Monday, December 26, 2022

Postagem de Natal 2: o retorno

Introito

Para o melhor temos o Sétimo Céu, 
ou o Nirvana, ou que desejar. 
Mas para o pior não há limites.
Walter Soto Encinas Júnior, o Tatuí

Ao que este Enochato completou, tão logo ouviu:
Claro. À medida em que sempre se pode aportar 
outro quilo de m#rd@ ao que já está suficientemente ruim...

   Açoda-nos um estoque ilimitado de tranqueiras. É outra abordagem da epígrafe da última postagem. Tivesse postagens diárias, o blog não daria conta de denunciá-las. Mas este não é um espaço de política; comento política porque o tema não pode mais ser relegado a segundo plano, e as pessoas (principalmente as de bem) que pronunciam-se sobre qualquer assunto não podem permanecer ignorando a questão. Na verdade, nunca deveríamos tê-la ignorado; vejam agora o quanto custa correr atrás do prejuízo. Tranqueiras deixam de lado suas convicções (quando as têm!) ao menor sinal de mudança nos ventos, e acusam os que se mantêm fiéis às suas convicções de traidores. Em alguns casos acabam pagando pela desfaçatez, e tornam-se figuras caricatas. Vejam o exemplo do Lebre (mais pelo QI que pelo nome), deputado que, aposto, tem zero relatorias, zero propostas de lei e zero participações efetivas no caminho da nação em seu período como deputado federal.


   Ele é fruto da corrente de pensamento representado por outro tranqueira, já denunciado aqui, segundo quem um deputado deve...
"..se aplica(r) à elaboração de alguns projetos e hasteamento de algumas bandeiras que melhorem a sua popularidade, para você voltar à Câmara..." Tolices semelhantes procedem esse raciocínio e continuam depois dele, e seriam divertidamente grosseiros não fossem antes grotescamente estúpidos. Confira por si.

   Outro exemplo de tranqueirice (sic): é contra a corrupção, mas votou com convicção em Ali Lulá? Conseguiu convencer-se da inocência dele? Só que ele não é inocente; mudaram a lei para livrá-lo da prisão e ter o julgamento anulado já em vias de prescrever. Ademais, se ele é inocente, responda: de onde vieram os bilhões devolvidos por diretores da Petrobrás? Quantos eram, você está lembrado? Cinco, seis bilhões? Quanto a Lava Jato recuperou no total? Vinte e cinco bilhões. Se não houve corrupção, de onde veio esse dinheiro todo? E ainda está a duvidar da situação de Ali Lulá? O comentário é de um ex-juiz do Supremo... está nos primeiros minutos, basta ouvir. A fonte é d'O Antagonista; reproduzo abaixo com o devido crédito para evitar que o vínculo possa perder-se.


   O dia da posse está chegando. bolsonésios, desocupem (as ruas); perderam, manés. Podem largar a bandeira no chão - tranqueiras fazem assim, e vocês nada mais são senão isso - mas devolvam-na, porque se nós tivermos de ir pegá-la, a coisa não ficará bonita para o lado de vocês. Erguê-la-emos com o devido respeito. E, para que não fique dúvida, tentativas individuais não podem prosperar. As autoridades competentes têm a obrigação de posicionar e acabar com a fantasia de meia dúvida de otários que acreditam poder matar no peito o baixar ao chão, sob pena de levarem a culpa depois do ocorrido. Criminosos levarão a bala da arma que protege a democracia, e irão eles próprios por terra não com o reconhecimento de heróis da nação, mas com a pecha de traidores da pátria.

Uma reunião passada

Encontro da confraria Nix e as Moiras, postergado desde o início de Novembro, aconteceu ali pelo dia 12 passado. A postagem foi atropelada por aquela da entrega de cargo da Angelina, pouco antes. Vem agora... Encontramo-nos este Enochato, Sofia, Dayane, Renata e o Akira, em foto da anfitriã Luciana. Começamos com um branquinho nojento, justamente o  Aldeia de Irmãos branco 2020, aquele 100% Sauvignon Blanc da Península de Setúbal. Os comentários estão aqui, e não há muito o que acrescentar; a Dayane havia sugerido a compra de duas garrafas para conhecermos, quando apresentei para o grupo as ofertas da bléqui da Chez France. O toque de maracujá estava lá, e o Akira ainda encontrou algo diferente. Só não anotei... como um vinho simples de bom frescor, foi aprovado. No preço de bléqui, enfatize-se.

Chegou o Aldeia de Irmãos Reserva 2019, um tinto corte de Cabernet Sauvignon (60%) e 40% não especificado entre Alicante Bouschet e Castelão. Aqui temos o ponto já discutido nessas páginas: a falta de legislação mais específica para um vinho ser rotulado como Reserva. Como veremos, é um vinho oitavas abaixo de um Chocapalha Reserva, por exemplo, e mesmo de vinhos de entrada de produtores como Noval (Cedro do Noval) e Meandro do Vale Meão, embora o valor deles já discrepe logo de saída. Também fresco, cheio de frutas - a Dayane citou duas, pelos menos - acidez média e nada além, sem tanta força nos taninos mas ainda assim um bom conjunto. Surpreendentes 14,5% de álcool bem comportados (rs), madeira discreta que não notei (mas tem, segundo a ficha técnica da Portugal Vineyards onde consultei o preço 'lá'), aquele travo com um pouco de doce dos portugueses em geral perfazem um vinho simples e agradável se comprado no preço certo.

Recém-chegada da França, a Luciana aproveitou o lançamento e carregou na mala um Beaujolais Nouveau 2022. Literalmente um vinho da estação, deve ser bebido até quatro meses após seu lançamento, dizem os especialistas, quando já começa a declinar. Idealmente, seu consumo dá-se nas semanas após o lançamento, quando já costuma esgotar-se em muitas lojas. Feito com Gamay, é um vinho propositadamente simples, alegre no dizer do Akira, que bebe-se sem grandes preocupações de análise qualitativa. Não é, de maneira alguma, um vinho ruim - já foi, no passado - apenas é feito para celebrar o início da nova temporada de vinhos na França, e para isso cumpre sua função. Custou pouco mais de 4 euros, e deixou todo mundo feliz. Na sequência surgiu um Damana Criança 2016, das Bodegas Tábula, de Ribera del Duero. Pela procedência adianta-se um 100% Tempranillo, e por Crianza sabemos passar 12 meses em madeira. Sem nos esquecer, temos Crianzas e Crianzas, a depender do produtor; mas isso acontece no mundo todo, certo? Principalmente vindo depois de um Beaujolais, marcou sua posição. Claro, tem a força da Tempranillo, a madeira... vejamos: muita fruta - creio que a Dayane enfatizou vermelhas e negras bem presentes, baunilha, café/chocolate (qual?); boca de corpo médio para se conservador, boa acidez e boa permanência. Tem equilíbrio, elegância e agrada bebedores em sua média de preço.

Aldeia de Irmãos Reserva custa lá entre 7,40 € e 7,50 €, com preço cá em 'promo' a R$ 69,00. Ótima compra. Pelos R$ 129,00, never; temos aí 'promos' de Cedro do Noval, Chocapalha (o mais simples) e Hedade dos Grous, apenas para citar esses, a preços inferiores. Mas quero ver energúmeno chegar dizendo tudo coisa ruim sem apontar boas alternativas.

O Beaujolais veio 'de lá', a menos de 5 €. Se procurar, encontra aqui a safra '22 a R$ 170,00, mas de outro produtor. 

Damana  foi comprada também em 'promo' a R$ 116,00. Sem ela, R$ 240,00. No sítio do produtor, 14  €, algo como, bem conta de padeiro, R$ 70,00. Poderia fazer a R$ 84,00 com Euro a R$ 6,00, talvez até mais real. Vemos que com 'promo' é novamente ótima compra, e sem ela a pura tubaronice de 3x. Ah, Chez France, está perdendo a mão, não é mesmo?











4 comments:

  1. Este vinho branco combina com lula?

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    1. Combina à perfeição. Mas cuidado, aquelas que perdem parte de algum membro tornam-se venenosas e devem ser descartadas de imediato. Nem se aproxime, porque fica extremamente tóxica...

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    2. Hahahahahahaha… Ótimo. Passarei longe desta lula venenosa.

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  2. Sim, dessa, mantenha distância. De todas as outras, pode aproveitar-se. Sem 'mantega', claro... Lula com 'mantega' causa erupções na pele, disenteria e vômito. Lula é algo traiçoeiro, às vezes...

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