Saturday, November 5, 2022

Escarnecendo bolsonésio

Introito


Volta e meia róllywood brinda-nos com filmes cujos títulos trazem um verbo e o personagem. Finding Forrester (2000) aborda o improvável relacionamento intelectual entre um jovem estudante do equivalente ao nosso segundo grau e um escritor ganhador do Pulitzer em sua primeira obra após este isolar-se no ostracismo por mais de 20 anos em plena cidade grande, mantendo contato somente com seu agente literário. Copying Beethoven (2006) narra de maneira fictícia a semana que precede a primeira execução da Nona Sinfonia conduzida pelo Ludwig em pessoa, às voltas com a surdez adiantada e seu pouco respeito pela assistente designada para auxiliá-lo na tarefa. Assim, de saída explico o título da postagem e pago respeito ao atropelamento acidental do minto pelo seu oponente. Sim, acidental. Podemos dizer que bolsonésio perdeu para a própria incompetência - sequer conseguiu o empate... 😣 - o que torna a situação mais feia que um Goytacaz e Madureira em dia de chuva com neblina. Possuidor da máquina pública - assim como o Andrada na prefeitura de São Paulo, espirrado em primeiro turno do cargo - e da impressora de cédulas, não conseguiu compensar a avalanche de asneiras com as quais soterrou os brasileiros nos últimos três anos e meio. A estas alturas muito já se falou sobre sua derrota, mas minha reflexão parece ter passado despercebida nos meios que acompanho. Aliás, o crédito da figura de abertura está aqui.

Vamos ao meu ponto. Nossos pseudo-líderes - ou pior, nossos pretensos pseudo-estadistas - parecem cometer um erro a cada passo na hora de governar. Os PSDBelhos poderiam ter-nos livrado dos PTlhos quando estourou o mensalão. Acharam que poderiam vencer nas urnas, distantes dois anos. Nabo. Lulalelé acreditou ter ascendência sobre a anta de asas (sic) que escolheu para sucedê-lo; ela esquentaria a cadeira para sua volta, após quatro anos. Nabo. A idiotia da Suprema Comandanta (sic) não permitiu-lha (sic) ver o buraco que cavou, nem perceber ter-se enfiado lá dentro e estar lá de baixo trazendo a terra sobre si mesma com uma enxada. Nabo. Do mesmo modo e imerso na mais pura ilusão da realidade, Bolsonésio acreditou-se o Gênio da Nação ao reviver lulalelé, quando centraria sobre si mesmo as esperanças e aspirações dos brasileiros de bem em ver-se livres da quadrilha a muita custa expulsa do governo em situação política ímpar na nossa história. Ganhou o quê? Nabo! Aliás, percebeu, ó leitor, que o nabo rolou para toda essa gente mas no final o que sobrou para nós, o populacho, foi a melancia? Ao final, bolsonésio desinformou, mentiu, trapaceou ao renegar promessas de campanha e conspirou contra as instituições. Foi hábil em manipular uma parcela da população, crente em suas habilidades inexistentes. Bem, a vocação de iludir seu gado ao melhor estilo do flautista de Hamelin não pode ser contestada... Lulalelé seguramente não cometerá esse erro grotesco; talvez não seja honesto, mas seguramente é esperto. Fonte da imagem aqui.

Ao fim, de todos os cenários de sua derrota, concedeu-nos o destino o que fosse mais benéfico: perdeu lá por 1% - bem feito! - o que coloca lulalelé numa posição de alerta vermelho desde já. As mesmas cobras que ele está reunindo em seu covil de comparsas não hesitarão em atirá-lo às águias se o governo começar a fazer água. Quem (sobre)viver, verá...

Comemoração de aniversário I

Por ocasião de meu aniversário (31), reuni alguns grupos antes e depois da data. Este evento aconteceu com a confraria Paduca e respectivas: Pa(ulão) na foto, Eva, Dona Cláudia, este Enochato e Du(ílio). Recebi-os com o Bacio Della Luna Cuvée Brut. Com seu jeitinho cítrico (rs!) encantou a todos. É fácil de beber, apesar de 'brut' não é nervosão, tem um toque quase doce com acidez média e um pouco de persistência, conjunto que agrada sem fazer força. Infelizmente está esgotado na importadora - Enoeventos - mas é um produto que vale a pena manter na memória para futuras compras. Claro que o senso crítico - e o Wine Searcher - são ferramentas obrigatórias quando o assunto é comprar vinhos. 

Depois servi duas garrafas às cegas. Foi divertido ver o Duílio fazendo as contas (rs), descartando o serviço de um vinho melhor em primeiro lugar e dessa maneira concluindo que o segundo era melhor. Já o Paulão foi categórico e disse preferir o segundo, por mais complexo. Cedro do Noval (2016) é um vinho que comprei a rodo em várias safras, e venho bebendo uma ou outra garrafa para deleite próprio ou para mostrar para as pessoas. Em 'promo' (próximo a R$ 100,00) constitui-se em ótima opção; no preço regular (R$ 160,00) é apenas mais uma tubaronice dessas que inundam o mercado. Recuse. O Cedrinho é sempre aquilo: fruta generosa, especiaria e algum outro toque constituindo bom nariz; boa acidez, taninos presentes e já arredondados, uma persistência e final até legais, para um vinho de entrada na faixa de USD 10,00. Quer algo melhor? Precisa dobrar a faixa de preço (lá), aí encontra fácil. Depois chegou um Quinta do Noval Touriga Nacional 2017. É assim: no princípio... no princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus... não! 😲, isso é João (1:1); estamos no vinho... no princípio os Noval começavam com o valente Cedro e pulava para o Quinta do Noval, que não trazia no rótulo 'Reserva' mas era considerado como tal. Depois é que o 'Reserva' apareceu no rótulo. Suspeito - não sou especialista - que quando apareceu o Reserva chegou também a linha intermediária Quinta do Noval (não reserva), mas só vim a conhecer depois. Estagia 10 meses em carvalho, assim como o Cedro, contra 12 meses dos Reserva. Mas voltando, o Touriga Nacional tem muito mais corpo e nariz mais marcante e poderoso, com uma massa de frutas um tanto misturada e 'dura'. Está fechado, e precisa de mais algum tempo em garrafa, embora apresente suas qualidades. Boca com tanino um tanto amarrado, ótima acidez, traço da madeira mais marcado, álcool nem tão saliente, constitui um conjunto com várias arestas, indicativo final de não estar pronto. O Wine Searcher (consultei antes!) indica como janela de beberagem (sic! rs!) 2021-2036. O '36 não sei, mas esse '21 está claramente errado... Tá, bocas-tortas podem bebê-lo e sair dizendo que é um vinho potente. Engana bem. Mas se você tem algum Noval dessa linha, nessa safra (que aliás é excelente!), fie-se neste Enochato e segure mais alguns anos. Se desafiar minha opinião, bem... deixe a sua aqui; agradeço antecipadamente. É um vinho de USD 40,00 nos EUA, embora esteja a cerca de USD 22 em alguns países europeus (não encontrei essa safra em Portugal). Dá uma boa diferença ao cruzar o Atlântico... Mas considerando o preço em Portugal, é aquilo: dobrou o valor (compare com o Cedro), melhorou em muito a qualidade. Aqui, se encontrar em 'promo' a R$ 160,00, considerando USD 22,00 x R$ 5,00 = R$ 110,00 o preço 'lá', percebemos que vale a pena.





5 comments:

  1. Os vinhos da Quinta do Noval são sempre bons, mas este espumante é muito fraco. Comprei por sugestão sua e me arrependi.
    Sds,
    Dionísio

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    1. Olá, Dionísio, obrigado pela leitura. Busquei uma declaração minha sobre esse espumante:
      ...acidez média, boca mais ou menos simples - se você compara com Xampas - boa perlage, sempre no sentido de que, ao contrário de muitos espumantes brasileiros, sua boca não estufa de tanto gás ao menor gole.

      Reputo que, para o descrito acima, dá para o gasto. É melhor do que nacionais até mais caros. E está declarado que é simples comparado a xampas. Se faltou alguma dica, eu gostaria de saber onde falhei.

      obrigado!
      Eono

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    2. Aliás, a postagem está aqui, https://oenochato.blogspot.com/2022/01/esbornias-de-fim-de-ano-i-e-estupidez.html

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  2. É que você falou bem do espumante e eu acreditei. Comprou de caixa. Falou que é melhor que qualquer nacional. Você deve estar comparando com estes feitos a mutirão. Compare com um Adolfo Lona, Máximo Boschi, Geisse, Vallontano etc. São muito melhores. Este que você comprou de caixa é sem expressão e tem muito açúcar residual. Tem Franciacorta pelo mesmo preço, ou um pouco mais caro, no Brasil, mas muito melhor. Isso sem falar nos Cavas.

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    1. Entendi seu ponto. Mas falei, copiando e colando o texto novamente para dirimir dúvidas, que
      ...ao contrário de muitos espumantes brasileiros, sua boca não estufa de tanto gás ao menor gole.

      Acho que não disse, textualmente, ser melhor que qualquer nacional. E sobre o açúcar, embora não precisamente sobre o açúcar residual, há na mesma postagem um comentário assim:
      Já havia provado o Blanc de Blancs, que achei legal - o travo um tanto doce para um Extra Dry chocou-me um pouco - mas todo mundo gostou. Eu é que devo estar errado... bem, achei que poderia apostar algumas garrafas desta outra opção.... Então a questão de algum adocicado estava levantada ainda que de maneira geral, confere?

      Efetivamente não acompanho muito espumantes, comprando esses mais simples para brindar com amigos e amigas que não fazem questão de produtos exclusivos. E o que chega aqui em S. Carlos está bem acima dos R$ 60,00 pagos na promo pelo Bacio. Claro que prestarei mais atenção em Franciacortas e Cavas, sugestões que agradeço.

      []s,
      Oeno

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