Sunday, June 27, 2021

Um comentário suplementar sobre a última postagem

Introito

   A última postagem discorreu sobre o Château Peyrabon 2013. Há algum tempo, havia degustado com a Confraria Noivas de Baco o Château Peyrabon 2015. Voltei à primeira experiência após a segunda postagem, e comparei uma com outra. Algumas impressões foram na mesma direção! Parece que uma ligeira decepção com a safra de 2013 ficou patente, mais calcada na falta de 'presença' e de certa maneira na ligeireza (sic! rs!) da safra 2013. Por isso volto ao tema. Comparar safras já é algo pouco usual. Comparar safras tão díspares torna-se, às vezes, experiência merecedora de olhar mais atento.

Qualidade de safras

   O ordenamento das safras ano após ano normalmente é apresentada em forma de tabelas, elaboradas por instituições regionais de diversos países, que normalmente comunicam a qualidade das safras locais, ou avaliadores que apresentam uma classificação mais geral. Vejamos algumas destas últimas: Decanter, Wine Enthusiast, Robert Parker, Wine Spectator. Particularmente utilizo a última, mais pela facilidade de acesso. Se o leitor comparar todas, verá que na média apresentam resultados bem parecidos. Algumas podem esmiuçar mais regiões peculiares, mas as macro-regiões estão todas representadas. Portanto, qualquer uma é boa. Principalmente para o leitor iniciante, que é, notadamente, o público alvo deste blog.

As safras de Peyrabon no Brasil

   Uma rápida pesquisa indicou as seguintes safras disponíveis ou já comercializadas no Brasil:
   2013: é a safra importada pelo Grupo Verdemar, disponível nos supermercados da rede e no Savegnago na região de S. Carlos.
   2014: encontrada na E-Vino, esgotada. Já vi na importadora Chez France também.
   2015: encontrada na Vinho e Ponto, a importadora que alega ter vinhos exclusivos (risos). Esgotada no sítio do importador, mas disponível na loja de S. Carlos.
   2016: encontrada na importadora Chez France, que ja trouxe outras safras, como mencionado.

   Vejamos a qualidade dessas safras, segundo a  Wine Spectator:
   2013: 84 😞
   2014: 93
   2015: 94
   2016: 97 😱
   Nessa classificação, devemos entender a qualidade das safras como 80-84: boa; 85-89: muito boa;  90-94: excelente. Portanto, a pior safra estava entre o limite de boa para muito boa. Apenas foi de longe a pior do século, naquela região.

   Acompanhemos o nível de álcool de cada safra, segundo o sítio dos vendedores:
   2013: 12,5% (não consta no sítio, mas é a safra que tenho e leio direto da garrafa).
   2014: 13,5%
   2015: 13%
   2016: 13%

   Vemos que de fato a safra 2013 foi prejudicada, apresentando um nível de álcool mais baixo. Dá para entender que a acidez tenha saído um tanto inferior, também. Se o internauta está considerando esse 0,5% pouca coisa... bom... certo, não tem muito a ver, (leia atentamente a matéria!) mas... cerca de 1,2% é a diferença entre o DNA de um ser humano de um chimpanzé. Muda, hem?!


   De ontem para hoje, Peyrabon 2013 apresentou leve melhora. Sugere que poderia receber mais oxigenação entre a abertura e o término da degustação. Também pode ser que ontem minha boca não estava lá grandes coisas (rs); tire uma média. Talvez a acidez tenha apresentado leve melhora, aumentando também a persistência. No mais, continuou praticamente o mesmo. Reputo que ainda assim bate sul-americanos na faixa de preço, dependendo da qualidade da compra... ou talvez até não; talvez até bata todos eles mesmo nas piores compras. Nada como experimentar... boa sorte.

As imagens dos sítios dos importadores com safras e graduação alcoólica.


















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