Monday, December 4, 2023

Introito

Só por perguntar: de onde o leitor recebe notícias corriqueiras sobre economia, política e assuntos variados? Sem tv, tenho recebido pelo Youtube, e meu foco dá-se mais em política e economia; eventualmente assuntos correlatos. Afinal, como desvincular o crescimento da violência com a falta de políticas públicas e econômicas que coloquem o país em crescimento? - não em recessão, como temos visto na última década, ou mais! Como desassociar política e políticos de páginas policiais? - muito gostaria! Mas a turma não colabora... Todos sabemos: o DOPS cometeu diversos e grandes excessos; a Lava-Jato, não. Estes dias gente do Ministério da Justiça recebeu em suas dependência a chama Dama do Tráfico. Fica estranho o fato de os jornalistas da matéria original - Estadão - terem sido execrados por vários formadores de opinião e mesmo outros jornalistas, até alguém dar-se conta de como estava pegando mal. Soube disso? Um meio de comunicação sério se indignaria... O acontecimento refletiu muito na imprensa em geral. Seu informativo predileto tomou partido? Porque tomando, seria impossível não martelar isso para seus ouvintes/assistintes. Passado o freje, veio mais essa: a mesma Dama de Tráfico viajou às custas do Estado. Não sei se antes ou depois, mas ela é condenada em segunda instância. Estaria presa, não fosse uma lei corrente no brasio, outros dois paisecos mundo afora e outro ainda em algum universo paralelo, sabidamente, fora da Terra, caso único em todo o multiverso conhecido (sic...). A questão é indefensável: o Estado não pode falhar tanto a receber em suas dependências gente condenada sem dar-se conta. Não pode aceitar esse tipo de pessoa - condenada - defendendo qualquer pauta, legítima ou não. O cidadão condenado deveria ter seus direitos suspensos: justa punição da sociedade para aquele cujas ações desrespeitaram as regras impostas - democraticamente, neste caso - pela maioria. Abaixo, imagens para sustentar a premissa de como a notícia circulou - embora eu não saiba o quanto no meio televisivo.

      

Château Beauvillage Cru Bourgeois 2018

Comprei essa garrafa na Enoeventos em julho de '22; foi um dos últimos pedidos antes da política da empresa mudar e não venderem mais caixa de vinhos com o desconto de enoclube a compradores eventuais. Não me filio a clubes que aceitem-me como sócio - dá-lhe, Groucho! - e prefiro escolher meus vinhos. Enoclubes podem ser bons para atrair iniciantes, mas o pessoal perde a mão; esquecem-se dos compradores mais experientes, justamente quem compra os vinhos mais caros. Bem, minha política não muda: estou a comprar uma caixa, pagando à vista, ante a condição do enosócio (sic) de ganhar desconto por uma única garrafa e pagar a prazo. Não negocia-se desconto? Existem outras ofertas no mercado... tá sobrando Cru Bourgeois por aí - e tudo quanto é vinho, diga-se - basta procurar. Não aceito ser tratado como cidadão de segunda classe nem alguém ter desconto além do que será concedido a mim, respeitada a condição da compra. Nada contra enoclubes,e se for comprar somente um exemplar não vou regatear desconto - um erro, aceito por mim mesmo somente pela minha própria brasilidade. Mas se for comprar um caixa em vez de uma garrafa, haverá negociação, e a condição é bem simples: nem precisa fazer um preço melhor do ofertado ao sócio da garrafa solitária; ponto. Mudando de assunto: leitor, gosta de bordozinhos? Está acostumado com Bordeaux AoC, Bordeaux Supérieur e outras tranqueirinhas? Encontre nos Cru Bourgeois uma categoria distinta de vinhos. Já falei sobre eles há tempos; começou lá pelos anos '30 do século passado, virou brasio com direito a disputas judiciais e tudo, patuscada repetida no início dos anos 2000, mas foi-se acertando com o tempo. Recentemente, ganhou respeitabilidade; veja a lista de 2020 aqui. Château Beauvillage é um Cru Bourgeois comum (há ainda os Supérieur e os Exceptionnel), simples, reba (risos), até saiu da lista recente; não pode mais ostentar a distinção em seu rótulo. Ora, é o esperado: avaliações periódicas; não atingiu o padrão, tá fora!, e não tem choro. Mas pelo juízo anterior era um Cru Bourgeois, da ótima safra de 2018. Tem aroma rico, muita fruta madura - vermelha e negra - com toques de couro e mais; um nariz melhor poderia divertir-se bastante com ele. Em boca tem a leve picada da Cabernet Sauvignon na ponta da língua e outro toque de especiaria no meio dela. Seria a Cabernet Franc aparecendo? Madeira discreta, 14% de álcool integrado ao conjunto da obra, taninos macios, está pronto para beber; guarde por mais três a cinco anos, sem preocupação. É um vinho de corpo médio com leve dulçor, boa permanência e final, e foi ótima compra a cerca de R$ 180,00. Sei, é complicado recorrer à memória nesses casos, mas tento lembrar-me de tintos nacionais provados no evento da Mercearia 3M em outubro. Nada se compara, nem de perto. Mas o preço, esses sim estavam bem próximos... algo está errado, e não são as comparações esdrúxulas deste Enochato...

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