Friday, May 27, 2022

Da Tcheka aos dias de hoje

Introito

A Tcheka foi instaurada em '17, pelo Vlad. Não o Drácula; o Lênin. Em '27, sob o regime de Mussolini estabelecia-se a Organizzazione per la Vigilanza e la Repressione dell'Antifascismo, cujos métodos foram repassados a Himmler em '33, quando os nazistas concederam à SS o poder de “custódia preventiva”. O métodos dessas instituições eram os mesmos: prisão arbitrária, julgamento viciado e condenação sumária. Por aqui, um século depois, a julgar por acontecimento recente o nome da polícia do estado parece ser Polícia Rodoviária Federal. É assim: aparelhados e sem um líder que os inspire convenientemente, órgãos de estado espelham-se em seu chefe máximo para escalar o Monte Evereste da barbárie. Genivaldo de Jesus Santos, assassinado por método que lembra as câmaras de gás nazistas, foi a nova vítima de um governo que desconhece as regras básicas da democracia e, instaurando o reinado da impunidade, abre portas para o pequeno ditador que existe em cada repartição pública, quiçá em cada lar. Poderíamos ter nos livrado dele há tempos, se as instituições tivessem o mínimo de amor ao país e às próprias leis. Certo, Maia? Certo, PTlhos? Apenas para citar os mais culpados. Eles estão vindo aí.

Confraria em baixa

O confrade Gustavo fez sua parte: alardeou a plenos pulmões a degustação gratuita da Gran Cru, quarta-feira da semana passada. Sugeriu que depois poderíamos escolher algum outro vinho e esticar a hora feliz (sic) até umas 20:00 😃... e... fui o único a comparecer...🙄 A loja ofertou um Ricossa Barbera D'Asti 2019, vinho piemontês cuja ficha resumida no convite dizia ...a acidez acompanha os taninos..., e devo dizer: é absoluta verdade. Pena que ambos sejam muito discretos, principalmente para o que se espera de um vinho europeu na faixa de R$ 130,00. O nariz expressava sim fruta madura e algo mais com um travo doce que não consegui decifrar, enquanto a boca mostrou-se muito rápida e com final curto. Às cegas não saberia dizer jamais tratar-se de um italiano. Poderia ser uma transição para o bebedor começar a apreciar vinhos europeus com acidez mais pronunciada, mas não nesse valor. Para piorar tudo, encontrei por USD 6,05 em alguma loja da Alemanha... Seu preço médio nessa safra é USD 11,00, mas parece que entram nessa conta as lojas brasileiras, onde chega a até USD 25,00. Ou seja: lá fora o valor é realmente baixo. 😑


Escolhemos depois um Palagetto 2020, vinho de Chianti Colli Senesi. Da região da Toscana, Colli Senesi está encostada em Siena, enquanto a região mais tradicional (Classico) pertence aos domínios de Florença. É um corte 85% Sangiovese, 5% Merlot, 5% Canaiolo e 5% Colorino, muito leve e frutado, com um frescor que o torna bastante fácil de beber, à semelhança do Ricossa. Perguntei ao Gustavo se ele pegava cereja, e depois dele provar com mais atenção disse que sim, 'no fundo'. Uma das assinaturas da Sangiovese é justamente a cereja, que fica mais fácil de pegar no Chianti Classico Coli, já referido aqui diversas vezes e apesar da suspeição sobre a última garrafa. Palagetto  tem um pouco mais de estrutura do que Ricossa, mas também e um tanto rápido no final. A acidez está mais presente, os taninos são leves e a madeira - que tem, segundo o sítio do importador - não peguei. É um vinho dos seus USD 10,00 que está aqui por USD 20,00 (R$ 106,00). Esse sim, fica na margem de 2x, o que é aceitável. Particularmente não gostei, embora não seja - nem um pouco - ruim. Meu estilo vai para um vinho com melhor corpo e acidez. Mas novamente pode ser uma boa entrada para vinhos do Velho Mundo, e agora a um preço condizente. Walew, Gustavo!

Ricossa 'lá'.

Ricossa 'cá'.



No comments:

Post a Comment