Sunday, August 15, 2021

Quinta da Archeira: um vinho meio seco

Introito

Vossa excelência desperta em mim os instintos mais primitivos.
bob jeff para zé dirceu 

   Venho comentando aqui, para incômodo do leitor regular, que vivemos tempos difíceis. Quem se expressa em qualquer campo do conhecimento não pode - não tem o direito! - deixar de se manifestar sobre os problemas que nos assolam, sob pena de passar por energúmeno. Já bastam os importadores e a detratoria (sic!). Parece que foi há tempo tempo... mas passaram-se apenas dois meses quando discursei causticamente sobre as tralhas que nos governaram nos últimos 20 anos. O Japão foi completamente destruído em 1945. Em 1964 organizava uma Olimpíada! Aqui, os que pretendiam governar para os pobres assumiram seus mandatos e entregaram-nos com um número escandalosamente alto de brasileiros passando fome. Qualquer explicação já seria motivo mais do que suficiente para chamar à nossa presença a mãe de cada um desses calhordas. O que dizer, depois de mais de um ano de pandemia, economia parada, todos os meios de comunicação falando sobre as dificuldades dos brasileiros, e nem uma palavra pelos desfavorecidos por parte dessa súcia?! Você pensa em votar em algum deles? Então você é mais um estúpido dentre os muitos que andam por aí! 
   bob jeff, preso, saiu com um discurso ameaçador: A vida vai nos colocar frente a frente para que pessoalmente nós possamos resolver esse problema. Eu espero que sim, que se vejam frente a frente. No tribunal que o condenará ao limbo da história.

Quinta da Archeira tinto 2018

Outro dia experimentei uma harmonização com tinto meio seco. Conforme confessado então, fiquei surpreso com o bom resultado da prova. Vai que - a arrogância é uma m... 😮 uma... uma... uma meleca! - resolvi tentar por conta própria. Com minha nova especialidade: burgue. Considerei que a mostarda poderia competir de maneira indesejada com o doce do vinho, então tentei um burgue com apenas maionese e outro com requeijão no lugar da maio. Antes da harmonização, Quinta da Archeira mostrou fruta vermelha e mais tarde apareceu café (chocolate?). O doce não aparece na tanto boca, além daquele travo adocicado típico. Abro parênteses: sigo não tão de perto as normas de produção de tintos (mais) e brancos (menos) nos diferentes países. A de meio secos, definitivamente não. Pondero que as leis europeias para esse tipo de vinho (que seguramente definem os limites de açúcar) devam ser mais rígidas do que as brasileiras. Será? 😂 Ademais, muitas vezes o vinho suave por aqui é fruto de chaptalização (adição manual de açúcar, dado que as uvas não atingem boa maturação), enquanto muitos vinhos europeus nesse estilo são produzidos a partir de uvas mais maduras. Quinta da Archeira tem 13,5% de álcool... Não deu a menor dor de cabeça durante seu consumo, e olha que estiquei até quase 1 da manhã. Fecha parênteses. Sua acidez média parece que ajuda na camuflagem, uma surpresa. Até tem razoável permanência, com final ligeiro. Fico me perguntando se o nosso vinho suave é apenas tão mais ruim que o seco, que já é uma m... m... meleca!, e nos passa a sensação de que todo vinho suave tem a obrigação (rs) de ser muito além de ruim... Detalhe curioso: não encontrei o vinho nem no sítio do produtor! 😲 O Wine-Searcher também nada mostrou, e as referências a ele são escassas. Bem, a harmonização não se mostrou muito acertada. Ficou bem melhor com o burgue acompanhado de requeijão, mas passou algo longe de outros experimentos verdadeiramente harmonizados como os proporcionados por Enoeventos. O vinho está à venda na rede Savegnago por R$ 79,00. Não foi uma brincadeira ruim, mas dou por encerrados meus testes com ele. E não repetirei. Não há motivo. Além disso, os supermercados estão recheados de tintinhos nojentos entre R$ 70,00 e R$ 120,00 que me despertam mais a curiosidade.

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