e principalmente damasco (D. Neusa), boca com ótima acidez e boa persistência. Passei reto em tudo temendo mais ainda com o que viria... Levei um Barbaresco Fontanafredda 2015 aerado por duas horas e meia que agradou os bebedores. D. Neusa apontou toques animais - couro? - e o Ghidelli, comentou sobre tabaco/chocolate e boa madeira. Todos gostaram da persistência; a Elvira comentou que o conjunto agradava bastante. 

D. Neusa compareceu com um Margaux, La Dame de Malescot 2008, o segundo vinho do Château Malescot St. Exupéry, este um Terceiro Vinhedo da classificação de 1855. É um corte majoritariamente Cabernet Sauvignon e Merlot, com toques de Cabernet Franc e Petit Verdot. Chamou muito a atenção dos bebedores, que notaram um vinho com muita estrutura, frutas vermelhas e negras, especiaria, bons taninos, madeira presente mas integrada, ótima persistência. Também passei reto, não peguei quase nada. Colaborou para que me embriagasse um tanto mais, e só. Uma pena. A Elvira brindou-nos com um belo vinho de sobremesa: outra garrafa do produtor Pieropan, o Recioto La Colombare 2015. Esse vinho já foi comentado aqui. Também não consegui cafungar nenhuma nota mais precisa, mas seu dulçor finalmente deixou alguma marca mais característica na boca. Casou muito bem com a sobremesa - qual era, mesmo? 😱 -, uma torta excelente que o Ghidelli sabe muito bem onde compra, e eu nunca lembro-me o nome da loja. Finalmente consegui ficar feliz com algum vinho; Pieropan salvou a noite. A minha, pelo menos... Se não consegui transmitir minhas impressões dos vinhos ao estimado leitor, as manifestações dos confrades claramente os recomendam. O Barbaresco anda 'comprável' por aqui: cerca de R$ 200,00. O Tempus, não encontrei para conferir o preço. Os outros dois não são exatamente 'compráveis'. 

Sunday, April 10, 2022

Um país de pulhas - partes 1 e 2

Introito

‘Simplesmente companheiros’
(Alckmin, sobre sua união com Lulalelé)

   Não é linda a frase acimo? Agora quero ver onde se esconderão as viúvas do Alckmin. Os desmemoriados deveriam procurar na internet o que ele já falou sobre seu agora chefe (sic). Os idiotas dos seus eleitores estão dispensados. Mas a conversa não termina aí.
O que a gente defende é uma política diferente de preços que a Petrobrás está fazendo agora. O que a Petrobrás está fazendo, que foi implantado a partir de 2016 pelo governo Temer, é a política de paridade de preços internacionais. (sic)
Gleisi Hoffmann
Presidente do PT

  A entrevista está aqui. Ela diz que a Petrobrás extorque a população. Então por que simplesmente não quebrar o monopólio da empresa, permitindo que outras gigantes venham concorrer com ela? Aliás, o mesmo para telecomunicações, e fiquemos nesses dois exemplos.  Aliás aliás (sic), por que os PTelhos, 14 anos no poder, não 'domesticaram', não 'enquadraram' as estatais? O Grande Guia sugeriu que o brasileiro deveria mover o bundão à procura de taxas de juros menores nos bancos. Por que não usar o BB para baixar as taxas e forçar os banções a uma redução proporcional? Na Petro... bem... prefeririam saqueá-la a enquadrá-la. Recordemos os 100 milhões (de dólas) devolvidos por diversos diretores da empresa. Claro, os pulhas dirão que isso é uma narrativa...

   Costumava dizer (pré-Dilma) que eleitores PTralhas tinham uma grande vantagem sobre os PSDBelhos: eram idiotas havia menos tempo, daí que sua posição de tolice era desculpável. Não é possível estender o mesmo raciocínio a partidários bolsonésios: em menos de dois anos, desfez em escala industrial que os PTlhos levaram década para realizar. Pela concentração de (maus) resultados, é impossível desculpá-los. Essa 'gente' tem sangue nas mãos.

Uma sociedade de pulhas

   Pulha, em definição de dicionário, é indivíduo sem caráter; aquele que não tem dignidade; cafajeste’. É necessário gastarmos tempo com definições, já que idiotas a infestar a internet não dominam a língua pátria. Aqui mesmo temos um pulha autêntico. Em comentário pernicioso, tentou sugerir um flerte do blog com a homofobia. Claro, foi imediata e energicamente repelido: "Não sei onde o utente viu homofobia... possivelmente porque, ele mesmo homofóbico, procure aliados algures. Inclua-me fora dessa...". Insatisfeito, disse que havia comunicado a plataforma Blogger. Ora, o canalha tenta acusar-me do que ele é, recebe uma resposta contrária e, não satisfeito, pretende redefinir para outro campo jurídico a denúncia vazia. É de gente desse tipo (detratores), de PTlhos e de bolsonésios (quando não juntos e misturados na mesma suruba - no Congresso uniram forças em 349 pautas!) que o país está cheio. Pulhas.

   Não acaba por aí. Recebo de leitor do blog notícia dizendo que Empresários brasileiros transformam a paixão pelo vinho em negócios milionários. Portugal tem sido o principal alvo de seus investimentos, inclusive com a aquisição de diversas vinícolas aqui e ali. Sabe o que aconteceu? Não? Eu também não, mas arrisco que o preço do vinho pode subir - se já não subiu. Alguém comprou a Herdade dos Coelheiros. Não sei quando, mas vejamos a situação de um vinho desse produtor hoje.
   Coelheiros Tinto DOC 2018
   Preço aqui: R$ 244,93.
   Peço na Portugal Vineyards: R$56.77 (mais taxas, talvez dê uns R$ 65,00).
   Preço em Noviorque (PJ Wine): USD 15,00 (mais taxas, USD 16,50 x 5.5 = R$ 90,00).
   Comprovando (como se fosse necessário...)





   Então estamos combinados: fiquemos de olho e vamos acompanhar os preços. Se descer, relatarei no espaço (às vezes a-do-ro uma ambiguidade... 🤣).  Observemos com ênfase que empresários - brasileiros e de quaisquer outros países - têm todo o direito de diversificar seus investimentos e trazerem sua expertise a ramos que atualmente parecem comandados por autênticos amadores, aplicando regras simples de produtividade e escala aos negócios. À sociedade, cabe a vigilância. E a certeza de que se nos deixarmos enganar, os pulhas seremos nós mesmos, e não os novos investidores. Como cidadãos, devemos suprir os empresários da certeza de que os ajudaremos a enfiar seus negócios no meio das suas taças antes de sermos exploradores por eles.
   Aliás, para mostrar que nada tenho contra a Mistral, atual importadora da Herdade dos Coelheiros, segue mais esta comparação entre preços 'cá' e 'lá' de outra importadora:
   Carm tinto Reserva
   Preço aqui: R$ 282,00
   Preço na Portugal Vineyards: R$71,12 (mais taxas, talvez dê uns R$ 81,08).



   Ornelaia 2017
   Preço 'lá' (média Wine Searcher) = USD 200,00, aprox. R$ 1.100,00
   Preço 'cá', R$ 4,007,00. Se disser que falou com o Enochato, acho que fazem 4 mil redondo. Também desnecessário dizer que nada tenho contra a World Wine, mas sim contra a margem de preços praticada por ela, que considero alta demais. Outras importadoras praticam margens bem menores. O blog está repleto de informações sobre quem são elas. Faça sua parte, leia. Particularmente, compro vinhos de quem pratica margens mais baixas. O cidadão, antes de tudo, é livre para escolher.




Sunday, April 3, 2022

O ‘Prestígio’ de Doria

Introito

Todo  truque  de  mágica  consiste  em  três partes ou atos. A primeira parte chama-se ‘A Promessa’. O mágico mostra algo comum. Um maço de cartas, um pássaro ou um homem. Ele mostra um objeto. Talvez  peça que o inspecionem  e  vejam  que  é de verdade. Mas,  é claro, provavelmente não é. O segundo ato chama-se ‘A Virada’. O mágico pega  o  objeto  comum  e  o  transforma  em  algo  extraordinário.  Você  está procurando  o  segredo,  mas  não  vai  encontrar.  Porque  não  está  realmente olhando.  Você  não  quer  saber,  na  verdade.  Você  quer  ser  enganado.  Mas ainda não  aplaude porque  fazer algo  desaparecer não  é o  suficiente. É preciso trazê-lo de volta.  Por  isso,  todo truque de  mágica tem um terceiro ato. A parte mais difícil. A parte que chamamos de ‘O Prestígio’. Locução introdutória do filme O Grande Truque (The Prestige), 2006.
   Ainda: quem já assistiu algumas partidas de futebol americano talvez tenha notado uma tática muito sutil. Quando um time está com a posse da oval (não chame aquilo de bola! - rs), precisa dar a saída e está em um aperto tático, os jogadores fazem toda aquela cena para a saída, provocam grande tensão e, a dado momento, a sugestão do recuo da oval - sua mera sugestão! - leva todo o time adversário a precipitar-se na saída de sua posição queimando a jogada. O preparo da jogada que precede a burla é a parte mais difícil. É ‘Prestígio’ como citado acima. Doria fez exatamente o mesmo nestes últimos dias. Com seu jogo de cena não apenas desarticulou Moro, como fê-lo embananar-se de vez. Lembro-me de quando era criança e nos reuníamos para jogar futebol. Sempre tinha um menino mimado na turma: reclamava de tudo, não aceitava as regras e ainda queria apitar o jogo. Se era o dono da bola e sentia-se contrariado em seus desejos, levava-a embora na frente de todos - o que bastava (e precisaria mais?!) para que o chamássemos de viadinho (sic). Assim ficamos na disputa eleitoral: além dos dois principais candidatos sobraram um tolo, um viadinho e um energúmeno. E o energúmeno está em terceiro, agora! Percebeu o tamanho do buraco? Lula tem a senha certa para eleger-se: basta dizer que vai colocar bolsonésio na cadeia pela sua atuação criminosa na pandemia. E sequer precisará procurar outros motivos; esse já bastará. 

Corton

Enquanto recupero-me dos sintomas mais graves de uma Covid longa - o que quer que seja isso - abusarei da indulgência do leitor e recobrarei outra degustação passada. Aconteceu no mesmo aniversário do Mon Aieul - foi uma ótima noite... e ainda teve outros. 

Corton é uma AoC em  Côte de Beaune, na Borgonha, erguida em torno da montanha do mesmo nome. Parece que inicialmente plantavam-se apenas uvas tintas, mas por ordem e graça de Carlos Magno - o Charlemagne - uma colina foi coberta com uvas brancas para que o vinho produzido ali não manchasse de vermelho suas barbas igualmente brancas. Esse trecho ficou conhecido como Corton-Charlemagne. Os tintos são bastante tânicos, como também o são aqueles de Pommard, região de onde já bebi um ótimo, o Clos des Epeneaux Monopole, Domaine du Comte Armand 2005, que destroçou um Sassicaia. Teve detrator insinuando que o Sassicaia estivesse estragado. Não leu a postagem, claro, pois descrevi este último assim: É um bom vinho: equilibrado, acidez média, bons taninos... Impressionou pela qualidade, porque é bom, e decepcionou pelo preço... Recobrando, talvez pudesse dizer que Sassicaia é um tanto delicado para brigar com um Borgonha, mas acho que a declaração não se aplica bem. Vinhões brigam com vinhões. Se Sassicaia não brigou, é porque falta-lhe. De Conton bebi mais recentemente o Grand Cru "Le Gognet" 1999 do Bertrand Ambroise. Airei por umas 5 horas - tinha quase 20 anos... - e faltou ar... Isso dá ao leitor uma ideia da potência desses vinhos.

Corton 'Clos des Cortons' Faiveley 2012


O que o Akira trouxe para meu aniversário de 2018 foi o Corton 'Clos des Cortons' Faiveley 2012, um monopólio do grande produtor Faiveley. Olhei para ele surpreso, perguntando se não era um tanto novo - naquele momento ninguém imaginava o quanto! - e recebi a resposta: Nunca bebemos um Borgonha novo... alguma hora teríamos que experimentar... Ele havia erado o vinho por umas 4 horas, e quando chegou deixamos para o final. Foram cerca de 7 horas de aeração, portanto. Achei pouco comunicável; boca onde o carvalho ainda não se afinara com os taninos misturados a uma massa de frutas a fazer os olhos arregalarem. Não tinha a graça de um Borgonha em seu bom momento, embora a acidez fosse muito presente. Mesmo com boa persistência, o conjunto da obra destoava um tanto. Acho que o Akira surpreendeu-se também. Vários outros Borgonhas - mesmo Grand Crus - podem estar mais prontos para degustação ainda jovens. Lembrando-se, claro, de que Borgonhas são tidos como vinhos de três idades, por envelhecerem bem, e suas características vão-se alterando com o passar do tempo. Experimentar um Borgonha de boa qualidade em sua juventude é uma experiência interessante sim. Fizemos certa vez, com comentários por Don Flavitxo, e está aqui. Mas não dá prazer isso um Corton...

Friday, April 1, 2022

DHMO: isso ainda vai matar você

Introito

Novamente as pessoas focam o olhar na direção errada. Enquanto o assunto do momento continua sendo a guerra na Ucrânia - cadê a Covid? -, tema já discutido aqui à exaustão, a mídia nacional e internacional deixa passar ao largo um comunicado da Unric, órgão ligado à ONU, a nos alertar sobre a questão do monóxido de di-hidrogênio (DHMO da sigla em inglês). Essa substância, componente da chuva ácida, associada fortemente ao efeito estufa, foi encontrada em tumores de pacientes terminais com câncer. Fato: enquanto procuramos melhorar nossas defesas imunológicas com antioxidantes, o DHMO alimenta a oxidação das células (e muitas outras coisas mais...), motivo pelo qual (somando tudo!) deve ser considerada uma substância tóxica à saúde humana. Por isso a chamada da postagem: DHMO ainda vai matar você. Mas sabe o pior de tudo? Nossos encanamentos estão cheios disso! Foi falácia completa a proposta, há 60 anos, de trocarmos as tubulações de chumbo por PVC. De nada adiantou! Somos nossas escolhas. As eleições estão vindo. À despeito das surpresas políticas de hoje - o tempo provará que são menores - escolher deputados, senadores e governadores bem preparados para tomar decisões difíceis será mais importante do que a escolha do presidente. Um presidente idiota perante um bom congresso não passará (sic), enquanto um presidente idiota perante um congresso mambembe proporcionará mais um round de explícito mensalão, cujo novo nome é Orçamento Secreto. Por outro lado, somente um presidente e um congresso capacitados nos tirarão da beira do abismo onde estamos. As cartas estão aí, na mesa, viradas para cima. Não tem xadrez eleitoral algum. É Rouba Monte, como já comentado - até o nome combina com a intenção de alguns muitos (sic). O idiota do turno disse que na eleição teremos a luta do bem contra o mal. Grande verdade. Só precisamos fazer o bem chegar ao segundo turno.

Memórias...

Ainda sem poder beber sem estragar o vinho (rs), abuso novamente do leitor e recobro um vinho não postado. Foi degustado em um jantar dois dias depois do meu níver, em novembro de '18. Quando lembro-me dele recobro que bebi um dos melhores vinhos da minha vida. Um dos 10 melhores. Não... um dos 20... Bem... talvez um dos 10... O eleitor decidirá! 😁

O Domaine Pierre Usseglio é uma empresa familiar fundada em 1948 por um italiano(!), Francis Usseglio, que na verdade queria vir para a América do Sul mas tomou o trem errado 🤣 e foi parar em Châteauneuf-du-Pape. Foi nas mãos de seu filho, Pierre, que o Domaine foi aumentado e ganhou fama. Não produzem uma gama tão grande de vinhos, mas existe alguma diversificação. Experimentei o Domaine Pierre Usseglio et Fils Chateauneuf-du-Pape Cuvee de Mon Aieul 2003. Para minha completa surpresa, parece ser um 100% Grenache. Não que um CdP 100% Grenache seja surpresa, mas surpreendeu que esse fosse. Voltando e falando sério: esse vinho impressionou pela potência no nariz e na boca. Lembro que além de empestear impregnar o ambiente do restaurante a ponto das mesas próximas olharem, eram camadas de frutas misturadas com couro, café, fumo. No nariz, a primeira impressão evocava um charuto boiando na bebida. Não qualquer charuto, mas um cubano, e dos bons, como aqueles que o Renê fuma e sempre me oferece uma degustação nasal antes. O que torna esse vinho tão bom é que a boca acompanha o nariz à altura e sem favor desse articulista. Quando o Jacimon recorda-se de um vinho grandioso, menciona-o também: novamente camadas de fruta misturadas a chocolate, tostado e café, com ótimos taninos, acidez muito agradável, taninos já domados (15 anos, à época), persistência e retrogosto espetaculares. Pareceu novo, creio que mesmo hoje a safra deva permanecer em seu auge. Já tentei conseguir outra garrafa, adoraria partilhar com confrades diferentes. É mais um daqueles exemplos de vinho que o bebedor não tem dúvida ao distinguir certas características que aporta; elas ficam muito óbvias. Essa é a diferença ente beber vinhos mais simples e grandes vinhos: nos primeiros - principalmente para os deficientes nasais - temos, ainda que razoavelmente reconhecíveis, sugestões disso e daquilo; nos últimos, as características estão de fato marcadas. Um motivo para que, mesmo em confraria, ousemos beber pelo menos duas taças de bons vinhos para experiências que podem ficar acima do convencional. Paguei por ele cerca de R$ 160,00 (na época... USD 80,00 dólas), valor em Real impensável hoje: lá fora está cerca de USD 150,00. E tem muito pouco disponível. Safras mais novas são um tanto mais baratas...