Tuesday, November 20, 2012

Noite espanhola e um amarelo...

   Quem lembra de uma postagem anterior, aquela do Xabec? Ninguém, aposto. Bem, eu havia comentado sobre uma provocação envolvendo espanhóis a título de comparar a tão falada relação custo x benefício. Por voltas que o mundo dá - e canalhas que não comparecem quando chamados à obrigação, dentre outras coisas - acabou acontecendo apenas agora. A ideia original era "O Clos de Torribas no contexto dos espanhóis da Grand Cru". Acabou não sendo exatamente assim; foi melhor:

O contexto dos espanhóis de baixo custo

   Surpreendentemente, alguns espanhóis estão chegando ao país a preços razoáveis, se comparados com o respectivo custo no país de origem ou nos EUA. O primeiro a chamar-me a atenção foi o amigo Renê, frequentador assíduo da Grand Cru de Campinas. Eu não sabia disso, e ele só contou-me após o terceiro vinho dele deixar o meu chileninho básico/argentininho básico - na mesma faixa de preço, claro - servindo-se da poeira dos Embocaderos, Casajus e outros da mesma leva - apesar de um pouco descaracterizados (na minha opinião), ainda são melhores que os similares sul americanos aos quais eu estava acostumado.
   Então, após experimentar os primeiros espanhóis, comecei a prestar mais atenção nos vinhos da península. Sim, já estava algo íntimo de alguns portugueses, mas apenas apenas de uns poucos. E, no final de 2011, fiz uma compra bem sortida de diversos vinhos da Grad Cru, evitando os já conhecidos. O comentário geral sobre os primeiros que provei, como mencionado no início do texto, está aqui. A um dado momento, chegou a oportunidade de experimentar espanhóis entre si, para um tira-teima. Vejamos o time:

Clos de Torribas 2007, Penedés, Milcampos 2009, Ribera del Duero, Don Román 2008, Rioja, Artero 2008, La Mancha. Portanto, uma boa mistura de regiões, embora a cepa predominante fosse a Tempranillo. Ao fundo, o amigo Akira.

   É bom frisar que a degustação foi realizada às cegas, cada vinho em um decantador. Tirando este que vos escreve, e sabia quem era quem - sabia até confundir tudo, evidentemente - os demais participantes foram o Akira, o FHV (não confundir com FHC; este é o Flávio Henrique Vinhobão) e o casal Endrigo e Vânia. Aliás, o Endrigo foi o responsável por elaborar um escore final compilando as notas de cada participante.
   O melhor vinho do encontro acabou sendo o Clos de Torribas, pelo qual paguei R$ 19,90 em uma promoção. Seu preço normal está na casa dos R$ 36,00, onde parece-me já um pouco caro. O segundo vinho foi o Don Román, com preço em R$ 38,00. Na minha opinião, o melhor; isso faz acender a luz amarela para o Torribas no quesito custo. Em terceiro, tecnicamente empatado com o D. Román, veio o Artero. Pelo custo, R$ 56,00, fica mais do que justificada sua terceira posição. A baixa acabou sendo o Milcampos, que amarelou, literalmente. Estava passado - mais na boca do que no nariz, e acabou desclassificado. R$ 49,00 jogados no lixo. Quem conhece - eu, dentre eles - puxou a "memória enofílica" (sic) e comentou que não teria potência para encarar os presentes. Pelo preço, então... No mais, quem participou pôde experimentar um festival de ótima qualidade pelo preço nominal. Difícil encontrar similares para bater os dois primeiros, embora o português Cicônia pudesse fazer boa presença. Mas a noite era espanhola.

Conclusão

   A ideia inicial era comparar vinhos em uma faixa mais estreita de preços, considerando-se os valores normais dos produtos. Contudo, os aumentos da Grand Cru, elevando o Sabor Real Joven (assim mesmo, com "n") de R$ 38,00 para R$ 46,00, e o Sabor Real Vinhas Centenárias de R$ 48,00 para R$ 58,00, acabou estragando um pouco a proposta original. Estes dois entrariam bem em uma composição de valores de R$ 35,00 a R$ 50,00, mais ou menos, e justificariam mais a proposta de analisar o Clos de Torribas no contexto dos espanhóis da Grand Cru, já que entrariam, assim, três vinhos dessa importadora. Daí que entra um, sai outro, ficou como ficou (sic); bom da mesma maneira e todos prontos para a próxima.

PS: levei um "carco" da turma por não interpretar direito o escore do Endrigo. O primeiro vinho, na opinião geral, foi o... Don Román! Depois, empatados, o Clos de Torribas e o Artero. Bem, viva! O meu preferido realmente ganhou...

1 comment:

  1. Bem, deixe-me dar um cargo também...rsrs. Na verdade, o Don Román foi o que teve a maior somatória dos 5 participantes, não o vencedor na opinião geral. Eu votei no Artero, seguido de perto pelo Torribinha e Don Román.
    Abração,
    Flavio

    ReplyDelete