Saturday, April 23, 2022

Bacalhau de Páscoa atrasado mas não falhado (sic!)

Introito

A família bolsonésia teve um choque de realidade nos últimos dias. Sábado passado papá bolsonésio levou vaia em plena Vila Belmiro. O vídeo é impróprio para menores, e não apenas pelo que se escuta, mas também pela gesticulação dos populares. Nestes feriados, um de seus filhotes foi vaiado durante os desfiles de Carnaval no Rio de Janeiro. Está cada vez mais difícil essa família locomover-se sem tomar xingos - note que a fase das vaias e críticas ficou muito para trás. O último ato de seu governo burlesco foi o perdão presidencial ao Silveira, outra (de muitas) afronta à Constituição. Tudo isso acontece sob o mais completo silêncio de todos, absolutamente todos, os partidos de oposição. Contra o idiota do FHC, PTelhos bradavam Impeachment! a qualquer passo mal dado do tucano. Demorou, mas - gostei! - tomaram uma medalha na proa quando menos esperavam e Dilma - a tola - teve seu segundo mandato encerrado para a felicidade geral e em estar da nação. Tentaram então impeachment contra Temer - para não perder o hábito - mas contra bolsonésio não ouvimos um único e solitário brado. Precisamos nos lembrar disso, e dar o troco nesses pulhas. As eleições estão chegando.

Bacalhau com as vestais

Na sexta-feira passada rolou um bacalhau-de-inauguração no apê das Vestais Dayane (direita) e Renata. Lá foi este Enochato para Araraquara devidamente armado com um tintinho e um branquinho nojentos. Ainda visitamos o Savegnago ao lado do apê das meninas, onde encontrei algumas garrafas do esgotado em S. Carlos - e meu branquinho nojento do dia - Falcoaria Vinhas Velhas. Lá ainda indiquei para elas o Vinha da Defesa branco, imediatamente adquirido para início dos trabalhos. Produzido pela Esporão, já experimentei diversas garrafas do branco e do tinto, há muito tempo. Aconteceu da importadora Qualimpor subir seus preços além das altas do dolá, há mais de10 anos. Neeeeext! Rindo: qualé; dono de importadora tubarona se acha o Clark Gable? O Alain Delon? O Brad Pit, para prover sentido aos mais jovens? Bem, preciso dizer-lhes - com a mesma tranquilidade que os chamo de assaltantes do bolso do consumidor - que não são. E se fossem da minha parte não faria diferença, que não misturo estação. Ademais, isso 'prova' que nada tenho contra as importadoras tubaronas, mas sim contra seus preços. O preço ficou bom para um vinho que gosto, ele volta ao cardápio.

Para minha surpresa, apesar dos sentidos ainda comprometidos cheguei a notar toques cítricos e algo floral no nariz mas logo a fuça estava congestionada. Vinha da Defesa branco é um corte de Arinto, Roupeiro, Antão Vaz onde não peguei muita acidez, mas sei que tem alguma - nova demonstração da boca ainda deixando a desejar. Não lembro se a Dayane ou a Renata identificaram alguma nota específica, mas acharam que tinha boa permanência em boca e gostaram. Está por volta de R$ 80,00, o que não é ruim (custa por volta de USD 10,00 'lá'). Quando o bacalhau chegou ele já ia pelo fim, mas tínhamos o suficiente para degustar um pouco e contrastar com o segundo vinho, o Falcoaria Vinhas Velhas Fernão Pires 2016.

Falcoaria Vinhas Velhas é um 100% Fernão Pires com estágio em madeira. Sua cor impressionou bastante e bem as anfitriãs. Tínhamos ido ao Savegnago para comprar o Defesa quando, para minha surpresa, encontrei lá o esgotado em S. Carlos Falcoaria Vinhas Velhas. Voltei para a entrada, peguei o carrinho e puxei para dentro todas as garrafas, enquanto elas chamavam-me daquela música do Cazuza. Pow, eram apenas cinco... Sabia que o Ghidelli pediria pelo menos uma garrafa, de joelhos. Taí ao lado a uátizapi-mensagem que passei-lhe, ele perguntando se tinha sobrado alguma - doce ilusão... Bem, Falcoaria marcou-me um pouco melhor a boca, mas ainda discretamente. Enquanto a Renata falava do quanto tinha gostado das notas minerais, percebi a Dayane preparando-se para a cantada. Deu certo; acabei por deixar uma garrafa com elas, sob a promessa dela avisar-me se aparecesse mais alguma garrafa por lá, e sob o juramento (rs!) de que elas não pegariam tudo para si, como eu fizera umas poucas horas antes. A comparação que não quer calar é que Falcoaria é um vinho de 15 Euros 'lá', e aqui comprei a R$ 99,00. Lembre-se que Defesa é um vinho de USD 10,00 a R$ 80,00. Compra por compra, Defesa é até boa, mas Falcoaria é muito superior. E como vinho também atropela Defesa como o caminhão atropela o coiote naqueles desenhos do Papa-Léguas. E, ao fim e ao cabo - em demonstração de como sou  magnânimo - repassei duas garrafas para o Ghidelli, outro adorador desse vinho.

Ainda experimentamos um Cedro do Noval 2016, que já fez presença na confraria Noivas de Baco misturado a várias outras garrafas e desta vez pôde ser apreciado com mais tranquilidade e atenção. Consegui pegar um pouco de fruta no nariz, e na boca a boa acidez deixou uma marca leve. Novamente as meninas apreciaram-no com prazer. Tinha minha foto clássica dos vinhos lado a lado, mas convenhamos: a foto da Dayane, com a vista da área gourmet é muito mais poética. Fomos bebendo Noval devagar até o meio da tarde, eu desacelerando, e ao cair da noite voltei para S. Carlos. Escrevo esta postagem depois de ontem ter me reunido com outra confraria e ter constatado, para minha satisfação, que o nariz e paladar estão voltando. Não estão bons, mas antevejo que em breve poderei comemorar a completa recuperação com um vinho de verdade. Pode não ser na semana que vem, mas quem viver, verá... 😀



No comments:

Post a Comment