Monday, March 21, 2022

O segundo dia do Mamertino di Milazzo

   Sem introito nem mais comentários, vamos, em nome da curiosidade e da ciência, à apreciação do Mamertino di Milazzo Vasari 2008 em seu segundo dia.

   Certa vez abri um chileno (ou argentino, não estou certo) que estava morto mas não sabia (nem ele, nem eu...). Guardara um pouco mais do que deveria (na época da prova deveria ter uns 5 anos) quando o abri e servi de imediato. Apresentou boa fruta, e eu estava acompanhado de bons bebedores, que acharam-no interessante - para sua faixa de preço, claro. Fomos aos outros vinhos (estávamos com três taças cada), e a surpresa aconteceu quando voltamos para o segundo gole: mudara tanto que se não fedia a defunto prenunciava esse destino. A experiência interessante consistiu de ver o vinho morrer lentamente, enquanto conversávamos. Ao final de mais uns 15 minutos, estava intragável.

   No presente caso Mamertino não desceu muito mais, mesmo de um dia para o outro. A leve sugestão de avinagrado estava só um pouco mais prenunciada, se é que estava mesmo. O nariz manteve o quê de oxidado, também sem novidades. Apesar disso aquela nota de chocolate (café?) ainda persistia. Sempre acharei que a maior acidez do vinho europeu é a responsável pela sua sobrevida no segundo e terceiro dias após aberta a garrafa. Bem, não adianta chorar sobre o leite derramado... ou sobre o vinho oxidado... Mamertino não suporta a oxidação tão bem quanto aquele 1% dos bons vinhos suporta... Pia!

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