Monday, January 9, 2023

Gostara que me fizessem acreditar... (aka O Enochato descasca)

Introito

A esquerda já teve gente torturada, gente morta, gente desaparecida mas nunca, nunca, vocês leram alguma notícia de algum partido do esquerda, algum movimento de esquerda, invadindo o Congresso Nacional, a Suprema Corte ou Palácio do Planalto.
Ali Lulá, em pronunciamento oficial.

Verdade, o pessoal do Araguaia estava lá para manter segredo do samba-enredo da agremiação Companheiros Unidos para o Carnaval de 1971.
Oenochato

   Gostaria que me fizessem acreditar em uma manifestação envolvendo maioria de idosos, crianças e alguns idiotas não foi coordenada via redes sociais, mas utilizando dispendiosos comunicadores com vários níveis de encriptação. Gostaria que me fizessem acreditar que uma turba atacando o coração da república fora do horário de ocupação dos representantes democraticamente eleitos seja de fato um ato terrorista. Gostaria que me fizessem acreditar que uma manifestação facilmente rastreável pela inteligência de qualquer país de terceiro quinto mundo, envolvendo quem envolveu, não seria facilmente dispersada ainda que se fizesse necessário em algum momento do pulso firme da democracia. Claro, gostaria que me fizessem acreditar em tudo isso sem ser coagido em um pau-de-arara pelo braço do Ministério da Verdade...

   Então chegamos ao óbvio: bolsonésios - mas uma vez e sem qualquer surpresa - deixam-se usar de bucha de canhão enquanto os coordenadores da safadeza pegam um bronze, ou bebem um uísque assistindo a tudo pela televisão. Pior mesmo é a desinteligência: nada mais fazem senão dar armas ao inimigo. PTlhos dizem estar aí para defender o povo brasileiro, para resgatar a dignidade, aquele papo todo no qual só estúpidos acreditam. E, assim como lá atrás pagou 90 bi para banqueiros em seu primeiro ano de governo, canalizando somente 2 bi para os famintos, novamente dá uma banana, desta vez  para a lei a a ordem, permitindo os excessos que presenciamos hoje. Não há santos nessa estória; o diabo claramente financia ambos os lados.
   O que eu (particularmente) espero? Prisão aos líderes, a quem participou das depredações (há vídeos de sobra) mas, antes disso (e confira, não será assim) aos líderes e financiadores desse triste momento da República, um dia que viverá na infâmia, quando fomos súbita e deliberadamente atacados pelas forças retrógradas e não houve quem levantasse a mão para nos defender - embora tenham sobrado 'democratas' pelegos para condenar o ato nas televisões. Nunca tive tanta a sensação de estar nu em um picadeiro.

Cinco Forais Reserva 2017

Comprei esse reserva português com alguma expectativa, mas resguardado no conhecimento de que vinho Reserva não significa muita coisa em Portugal. Até confesso alguma ignorância ao desconhecer se as regras mudaram nos últimos anos, mas não tem problema: o termo 'Reserva' comporta muita variação. Como em todo lugar, na verdade, o que causa a corrosão no crédito dessas normas e nivela o assunto por baixo. Espero não desanimar o inexistente leitor de antemão, porque também não é o caso. Vamos lá.

A oferta desse vinho veio pelas mãos da Chez France, importadora muito citada ultimamente pelo espaço. A safra '17 consta como bastante boa em Portugal, o que beneficia sua guarda. Cinco Forais tem buquê pronunciado a muita fruta vermelha e um quê de doce mais ao fundo. Achei melhor na boca, onde a fruta se repete um toque de chocolate amargo com acidez média, taninos bem pegados e álcool a 14% bem harmonizado, e um pouquinho de dulçor, fazendo um conjunto equilibrado com boa permanência. É um corte de Baga, Alfrocheiro, Touriga Nacional e Alicante Bouschet, e estranha a Baga em primeiro (supostamente a cepa presente em maior porcentagem), pois ela é mais característica da Bairrada. Gostei, mas há outro ponto: o leitor tem visto uma repetição de comentários iguais, tipo 'se tivesse pago o preço cheio, estaria muito triste'. E, pior, esses comentários têm sido aplicados justamente à Chez France. Qualé a dela? Está se transformando em uma importadora onde somente vale a pena comprar nas 'promos'? Bem, ela faz 'promo' quase toda semana, diferentemente das tubaronas profissionais que as fazem uma vez por ano ou realizam as conhecidas 'promo do dobro pela metade', quando, não raro, o vinho está à venda de 5x por 3x (quando não mais). 

Comprei 5 Forais a R$ 77,11, para um vinho que custa por lá R$ 57,00 no sítio Garrafeira Nacional. Não há mais o que comentar, a qualidade da compra está demasiadamente explícita. Atualmente está em promoção a R$ 79,50, e ainda é um bom valor. Mas a R$ 159,00 (veja, quase 3x!) ele encosta perigosamente nos Noval (não o Cedro, mas a linha imediatamente acima), quando em promo; suas promos são quase permanentes, e aí o chão some sob os pés de 5 Forais. Enfim, convido com toda minha empáfia todo meu poder a Chez France a tomar jeito na vida e nos dizer a que vem, a evitar o flerte tolo com a tubaronice deslavada e a crença de que o bebedor brasileiro continuará sendo um idiota para sempre. Certo que para cada Enochato de plantão brotam 10 espertinhos que igual a Judas vendem-se por algumas moedas e saem falando bem de tudo o que é ruim ou tosco. Continuo fazendo a minha parte. Esmorecer consta no meu dicionário, como palavra a se aplicar a outros. Mas seu sentido é-me estranho. Contra bolsonésios, PTlhos ou importadoras tubaronas.

Como se fosse necessário...

Cinco Forais em Porgual


Meu pedido do 5 Forais, R$ 77,11


5 Forais no Chez France hoje, R$ 79,50



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