Friday, August 27, 2021

Ripostando as vestais

Introito

As vestais do templo Noivas de Baco, Dayane e Renata, fizeram uma provocação geral ao postarem no grupo de uatizápi (sic!) o comentário sobre a harmonização de comida japonesa e o português Pé Branco da Herdade do Esporão, um Semillon cuja harmonização de fato é indicada para cozinha oriental (dentre outras). Disseram que funcionou muito bem. Morri de inveja! Principalmente porque é um vinho de 50tinha. Esse tipo de harmonização é muito difícil - dizem. Consegui - para meu gosto - boa harmonização entre culinária japonesa e brancos doces do Loire, notadamente o Clos Naudin, Vouvray de um dos melhores produtores da região. Outros grandes Vouvays são feitos pelo Domaine Huet. Infelizmente seus preços (Naudin e Huet) andam proibitivos nos brasio (R$ 600,00+). Comprei algumas garrafas do Clos Naudin há muito tempo, em 'promo', pagando cerca de R$ 170,00. Mas note: há muito tempo... e em 'promo'! (😱) Gostaria de mencionar ainda que Gaston Huet foi proprietário do Clos Naudin durante a Segunda Guerra e citei um trecho sobre ele quando prisioneiro em um campo de concentração nazista. Numa 'festa' promovida no campo, ele reflete sobre um vinho que estava experimentando em um copinho de mostarda(!), e reconheceu como sendo de sua terra natal. O trecho está aqui; considero uma das passagens dos mais poéticas que já li em toda minha vida - vinhonísticamente (sic!!!) falando, claro. 
   Para quem duvida, 
ahh... nada como manter documentação. Depois colocamos os detratores para chupar (😝) e eles dizem que somos vis... Ah, detratores idiotas... como é fácil trucidá-los...

Falcoaria Vinhas Velhas 2016

Experimentei uma garrafa Falcoaria VV '16 há coisa (sic) de quatro meses. Lembra aquela estória, se conseguir comprar um tanto de vinho bom, pode repetir de vez em quando, tipo... uma ou duas garrafas por ano? E quando tiver várias garrafas de vários vinhos bons, poder beber uma ou duas garrafas por mês salpicando aqui e ali, durante o ano todo? Pois é...
Luiz Ghidelli falô, Luiz Ghidelli avisô (enquanto os Paralamas devem estar arrependidos até o fundo da alma), o branco é bem melhor que o tinto, e não tinha me atentado. Não me lembro como aconteceu, mas... de repente descubro 4 garrafas de Falcoaria VV na minha adega! Bem, três agora... Na primeira vez, tentei harmonizar Falcoaria VV com xarxixa (sic) e queijo brie. Não deu certo, Falcoaria levou ambos no peito. Desta vez, tentei com um salmão na manteiga. Necas de pitibiriba; novamente Falcoaria matou no peito e desceu a bola no gramado. Infelizmente esgotado no Savegnago, esse vinho é do meu gosto: tem potência. Tá, foram apenas quatro meses, nem dá para para falar em envelhecer para um vinho dessa categoria, mas a acidez está lá, vivona. Num descuido, quando a temperatura da taça subiu um pouco, apareceu buquê a mel.  Mesmo nessa temperatura um pouco alta, a persistência é muito boa, e o final é longo e agradável, redondo. De resto, as notas cítricas e tudo mais, está lá, como destacado na postagem passada. Em sua faixa de preço (R$ 115,00 no Verdemar, atualmente), é uma excelente compra. Uma pena que não entreguem no Sudeste. Se tiverem um pouco mais de iniciativa, comeriam o mercado pela borda.

4 comments:

  1. Pois Carlão, olha quantas surpresas a vida nos reserva (12 meses? Não, dois meses), sic. Fui no dito supermercado há dois meses pronto pra arrebatar o que tivesse do Falcoaria branco. Se tivesse o tinto, o rústico, não levaria, prefiro os espanhóis do Oscar, na mesma faixa de preço. Mas, para minha surpresa, nadica de nada. Voltei pensando onde poderia degustar essa felicidade engarrafada. Então vc me dá a resposta. Ai, pra compensar, farei a parte culinária, que já pensava na viagem de ida ao Savengnago. Camarão a lá Bela Muniere. Guarda um para nois ..
    Luigi

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    1. Então... bendito (maldito?) comentário que me fez perceber o quanto o vinho estava mesmo bom, para aquele preço... acho que fui lá e comprei tudo...
      Mas testemos com camarão. Vai que dá... dia 4 próximo não posso. O resto...

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