Sunday, December 25, 2022

Postagem de Natal

Introito

Sobram tranqueiras em nações de covardes
Oenochato

As eleições mostraram como somos um país de patetas: valia qualquer argumento a favor deste ou daquele jumento; nossa vida transformou-se num tormento por dois candidatos chegados às tretas. Não houve discussão (de ideias); o ganhador sequer apresentou proposta de plano econômico para enfrentar a crise que sabidamente virá. Recebeu um cheque em branco nosso, e já promete usá-lo até o limite do especial. No meio das previsões mais catastróficas, o que ouvimos? Dos apoiadores, enfileirados e prontos para enganar o tonto que pagar-lhes pedágio, a grande crítica versou sobre os ministros homens anunciados para os primeiros postos do governo. Oh, patuleia! Apenas cinco de 40 ministros declarados, e por serem todos homens, há motivo para essa pseudo-crítica? Jornalismo de quinta, não? Depois vieram algumas ministras, mostrando que essa estória de quotas ou paridade sempre nivela por baixo. É mais um desserviço ao reconhecimento das mulheres na real posição que lhes cabe na sociedade. As tranqueiras que estão aí haverão de eclipsar qualquer outra competência feminina que apresente-se no futuro governo. Os homens nunca ficam atrás - aliás, nesse quesito assumem destacada liderança. Mudando de partido, vejamos um exemplo deslavado de tranqueirice (sic):


   Bananinha vendendo aos tolos que ele não era do Centrão (seria desmentido pelo próprio pai) perpetrando mentiras que mostraram-se exatamente isso mesmo pouco tempo depois (os envolvidos foram todos inocentados) e dizendo-se pronto para processar Kim Kataguiri. Processou diversas vezes e perdeu todos os processos em todas as instâncias. Ainda saiu-se com essa: Agora quero ver como você vai fazer para pegar uma relatoria de um projeto. Sabe quantas relatorias o japa pegou, e quantas o bananão pegou? Foi algo como 50 x 0(!).Os bolsonésios detratores não se cansam de responder minhas críticas com impropérios não publicados. Na verdade, tenho parado a leitura nas primeiras palavras. É inútil perder tempo com idiotas e suas idiotias; eles são surdos e não debatem. PTelhos também não, e esse é só mais um ponto onde ambos são exatamente iguais. Em um país de covardes, nestas páginas podem trafegar tranqueiras. Mas não passarão.

Château Meylet 2012

Esse é um dos meus raros bons vinhos da margem direita de Bordeaux: vem de Saint-Emilion, onde impera a Merlot. O sítio do produtor é bem pobre, e apenas cita que o vinhedo é dividido em 80% Merlot e 20% Cabernets Francs (sic!), embora tenha encontrado em outros lugares citações de que usa também Cabernet Sauvignon e Malbec, uma surpresa. Aerado por uma hora segundo recomendação do importador para a safra '14, mostrou nariz muito rico em frutas, notas na direção de fumo, couro e um pouco vegetal, possivelmente com sutilezas além da percepção deste pobre Enochato. Gostei mesmo da boca: acidez muito boa, estimula a salivação, pega nas laterais da língua de maneira indelével e mostra a que veio. Um sabor de fruta se faz presente com um leve dulçor. Tem taninos bem marcados e a esta hora (10 anos) já arredondados, álcool que não se percebe por bem integrado (13%), e mais surpreendente: não notei madeira. Ainda, tem boa permanência e final médio, mas é médio mesmo, não aquilo que produtores de quinta dizem 'final longo' com duração de... 5 segundos! não... Meylet você engole, saliva e ele continua lá... simplesmente um luxo, como diria alguém... Está pronto, mas pode segurar por mais cinco anos sem medo. Acompanhou - mas não harmonizou de maneira marcante - um filé ao molho gorgo. Talvez uma picanha pareasse melhor, pela acidez. Foi comprado na de la Croix em regime de bléqui. Lá as bléquis são assim: rótulos manchados ou rasgados vão para o prego com até 30% de desconto. Comprei em '17 a R$ 330,00 - seguramente conferi no Wine Searcher e para ter comprado duas garrafas, valia a pena. Atualmente está (safra 14) R$ 753,00 (USD 146,00), e nos EUA chega a USD 100,00, com taxas. Encontra a USD 64,00 na França. A média dá seus USD 82,00... não precisa fazer muita conta para perceber que aqui está uma pechincha, a despeito de custar uma montanha de dinheiro. Se você pode atualmente, creio que esse vinho não vale a pena trazer na mala.

Feliz Natal!

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