Wednesday, August 30, 2023

Meu nome é Ninguém

Introito

   Comentando um pouco mais sobre educação, tema político de postagem recente:
   A figura acima serve apenas de registro - canalhas não têm pudor em remover publicações. É tuíte de Luciana Genro e diz: Ridículo. Não há outra definição a um projeto que determina a obrigatoriedade de educação financeira nas escolas públicas. O problema das famílias gaúchas de baixa renda é de falta de dinheiro, não de administração financeira. Dei meu voto contra essa proposta constrangedora (grifo meu). Está aqui. Sem entrar no mérito: o problema do gaúcho - governado pelos PTlhos em 8 dos últimos 24 anos (dá 30% do tempo!) - é não ter dinheiro. Sei. Parece que a governança PTlha também não ajudou nesse ponto, não é mesmo? Entrando no mérito - o idiota do gaúcho pobre em particular, assim como o idiota do brasileiro pobre em geral - compra um perfume de R$ 700,00 porque pode pagar 10x de R$ 70,00. Ele não percebe ser aquele produto algo dispensável e muito acima de suas posses e ganho salarial, e portanto não deveria comprá-lo (o  comentário ainda revela por parte da deputada o completo desconhecimento do comportamento da população, seus eleitores). Mas voltando: por qual motivo o cidadão compra um produto (perfume, tênis, calça, itens de beleza) fora de seu padrão financeiro? Vai negar ser por falta da tal “administração financeira”? A patuleia idiotizada pode acreditar; energúmenos abraçam qualquer estória sem o menor senso crítico. Há algum tempo comentei sobre um grupo de PTelhos ajuizando ação contra o ex-juiz Moro, segundo a qual suas ações causaram prejuízos à Petrobrás. A Lava Jato recuperou algo como 6 bilhões de reais desviados, enquanto a estimativa do TCU foi de transgressões na ordem dos 18 bilhões. Noves fora (sic), o prejuízo da empresa com “políticas equivocadas” da última gestão PTlha foi de 90 bilhões, quando a “Mãe do PAC” segurou o valor dos combustíveis durante dois anos. Por que não processam ela também?! Novamente os otários estão aí para prestar sua credulidade sem discutir.

   O projeto de educação financeira, até onde comecei a ouvir falar, veio do deputado estadual Guto Zacarias, o Negão Capitalista do MBL, e foi aprovado no última dia 8, veja aqui. Envergonha-me, sendo de esquerda, ver um projeto tão óbvio e importante vindo da direita, e a esquerda, por sua vez, votando contra a proposta em outros cantos do país. Todo ensino é importante e deve resolver os principais problemas do país, ou encaminhar a geração para novos desafios. A Rússia produziu campeões de xadrez que dominaram o cenário mundial por décadas colhendo-os em pés de mandioca ou por meio de um massivo projeto de ensino desse esporte em suas escolas, desde os primeiros anos? A China vem-se tornando uma potência econômica (PIB China: 17,3 trilhões de dólas; PIB brasio: 1,6 trilhões de dólas - dá mais de 10x, nem as maiores importadoras tubaronas conseguem isso!)  por acaso ou por investir seriamente em educação? Os produtos chineses não são bons? Comparando com duas décadas atrás, estão bem melhores. Imaginem nosso destino caso aproximem-se - apenas aproximem-se - da qualidade japonesa, suíça ou alemã enquanto nós aqui continuando a marcar passo...

Meu nome é Ninguém

Tem aquela estorinha batida do Ulisses preso na caverna do ciclope gigante, a quem diz chamar-se Ninguém. Após furar seu olho e escapar com seus companheiros, Polifemo, o ciclope, dirige-se a seus amigos para pedir socorro, e ante à pergunta de quem fizera aquilo, ele responde: Ninguém... Nos dias de hoje, a  vinícola Caminhos Cruzados, no Dão, aproveitou a ótima safra de 2015 - após uma sequência de safras menos meritórias - e separou um lote de Touriga Nacional, Tinta Roriz e Alfrocheiro para criar um vinho diferenciado que acabou sendo deixado sem nome. Vindo dos vinhedos usados em seu Titular, essa edição especial acabou chamando-se Titular Edição sem Nome, vinho de muita fruta misturada em nariz complexo - d. Neusa ainda citou mentol - boca com taninos potentes mas muito redondos (ela também notou isso), acidez inicialmente pouco pronunciada melhorou muito com a temperatura mais baixa e madeira evidente mas muito bem harmonizada, tocado a 14% de álcool. Ela perguntou se havia Shiraz, mas a cor não estava tão escura quanto espero para essa cepa. Talvez a coloração escura venha de uma extração prolongada - quando o mosto fica em contato com a casca, e dali extrai mais componentes de cor e tanino - o que, no final, aportou-lhe tais qualidades. Está pronto para ser consumido, e pode ser guardado por 3 a 5 anos sem perigo; provado com uma pizza de Pepperone e Quatro Queijos, não harmonizou por ter muito corpo. Mesmo no segundo dia - enquanto escrevo esta postagem - mostra-se pegado, acidez muito boa - dormiu na geladeira e foi servido em temperatura adequada desde o início - ótima persistência (após engolir e salivar, notamos como ele ainda marca a boca), e retrogosto bastante marcado. Preciso dizer: o pessoal acertou na produção e não entendo por qual motivo não o fizeram nas safras seguintes, tão boas quanto ou melhores do que a de 2015. Paguei por ele R$ 134,00 em 28 de julho de 2020 (o câmbio oficial era de R$ 5,18, noves fora (câmbio turismo, IOF), R$ 6,00). Seu preço em Portugal é 18,00€; dá hoje em dia cerca de R$ 108,00. É bom notar: ele se esgotou no importador, a Lovino, aparentemente a R$ 250,00. Esse preço seria o limite da compra, algo um pouco superior a 2x. É a primeira das poucas garrafas, mas seguramente fará a alegria dos confrades que tiverem oportunidade de vivenciá-lo. O Sauternes de sobremesa... não vou comentar, virou carne de vaca... Saúde!


Meu pedido original

O vinho em Portugal

Na Lovino, indisponível,

Mas o Google achou um valor, os R$250,00 mencionados...

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