Monday, August 23, 2021

Um vinhozinho com as vestais

Introito

   O último Pinot que levei para acompanhar o coelho causou forte comoção algures. Seguramente mais pela combinação do que pela prosa morrinha aqui no blog. Mas quando disse que a garrafa de outro dos vinhos que comprei estava na mesa para quem desejasse degustar, houve um alvoroço maior ainda. Mais porque algumas pessoas não teriam janela para este final de semana do que pelo vinho em si (e oportunidade de se beber algo em confraria não se perde) do que pela possível qualidade da garrafa ofertada. Ao fim e ao cabo, somente três Vestais apresentaram-se para a difícil missão: Dayane, Renata e Luciana. O Prelado não reclamou... 🤭. Dayane e Renata apareceram com uma pizza e um pão chique da Ma Petite Boulangerie, e alguns frios. Luciana veio armada com outra garrafa. Simplesmente um luxo...

Os vinhos

Conforme prometido, apresentei o Coquelicot Pinot Noir 2019, do produtor languedoquês (sic! rs!) Bruno Andreu. O nome Coquelicot vem da planta que desabrocha na primavera em terras da vinícola. Monet pintou seu Les Coquelicots em 1873. Sem passagem em madeira, 100% Pinot Noir, mostrou boa fruta (vermelha?) no nariz. Boca leve, corpo médio, acidez baixa a média, taninos bem macios. Final e permanência discretos, não impressionam. Como veremos mais para frente, estatística de um dado só não é estatística, mas prefiro um La Clape (só bebi um até hoje), por exibirem mais potência, com tanino e acidez mais pronunciados. Veja aqui. É um vinho legal para acompanhar pratos leves, de maneira que, sem harmonizar tanto com a pizza, até fez algum acompanhamento. Tem apenas 12,5% de álcool. A Luciana chegou com um Château Lamothe 2019, da região Côtes de Bourg. Sem muita certeza, achei que fosse um Bordeaux - e estava correto. Ela deve ter comprado na Deliza. Voilà: é importado pela Lovino, de quem a loja de S. Carlos representa vários produtos. É um corte 60% Merlot, 30% Cabernet-Sauvignon e 10% Malbec, também com boa fruta no nariz mas álcool escapando um pouco na boca - dá uma ligeira queimada mesmo. Parece que seus 14% de álcool afetam o equilíbrio com o restante a ponto de comprometer a apresentação geral. A acidez vai de baixa a média - mais para média, mas não impressiona - os taninos pegam um pouco e o final e permanência são mais destacados do que Coquelicot, mas ainda sem impressionar. 

Os preços

   Coquelicot é um vinho de 14 dóla 'lá', mas encontrei em apenas uma loja. Pode estar um tanto caro. Como disse, não podemos tomar apenas uma loja e asseverar que seu custo seja um preço médio. Sendo o que temos,  USD 14,00 * R$ 5,50 = R$ 77,00. Dá um 'preço cá' de 2x sem promo, e a R$ 79,00 na 'promo' vira uma pechincha. Aí gostei... Se tivesse pago o preço cheio, acho que teria ficado um tanto triste. Talvez porque Villa Blanche, ao casar muito bem com o fettuccine, tenha causado melhor impressão... nesse ponto acho que as coisas se confundem um pouco. Mas ainda me pergunto o seguinte: se você está pagando R$ 150,00 por um Languedoc, será que não compensa colocar mais R$ 50,00 e avançar em borgonhas brancos, mesmo que um tanto simples (para a Borgonha, claro), mas com frescor muito mais presente e conjunto mais elegante? Bem, R$ 50tão representam 33%... há gosto para tudo. Mas o meu fica no borgoinha.




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